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Colunas sociais e Ditadura Militar: Entre o mundo fictício ... - SBPJor

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Zózimo. O colunista trabalhava no Globo para a Coluna de Swann, quando se transferiu, em<br />

1969, um ano após o AI-5, para o Jornal do Brasil, passando a ter uma coluna própria com<br />

seu nome no título.<br />

Muniz Sodré argumenta que Zózimo conseguiu se destacar pelo estilo refinado,<br />

irônico, e também porque, ao contrário de Ibrahim, escrevia bem, freqüentemente em tom<br />

mordaz. Sua coluna, a exemplo do colunista do Globo, não se limitava ás notícias da alta<br />

sociedade, “praticando uma mistura jornalística de temática tradicional com informações<br />

políticas” (Sodré & Paiva, 2004, p.28). Era justamente esse “diferencial” de Zózimo que<br />

seria explorado pelo JB quando de sua contratação.<br />

Zózimo, na época, contava com apenas 27 anos. Sua transferência mereceu uma<br />

chamada de primeira página, que já então se preocupava em definir seu perfil diferenciado<br />

dos demais colunistas <strong>sociais</strong> brasileiros: ”Zózimo Barroso do Amaral traz para o JB a<br />

experiência que adquiriu como responsável pela coluna de Carlos Swann (...) É um jovem<br />

de 27 anos com cinco de jornalismo. Faz questão de esclarecer que não é colunista social e<br />

que sob sua assinatura o leitor encontrará noticiário diversificado, voltado para a vida da<br />

cidade.” (Ribeiro, 2001).<br />

O fato de um órgão da grande imprensa como o Jornal do Brasil valorizar o passe<br />

de Zózimo a ponto de realizar uma chamada de primeira página demonstra que o prestígio<br />

dos colunistas seguia intacto. No entanto, alguns trechos são sintomáticos do novo papel<br />

sobre o qual os jornais esperavam dos colunistas. Ressalte-se o trecho “faz questão de<br />

esclarecer que não é colunista social”, aliado a um recado ao leitor, que ali encontrará não<br />

só as notícias do grand monde, mas também “noticiário diversificado”. A maior abrangência<br />

de notícias seria estimulada, mudando então o perfil das colunas de maior destaque. Um<br />

processo que contou também com a modernização dos equipamentos e as mudanças<br />

sócio-econômicas na sociedade brasileira a partir de 1964.<br />

A modernização da imprensa durante o regime militar<br />

Como ressaltei no início deste artigo, a grande imprensa brasileira, a despeito das<br />

lutas posteriores pela liberdade de expressão e contra a censura, apoiou o golpe militar

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