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SHIRLEY VILHALVA - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

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uso de sinais e verificamos que, nem sempre, nesta mesma comunidade,<<strong>br</strong> />

outro surdo faz uso destes mesmos sinais. Às vezes, somente a família<<strong>br</strong> />

compreende os sinais, que não são ensinados, mas sim incorporados<<strong>br</strong> />

conforme as necessidades do dia-a-dia.<<strong>br</strong> />

Frente a isso, vários questionamentos surgem. Como se define<<strong>br</strong> />

que um sistema de comunicação é uma língua? Como acontece a<<strong>br</strong> />

aquisição da linguagem e aprendizagem dos sinais emergentes?<<strong>br</strong> />

Consideramos anteriormente que a língua é adquirida e usada<<strong>br</strong> />

em contextos sociais, servindo a uma necessidade imediata de<<strong>br</strong> />

comunicação e como instrumento do pensamento. Pareceu-nos que<<strong>br</strong> />

aquela comunicação usada pelos índios surdos servia para esses fins.<<strong>br</strong> />

Contudo, nos faltava uma definição acadêmica, científica que nos<<strong>br</strong> />

permitisse denominá-la de língua.<<strong>br</strong> />

Nonaka 26 coloca que desde 1960, quando se iniciaram os<<strong>br</strong> />

estudos linguísticos e antropológicos em referência às línguas de sinais,<<strong>br</strong> />

a maior parte das investigações tem incidido so<strong>br</strong>e as línguas de sinais<<strong>br</strong> />

nacionais ou padrão, usadas pelos surdos de diferentes países, com<<strong>br</strong> />

escassa atenção às línguas de sinais usadas pelos indígenas em sua<<strong>br</strong> />

comunicação original. Embora vulneráveis à extinção, o estudo dessas<<strong>br</strong> />

línguas pode expandir nossa compreensão so<strong>br</strong>e a linguagem universal,<<strong>br</strong> />

tipologias de língua, linguística histórica comparativa, e outras áreas.<<strong>br</strong> />

A pesquisadora, em seu artigo “As lìnguas ameaçadas e<<strong>br</strong> />

esquecidas: lições so<strong>br</strong>e a importância do registro da língua de sinais<<strong>br</strong> />

Ban Khor da Tailandia” 27 - no original The forgotten endangered<<strong>br</strong> />

languages: Lessons on the importance of remembering from Thailand‟s<<strong>br</strong> />

Ban Khor Sign Language - , apresentou um estudo de caso da Tailândia<<strong>br</strong> />

junto aos indígenas, descrevendo o problema da falta de discussão so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

línguas de sinais em curso nas línguas indígenas. Nonaka defende ainda<<strong>br</strong> />

o registro das línguas indígenas por elas existirem e se encontrarem<<strong>br</strong> />

ameaçadas de extinção, sugerindo também a expansão das discussões<<strong>br</strong> />

para incluir nos registros as línguas visuo-espaciais.<<strong>br</strong> />

Concomitante às visitas às aldeias, buscávamos nos estudos<<strong>br</strong> />

linguísticos respostas para alguns dos nossos questionamentos. Ao<<strong>br</strong> />

definir língua como um sistema de regras abstratas, como um sistema de<<strong>br</strong> />

26 NONAKA, Angela M. The forgotten endangered languages: Lessons on the importance of<<strong>br</strong> />

remembering from Thailand's Ban Khor Sign Language . Nonaka, Angela M. Language in<<strong>br</strong> />

Society 33, 737–767. Printed in the United States of America, Cam<strong>br</strong>idge University, 2004.<<strong>br</strong> />

27 Tradução nossa.<<strong>br</strong> />

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