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Catia Alves De Senne - SBHC

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Com relação aos esgotos o Código estabelecia a preferência pelo sistema tout á<br />

l’egout, que se destinava a receber todos os líquidos e materiais sólidos, ou seja, promovia a<br />

remoção dos esgotos e das águas pluviais em uma única tubulação. A tubulação devia possuir<br />

declividade suficiente, garantindo o perfeito escoamento dos esgotos. A galeria de esgotos<br />

devia ser ventilada e possuir caixas de água para lavagens periódicas da tubulação. O material<br />

utilizado nos encanamentos devia ser sólido, resistente e impermeável. E o Código garantia o<br />

despejo dos esgotos em mares e rios, depois de depurados, material que poderia ser utilizado<br />

também para fertilizar campos devidamente preparados.<br />

Garantir a aplicação dessas normas de higiene era a responsabilidade do Serviço<br />

Sanitário, por meio de fiscalização, polícia sanitária e cobrança dos responsáveis<br />

(TELAROLLI JR., 1996: 89). <strong>De</strong>ssa forma, podemos dizer que esse órgão teve uma<br />

importante participação na implantação dos serviços públicos e infraestrutura de<br />

abastecimento de água e coleta de esgotos, ao estabelecer os preceitos, as normas a serem<br />

seguidas e os critérios para execução das obras, presentes no Código Sanitário e ao executar o<br />

papel de fiscalizador das normas estabelecidas na legislação de saúde pública, sendo o<br />

principal agente de controle dos espaços públicos e privados, tendo a responsabilidade de<br />

garantir condições para identificar problemas e encaminhar soluções.<br />

O saneamento nos Relatórios anuais de gestão do Serviço Sanitário<br />

O Serviço Sanitário possuía uma estrutura de trabalho baseada na fiscalização e<br />

intervenção sobre o espaço, “com o predomínio de ações para a prevenção do contágio, como<br />

isolamento dos doentes nos lazaretos, desinfecções domiciliares, além de medidas gerais de<br />

higiene urbana” (TELAROLLI JR, 1996:96). Essas ações mesclavam as teorias miasmática e<br />

microbiológica para explicação dos agentes causais das doenças, e revelavam o momento de<br />

transição que vivia o conhecimento médico. (RIBEIRO, 1993:32). A teoria microbiológica,<br />

ligada às novas descobertas da medicina, creditava a agentes causais próprios e únicos a<br />

incidência de doenças e a teoria miasmática, a emanações pestilenciais que exalavam da<br />

matéria orgânica em decomposição, presentes no solo, subsolo, água e ar a incidência de<br />

doenças (TELAROLLI JR, 1996:93).<br />

<strong>De</strong>ssa forma, a prática das desinfecções era uma das principais políticas do Serviço<br />

Sanitário, tendo o Serviço Geral de <strong>De</strong>sinfecções um lugar importante em sua estrutura<br />

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