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Colunas sociais e Ditadura Militar: Entre o mundo fictício ... - SBPJor

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No entanto, ao mesmo tempo em que jornais eram fechados, a repressão<br />

aumentava e muitos jornalistas desempregados partiam para a imprensa alternativa, ou<br />

“nanica”, o país passou por um período de forte crescimento econômico. <strong>Entre</strong> 1967 e 1973,<br />

o período conhecido como do “milagre econômico” possibilitou que o PIB crescesse a um<br />

ritmo de 10% ao ano, houve um incremento na produção industrial e um aumento<br />

considerável na produção de bens duráveis. Os militares financiaram a modernização da<br />

maior parte dos jornais que estão até hoje no mercado. A construção de sedes modernas, a<br />

compra e a importação de equipamentos foram feitas com financiamentos de bancos e<br />

instituições estatais, o que evidentemente representava um instrumento adicional de controle<br />

sobre a mídia (Abreu, 2002, p.21).<br />

O pleno desenvolvimento conseguido com o “milagre” não demorou a atrair a<br />

cobiça de empresas estrangeiras. Já nos referimos ao aumento das agências de publicidade.<br />

Nos anos 1970 o Brasil também assistiu à chegada das primeiras grandes agências de<br />

assessoria de imprensa e relações públicas, o que ajudaria a mudar o rosto do profissional de<br />

jornalismo. Agora, não eram só os profissionais da redação que buscariam e decidiriam o<br />

que era notícia, mas também os assessores de imprensa, que, entrincheirados em órgãos<br />

públicos e empresas privadas que queriam aumentar seu capital, forneciam informações<br />

diferenciadas aos órgãos de comunicação. Editores e jornalistas não mais teriam o privilégio<br />

de serem os únicos gatekeepers 2 das notícias – iriam agora dividir este trabalho com as<br />

sugestões de pautas contidas nos releases enviados pelos assessores de imprensa. Hoje em<br />

dia, quanto mais forte a agência, maior seu poder de influência no conteúdo editorial do<br />

jornal 3 .<br />

Nos principais centros do poder econômico e político nacional, São<br />

Paulo e Rio de Janeiro, e também em Brasília e nas principais<br />

capitais dos estados, surgiam as empresas de assessoria de imprensa<br />

e relações públicas, cuja clientela podia ir desde a nova rica, disposta<br />

a abrir na marra seu espaço nas colunas <strong>sociais</strong>, até o empresário<br />

bem sucedido, que necessitava fazer valer seus pontos de vista nas<br />

novas e bem-sucedidas editorias econômicas. Movidas a<br />

consideráveis somas de dinheiro, essas novas empresas do <strong>mundo</strong> da<br />

comunicação, emuladas de suas contrapartes estrangeiras, passaram<br />

a exercer considerável influência sobre as páginas editoriais dos

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