Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
Autovalores do Laplaciano - Departamento de Matemática - UFMG
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Rodney Josué Biezuner 5<br />
estamos estudan<strong>do</strong> as vibrações <strong>de</strong> uma membrana retangular; se ∂Ω é um círculo, o estu<strong>do</strong> é o <strong>de</strong> uma<br />
membrana circular (um tambor usual), e assim por diante. Este problema po<strong>de</strong> ser resolvi<strong>do</strong> pelo méto<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> separação <strong>de</strong> variáveis: supomos que a solução <strong>do</strong> problema po<strong>de</strong> ser escrita na forma<br />
u (x, t) = F (x) G (t) , x ∈ Ω e t 0.<br />
Substituin<strong>do</strong> esta expressão na equação da onda, obtemos<br />
Separan<strong>do</strong> as variáveis, segue que<br />
F (x) G ′′ (t) = c 2 ∆F (x) G (t) .<br />
∆F (x)<br />
F (x)<br />
1<br />
=<br />
c2 G ′′ (t)<br />
= −λ<br />
G (t)<br />
on<strong>de</strong> λ ∈ R é alguma constante a ser <strong>de</strong>terminada. Como em geral G (t) não é a função i<strong>de</strong>nticamente nula,<br />
a condição <strong>de</strong> fronteira implica que F (x) = 0 para x ∈ ∂Ω. Portanto, a função F satisfaz o problema <strong>de</strong><br />
Dirichlet para a equação <strong>de</strong> Laplace<br />
−∆F (x) = λF (x) se x ∈ Ω,<br />
F (x) = 0 se x ∈ ∂Ω,<br />
ou seja, λ é um autovalor <strong>do</strong> laplaciano em Ω. Como veremos, os autovalores <strong>do</strong> laplaciano em Ω formam<br />
um conjunto enumerável {λn} n∈N e existe um conjunto associa<strong>do</strong> <strong>de</strong> autofunções {Fn} n∈N que constitui uma<br />
base <strong>de</strong> Schau<strong>de</strong>r (em outras palavras, um conjunto ortonormal completo) para L 2 (Ω). A solução geral para<br />
a equação diferencial ordinária<br />
G ′′ (t) = −λnc 2 G (t)<br />
é<br />
Logo, a solução <strong>do</strong> problema da onda é<br />
u (x, t) =<br />
Gn(t) = an cos λnt + bn sen λnt.<br />
∞ <br />
an cos λnt + bn sen <br />
λnt Fn (x) ,<br />
n=1<br />
on<strong>de</strong> os coeficientes an, bn são <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelas condições iniciais (posição inicial e velocida<strong>de</strong> inicial da<br />
membrana):<br />
f (x) =<br />
g (x) =<br />
∞<br />
anFn (x) ,<br />
n=1<br />
∞<br />
n=1<br />
bn<br />
λnFn (x) ,<br />
ou seja, usan<strong>do</strong> as relações <strong>de</strong> ortonormalida<strong>de</strong> das funções Fn,<br />
<br />
an = f(x)Fn (x) dx,<br />
Ω<br />
bn = 1<br />
<br />
√ f(x)Fn (x) dx.<br />
λn Ω<br />
Assim, no caso bidimensional, os autovalores <strong>do</strong> laplaciano correspon<strong>de</strong>m às freqüências naturais <strong>de</strong> vibração<br />
<strong>de</strong> uma membrana, enquanto que as autofunções associadas correspon<strong>de</strong>m aos mo<strong>do</strong>s naturais <strong>de</strong> vibração<br />
da membrana. Estas idéias se generalizam para fenômenos vibratórios em três ou mais dimensões.