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A MORTE DE DANTON - Teatro Nacional D.Maria II

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no humor, no enredo ou nas personagens, ele não oferece desenvolvimentos fixos<br />

e constantes, nada que indique qualquer coisa cíclica, resolvida ou unificada. Em<br />

vez de uma revelação que se dá a um ritmo claramente medido, os seus trabalhos<br />

progridem através de uma sucessão de convulsões caleidoscópicas,<br />

representando aquilo a que se tem chamado a "lei da descontinuidade". A<br />

totalidade (“wholeness”) – quando aparece – é sempre falsa: uma pretensão, uma<br />

ilusão, no máximo um estado transitório. São sempre partículas que tecem<br />

grandes e discretos elementos que ele salienta num isolamento surpreendente, ou<br />

em aglomerações díspares e combinações que criam uma ideia constante de<br />

polivalência, mistério e paradoxo. Reside aqui o ponto alto da sua espetacular<br />

modernidade: aquilo que ele já faz nos anos 30 do século XIX irá parecer<br />

chocantemente original quando praticado pelos pintores, compositores e<br />

escritores mais avant-guardes do início do século XX. Mas isto também o torna<br />

especialmente difícil de interpretar. Em particular, coloca o problema da<br />

perspetiva: sendo tão díspares e discretos, os elementos do seu trabalho mudam<br />

de aspeto e de importância aparente de forma muito radical quando encarados<br />

de diferentes pontos de vista.<br />

Fotografias de ensaios © Jorge Gonçalves<br />

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