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SHIRLEY VILHALVA - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

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PARTE II - TRAJETÓRIA EM BUSCA DA LÍNGUA DE SINAIS<<strong>br</strong> />

ENTRE OS POVOS INDIGENAS<<strong>br</strong> />

O despertar para a militância na comunidade surda, sendo que,<<strong>br</strong> />

neste período, ainda estava com um projeto a ser realizado em Corumbá:<<strong>br</strong> />

o Encontro Sul - Mato - Grossense de Surdos em 1991. Tudo organizado<<strong>br</strong> />

com objetivo de levar informações so<strong>br</strong>e a língua de sinais ao interior do<<strong>br</strong> />

Estado de Mato Grosso do Sul, com o apoio de amigos surdos e<<strong>br</strong> />

ouvintes de outros Estados através da FENEIS 7 . Entre uma atividade e<<strong>br</strong> />

outra, meu colega de faculdade aparece em casa com um Cesto<<strong>br</strong> />

Xavante 8 , onde carregam os bebês índios. Fiquei fascinada ao ver o<<strong>br</strong> />

cesto que recordava a visita na aldeia, e, de repente, ele me disse: “É um<<strong>br</strong> />

presente da Aldeia Xavante pela sua estada por lá”. Eu fiquei surpresa,<<strong>br</strong> />

pois sabia para que servia o cesto e ele insistiu em uma resposta que foi:<<strong>br</strong> />

“é para você guardar o bebê”. Desconfiada de que devia haver algo de<<strong>br</strong> />

errado com o presente - antes da entrega ele me mostrou como as mães<<strong>br</strong> />

índias usavam o cesto -, eu reforcei o agradecimento e expliquei que<<strong>br</strong> />

naquela oportunidade guardaria os meus livros de leituras diárias dentro<<strong>br</strong> />

do cesto.<<strong>br</strong> />

O Encontro Sul - Mato - Grossense de Surdos aconteceu no<<strong>br</strong> />

final de 1991, ocasião na qual a comissão organizadora e palestrantes<<strong>br</strong> />

tiveram oportunidade de fazer uma excursão pelo Pantanal Sul - Mato -<<strong>br</strong> />

Grossense. Fiquei imaginando que o paraíso também tem seus<<strong>br</strong> />

contrastes tudo pode acontecer; e de volta a Campo Grande, logo soube<<strong>br</strong> />

que estava grávida. Pensei no cesto e tudo que veio ao meu pensamento<<strong>br</strong> />

é que não era para os livros.<<strong>br</strong> />

Para meu parto, tive a oportunidade de conseguir um espaço<<strong>br</strong> />

para intérprete de língua de sinais no hospital. A Psicóloga e intérprete<<strong>br</strong> />

Maria Arlete Rocha acompanhou a gravidez, o parto e pós-parto 9 . Com<<strong>br</strong> />

7 Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos<<strong>br</strong> />

8 Cestos: Os Xavante possuem muitos cestos e cestinhas, de diversos tamanhos, com ou sem<<strong>br</strong> />

tampa, de acordo com o uso ao qual se destinam. Eles são fa<strong>br</strong>icados pelas mulheres com<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>otos de buriti, ou de buritirana, quando se trata de cestos pequenos. Particular cuidado é<<strong>br</strong> />

dispensado à fa<strong>br</strong>icação do Cesto-Berço. A alça é fa<strong>br</strong>icada pelo homem; é também o homem<<strong>br</strong> />

que prepara as esteirazinhas que são colocadas no interior do berço, juntamente com couros de<<strong>br</strong> />

veado ressequidos. No interior da casa, cabides de taquara servem para pendurar cestos ao teto<<strong>br</strong> />

da mesma. Fonte: Museu Dom Bosco – Campo Grande – MS.<<strong>br</strong> />

http://www.museu.ucdb.<strong>br</strong>/index.php?menu=etnologia&texto=etnologia_xavante_artesanato<<strong>br</strong> />

9 O trabalho de parto e a atividade de interpretação de língua de sinais durante o parto se<<strong>br</strong> />

encontram registrados em vídeo, utilizado em diversas palestras so<strong>br</strong>e a importância e o direito<<strong>br</strong> />

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