Educação Matemática em Revista (Rio Grande do Sul), v. 7 ... - Unifra
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é possível elaborar estratégias de ensino que venham cont<strong>em</strong>plar as necessidades <strong>do</strong>s<br />
estudantes, <strong>em</strong> uma tentativa de qualificar o processo de ensino e aprendizag<strong>em</strong> de<br />
<strong>Mat<strong>em</strong>ática</strong>, <strong>em</strong> qualquer nível de ensino.<br />
Vamos, a seguir, apresentar as etapas da análise de conteú<strong>do</strong>, para, posteriormente,<br />
estabelecer uma analogia entre essa meto<strong>do</strong>logia e a que <strong>em</strong>pregamos para fazer análise <strong>do</strong><br />
conteú<strong>do</strong> das respostas a questões de <strong>Mat<strong>em</strong>ática</strong>.<br />
Para indicar as fases da análise de conteú<strong>do</strong>, nos apoiamos <strong>em</strong> alguns autores que<br />
discorr<strong>em</strong> sobre o t<strong>em</strong>a. Bardin (1979) considera que há três fases principais: pré-análise,<br />
exploração <strong>do</strong> material e tratamento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, com inferência e interpretação. Triviños<br />
(1987) as renomeia como: pré-análise, descrição analítica e interpretação inferencial. Moraes<br />
(1999) indica cinco etapas para o processo: preparação das informações; unitarização;<br />
categorização; descrição; e interpretação. Consideramos que esta última proposta detalha mais<br />
as fases apontadas pelos outros autores e vamos nos apoiar nela para explicitar os passos <strong>do</strong><br />
processo.<br />
O material utiliza<strong>do</strong> pelo investiga<strong>do</strong>r pode ser obti<strong>do</strong> por meio de questionários,<br />
entrevistas, <strong>do</strong>cumentos, relatos de observações, etc. Ao fazer uma leitura “flutuante” sobre<br />
esse material, <strong>em</strong> que se deixa impregnar pelos da<strong>do</strong>s, o pesquisa<strong>do</strong>r determina o corpus da<br />
pesquisa, ou seja, o campo no qual vai ser focalizada a atenção. (TRIVIÑOS, 1987). A<br />
preparação <strong>do</strong> material envolve, assim, a escolha e organização <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, etapa <strong>em</strong> que o<br />
investiga<strong>do</strong>r precisa estar certo de que não foram descartadas informações; de que os<br />
<strong>do</strong>cumentos são homogêneos, ou seja, são to<strong>do</strong>s referentes a um mesmo t<strong>em</strong>a; de que são<br />
adequa<strong>do</strong>s para a análise. A preparação inclui, também, uma parte mais técnica, que consiste<br />
na disponibilização <strong>do</strong> material <strong>em</strong> algum meio físico: transcrição de gravações, elaboração<br />
de fichas, cópias xerográficas de <strong>do</strong>cumentos, etc.<br />
Em seguida, to<strong>do</strong> o material é li<strong>do</strong> novamente e inicia-se o processo de unitarização,<br />
consistin<strong>do</strong> <strong>em</strong> determinar as unidades de significa<strong>do</strong>, que pod<strong>em</strong> ser “palavras, frases, termos<br />
ou mesmo <strong>do</strong>cumentos <strong>em</strong> sua forma integral.” (MORAES, 1999, p. 16). Ao estabelecer as<br />
unidades, a elas são atribuí<strong>do</strong>s códigos, que pod<strong>em</strong> ser letras, números ou uma combinação de<br />
ambos.<br />
Toda pesquisa qualitativa envolve a percepção <strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>r; nesse caso, a<br />
unitarização e a codificação serão feitas de acor<strong>do</strong> com os pressupostos teóricos da<br />
investigação e as concepções de seu autor. No entanto, s<strong>em</strong>pre precisamos cuidar para que as<br />
unidades possam “ser interpretadas s<strong>em</strong> auxílio de nenhuma informação adicional”<br />
(MORAES, 1999, p. 17), pois serão agrupadas e interpretadas fora <strong>do</strong> contexto inicial.