Darius Milhaud... citados em sua obra. A citação sem referência aos autores transformou os “tangos, maxixes, sambas e cateretês” em musique populaire (entendida como folklore, conforme a praxe em países <strong>de</strong> língua latina, no início do século XX), 12 numa operação que feriu sensibilida<strong>de</strong>s no Brasil. 13 A folclorização do repertório musical escrito e <strong>de</strong> autoria reconhecida teve início logo do retorno <strong>de</strong> Milhaud a Paris. Observe-se o programa do Concert <strong>de</strong> musique brésilienne que ele promoveu em 1919 no teatro <strong>de</strong> vanguarda “Vieux Colombier”. Além das obras <strong>de</strong> Glauco Velásquez, Alberto Nepomuceno, Henrique Oswald e Maria Virgínia (Nininha) Velloso Guerra, e <strong>de</strong> Deux poèmes Tupi para quatro vozes femininas e palmas, que ele havia composto no Rio, 14 foi apresentada uma seção intrigante: Chants populaires (tangos, maxixes, sambas, cateretês), o único item do programa sem indicação <strong>de</strong> autores. Uma prova adicional <strong>de</strong> seu envolvimento com esses “cantos populares” é a carta <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1919 em que pedia a Nininha Veloso Guerra que comprasse mais partituras no Rio e as enviasse a Paris. 15 Se a disposição <strong>de</strong> Milhaud para promover compositores brasileiros na França é indiscutível, o programa do concerto autoriza a concluir, além disso, que ele classificara uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> autoria conhecida (partituras como as que estava usando em seu Bœuf sur le toit, se não exatamente as mesmas) como chants populaires, espécimes dos gêneros tango, maxixe, etc. Seu entendimento <strong>de</strong>ssas peças po<strong>de</strong> ter sido esse: enunciados musicais fracamente individualizados, mais próximos da langue do que da parole, portanto “anônimas”. 12 V. as observações <strong>de</strong> Luiz Heitor Corrêa <strong>de</strong> Azevedo no verbete “Música popular” do Dicionário do Folclore Brasileiro ([1998?], p. 601). 13 V. Siqueira, 1967. 14 Essa obra inédita figura como op. 42 no catálogo <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> Milhaud (Beck, 1949). A partitura, como algumas poucas do catálogo, permanece não-localizada, o que impe<strong>de</strong> a compreensão <strong>de</strong>sse experimento primitivista envolvendo elementos timbrísticos inovadores. 15 O pedido consta <strong>de</strong> uma carta que pertence à coleção <strong>de</strong> documentos <strong>de</strong> Paul Guerra (filho <strong>de</strong> Maria Virgínia e Oswaldo Guerra), citada por Corrêa do Lago (2002, p. 44, nota 70). 119
Elizabeth Travassos / Manoel Aranha Correa do Lago Cartaz anunciando o pianista Jean Wiéner no bar Le bœuf sur le toit, na rua Boissy d’Anglas. 120
- Page 1 and 2: Bernanos no Brasil, durante a Segun
- Page 3 and 4: Afonso Arinos, filho De lá, sonhou
- Page 5 and 6: Afonso Arinos, filho do pelos amigo
- Page 7 and 8: Afonso Arinos, filho intelectual. [
- Page 9 and 10: Afonso Arinos, filho mil turcos. A
- Page 11 and 12: Blaise Cendrars em Paris, à rua Je
- Page 13 and 14: Janeiro, ainda às vésperas daquel
- Page 15 and 16: gusto Meyer, Carlos Chiacchio, Tris
- Page 17 and 18: Massaud Moisés Pau-Brasil, a esté
- Page 19 and 20: Massaud Moisés 100 1924. Chegada d
- Page 21 and 22: Massaud Moisés Pouco depois, regre
- Page 23 and 24: Massaud Moisés Dos escritores naci
- Page 25 and 26: Massaud Moisés co decai visivelmen
- Page 27 and 28: Jean Cocteau (1889-1963) e Darius M
- Page 29 and 30: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 31 and 32: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 33 and 34: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 35 and 36: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 37: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 41 and 42: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 43 and 44: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 45 and 46: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 47 and 48: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 49 and 50: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 51 and 52: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 53 and 54: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 55 and 56: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 57 and 58: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 59 and 60: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 61 and 62: Elizabeth Travassos / Manoel Aranha
- Page 63 and 64: Anita Malfatti (1889-1964) Busto de
- Page 65 and 66: Alexei Bueno No Parnasianismo, surg
- Page 67 and 68: Alexei Bueno Poe e Whitman, ou nome
- Page 69 and 70: Alexei Bueno 150
- Page 71 and 72: Alexei Bueno Mais para fora desse c
- Page 73 and 74: Alexei Bueno Tarsila do Amaral (188