Função Pública - Sindicato dos Trabalhadores em Funções ...
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acessórias <strong>em</strong> 3,5% para qu<strong>em</strong> recebe 1.500 euros, indo<br />
até aos 10% para as r<strong>em</strong>unerações superiores – medida<br />
inédita, na d<strong>em</strong>ocracia portuguesa; o congelamento das<br />
pensões; a continuação do congelamento das mudanças<br />
de posicionamento r<strong>em</strong>uneratório, o pagamento <strong>em</strong><br />
duodécimos <strong>dos</strong> subsídios de férias e de natal para criar<br />
caminho a que desapareçam, diluindo-o nos doze meses,<br />
a antecipação <strong>dos</strong> 65 anos da idade da reforma para<br />
agora e não 2015 como acordado e previsto <strong>em</strong> Lei!<br />
Nós, os trabalhadores que asseguramos que a nossa<br />
Constituição é cumprida to<strong>dos</strong> os dias, há décadas<br />
que sofr<strong>em</strong>os com as políticas <strong>dos</strong> sucessivos governos<br />
e com a brutal manipulação da opinião pública para que<br />
os cidadãos estejam contra nós.<br />
Mas é preciso dizer a to<strong>dos</strong> que destruir a Administração<br />
<strong>Pública</strong> é fechar escolas e hospitais e deserticar<br />
o país, é fechar serviços de nanças afastando o<br />
povo <strong>dos</strong> serviços públicos, é privatizar<br />
a rede de transportes até privatizar to<strong>dos</strong>,<br />
é degradar e encerrar tribunais e<br />
encarecer custas e negar o acesso ao<br />
direito e aos tribunais.<br />
É dizer aos lhos <strong>dos</strong> ricos que<br />
pod<strong>em</strong> estudar <strong>em</strong> escolas e que os<br />
lhos <strong>dos</strong> pobres têm que ir trabalhar. É<br />
dizer aos lhos <strong>dos</strong> ricos que pod<strong>em</strong> ser<br />
trata<strong>dos</strong> nos hospitais e que os lhos<br />
<strong>dos</strong> pobres cam à porta das urgências.<br />
É dizer que para que a pobre possa<br />
parir um moço tenha que ir além fronteiras,<br />
mas a rica pode dar à luz numa<br />
qualquer clínica privada.<br />
É dizer aos professores, que educam<br />
as nossas crianças e o nosso futuro<br />
que não têm condições pro ssionais,<br />
que depois de vinte anos cam com<br />
horário zero, que os professores contrata<strong>dos</strong> não têm<br />
direitos, que a luta das mulheres, que se com<strong>em</strong>ora este<br />
mês e tantas são professoras, de nada lhes valeu.<br />
É dizer aos auxiliares de acção educativa que são<br />
pau para toda a obra e pod<strong>em</strong> agora estar na escola e<br />
amanhã na câmara municipal e pod<strong>em</strong> ser pagos a 3 e 4<br />
horas com contratos de 1 ou dois meses.<br />
É dizer aos trabalhadores da saúde que têm que<br />
trabalhar cada vez mais horas com a adaptabilidade e<br />
os bancos de horas enquanto o seu salário é roubado e<br />
n<strong>em</strong> lhes pagam horas extraordinárias.<br />
É dizer aos enfermeiros que façam turnos <strong>em</strong> cima<br />
de turnos, s<strong>em</strong> receber qualquer subsídio e s<strong>em</strong> respeito<br />
pela sua vida pessoal.<br />
É dizer aos utentes que acabaram as isenções nas<br />
taxas moderadoras, os tratamentos são mais caros e<br />
eles terão que optar entre pagar a renda de casa ou a<br />
consulta e os medicamentos.<br />
É dizer aos funcionários das autarquias que graças<br />
à maldita reforma do Relvas os seus postos de trabalho<br />
estão <strong>em</strong> causa e o poder local d<strong>em</strong>ocrático, pedra<br />
basilar da nossa d<strong>em</strong>ocracia, está <strong>em</strong> causa.<br />
É dizer aos jovens e às suas famílias que investiram<br />
na sua educação que este país não é para jovens.<br />
É dizer aos aposenta<strong>dos</strong> que este país não é para<br />
eles porque Na CGA, 21,1% das pensões não ultrapassam<br />
os 500 euros por mês e 50% não exced<strong>em</strong> os 1000<br />
euros. Do número total de pensões de sobrevivência,<br />
preço de sangue e outras, 70,5% são inferiores a 500<br />
euros. Num universo de mais de três milhões de reforma<strong>dos</strong><br />
