Catia Alves De Senne - SBHC
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proprietários para melhoria das condições de suas casas, e no caso de obras públicas,<br />
encaminhava pedidos à Secretaria de Agricultura, para a realização das obras necessárias.<br />
A Secretaria de Agricultura, por meio da Repartição de Águas e Esgotos, era<br />
responsável pelo encaminhamento das obras de assentamento e manutenção das redes de água<br />
e esgotos, assim como pelo saneamento das várzeas de rios e córregos. Sendo assim, o<br />
Serviço Sanitário dividia a incumbência pela desinfecção ou limpeza dos esgotos com a<br />
Secretaria de Agricultura, ao realizar o diagnóstico das necessidades de desinfecção nos<br />
sistemas públicos e ao realizar as desinfecções domiciliares como parte de suas ações. Essas<br />
ações se sobrepunham em muitos momentos.<br />
Com relação às obras nas cidades do interior, o Serviço Sanitário fazia muitas vezes a<br />
intermediação das cidades que seriam atendidas por obras de saneamento e a Secretaria de<br />
Agricultura, por meio das ações de suas comissões sanitárias, que atuavam in loco dando<br />
assistência aos municípios, no combate a doenças. <strong>De</strong>ssa forma, como uma de suas<br />
atribuições era o levantamento de dados, como notificações de doentes, tinha condições para<br />
estabelecer as prioridades das obras a serem executadas, ou seja, podemos dizer que tinha um<br />
papel central na administração de uma política de criação e manutenção das redes de<br />
abastecimento de água e coleta de esgotos no Estado de São Paulo.<br />
Considerações finais<br />
O advento da República favoreceu a implantação de serviços de abastecimento de<br />
água e esgotos nas cidades paulistas. Esses serviços foram encaminhados, em sua maioria,<br />
pela administração pública, com o Estado assumindo o papel de produtor das ações de<br />
saneamento, ao assumir a responsabilidade pela produção e administração das redes<br />
(CAMPOS, 2005:190).<br />
O governo do Estado de São Paulo criou, a partir de 1892, um aparato institucional<br />
amplo para lidar com os diversos ramos da administração pública, incentivando<br />
principalmente os que estavam relacionados diretamente ao complexo cafeeiro, como foi o<br />
caso da saúde pública, que teve grandes investimentos nesse período inicial. O avanço de<br />
epidemias como a de febre amarela ameaçava as atividades da “cafeicultura em diferentes<br />
etapas, da produção à exportação, e as demais atividades econômicas urbanas, como a<br />
incipiente indústria” (TELAROLLI JR., 1996:237). A implantação, supervisão e<br />
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