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7. O poema, como se fosse uma dedicatória, explica<br />
em que situação Carroll inventou essa narrativa.<br />
a) Que pessoas aparecem no poema?<br />
O narrador e três meninas, uma delas chamada<br />
Alice.<br />
b) Onde estavam quando a história era contada<br />
e o que faziam?<br />
Em um barco a remar sobre um rio.<br />
c) No poema há ritmo e rimas. O que nos faz<br />
lembrar o ritmo do poema? Observe com atenção a<br />
primeira estrofe.<br />
O movimento dos remos na água.<br />
d) Uma das meninas pede que “tenham absur-<br />
dos”, isso é o que chamamos nonsense. Que situações<br />
você percebeu no trecho do capítulo que<br />
podemos classificar como absurdas?<br />
Algumas delas: coelho que usa relógio, colete<br />
e fala; cair em um poço/buraco onde há móveis e<br />
potes de geleia; tomar um frasco que faz com que a<br />
menina diminua etc.<br />
Para continuar<br />
O texto no contexto<br />
A seguir, leremos outro trecho de Alice no País<br />
das Maravilhas, do capítulo IX — A história da Falsa<br />
Tartaruga:<br />
— Vamos continuar com o jogo — disse a<br />
Rainha para Alice.<br />
E esta, assustada demais para dizer uma palavra<br />
que fosse, seguiu-a lentamente de volta ao<br />
campo de croquet.<br />
Os outros convidados tinham aproveitado a<br />
ausência da Rainha para descansar na sombra.<br />
Mas desde que a avistaram apressaram-se a<br />
voltar ao jogo, tendo a Rainha simplesmente observado<br />
que um minuto de atraso lhes custaria<br />
a vida.<br />
Durante o tempo todo que jogaram, a Rainha<br />
não parou um minuto de discutir com os jogadores<br />
e gritar “Cortem a cabeça dele!” ou “Cortem<br />
a cabeça dela!”. Os que eram sentenciados ficavam<br />
sob a custódia dos soldados, que naturalmente<br />
tinham de deixar a sua posição de arcos.<br />
Assim, em cerca de meia hora mais ou menos,<br />
não havia mais arcos no campo, e todos os jogadores,<br />
exceto o Rei, a Rainha e Alice, estavam<br />
presos e sentenciados à morte.<br />
P18<br />
A Rainha abandonou então a partida, quase<br />
sem fôlego, e perguntou a Alice: — Você já viu a<br />
Falsa Tartaruga?<br />
— Não — respondeu Alice. — Nem sei o que<br />
é uma Falsa Tartaruga.<br />
[…] — Venha, então — disse a Rainha. — Ela<br />
lhe contará sua história.<br />
Enquanto se afastavam, Alice ouviu o Rei dizer<br />
em voz baixa ao grupo de condenados: —<br />
Estão todos perdoados. — “Ótimo, isso é uma<br />
boa coisa”, disse ela para si mesma, pois sentia-<br />
-se bastante infeliz com as numerosas condenações<br />
ordenadas pela Rainha.<br />
Em breve chegaram junto a um Grifo, deitado<br />
ao sol e dormindo um sono profundo. […] —<br />
Acorde, seu preguiçoso! — ordenou a Rainha<br />
— e leve essa jovem para ver a Falsa Tartaruga<br />
e ouvir sua história. Tenho de voltar e verificar<br />
algumas execuções que ordenei. — E a Rainha<br />
afastou-se, deixando Alice sozinha com o Grifo.<br />
Alice não gostou lá muito do aspecto dessa<br />
criatura. Mas pensou que, no fim de contas, seria<br />
tão perigoso estar com ele como na companhia<br />
da feroz Rainha. Portanto, esperou.<br />
O Grifo sentou-se e esfregou os olhos. Contemplou<br />
depois a Rainha até que ela sumisse de<br />
vista. Riu então à socapa.<br />
— É muito engraçado! — murmurou, meio<br />
para si mesmo e meio para Alice.<br />
— Qual é a graça? — perguntou Alice.<br />
— Ora, ela é que é engraçada — disse o<br />
Grifo. — Você sabe, isso tudo é fantasia dela:<br />
nunca executam ninguém. Vamos!<br />
[…] Não foram muito longe até avistarem a<br />
Falsa Tartaruga a certa distância. Ela estava<br />
sentada, triste e solitária, na saliência de uma<br />
pedra, e, ao se aproximarem, Alice pôde ouvila<br />
suspirar como se tivesse o coração partido.<br />
Apiedou-se profundamente. — Por que ela está<br />
tão triste? — perguntou ao Grifo, e este respondeu,<br />
quase com as mesmas palavras que dissera<br />
antes: — É tudo fantasia dela, você sabe: não<br />
tem motivo nenhum pra ficar triste. Vamos!<br />
Aproximaram-se da Falsa Tartaruga, que os<br />
contemplou com grandes olhos cheios de lágrimas,<br />
mas não disse nada.<br />
— Aqui esta jovem — disse o Grifo — quer<br />
conhecer a sua história, quer mesmo.<br />
— Eu lhe contarei — disse a Falsa Tartaruga,<br />
com uma voz profunda e cavernosa. — Sentem-<br />
-se, todos dois, e não digam uma só palavra até<br />
eu ter acabado.