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Apresentação - Planej

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conheceremos a seguir). Depois, fica lembrando da<br />

personagem, sem tirá-la da cabeça. E a Dorothy<br />

acaba fazendo parte da sua vida, de suas lembranças,<br />

de seus pensamentos, de seus sonhos. Uma<br />

boa história marca de verdade a vida do leitor.<br />

A seguir, selecionamos alguns trechos do clássico:<br />

O mágico de Oz<br />

1. O ciclone<br />

Dorothy vivia numa casinha no coração das<br />

grandes pradarias do Kansas com tio Henry e<br />

tia Ema. Quatro paredes, um assoalho e um telhado<br />

formavam o único compartimento da casa.<br />

[…] Não havia sótão nem porão, a não ser um<br />

pequeno buraco, cavado no chão e apelidado<br />

de porão anticiclones, onde a família ficava bem<br />

protegida em caso de furacões violentos. Chegava-se<br />

até ele por uma escada que descia de<br />

um alçapão localizado no meio do quarto.<br />

Em volta da casa, estendia-se a imensa pradaria<br />

cor de cinza. Nenhuma árvore, nenhuma<br />

casa… […] Os raios de sol tinham feito daquelas<br />

terras uma grande massa cinzenta. Até mesmo<br />

a relva não era mais verde. O sol torrara as extremidades<br />

das suas hastes, tornando-a cinzenta<br />

como tudo o mais. […]<br />

Quando tia Ema chegara ali, era jovem e bonita.<br />

O sol e o vento transformaram-na, porém.<br />

Roubaram o brilho dos seus olhos, o rubor dos<br />

seus lábios e das maçãs do seu rosto. Agora era<br />

magra e descarnada, e não esboçava sequer um<br />

sorriso. Quando Dorothy, que era órfã, chegou à<br />

sua casa, deixou tia Ema muito espantada com<br />

seu riso constante.<br />

Tio Henry não ria nunca. Trabalhava de manhã<br />

até à noite. Era muito sério e circunspecto, e<br />

ignorava o que fosse a alegria.<br />

Era Totó quem fazia Dorothy rir e a preservava<br />

de tornar-se cinzenta como tudo o que a cercava.<br />

Totó não era cinzento; era um cãozinho preto, de<br />

pelo longo e sedoso, e pequeninos olhos negros<br />

a brilharem acima do focinho. Totó brincava o dia<br />

inteiro com Dorothy e ela lhe queria muito bem.<br />

P4<br />

Hoje, entretanto, não brincavam. Tio Henry,<br />

sentado na soleira da porta, olhava para o céu,<br />

ainda mais cinzento que nos outros dias. […]<br />

Fez-se ouvir, ao norte, um gemido longínquo<br />

de ventania. Tio Henry e Dorothy puderam ver o<br />

capim ondular-se antes da tempestade desabar.<br />

Do sul veio um assobio agudo e, ao se voltarem<br />

para aquele lado, viram ondas de capim vindas<br />

na direção da casa.<br />

— Vem aí um ciclone, Ema! — gritou tio Henry<br />

para a mulher, levantando-se. — Vou cuidar do<br />

gado.<br />

Tia Ema abandonou sua ocupação e veio até<br />

a porta. Um olhar foi o bastante para que constatasse<br />

o perigo próximo.<br />

— Depressa, Dorothy! — gritou. — Para o<br />

porão.<br />

Totó saltou dos braços da menina e escondeu-se<br />

debaixo da cama. Enquanto Dorothy tentava<br />

agarrar o cãozinho, tia Ema abriu o alçapão<br />

e desceu assustada para o porão.<br />

Finalmente, Dorothy conseguiu alcançar Totó,<br />

e pôs-se a seguir a tia. Estava no meio do quarto,<br />

quando um terrível uivo do vento se fez ouvir.<br />

A casa tremeu tanto que a menina perdeu o<br />

equilíbrio e caiu sentada no chão.<br />

Nesse momento, sucedeu algo de muito<br />

estranho.<br />

A casa rodopiou três vezes e ergueu-se lentamente<br />

nos ares. Dorothy sentiu-se como se<br />

estivesse num balão.<br />

Os ventos norte e sul fizeram da casa o centro<br />

do ciclone. A pressão exercida por todos<br />

os lados elevou-a até o alto do ciclone. E foi<br />

carregada por milhas e milhas como se fosse<br />

uma pluma.<br />

[…] Dorothy, no entanto, limitou-se a sentar e<br />

esperar pelo que aconteceria.<br />

Certa vez, Totó chegou muito perto do alçapão<br />

e caiu. A princípio, a menina julgou tê-lo perdido<br />

para sempre, mas logo notou que uma de<br />

suas orelhinhas se esticava por meio da abertura.<br />

A forte pressão do ciclone mantivera-o suspenso<br />

no ar. Ela engatinhou até o alçapão, agarrou<br />

o cachorrinho pela orelha e puxou-o para o quarto<br />

novamente, fechando a portinhola para evitar<br />

novos acidentes.<br />

Passaram-se muitas horas e, aos poucos,<br />

Dorothy começou a sentir-se sozinha. […] Inicialmente<br />

ela quisera saber o que seria feito<br />

dela quando a casa caísse, mas como as horas<br />

se passavam sem que nada de terrível acontecesse,<br />

ela deixou de se preocupar e resolveu<br />

esperar com calma e ver o que o futuro traria.<br />

Afinal, arrastou-se até a cama e deitou-se. Totó<br />

foi ter com ela e logo adormeceram.

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