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Cândida Gonçalves-dissertação de Mestrado 21 de Julho 2

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tem mostrado preocupação em <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar comportamentos a<strong>de</strong>quados que permitam reduzir o<br />

número <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>zes não <strong>de</strong>sejadas, reduzir as infecções sexualmente transmissíveis (nomea-<br />

damente a infecção pelo VIH) e aumentar as relações interpessoais satisfatórias (Ministério da<br />

Educação, 2005 a). Neste contexto, o Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Educação Sexual (GTES), no seu<br />

“Relatório Preliminar”, assumiu a educação sexual ou educação para a sexualida<strong>de</strong> como “o pro-<br />

cesso pelo qual se obtém informação e se formam atitu<strong>de</strong>s e crenças acerca da sexualida<strong>de</strong> e do<br />

comportamento sexual” (Ministério da Educação, 2005 a, p.6), e através do qual os jovens<br />

po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>senvolver competências que lhes permitam assumir comportamentos e tomar opções<br />

informadas e seguras na área da sexualida<strong>de</strong> (Ministério da Educação, 2005 a).<br />

Neste mesmo relatório, o Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Educação Sexual <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a educação<br />

sexual para jovens <strong>de</strong>ve: melhorar os relacionamentos afectivo-sexuais, reduzindo os resultados<br />

negativos que advêm <strong>de</strong> uma sexualida<strong>de</strong> imatura; <strong>de</strong>senvolver capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> protecção, evi-<br />

tando exploração e abusos sexuais e estimular a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões a<strong>de</strong>quadas na área da sexua-<br />

lida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo competências para a vida. Defen<strong>de</strong>, ainda, que a informação sobre sexua-<br />

lida<strong>de</strong> é essencial, mas não suficiente, e enten<strong>de</strong> a educação sexual como uma vertente da edu-<br />

cação global que tem a missão <strong>de</strong> estimular nos jovens a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir, negociar, respeitar<br />

o outro, tomar <strong>de</strong>cisões e reconhecer pressões.<br />

No passado, a educação sexual nem sempre foi entendida como uma vertente da educação<br />

global do indivíduo. Ao longo dos tempos, em Portugal, assim como noutros países, a educação<br />

sexual foi sendo influenciada pela cultura, i<strong>de</strong>ologias, religião e políticas vigentes que <strong>de</strong>sen-<br />

ca<strong>de</strong>aram tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão importantes no contexto da educação sexual em meio escolar e<br />

que passaremos a referir.<br />

Nos finais da década <strong>de</strong> 60, do século passado, e <strong>de</strong>correntes das reformas do Concílio<br />

Vaticano II, surgem alguns sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate sobre sexualida<strong>de</strong>. No entanto, se por um lado, em<br />

Portugal, no Seminário dos Olivais, teve início a leccionação da disciplina <strong>de</strong> “Sexualida<strong>de</strong>, Amor,<br />

Matrimónio e Família” (Vilar, 1990), por outro lado, nessa altura, o sistema educativo português<br />

impunha claramente uma noção <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> associada à função reprodutiva, particularmente<br />

através dos manuais escolares da disciplina <strong>de</strong> Educação Moral e Religiosa Católica e tentava<br />

enquadrar politicamente a juventu<strong>de</strong> através <strong>de</strong> organismos como a Mocida<strong>de</strong> Portuguesa (Vaz,<br />

Vilar & Cardoso, 1996).<br />

Na década <strong>de</strong> 70, com a reforma educativa <strong>de</strong> Veiga Simão, foi criada, e pouco <strong>de</strong>pois<br />

extinta por ser consi<strong>de</strong>rada i<strong>de</strong>ologicamente avançada para a época, uma Comissão Inter-<br />

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