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Catia Alves De Senne - SBHC

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fracassadas de outorgar à iniciativa privada a construção e a gestão dos sistemas<br />

sanitários, como vimos em relação à Companhia de Melhoramentos de Santos, à<br />

Companhia Cantareira e Esgotos e outras demonstram que tais empreendimentos<br />

geravam externalidades que não eram capazes de gerir.” (BERNARDINI,<br />

2007:466) 5 .<br />

Com o advento da República os serviços públicos de abastecimento de água e coleta<br />

de esgotos da cidade de São Paulo foram encampados pelo Estado, quando foi criado um<br />

complexo e amplo aparato institucional para dar conta desses serviços. Esse processo ocorreu<br />

graças ao contexto proporcionado pelo federalismo, que deu autonomia na gestão política e<br />

financeira aos estados, possibilitando-os a “decretarem impostos de importação, de serem<br />

regidos por suas próprias constituições, bem como de terem corpos militares e códigos<br />

eleitorais e judiciários próprios” (TELAROLLI JR., 1996:76).<br />

A República trouxe um contexto favorável para o processo de implantação de uma<br />

infraestrutura urbana de saneamento, com a criação de instituições específicas voltadas para<br />

esse fim, sob a responsabilidade do Estado. Em 1891, a Lei n. 15 criou três secretarias: a<br />

Secretaria de Justiça, a Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas e a Secretaria do<br />

Interior. As duas últimas dividiam a responsabilidade pelas questões de saneamento, porém<br />

cada uma com atribuições específicas em sua área de atuação (BERNARDINI, 2007: 224) 6 .<br />

A Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas respondia pelas questões<br />

ligadas à agricultura, serviço de imigração, serviço de discriminação de terras públicas e<br />

particulares, comércio, indústria e obras públicas, sendo responsável então pela criação,<br />

manutenção ou fiscalização de infraestrutura urbana, como estradas de rodagem, pontes,<br />

viadutos, ferrovias, transportes, comunicação e saneamento, correspondente aos serviços de<br />

água, esgoto e drenagem (BERNARDINI, 2007: 83).<br />

A Secretaria do Interior, por sua vez, era responsável pelo encaminhamento das<br />

políticas de saúde pública e de educação. Analisaremos nesse texto o papel desenvolvido pelo<br />

5 Os trabalhos citados são: HOCHMAN, G. A era do saneamento: as bases da política de saúde pública no<br />

Brasil. São Paulo: Editora Hucitec; ANPOCS, 1998 e BUENO, Laura Machado de Mello. O saneamento da<br />

urbanização de São Paulo. Dissertação de mestrado – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade<br />

de São Paulo. São Paulo, 1994.<br />

6 Bernardini em sua tese de doutorado realiza um profundo trabalho de análise da atuação da Secretaria de<br />

Agricultura, durante o período de 1892 a 1926, nas suas diversas funções, agricultura, serviço de imigração,<br />

política territorial, viação, obras públicas, dando um enfoque mais exaustivo para a questão do saneamento. Ver<br />

BERNARDINI, 2007.<br />

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