SHIRLEY VILHALVA - Ronice.cce.prof.ufsc.br - UFSC

2 - A NATUREZA DO PROBLEMA: UMA SÍNTESE<br />
METODOLÓGICA<br />
Neste capitulo são delineados os procedimentos teóricometodológicos<br />
utilizados no desenvolvimento da pesquisa. São<br />
exploradas também algumas considerações interessantes a que<br />
chegamos após a realização da “Roda de Conversa: Índios Surdos e sua<br />
lìnguas de sinais”, que nos auxiliou a perceber como as lìnguas de sinais<br />
familiares estão emergindo no contexto plurilíngue das terras indígenas<br />
do Mato Grosso do Sul.<br />
2.1 POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO AO OBJETO DE<br />
PESQUISA<br />
O presente projeto tem como objeto uma pesquisa investigatória<br />
sobre os sinais emergentes utilizados pelos indígenas surdos e seus<br />
familiares, e como estes se comunicam na escola indígena. A pesquisa<br />
sobre sinais emergentes foi realizada numa perspectiva de mapear e<br />
registrar, através do olhar de como as línguas de sinais familiares estão<br />
emergindo no contexto plurilíngue, especificamente nas aldeias<br />
Jaguapiru e Bororo das comunidades indígenas do município de<br />
Dourados no estado de Mato Grosso do Sul.<br />
A busca da produção de conhecimento com a meta de registrar<br />
os sinais emergentes das comunidades indígenas, como já dito na<br />
introdução, a fim de garantir que a cultura do índio surdo nas suas<br />
diferenças e nas suas especificidades, seja cultural ou linguística.<br />
Buscamos embasar os registros propostos para os sinais emergentes nos<br />
estudos linguísticos aplicados ao ensino de línguas de sinais.<br />
A base da pesquisa, nesse sentido, será a problemática dos<br />
sinais emergentes usados na comunicação do indígena surdo. Toda a<br />
documentação (filmada, fotografada e escrita) pesquisada serviu de base<br />
para a produção deste projeto.<br />
A idéia de buscar um tipo de investigação que retrate o “ponto<br />
de vista do nativo” tornou-se visível com as reflexões teóricas do<br />
antropólogo Clifford Geertz (1978) 38 . Contrariando o que era defendido<br />
pelas correntes da antropologia até então usuais, como o estruturalismo<br />
e o cognitivismo, que focalizavam especialmente a busca de categorias<br />
38 GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.<br />
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