Catia Alves De Senne - SBHC
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administrativa, consumindo uma parcela substancial dos recursos destinados à saúde. Sua<br />
estrutura contava em tempos normais com um corpo de 178 funcionários, mas que em<br />
períodos de epidemia era reforçado com a contratação de mais fiscais desinfectadores, que<br />
atuavam na capital e no interior por meio de comissões, pois os existentes não davam conta de<br />
atender aos pedidos de todo o estado (RIBEIRO, 1993: 28).<br />
Encontramos no relatório anual de 1893 pedidos do Serviço Sanitário ao Intendente da<br />
Câmara da cidade de São Paulo e ao diretor da Superintendência de Obras Públicas<br />
solicitando a conclusão da rede de esgotos em algumas ruas, a obstrução de poços existentes<br />
em residências, encaminhamentos para a falta de água no mercado da Rua 25 de março e<br />
conclusão das obras pela Repartição de Águas e Esgotos. O relatório comenta também que a<br />
cidade de Campinas, por ser uma das primeiras cidades a sofrer com a epidemia de febre<br />
amarela, recebeu a atenção do governo, que ali executou a rede de esgotos e a regular<br />
distribuição de água encanada, e que graças a essas obras não sofreria mais desse mal.<br />
O Relatório anual de 1894 descreve a atuação de comissões sanitárias devido a<br />
epidemias de cólera que haviam ocorrido na Capital, na cidade de Cachoeira e em Santos. Na<br />
Capital, o relatório do Serviço Geral de <strong>De</strong>sinfecções, chefiado pelo dr. Diogo Teixeira de<br />
Faria, relata a falta de funcionários para atender a todos os pedidos e que as ações foram<br />
voltadas em especial para o bairro do Brás, local afetado pela epidemia, a fim de conter o seu<br />
avanço. <strong>De</strong>ssa forma, foram realizadas desinfecções nas instalações higiênicas das habitações,<br />
limpeza de ruas e casas, remoção de doentes e inutilização de poços de abastecimento de água<br />
(SÃO PAULO, 1894:3).<br />
O responsável pela Comissão Sanitária de Cachoeira, o inspetor sanitário dr. Vital<br />
Brazil, relata que já se sabendo que o gérmen causador da cólera era de veiculação hídrica,<br />
foram condenadas a utilização das águas do Rio Paraíba e de poços, lançando-se mão de<br />
educação sanitária. Como essas ações não surtiram o efeito desejado foi requisitado da<br />
autoridade competente o policiamento do Rio Paraíba e organizado um serviço de distribuição<br />
de água, coletada em outros rios da região e distribuída por meio de pipa cedida pelo Corpo<br />
de Bombeiros. Segundo o relatório as ações surtiram o efeito desejado e a epidemia foi<br />
contida.<br />
Em Santos a Comissão Sanitária era permanente, chefiada pelo Dr. Tolentino<br />
Filgueiras. A cidade foi dividida em três distritos, cada um coordenado por um inspetor<br />
sanitário. Foram feitas reclamações contra a morosidade dos trabalhos de assentamento e<br />
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