SHIRLEY VILHALVA - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

posicionamento pode ser visto em Sacks 42 que adentrou na comunidade<br />
surda, viajando para diversos lugares, interessando-se pela história,<br />
língua, cultura e dificuldades dos povos pesquisados. No Brasil,<br />
identificamos nessa linha os trabalhos de Ribeiro 43 , que em suas<br />
expedições às aldeias indígenas identificou a existência de surdos<br />
Kaapor. A Brito 44 foi primeira linguísta a descrever a existência de uma<br />
língua de sinais indígena, a Língua de Sinais Kaapor Brasileira (LSKB).<br />
Fica evidente, frente aos exemplos citados, que esse olhar possui uma<br />
grande relevância, pois leva a um esforço de compreensão dos processos<br />
de dentro da cultura e mostra como língua e cultura são intrinsecamente<br />
relacionadas.<br />
2.2. DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA<br />
A partir de dados da Secretaria de Estado de Educação de Mato<br />
Grosso do Sul desenvolvemos um levantamento das regiões, cidades e<br />
aldeias onde havia pessoas índias surdas. Fizemos uma tabela onde<br />
fomos catalogando as comunidades indigenas (anotamos aqui que em<br />
Mato Grosso do Sul é chamado por aldeias as localizações onde estão as<br />
comunidades indigenas), etnia que pertenciam e as línguas (orais)<br />
indigenas que falavam seus familiares.<br />
Tabela 1. Mapa do local da pesquisa e localização da comunidade<br />
indigena<br />
42<br />
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia<br />
das letras, 1998<br />
43<br />
RIBEIRO, Darcy. Diários Índios: os Urubus-Kaapor. São Paulo: Companhia das Letras,<br />
1996.<br />
44<br />
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática da Língua de Sinais. Rio de Janeiro: Tempo<br />
Brasileiro: UFRJ, Departamento de Lingüística e Filologia, 1995.<br />
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