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Catia Alves De Senne - SBHC

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executados, no entanto, a implantação dos serviços de abastecimento de água e coleta de<br />

esgotos só ocorreu em 1877 com a criação da Companhia Cantareira e Esgotos, uma empresa<br />

privada que obteve a concessão dos serviços, tendo o Estado como fiscalizador da<br />

regularidade na prestação dos serviços e das condições estabelecidas em contrato 4 . Essa<br />

empresa atuaria até 1892, ano em que foi encampada pelo Estado.<br />

Cidades do interior, como Santos e Campinas, também tiveram os serviços de<br />

abastecimento de água implantados por companhias privadas ainda no período imperial<br />

(BERNARDINI, 2007:386; 437;455). Outras cidades somente iriam implantar serviços de<br />

água e esgotos na última década do século XIX com o apoio do governo republicano.<br />

Os serviços criados nesse momento atenderam a uma demanda pequena, que logo<br />

cresceu, com o processo de urbanização e crescimento populacional nas cidades,<br />

impulsionado com a chegada de imigrantes. E em pouco tempo se tornaram deficientes. Eram<br />

constantes as queixas da população com relação à falta de água. Na cidade de São Paulo, a<br />

distribuição de água atendia alguns bairros mais centrais e os despejos dos esgotos eram feitos<br />

nos córregos e rios, ou utilizadas fossas, procedimento muito criticado pelos sanitaristas e que<br />

começou a se tornar um grave problema urbano (SANTOS, 2006:36;99).<br />

Uma questão colocada com relação aos serviços de saneamento nesse período era a<br />

dificuldade que as empresas tinham para importar materiais para a construção das redes, levar<br />

a rede de distribuição para os novos bairros que estavam surgindo e ampliar a adução de água.<br />

Segundo Bernardini os serviços de saneamento colocavam questões difíceis de serem geridas<br />

pela iniciativa privada, não proporcionando um retorno financeiro lucrativo compatível com<br />

os recursos investidos. Tratava-se de projetos com resultados em longo prazo, e que<br />

necessitavam de uma articulação com o poder público, para encaminhamentos das obras e<br />

manutenção das redes:<br />

“O controle e a atuação direta do Governo sobre essas políticas foram definidos,<br />

historicamente, não só pelo interesse público em si, mas também pela<br />

impossibilidade da iniciativa privada atuar como operadora destes serviços. Os<br />

trabalhos de HOCHMAN (1998) e BUENO (1994) o demonstraram. As tentativas<br />

4 A autora Cristina de Campos analisa esse processo. Para ela o Estado Imperial atuava como promotor das ações<br />

de saneamento, ao conceder a investidores privados a implantação e administração dos serviços públicos de água<br />

e esgotos, exercendo o papel de fiscalizador sobre o que era executado pela iniciativa privada. No período<br />

republicano há uma mudança com a encampação da Cia. Cantareira e Esgotos pelo Estado, que passa à condição<br />

de produtor das ações de saneamento, ao assumir a responsabilidade pela implantação e administração das redes<br />

de água e esgotos (CAMPOS, 2005:215).<br />

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