Versão eletrônica - Furb
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caminhamos, e para trás quando estamos parados, a cabeça inclinada para baixo e<br />
os ombros para frente, fechando o tórax.<br />
Levamos o que tínhamos criado para as aulas de Prática de Montagem III.<br />
Enquanto o professor Murphy trabalhava com os demais acadêmicos, criando as<br />
cenas de dentro da torre, nós trabalhávamos na criação dos guardas, que estavam<br />
em cena, só que do lado de fora da torre.<br />
Durante três semanas criamos essas personagens sem o auxílio direto de<br />
nenhum professor. Na primeira aula de Preparação Corporal Para a Cena III que<br />
trabalhamos com as personagens Signos, isto é, dia 01 de outubro, o professor<br />
Fábio dividiu a turma em grupos de trabalho e questionou o que os acadêmicos<br />
tinham criado naquela ocasião, porém o mesmo não esteve presente em nenhum<br />
momento com o nosso grupo de atores, voltando a trabalhar duas ou três vezes com<br />
outros grupos que já haviam recebido as suas orientações.<br />
Desse modo, enquanto trabalhávamos sozinhos, isto é, pesquisávamos a partir<br />
das imagens dos macacos, pensamos em buscar um corpo que estivesse totalmente<br />
interligado, principalmente por não nos utilizarmos de fala, nem mostrarmos os<br />
nossos rostos enquanto estamos na torre.<br />
[...] é muito fácil ser sensível na fala, no rosto ou nos dedos, mas o que a<br />
natureza não nos deu, e precisa ser desenvolvido através de exercícios, é a<br />
mesma sensibilidade no resto do corpo: nas costas, nas pernas, no<br />
traseiro.“Ser sensível”, para o ator, significa estar permanentemente em<br />
contato com a totalidade de seu corpo. (BROOK, 1999, p.17)<br />
O auxílio direto também não se fez presente durante as aulas de Prática de<br />
Montagem III, pois o professor Murphy estava criando as cenas principais e os<br />
guardas estavam ao redor da torre. Assim sendo, como estávamos em cena durante<br />
todo esse processo de criação e não fomos interrompidos ou questionados sobre o<br />
porquê daquelas posturas pelo professor Murphy, deduzimos que estávamos indo<br />
por um caminho interessante de criação da personagem e adequado à concepção<br />
do espetáculo.<br />
Porém estávamos equivocados, não totalmente, mas ainda assim enganados.<br />
Na aula de Interpretação Teatral VII do dia 24 de outubro, quando passamos pela<br />
primeira vez a peça até a cena 08 a professora Olívia observou as personagens<br />
Guardas e nos questionou sobre as suas posturas. Dando-nos o exemplo de um<br />
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