Historia da Educação Brasileira.p65 - Universidade Castelo Branco
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UNIDADE I<br />
OS OS PRIMÓRDIOS PRIMÓRDIOS DA DA ESCOLARIZAÇÃO ESCOLARIZAÇÃO NO<br />
NO<br />
BRASIL<br />
BRASIL<br />
Observando o programa <strong>da</strong> disciplina, percebemos<br />
que a primeira uni<strong>da</strong>de trata do início <strong>da</strong> escolarização<br />
em nosso país, ou seja, refere-se ao período do Brasil-<br />
Colônia e do Brasil-Império.<br />
No período colonial, surgem os jesuítas como os<br />
principais professores, que se tornam responsáveis<br />
durante 210 anos pela educação brasileira.<br />
Mas como era antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dos padres jesuítas?<br />
Antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> dos jesuítas, a educação não<br />
chegara a se escolarizar, ou seja, não havia necessi<strong>da</strong>de<br />
de uma instituição como a escola para preparar o<br />
indivíduo para as tarefas que a socie<strong>da</strong>de lhe exigia.<br />
As crianças e os jovens indígenas aprendiam<br />
participando diretamente <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des tribais, o que<br />
garantia praticamente a formação necessária para a<br />
vi<strong>da</strong> adulta.<br />
Com a vin<strong>da</strong> dos jesuítas dá-se continui<strong>da</strong>de ao<br />
processo de imposição cultural, basea<strong>da</strong> no modelo<br />
europeu vigente, pois a escola jesuítica enfatizava,<br />
pelo menos, três grandes objetivos: catequizar os<br />
índios, propagar a fé cristã e divulgar a cultura européia.<br />
1.1 1.1 - Os Jesuítas e o Início <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> <strong>Brasileira</strong><br />
Você, agora, deve estar curioso(a) para saber como<br />
era a educação ofereci<strong>da</strong> pelos jesuítas, não é mesmo?<br />
Vejamos:<br />
A educação jesuítica pode ser interpreta<strong>da</strong> a partir<br />
de três vertentes bibliográficas: a primeira pode ser<br />
considera<strong>da</strong> como positiva. Segundo Hilsdorf<br />
(2005),<br />
[...] destacando o jesuitismo civilizador: vai <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />
30, com a obra do padre Serafim Leite, até a de 60, englobando<br />
os que seguem esse historiador oficial <strong>da</strong> Companhia<br />
de Jesus, como Fernando de Azevedo, e os autores que<br />
se apóiam em ambos, inclusive a volumosa produção que<br />
apareceu por ocasião do IV Centenário de São Paulo nos<br />
anos 50 (HILSDORF, 2005:03).<br />
A vertente bibliográfica negativa é mais crítica, aparecendo<br />
no interior <strong>da</strong> igreja como Riolando Azzi e<br />
Eduardo Hoornaert e o antropólogo Luiz Felipe Bêta<br />
Neves.<br />
A terceira vertente é a mais equilibra<strong>da</strong> e procura ver<br />
os jesuítas como homem de seu tempo.<br />
Inicialmente vamos traçar o panorama social-histórico<br />
e político no qual emerge a educação dos jesuítas<br />
no Brasil.<br />
Como afirma Hilsdorf (2005), o mundo medieval<br />
delineia duas grandes instituições: a Igreja e o Estado<br />
unidos por interesses comuns. Segundo a autora,<br />
[...] nobreza e clero querem defender a estrutura social<br />
tripartite e hierarquiza<strong>da</strong> – os que lutam, os que rezam e os<br />
que trabalham – defini<strong>da</strong> pelos teólogos do século XII, e<br />
manter seus privilégios, aceitando as restrições <strong>da</strong> Igreja à<br />
acumulação de capital e à livre produção e livre contratação<br />
<strong>da</strong> força de trabalho pratica<strong>da</strong>s pela burguesia (HILSDORF,<br />
2005:03).<br />
Nesse contexto, percebemos que a educação jesuíta<br />
pode ser interpreta<strong>da</strong> a partir de dois grandes objetivos:<br />
a colonização (Estado) e o missionário (Igreja). Assim,<br />
a missão jesuíta tem como projeto “manter e propagar<br />
a fé católica em uma fase em que ela é contesta<strong>da</strong> pela<br />
Reforma, pelas religiões orientais e dos povos do Novo<br />
Mundo, mas também internamente” (Ibid. 04).<br />
Os jesuítas procuraram através <strong>da</strong> catequização,<br />
[...] apagar as diferenças [...] negar a alteri<strong>da</strong>de, a existência<br />
do outro. Os jesuítas querem tornar o outro, o nãocristão–seja<br />
indígena, seja infiel ou herege -, em cristãos,<br />
para tornar os homens o mais possível iguais (Ibid. 04).<br />
A educação jesuíta inicia<strong>da</strong> em meados do século<br />
XVI pode ser marca<strong>da</strong> por duas fases, segundo Luís<br />
Alves de Mattos.<br />
1– Período “heróico” (1549-70)<br />
Nesta fase, os jesuítas vivem nas aldeias com os índios,<br />
adotam seus costumes. Não reconhecem a existência<br />
de diferentes culturas indígenas e entre os brancos.<br />
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