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feudais, não sabem o que seja o jus primae<br />
noctis. Em um território plano, os tiranos não<br />
podiam encontrar rios onde estabelecer linhas<br />
de defesa ou montanhas onde erguer seus<br />
castelos na rocha.”<br />
Apresentar a Suécia como berço da<br />
liberdade é empresa temerária. Uma análise<br />
menos deslumbrada do presente e passado<br />
suecos turva um pouco a beleza das tradições<br />
e instituições nacionais. Vilhelm Moberg, em<br />
Min Svenska Historia, estima em 100.000 o<br />
número de escravos do país durante os três<br />
primeiros séculos da Idade Média, ou seja, um<br />
quinto da população, estimada em 500.000<br />
pessoas. Os demais historiadores silenciam<br />
sobre o assunto. Como defesa de sua<br />
afirmação, Moberg apresenta fatos e<br />
documentos incontestáveis. Um dos parágrafos<br />
das Upplandslagens Manhelgdsbalk estipula<br />
que se alguém encontrar uma criatura ou<br />
escravo de um outro, receberá um terço do<br />
valor do achado. Outros diplomas da época<br />
provam ser o escravo nada mais que um<br />
pertence de seu senhor, que tinha o direito<br />
legal de cortar-lhe a perna ou braço (o que não<br />
interessava ao proprietário, pois diminuía-lhe a<br />
força de trabalho) e mesmo de matá-lo, desde<br />
que comunicasse à autoridade o fato no dia em<br />
que o cometera. Os escravos constituíam para<br />
os camponeses uma força de trabalho<br />
indispensável, executando tarefas julgadas<br />
indignas por seus senhores: alimentação dos<br />
porcos, ovelhas e cabras, limpeza dos<br />
estábulos, etc. O cavalo e o boi, animais de<br />
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