processos de territorialização e identidades sociais - UFSCar

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14 Processos de Territorialização e Identidades Sociais (Volume II) As queimadas estão entre os principais contribuintes para a emissão de poluentes na atmosfera, como os gases do efeito estufa e os particulados. A exposição à maioria dos poluentes atmosféricos é causa potencial de problemas de saúde; segundo Souza (2008), as partículas com diâmetro aerodinâmico menor que 2,5 µm têm a alta probabilidade de deposição nas partes mais profundas do trato respiratório humano, onde desencadeiam uma série de efeitos negativos em virtude de sua natureza física, química, toxicológica e carcinogênica. A presença de poluentes atmosféricos na Amazônia, segundo Duarte (2007: 44), tem dois componentes principais: as queimadas florestais de efeito local e regional e as queimadas urbanas. Nos dias de altas concentrações de fumaça no céu de Rio Branco, o sol é avermelhado (ver Foto 1) e a visibilidade, que nos meses de chuva possui valores característicos ≤ 0,1 km – com visibilidade em torno de 40 km –, alcançou em 2005 e 2010 valores superiores a 2,5 km, com visibilidade abaixo de 1 km. Foto 1 BR 364 em frente à UFAC às 12 horas. Foto: M. J. Morais, em julho de 2010. A baixa umidade relativa do ar, combinada aos baixos índices pluviométricos, à relativa intensidade dos ventos e à alta concentração de poluentes, provoca o aumento de casos de complicações respiratórias. Para a saúde humana, os malefícios são facilmente observáveis cidade afora: uma multidão de pessoas apresentando sintomas como tosse seca, nariz entupido, rouquidão, irritação nos olhos, nariz e garganta, falta de ar, cansaço, vermelhidão e alergia na pele, conjuntivite, chiado, asma, bronquite e até doenças cardiovasculares. As crianças são as que mais se ressentem (SOUZA, 2008). A matéria jornalística intitulada “Fumaça dobra a demanda das doenças respiratórias nas UPAs”, veiculada na imprensa local em 18-08-2010, relatava que no mês de agosto os atendimentos médicos dobraram nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Rio Branco. “Enquanto em meses normais (sem fumaça) as UPAs registram, juntas, média de 400 atendimentos para problemas respiratórios por semana”, em agosto a demanda foi de 700 a 800 ocorrências
Cap. I Fronteiras Amazônicas e os “Focos de Calor” – o que as fumaças ocultam e revelam? 15 semanais. Os maiores prejudicados pelas partículas sólidas/tóxicas das fuligens têm sido as crianças, seguidas dos idosos (www.ac.24horas.com). Na UPA do Tucumã, informa a reportagem, foram 349 casos de Infecções Respiratórias Agudas (IRAs) na 1ª semana de agosto, e 330 na semana de 8 a 14, somando 679 no mês. O Gráfico 1 reflete a relação entre a ocorrência de queimadas e de internações de crianças e idosos dos anos de 2000 a 2006, em que se pode perceber a alta concentração no ano de 2005. 350% 300% 250% 200% 150% 100% 50% 0% – 50% – 100% – 150% 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 Focos 1 a 4 anos > 65 anos 200% 150% 100% 50% 0% – 50% – 100% Gráfico 1 Rio Branco: média anual da ocorrência de focos de calor e internações por problemas respiratórios em crianças de 1 a 4 anos e circulatórios em idosos acima de 65 anos, no período de queimadas de 2000 a 2006. Fonte: SOUZA, 2008. Gráfico 2 Acre: atendimentos das doenças respiratórias no período de 25-2-2009 a 19-10-2010. Fonte: SEMA, 2010.
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Figura 1 Desmatamento na região su
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SOBRE OS AUTORES Alessandra Severin
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