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A MORTE DE DANTON - Teatro Nacional D.Maria II

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“Büchner, apaixonadamente humano, politicamente rebelde, manifestando-se com<br />

impaciência, queria claramente que a forma da sua peça se ajustasse às suas<br />

visões radicais das personagens, da política e da história. A estrutura tradicional<br />

teria sido limitadora, já que a peça que é precursora, filosoficamente, do<br />

existencialismo do século vinte, que põe a nu o idealismo narcótico da ação<br />

pública, e que explode com as injunções aristotelianas. A Morte de Danton é a<br />

primeira peça a começar depois do seu clímax. O destino do protagonista – a sua<br />

execução pelo grupo de Robespierre – já está mais que decidido antes de a peça<br />

começar. A peça poderia igualmente chamar-se Danton a Morrer. Ele tenta<br />

defender-se devido à pressão dos seus amigos; no entanto, desde o primeiro<br />

momento da peça, o assunto está estabelecido na sua mente. Ele vai morrer.<br />

Assim, a intenção dramática inconvencional de Büchner forçou-o a prescindir das<br />

estruturas clássicas dos seus adorados Shakespeare e Goethe e a moldar a sua<br />

peça de uma maneira tão inovadora e explorativa como o seu pensamento”. (…) “A<br />

peça depende de um andamento, de um ritmo de progresso, de uma corrente de<br />

cenários que agora associamos ao cinema e que parecia estar, antecipadamente,<br />

na posse de Büchner. (...) Büchner, desprezando a prática teatral corrente,<br />

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