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<strong>Fandango</strong>,o bailado de gerações<br />
Fandanguará<br />
O Grupo Fandanguará, termo resultante entre a palavra <strong>Fandango</strong> e<br />
Guaraqueçaba, e a Associação dos Fandangueiros dividem o mesmo espaço,<br />
uma casa cedida pelo IBAMA no centro de Guaraqueçaba, mas que é alvo<br />
constante de disputas políticas. E mesmo fazendo parte de uma Associação, não<br />
tem recursos para manter as portas abertas, e o apoio é só das famílias que, não<br />
podendo ajudar financeiramente, incentivam os jovens meninos a continuarem<br />
nos rumos do <strong>Fandango</strong>.<br />
A casa é, na verdade, um barracão sem manutenção, colorido pela arte<br />
dos meninos que integram o grupo. Eles são os responsáveis pelas confecções<br />
das vestimentas para as apresentações e se orgulham em me mostrar todos os<br />
cartazes das apresentações que já fizeram, e também figuras que servem de<br />
adereço para as paredes descascadas pelo tempo.<br />
Rodrigo Cardoso conta que quando recebem cachê por alguma apresentação<br />
usam o dinheiro para a manutenção dos adereços, para pagar contas<br />
como água e luz.<br />
“Nossa sede está aberta porque somos teimosos. Mesmo sem apoio, insistimos<br />
em ter nosso local de encontro, nosso local para ensaio”, relata José<br />
Muniz, um dos idealizadores do grupo. Sem apoio de ninguém, de nenhum órgão<br />
governamental, ele se pergunta o que eventuais patrocinadores poderiam<br />
querer em troca, caso colaborassem financeiramente.<br />
“Não sei se esse apoio iria realmente ajudar. Quem ajuda quer sempre<br />
algo em troca e eu, pessoalmente, prefiro que os meninos cresçam nas dificulda-<br />
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