XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP -- 2008
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apresentar uma abor<strong>da</strong>gem micro-regional <strong>da</strong> estratificação social e <strong>da</strong> aplicação do trabalho livre e escravo em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
escravistas e/ou camponesas. O predomínio <strong>da</strong> agropecuária na economia mineira manteve a estrutura escravista, porém também<br />
mostrou formas <strong>de</strong> organização do trabalho calca<strong>da</strong>s na mão-<strong>de</strong>-obra livre, como o trabalho camponês, centro <strong>da</strong> discussão que<br />
evi<strong>de</strong>nciamos. Nossos esforços concentraram-se na abor<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> alguns povoamentos do interior do termo <strong>de</strong> Mariana, extenso<br />
município <strong>da</strong> região central <strong>de</strong> Minas Gerais, on<strong>de</strong>, predominavam, na primeira meta<strong>de</strong> do século XIX, as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agropastoris.<br />
Foram analisa<strong>da</strong>s listas nominativas <strong>de</strong> habitantes e inventários post-mortem <strong>de</strong> chefes <strong>de</strong> domicílios <strong>da</strong> freguesia <strong>de</strong> Furquim no<br />
período que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1821 a 1850, quando a produção e circulação <strong>de</strong> alimentos consoli<strong>da</strong>ram-se como eixo central <strong>da</strong><br />
economia mineira. As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas que utilizavam majoritariamente o trabalho livre ou um pequeno número <strong>de</strong> escravos<br />
se assemelhavam em suas características econômicas, <strong>de</strong>mográficas e produtivas. Dessa forma a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou certa<br />
flui<strong>de</strong>z e indistinção no tocante à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir a pequena proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escravos em categorias como "camponês" ou<br />
"escravista". Por outro lado, a pesquisa mostrou uma significativa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acumulação <strong>da</strong> elite escravista local, composta<br />
por fazen<strong>de</strong>iros, como na Freguesia <strong>de</strong> Furquim, e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s comerciantes, como na vila se<strong>de</strong> do termo <strong>de</strong> Mariana.<br />
ANDREAZZA, Maria Luiza. Categorias sociais e espaciais produzi<strong>da</strong>s pelo recenseamento <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> Curitiba <strong>de</strong> 1765.<br />
Comunicação apresenta<strong>da</strong> no <strong>XVI</strong> <strong>Encontro</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>Populacionais</strong>, <strong>ABEP</strong>, Caxambu (MG), 29 <strong>de</strong> set. a 3 <strong>de</strong> out. <strong>de</strong><br />
<strong>2008</strong>. Disponível em:<br />
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro<strong>2008</strong>/docsPDF/<strong>ABEP</strong><strong>2008</strong>_1361.pdf<br />
RESUMO. A comunicação se ocupa em <strong>de</strong>talhar um exercício <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s palavras utiliza<strong>da</strong>s na lista <strong>de</strong> 1765 para<br />
i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> que forma elas serviram para categorizar e estabelecer diferenças entre as pessoas e os lugares, no termo <strong>da</strong> vila <strong>de</strong><br />
Curitiba. É <strong>de</strong> conhecimento geral a ampla variação dos indicadores coletados pelos primeiros recenseamentos coloniais, parte<br />
<strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> orientação homogênea e parte <strong>de</strong>vido ao arbítrio dos responsáveis localmente por sua elaboração. É nessa<br />
relativa autonomia <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais que, creio eu, o pesquisador po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as categorias sociais que estavam ativas.<br />
Já que as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> capitania não enviaram critérios para enquadrar a população, é legitimo supor que os recenseadores<br />
rotularam as pessoas no interior <strong>de</strong> categorias que, a eles, <strong>de</strong>tinham significados para <strong>de</strong>marcar as singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos<br />
integrantes <strong>da</strong>quele corpo social. Longe <strong>de</strong> ser um treinamento <strong>de</strong> positivismo histórico, a intenção foi colher as categorias<br />
'vivas', que construíram os sujeitos sociais presentes na lista <strong>de</strong> 1765. Subjaz essa intenção a crença <strong>de</strong> ser a taxionomia<br />
po<strong>de</strong>roso instrumento <strong>de</strong> análise social. Com efeito, <strong>da</strong> atenção aos elementos presentes nas fontes documentais, po<strong>de</strong> resultar<br />
uma multiplicação <strong>de</strong> atores sociais que, sob critérios exclusivos <strong>de</strong> sexo, i<strong>da</strong><strong>de</strong> e condição, correm o risco <strong>de</strong> se manterem na<br />
opaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
BACELLAR, Carlos <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Prado. "Achados ao primeiro cantar dos galos": os subterfúgios do abandono <strong>de</strong> crianças na vila<br />
<strong>de</strong> Itu, capitania <strong>de</strong> São Paulo, 1698-1798. Comunicação apresenta<strong>da</strong> no <strong>XVI</strong> <strong>Encontro</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> <strong>Populacionais</strong>, <strong>ABEP</strong>,