UNIESP 6 Maria Emilia Miranda de Toledo* O QUE É POESIA ...

More documents

Recommendations

Info

Fui eu madr’em romaria a Faro com meu amigo e venho d’el namorada, por quanto falou comigo, ca me iurou que morria por mi: tal ben me queria! Leda venho da ermida desta vez leda serey ca faley com meu amigo que sempre (muito ) deseiey, ca me iurou que morria por mi: tal bem me queria! CANTIGA DE AMIGO Joan de Requeixe – C.V. 894 Du m’eu vi com meu amigo, du = de onde vin leda, se Deus mi perdon ca nunca lhi cuyd’a mentir, por quanto m’el diss’enton ca me iurou que morria por mi: tal bem me queria! ERA CLÁSSICA Todos os poetas clássicos (Camões, Petrarca, Garcilaso de la Vega) têm, entre si, grande identificação. Todos cantam: a mesma paixão, o mesmo amor eterno pela mesma mulher, as mesmas dores e desilusões amorosas, idênticos ideais e igual consciência da fugacidade da vida. 11 TEMA
Apesar de cantarem amores irrealizados, não correspondidos, os clássicos não se desesperam, não se angustiam. Cantam a grandeza e eternidade do amor que vive na alma do amante. O Amor é visto como um valor absoluto e um elemento básico para a realização integral do Homem. O amor pertence a uma supra-realidade, ao mundo dos valores ideais e absolutos. É valor universal, eterno, cuja realização no plano terreno é o amor imperfeito, como toda a matéria, e apenas reflexo do verdadeiro Amor. Como o ideal clássico apontava para a universalização dos sentimentos, à encampação do individual pelo universal – porque só neste existia a eternidade e a verdadeira essência das coisas – o elemento mitológico (devido à carga simbólica universal) torna-se um dos recursos mais usados como instrumento de despersonalização. Finalmente, podemos dizer que Classicismo é a época literária que se fundamenta na imitação da estética literária seguida pelos autores gregos e latinos. Essa época abrange os séculos XVI, XVII e XVIII, quer dizer, os períodos do Renascimento, do Barroco e do Neoclassicismo ou Arcadismo. Do século XVI (Classicismo Renascentista) é o soneto seguinte de Camões: Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que doi, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar - se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. UNIESP 12
Page 1 and 2: Autor e Texto Author - Text Maria E
Page 3 and 4: História - Narra o real - Narra o
Page 5: de cada um desses movimentos, que a
Page 9 and 10: Mas no Sol e na luz, falta a firmez
Page 11 and 12: classicismo, conquistou uma nova po
Page 13 and 14: - Um parcimonioso uso de metáforas
Page 15 and 16: evelação do mundo interior do art
Page 17 and 18: Livro de Mágoas...Dores...Ansiedad
Page 19 and 20: 4. Integração poética da civiliz
Page 21 and 22: De mãos nas costas! Marco eu o com
Page 23 and 24: Meu irmão pequeno dormia. Eu sozin

UNIESP 6 Maria Emilia Miranda de Toledo* O QUE É POESIA ...

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?