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Produto – Fandango - Teia Notícias

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ções em vídeo e minha imaginação me fazia “ver” como era um baile de <strong>Fandango</strong>.<br />

Mas estar frente a frente com os músicos, ouvindo o som dos instrumentos que<br />

encantam por ser rústicos, ver os casais bailando e o som dos tamancos, mostrando<br />

o compasso e a harmonia desse conjunto é quase que indescritível. Principalmente<br />

para uma pessoa que optou por esse tema pela sua ignorância e que<br />

agora se vê apaixonada, encantada por um contexto envolvente.<br />

Os jovens bailarinos se preocupavam com as marcas. Mostravam respeito<br />

com a harmonia da dança. Ao mesmo tempo em que ensaiavam, eles encaravam<br />

personagens do reais e sabiam que estavam ali para mostrar a cultura caiçara<br />

na rede de computadores (o vídeo seria publicado no Youtube). Alguns mais e<br />

outros menos tímidos, todos deram a sua contribuição naquela noite. Logo que<br />

acabou o ensaio, as conversas paralelas começaram e discutiam onde seria a<br />

diversão naquela noite de sábado, afinal tinham dois bailes de <strong>Fandango</strong>, além<br />

de todas as outras programações fora do universo caiçara. Em poucos minutos<br />

eles se dispersaram e Aorélio, orgulhoso em ter nos recebido no dia certo, diz:<br />

“É isso, esses são nossos meninos, vocês puderam ver hoje do que tanto falamos,<br />

a gurizada arrematando e puxando o baile como os nossos mestres”.<br />

Saímos da Associação Mundicuera surpresos e muito empolgados com o<br />

que vimos. Um envolvimento fantástico dos jovens da comunidade e uma harmonia<br />

que nos mostrou porque o <strong>Fandango</strong> está ganhando cada vez mais defensores<br />

e admiradores.<br />

Tínhamos ainda algumas horas até que os outros dois bailes programados<br />

para a noite começassem, aproveitamos o tempo e fomos procurar mais alguns<br />

mestres fandangueiros. Acabamos chegando em uma casa onde o ensaio de um<br />

grupo de <strong>Fandango</strong> acabava de terminar. Brasílio Santos Ferres é mestre<br />

fandangueiro e faz parte do grupo de Mestre Romão, foi ele quem nos recebeu<br />

para uma entrevista junto a sua simpática família.<br />

Naquele início de noite de sábado eles estavam ensaiando com as crianças.<br />

Os grupos que se reúnem na casa de Valdemar dos Santos são dois. Um de<br />

casais da terceira idade e outro de crianças, geralmente netos desses próprios<br />

casais que integram o primeiro grupo.<br />

Um exemplo de uma das famílias que é envolvida com o grupo é a de<br />

Nadir Vidal da Silva, ela participa do grupo de fandangueiros da terceira idade,<br />

a exemplo de seus pais, que cultivavam o <strong>Fandango</strong>. Seus filhos também<br />

tamanqueavam e agora vê seus netos de oito e três anos participando assiduamente<br />

dos ensaios e das apresentações: “Somamos quatro gerações de<br />

fandangueiros, e isso é um orgulho, ver que nossa família preserva coisas saudáveis,<br />

uma tradição que veio dos nossos antepassados”, comemora Nadir.<br />

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Heloisa Garrett

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