ASPECTOS ECONÔMICOS E DE BEM ESTAR ANIMAL NO ...
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Contaminações<br />
IV Seminário Internacional de Aves e Suínos – Avesui 2005<br />
Suinocultura: Nutrição e Manejo<br />
11,12 e 13 de maio de 2005 – Florianópolis - SC<br />
Quando os animais sofrem estresse antes de serem abatidos ocorre maior<br />
excreção de salmonelas nas suas fezes e a razão para isto é que ocorre maior<br />
evacuação do ceco e do intestino grosso. Adicionalmente, segundo BERENDS et al.<br />
(1996) os animais livres de salmonela tornam se mais infectados e isto amplifica o risco<br />
de menor higiene no abatedouro. No período pré-abate a intensa atividade física<br />
demandada dos animais sadios que são portadores de Salmonela e outros agentes<br />
patológicos aumenta a excreção dos microorganismos alterando a forma de excreção<br />
de intermitente para constante. SLAVKOV et al. (1974) avaliaram a evolução da<br />
presença de Salmonela na granja antes do transporte, após o descanso no frigorífico e<br />
nas carcaças suínos. Nas situações em que os animais não apresentavam Salmonela<br />
(sem ocorrência de isolamento) antes do transporte foi possível caracterizar 0,1% de<br />
contaminação após a chegada ao abatedouro e 0,7% nas carcaças. Um dos aspectos<br />
fundamentais é que sob condições de estresse a resposta imunológica é reduzida<br />
facilitando a disseminação das bactérias entéricas. A implementação de jejum na<br />
granja, as condições ambientais, as condições de transporte e descanso no abatedouro<br />
envolvendo a duração total do período pré-abate e mistura de diferentes lotes tem sido<br />
apontados como os principais fatores que predispõem para a contaminação das<br />
carcaças. Suínos que permanecem muito tempo na área de descanso que apresente<br />
baias grandes e condições higiênicas inadequadas apresentam maior contaminação<br />
cruzada no abatedouro. Segundo MORGAN et al. (1987) a contaminação das carcaças<br />
é causada por Salmonela de origem intestinal conforme é constatado através da<br />
análise dos sorotipos presentes no ceco e na superfície da carcaça. HUIS IN’T VELD et<br />
al. (1994) e MUL<strong>DE</strong>R, (1995) afirmam que o desafio para redução da contaminação<br />
das carcaças é fundamentalmente centrado no manejo pré-abate e de forma mais<br />
importante na higiene das baias durante o período de jejum antes do carregamento dos<br />
animais na granja. Segundo MUL<strong>DE</strong>R (1995) a multiplicação da Salmonela nos<br />
animais vivos deve ser evitada em todas as etapas anteriores ao abate. Existe uma<br />
estimativa de que até 20% dos suínos livres de salmonela sejam contaminados durante<br />
o transporte e período de descanso no abatedouro. A facilidade de desinfecção das<br />
carrocerias é um ponto fundamental para reduzir a contaminação dos suínos segundo<br />
RAJKOWSKI et al. (1998). A limpeza e desinfecção permitiu reduzir a ocorrência de<br />
Salmonela e de Escherichia de 41,5% das coletas de amostra realizadas em pisos de<br />
carrocerias para cerca de 2,8%.<br />
Bem-estar animal<br />
O tema bem-estar animal, na suinocultura brasileira juntamente com as questões<br />
de sanidade, segurança alimentar e meio ambiente serão os grandes desafios nos<br />
próximos anos. Muitos dos sistemas de produção de suínos terão que ser adequados,<br />
a mão de obra terá que passar por uma especialização com ênfase ao bem-estar<br />
animal e a produção deve apresentar uma “qualidade ética” na qual a carne suína,<br />
além dos atributos de qualidade atuais, também seja apresentada como um alimento<br />
oriundo de animais que foram criados, manejados e abatidos em sistema que promova<br />
o seu bem-estar, e que seja sustentável do ponto de vista ambiental.<br />
Um dos marcos referenciais do bem-estar animal é o livro Animal Machines de<br />
Ruth Harrison (1964) que denunciou os maus tratos que os animais eram submetidos<br />
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