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Produto – Fandango - Teia Notícias

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des. Sobre valorização, estamos aqui há dez anos batalhando, só não enxerga<br />

nosso trabalho quem não quer ver”, declara José.<br />

A falta de suporte financeiro é também importante para a motivação dos<br />

integrantes do grupo.<br />

“Se eles recebessem um cachê para participar, a motivação deles certamente<br />

seria outra. Eles poderiam estar vindo participar do <strong>Fandango</strong> porque<br />

estavam querendo dinheiro, mas não eles vêm porque querem aprender, eles<br />

vêm porque querem tocar, querem dançar, querem bater seus tamancos”, comemora<br />

Muniz.<br />

O envolvimento dos jovens com a cultura popular no litoral paranaense<br />

não tem como objetivo afastar esses meninos e meninas da criminalidade e do<br />

contato com as drogas, mas acaba sendo uma conseqüência, já que dedicando<br />

tempo livre à prática do <strong>Fandango</strong> e ao cultivo de valores familiares, acabam<br />

involuntariamente afastando-se desse submundo que está presente nos mais diversos<br />

lugares.<br />

“Hoje, o jovem que vem pro <strong>Fandango</strong> é o jovem que vai pra rave, ele<br />

vivem em mundos paralelos. Não podemos manter tudo como era antigamente,<br />

porque aí sim o <strong>Fandango</strong> vai acabar, temos que acompanhar essa mutação dos<br />

jovens e encontrar formas para que ele ache que o <strong>Fandango</strong> é interessante.<br />

Temos que envolvê-los”, explica Aorélio Domingues, da Associação Mundicuéra.<br />

Uma das grandes histórias do Fandanguará é de Emanuel Gonçalves: ele<br />

não sabia que o avó era fandangueiro e, depois que começou a se envolver no<br />

grupo e a tocar, descobriu que seu avô foi um dos maiores tocadores de viola.<br />

Emanuel investiu na compra de sua primeira viola, conseguiu juntar R$100 para<br />

realizar seu sonho e hoje é um dos principais membros do grupo.<br />

E, como juventude não tem idade, Seu Antonio, que há 30 anos não tocava<br />

sua viola, foi influenciado pelos jovens do Fandanguará a voltar a tocar em<br />

2008. Reaprendeu as notas, afinou sua viola e hoje toca nos ensaios com os<br />

meninos do Grupo Fandanguará.<br />

Outra história emocionante dos meninos que fazem parte do Fandanguará<br />

é a de Gustavo Souza, ele divide seu tempo entre os estudos e a paixão pelo<br />

<strong>Fandango</strong>:<br />

“Meu avô morava no Costão, em Guaraqueçaba, e sempre que eu ia lá<br />

ele me deixava brincar com a sua viola. Eu era o único neto que ele deixava<br />

tocar no instrumento e era o seu sonho me ver tocando.<br />

A primeira vez que Gustavo tocou uma viola foi aos 11 anos de idade.<br />

Agora, aos 18, ele comemora ter realizado o sonho de seu avô Francisco, mes-<br />

38 Heloisa Garrett

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