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Educação Matemática em Revista (Rio Grande do Sul), v. 7 ... - Unifra

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denomina<strong>do</strong>res das frações <strong>do</strong> primeiro m<strong>em</strong>bro, a saber: uma expressão quadrática, que é<br />

automaticamente associada à fórmula de Bhaskara. Pod<strong>em</strong>os dizer que há falta <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> de<br />

estrutura? Os alunos reconheceram uma expressão algébrica previamente estudada, a<br />

expressão quadrática, e rel<strong>em</strong>braram uma manipulação a ser realizada com tal expressão, o<br />

uso da fórmula de Bhaskara para determinar as raízes <strong>do</strong> polinômio. No entanto, não era este<br />

o objetivo da questão, ou seja, faltou, <strong>em</strong> nosso entender, antes de tu<strong>do</strong>, o reconhecimento de<br />

que havia uma equação, <strong>em</strong> que a solução estava a exigir uma operação com frações<br />

algébricas. E, neste ponto, falhou o reconhecimento da estrutura da adição, <strong>em</strong> que as partes<br />

são duas frações algébricas e a operacionalização dessa adição se faz por meio da<br />

determinação <strong>do</strong> denomina<strong>do</strong>r comum.<br />

Faltou, também, <strong>em</strong> nosso entender, a visualização de uma outra estrutura, que é a<br />

multiplicação de fatores lineares; ou seja, como passar <strong>do</strong> registro de representação<br />

(x+5)(2x+9) para o registro 2x 2 +19x+45. Duval (2003) aponta, de certa forma, essas<br />

dificuldades <strong>do</strong>s alunos, ao dizer:<br />

Numerosas observações nos permitiram colocar <strong>em</strong> evidência que os<br />

fracassos ou bloqueios <strong>do</strong>s alunos, nos diferentes níveis de ensino aumentam<br />

consideravelmente cada vez que uma mudança de registro é necessária ou<br />

que a mobilização simultânea de <strong>do</strong>is registros é requerida. (p. 210).<br />

Concordamos, ainda, com o mesmo autor, quan<strong>do</strong> ele cita Vygotsky para denunciar o<br />

engano de considerar que todas as representações de um mesmo objeto mat<strong>em</strong>ático têm o<br />

mesmo conteú<strong>do</strong>. Efetivamente, vimos que os alunos não reconheceram, na expressão <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />

esquer<strong>do</strong> da equação, uma adição de frações cujos denomina<strong>do</strong>res poderiam ser multiplica<strong>do</strong>s<br />

para obter o denomina<strong>do</strong>r da fração <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito, o que simplificaria extr<strong>em</strong>amente a<br />

resolução. Ou seja, os estudantes não reconheceram o registro<br />

equivalente a<br />

1 1<br />

+<br />

x + 5 2x<br />

+ 9<br />

como sen<strong>do</strong><br />

3x<br />

+ 14<br />

, o que lhes permitiria igualar os <strong>do</strong>is m<strong>em</strong>bros e obter uma<br />

2<br />

2x<br />

+ 19x<br />

+ 45<br />

simples equação de primeiro grau.<br />

O que fazer para ensinar os alunos a “ver” uma estrutura algébrica e reconhecer as<br />

possibilidades de trabalhar sobre ela? Pode-se ensinar “senti<strong>do</strong> de estrutura”? Essas são<br />

perguntas pertinentes, quan<strong>do</strong> se busca, como na pesquisa que estamos realizan<strong>do</strong>,<br />

desenvolver atividades para explorar as dificuldades detectadas. Hoch e Dreyfus (2004),<br />

depois de mostrar a professores de ensino médio as mesmas questões aplicadas aos estudantes<br />

participantes de sua pesquisa, constataram que apenas 50% tinham o “senti<strong>do</strong> da estrutura”,<br />

resolven<strong>do</strong> rapidamente a questão. Aqueles que não têm esse “senti<strong>do</strong>”, provavelmente não

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