e aposenta<strong>dos</strong>, a esmagadora maioria continua a<br />
7<br />
receber pensões muito baixas e pouco mais de 310.000<br />
(apenas cerca de 10%) tiveram aumentos <strong>em</strong> 2013, entre<br />
4 e 9 cêntimos por dia!!!<br />
É dizer aos trabalhadores no activo que, além <strong>dos</strong><br />
sucessivos cortes salariais, da sobrecarga scal, da alteração<br />
para pior da legislação laboral da administração<br />
pública - face à tentativa de destruição do sist<strong>em</strong>a público<br />
de Segurança Social, com vista à sua privatização<br />
e à descapitalização da CGA por parte do Estado, que,<br />
além de não transferir as verbas respectivas a contribuições<br />
durante décadas, s<strong>em</strong>pre utilizou as verbas da<br />
CGA para outros ns que não o pagamento de pensões<br />
e aposentações -, ve<strong>em</strong> hoje <strong>em</strong> causa o seu direito à<br />
protecção na velhice, conforme determina a Constituição<br />
da República Portuguesa.<br />
O Governo PSD, CDS, com o FMI, o BCE e a Comissão<br />
Europeia quer<strong>em</strong> destruir as <strong>Funções</strong> Sociais do Estado<br />
é aumentar de uma forma<br />
brutal a pobreza, diminuir a esperança<br />
média de vida e pôr <strong>em</strong><br />
“ Defender as<br />
<strong>Funções</strong> Sociais<br />
do Estado, é<br />
defender a<br />
D<strong>em</strong>ocracia<br />
Social que a<br />
Constituição<br />
da Republica “<br />
consagra.<br />
causa a coesão social! O Governo<br />
comprometeu-se com a<br />
“tróica” a reduzir a despesa <strong>em</strong><br />
4 mil milhões de euros <strong>em</strong> 2014<br />
e 2015, montante que se somaria<br />
aos cortes efectua<strong>dos</strong> no<br />
âmbito do Orçamento do Estado.<br />
As <strong>Funções</strong> Sociais estão<br />
próximas do precipício, havendo<br />
já racionamentos na Saúde, cortes<br />
de prestações na Segurança<br />
Social e um notório desinvestimento<br />
na Educação e anúncios<br />
de despedimentos nestes sectores.<br />
Estes são sectores vitais<br />
para o desenvolvimento do país<br />
e para garantir a qualidade de vida das populações. A<br />
destruição e privatização das <strong>Funções</strong> Sociais do Estado,<br />
a par de salários cada vez mais reduzi<strong>dos</strong> e do aumento<br />
de des<strong>em</strong>prega<strong>dos</strong> fariam explodir as desigualdades sociais<br />
num momento <strong>em</strong> que cresc<strong>em</strong> as situações de ruptura,<br />
a vários níveis, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se injectam milhões<br />
de euros na banca, to<strong>dos</strong> os dias.<br />
Defender as <strong>Funções</strong> Sociais do Estado, é defender<br />
a D<strong>em</strong>ocracia Social que a Constituição da Republica<br />
consagra. Foi com o 25 de Abril que a generalidade<br />
das pessoas i<strong>dos</strong>as passou a ter direito a pensões e<br />
reformas; foi criado um Serviço Nacional de Saúde assente<br />
na Universalidade e Qualidade, que permitiu ganhos<br />
substantivos <strong>em</strong> saúde, como o aumento da longevidade<br />
e a redução da mortalidade infantil; houve<br />
uma D<strong>em</strong>ocratização do Ensino, foi prolongada a escolaridade<br />
obrigatória e ocorreu uma forte expansão no<br />
Ensino Superior – processos hoje <strong>em</strong> claro retrocesso.<br />
Por estas razões, é indispensável uma mudança de política<br />
urgente que assegure o crescimento e o desenvolvimento<br />
económico, aposte na produção nacional, crie<br />
mais e melhor <strong>em</strong>prego, promova uma justa distribuição<br />
da riqueza e garanta a defesa e melhoria das <strong>Funções</strong><br />
Sociais do Estado.<br />
Diz<strong>em</strong>os basta. Diz<strong>em</strong>os que criminoso é o Governo.<br />
Exigimos do Cavaco a d<strong>em</strong>issão imediata do Governo<br />
e a convocação imediata de eleições.<br />
Texto baseado na intervenção de Ana Avoila, coordenadora da<br />
FNSTFPS, <strong>em</strong> 15 de Março, frente ao Ministério das Finanças<br />
EDITORIAL<br />
Destaque