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processos de territorialização e identidades sociais - UFSCar

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Apresentação XI<br />

A vulnerabilida<strong>de</strong> social assume várias configurações que configuram o risco<br />

permanente enfrentado por grupos <strong>sociais</strong>. Oliveira e Valle apresentam os trabalhadores<br />

informais do centro <strong>de</strong> Manaus e suas estratégias <strong>de</strong> permanecerem na<br />

ativida<strong>de</strong> enquanto camelôs. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvidas por esses<br />

trabalhadores se constituem em estratégias <strong>de</strong> sobrevivência daqueles que se encontram<br />

nas “margens” <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> trabalho restrito e exclu<strong>de</strong>nte. Utilizando<br />

como referência as re<strong>de</strong>s <strong>sociais</strong> e a nova sociologia econômica, os autores<br />

reconstroem as tramas relacionais em torno da Praça <strong>de</strong> Matriz, na qual as regras<br />

<strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> substituem a racionalização burocrática dos contratos formais <strong>de</strong><br />

trabalho. A confiança se constitui em elemento fundamental nas relações <strong>de</strong> parentesco<br />

e amiza<strong>de</strong> marcadas pela reciprocida<strong>de</strong> no enfrentamento das condições<br />

<strong>de</strong> trabalho na rua, nas quais diversos atores se enfrentam e convivem. Baseado<br />

em trabalho etnográfico junto a esses trabalhadores, o capítulo discute o mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus, o processo migratório em sua constituição e<br />

configuração, e a informalida<strong>de</strong> nas ruas da cida<strong>de</strong>, reconstruindo os diversos nós<br />

relacionais entre os diversos atores e ativida<strong>de</strong>s que o constituem como camelôs,<br />

artistas, pregadores, carregadores, fiscais da prefeitura, agiotas e invasores.<br />

Finalizando a coletânea, Mello, Fittipaldy e Costa discutem teoricamente a<br />

gestão do conhecimento, globalização e <strong>de</strong>senvolvimento, recuperando, em certa<br />

medida, os <strong>de</strong>bates presentes na primeira parte, somados à questão da importância<br />

da inovação nas políticas públicas, numa perspectiva mais normativa para a<br />

implementação <strong>de</strong>ssas políticas. Para tanto, são recolocadas questões como territorialida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento regional e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, e o progresso<br />

técnico científico como estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local. A importância do<br />

capital social e re<strong>de</strong>s na cooperação e no facilitamento das transações econômicas<br />

manifesta-se na importância assumida pelas organizações locais no conhecimento<br />

das realida<strong>de</strong>s constituintes e, daí, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar suas especificida<strong>de</strong>s<br />

na elaboração <strong>de</strong> políticas.<br />

O conjunto <strong>de</strong> textos apresenta importante contribuição para o conhecimento<br />

da “questão amazônica” em suas múltiplas dimensões e especificida<strong>de</strong>s. A<br />

globalização incorpora territórios ressignificando-os, criando e recriando i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

<strong>sociais</strong> num processo conflitivo, no qual distintos atores estão envolvidos em um<br />

embate permanente <strong>de</strong> interesses, projetos e resistências. O <strong>de</strong>senvolvimento regional<br />

insere-se na globalização econômica on<strong>de</strong> velhos e novos atores se enfrentam<br />

na apropriação <strong>de</strong> novos espaços e territórios, nos quais a floresta aparece como<br />

uma commodity a ser explorada, como marketing político <strong>de</strong> políticas públicas variadas<br />

e nos quais trabalhadores rurais e urbanos e populações tradicionais continuam<br />

on<strong>de</strong> sempre estiveram, nas margens, excluídos e vulneráveis ao risco dos novos<br />

tempos do capitalismo global.<br />

São Carlos, outubro, 2011<br />

Jacob Carlos Lima

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