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<strong>Fandango</strong>, o bailado de gerações<br />
Família Pereira<br />
Uma coisa se sabe a respeito do <strong>Fandango</strong>: o orgulho pela dança e pela<br />
música é tanto que todos querem ser os “inventores” dessa arte. Nilo Pereira é<br />
fandangueiro de Guaraqueçaba, conta que foi sua família que deu origem ao<br />
<strong>Fandango</strong>. Ele é filho de Julino e Alzira França Pereira e tem 12 irmãos: Nicolau,<br />
Martinho, Jovelino, Sebastião, Adriano, Agostinho, Moisés, Leonel, Bernardina,<br />
Brasilina, Carmelina e Laura.<br />
“Pode procurar que a senhora vai encontrar. Foi a família Pereira que<br />
começou com o <strong>Fandango</strong>, meu tataravô era fandangueiro e isso foi passando<br />
de pai para filho, para os netos, para a comunidade. Hoje está quase esquecido,<br />
mas nossa família ainda baila o bom fandango. Eu ainda vivo do <strong>Fandango</strong>”,<br />
afirma Nilo.<br />
Como muitos dos entrevistados que disseram que o <strong>Fandango</strong> teve origem<br />
em suas famílias, Nilo ostenta o mesmo orgulho. A afirmativa não deixa de ser<br />
verdade, porque o que aprendi nesses meses de pesquisa é que a cultura e sua<br />
tradição têm origem onde é vivida, onde é cultivada, e, em cada uma daquelas<br />
modestas casas do litoral paranaense, o <strong>Fandango</strong> orgulha por fazer parte da<br />
rotina das famílias.<br />
Nilo me convidou para sentar em um banco na frente da Casa do <strong>Fandango</strong>,<br />
em Guaraqueçaba, e contou que antigamente o <strong>Fandango</strong> era dançado para<br />
comemorar colheita e o dia de trabalho. Segundo ele, o trabalho de homens e<br />
mulheres na lavoura era pago com <strong>Fandango</strong> e comida: “Quando acabava o<br />
trabalho a gente se reunia e tomava café com biju dançando <strong>Fandango</strong>, era o<br />
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