Visualizar monografia
Visualizar monografia
Visualizar monografia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
consi derada u m pri ncí pi o absol ut o de condut a se m observância das circunstânci as nas quais o<br />
at o te m l ugar.<br />
Dest a f or ma, col ocare mos u m exe mpl o t ext ual que mostra a f or mação do Her ói e a<br />
i mportânci a da mort e para el e. No arti go: de Teodor o Rennó ( 1995, p. 54), apresent a u m<br />
exe mpl o citado por Vernant 3 que mostra a demonstração do f unda ment o met afísico do<br />
herói co: co mo exe mpl o, é citado a últi ma parte do discurso de Sar perdon e Gl auco no cant o<br />
XII da Ilíada.<br />
(...) Ah, caro a mi go, se, acaso, escapando da guerra terrível,<br />
livres ficásse mos se mpre da triste vel hice e da Morte,<br />
não me verias, por cert o, a lut ar na dianteira dos nossos,<br />
ne m te faria ingressar nas batal has que aos homens dão gl ória.<br />
Mas, ao invés disso, cercados esta mos por muit os perigos<br />
e pela Morte, da qual escapar ni ngué m pode ou exi mir-se.<br />
Va mos, portant o, a dar gl ória a qual quer, ou de al gué m recebê-las.<br />
(Il. XII, 322-328)<br />
De acor do co m as reflexões de Ver nant, citado por Teodor o Rennó (1995),<br />
pode mos observar que el e subli nhou a mort alidade co mo f unda ment o último do at o herói co.<br />
Assi m para os heróis, a verdadeira mort e era a velhi ce, o esqueci ment o e a covardia. Por outro<br />
lado, estar vi vo era ser endeusado, l e mbrado co m grande ad miração, possui ndo gl ória<br />
i mperecí vel. Todavi a, não se segue daí que “ultrapassa-se a morte acol hendo-a e m vez de a<br />
sofrer (...)” ( Ver nant apud Teodor o Rennó 1995. p. 54), na medi da e m que não é possí vel fazer<br />
coi nci dir o feit o heróico e a mort e, a menos que se trate da mort e de u m outro, do i ni mi go. É<br />
assi m que pode mos perceber na ulti ma frase do discurso de Sar pédon: adquire-se a gl oria pel a<br />
mort e infligi da, ao ini mi go, mais é este que adquire por „sua‟ própria morte.<br />
Um bo m exe mpl o para a gl ória conquistada está na morte de Pátrocl o. Tendo<br />
como oponent e Heit or, u m guerreiro de i ncont estável val or, que acabou ceifando-l o a vi da,<br />
sua morte foi senti da i mensa ment e pel o seu a mi go Aquiles e por todos os aqueus:<br />
Todos, assi m na ci dade ge mi a m. No entant o, os Aqui vos,<br />
logo que as naus alcançara m e a praia do vast o Helespont o,<br />
se dispersara m, e m busca dos barcos de proas recurvas,<br />
com exceção dos Mir mí dones fortes, que Aquiles reteve.<br />
3 VERNANT, Jean- Pi erre. “A bel a morte e o cadáver ultrajado” (tradução de Elisa A. Kossovi ch e João A.<br />
Hansen) in Discurso nº 9. São Paul o: Edit ora Ci ênci as Hu manas, 1979<br />
19