Versão eletrônica - Furb

Ao voltar à torre onde Segismundo está preso, Clotaldo, pai de Rosaura –
informação que é descoberta com o desenrolar da peça – e tutor do príncipe,
encontra a jovem e seu criado dentro do calabouço. Clotaldo manda prender os
intrusos e os leva ao palácio do Rei Basílio.
Segismundo é filho de Basílio, rei da Polônia, que leu nas estrelas o presságio
de que seu filho seria um tirano ao começar a governar; para impedir que isto
acontecesse, Basílio prendeu Segismundo na torre em que Rosaura e Clarim o
encontraram. Recentemente o rei havia proclamado como o herdeiro do trono da
Polônia o seu sobrinho Astolfo, o sedutor da jovem.
Apesar de suas decisões anteriores, Basílio conta a seus sobrinhos (Astolfo e
Estrela) e a toda a corte sobre a verdadeira origem de Segismundo e decide pôr a
prova o seu filho: ordena que o narcotizem e que o transportem ao palácio, para ver
como ele vive em liberdade.
Assim que desperta Segismundo reage com violência, como um ser que não
domina os seus próprios instintos, e seu pai crê estar confirmado os presságios.
Segismundo é novamente narcotizado e devolvido à torre.
Quando desperta, Clotaldo o convence de que tudo havia sido um sonho. Isto
terá conseqüências importantes, porque fará que o jovem príncipe duvide de toda a
realidade: agora já não pode saber nem mesmo se sua prisão é verdadeira, porque
poderia ser também um sonho. A idéia está expressa nos versos que conclui a
segunda jornada:
Eu sonho que estou aqui
de cadeias carregado,
e sonhei que em outro estado
mais lisonjeiro me vi.
Que é vida? Um frenesi;
Que é vida? Uma ilusão,
uma sombra, uma ficção,
e é pequeno o maior bem;
que o sonho a vida sustém
e os sonhos sonhos são. (BARCA, 1971, p.77)
Para o desfecho da peça, Calderón recorre à uma revolta popular: os súditos se
voltam contra Basílio por haver designado o trono a Astolfo, e reclamam que o
soberano Segismundo está preso, ainda duvidando se o que aconteceu foi realidade
ou sonho.
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