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Versão eletrônica - Furb

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A antropologia é vasta e por esse motivo concentramos a nossa leitura em<br />

apenas um aspecto: “tratar não do lugar do homem na sociedade, como se faz<br />

habitualmente, mas, ao contrário, do lugar da sociedade no homem” (TODOROV,<br />

1996, p. 10).<br />

Pesquisadores europeus, referente à definição do que é humano, concluem que<br />

a vida em comum, em sociedade, geralmente não é concebida como necessária ao<br />

homem. Isto nos mostra que a humanidade vive entre dois lados: a vida real,<br />

também de nossas ilusões, e o fato do ser humano estar preso na rede de relações<br />

sociais. Porém pode-se perceber que o homem é um ser que necessita viver em<br />

sociedade, pois para ele não há outra forma de existência possível. Apesar de se<br />

preocupar com os demais apenas na aparência, sendo um ser egoísta e<br />

interesseiro, um ser que vê os outros como rivais ou obstáculos, o ser humano<br />

precisa da sociedade, mesmo ela sendo enganosa. “Os homens não viveriam muito<br />

tempo em sociedade se não enganassem uns aos outros. Cremos erroneamente<br />

que os outros nos querem bem; se nos tornássemos lúcidos, a sociedade<br />

desapareceria”. (TODOROV, 1996, p. 16)<br />

A sociedade tem por intenção amenizar os inconvenientes da guerra<br />

permanente de todos contra todos. Ela é artificial, pois os homens renunciam aos<br />

instintos e conseqüentemente não encontram a satisfação pessoal.<br />

O ser humano tem necessidade dos outros, ele precisa comparar-se aos<br />

demais, ou para se sentir superior ou para querer estar no lugar deles. O homem<br />

sociável não sabe viver senão de acordo com a opinião dos outros e é desse<br />

julgamento externo que extrai o sentimento da sua própria existência.<br />

A humanidade almeja usufruir do reconhecimento alheio. Desejamos “que nos<br />

observem, que se ocupem de nós, que prestem atenção em nós com simpatia,<br />

satisfação e aprovação”. (TODOROV, 1996, p.28). A origem de todo julgamento está<br />

na referência aos outros, não podemos fazer um julgamento sobre nós mesmos sem<br />

sair de nós e sem nos olharmos pelos olhos dos outros.<br />

O ser humano é inicialmente um objeto material (ser), e isso dita alguns de seus<br />

comportamentos. Ao mesmo tempo é um ser vivo (viver), um animal, e partilha com<br />

os demais animais seus traços característicos. Mas o homem é também um ser<br />

humano, sendo diferente a qualquer outro ser vivo, pois vive em sociedade, em<br />

companhia dos outros homens (existir).<br />

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