O Ciclo da Água evaporada e pode retornar - UFTM

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Ambiente e maior espaço dado aos temas ambientais pela mídia. Entretanto, interesses econômicos privados e aspirações de governo em acelerar o desenvolvimento, muitas vezes não compatíveis com a conservação da biodiversidade, têm produzido alguns retrocessos. Há, portanto, muito que fazer na área da educação e da pesquisa para demonstrar à sociedade que a conservação da diversidade biológica tem um valor maior, produzindo mais benefícios econômicos e sociais do que aqueles advindos de sua destruição. PROGRAMA JOVEM CIENTISTA CNPQ - Qual a mensagem que o senhor deixa para estudantes e pesquisadores brasileiros das áreas que englobam o tema 'Gestão Sustentável da Biodiversidade: desafio do milênio'? Angelo Antonio Agostinho - O grande desafio que se apresenta aos estudantes e jovens pesquisadores brasileiros nos próximos anos é o de contemporizar as necessidades do homem atual e a preservação da diversidade biológica. O sucesso nesta tarefa pressupõe, por um lado, o amplo conhecimento dos componentes ecossistêmicos e, por outro, o entendimento das aspirações sociais, econômicas e políticas em relação ao uso dos recursos naturais ou às atividades que impliquem na sua degradação, sejam elas legítimas ou não. Nas abordagens sobre o tema deve estar implícito que a biodiversidade é um patrimônio nacional sobre o qual as gerações atuais são responsáveis. Dados acerca de sua importância para o nosso bem-estar e sobrevivência devem ser obtidos para se contrapor às iniciativas econômicas de lucro rápido, especialmente as do tipo que privatizam os benefícios e socializam os prejuízos. Alternativas sustentáveis devem ser buscadas para os segmentos sociais cuja sobrevivência depende da degradação do meio ambiente. Além do desenvolvimento de tecnologias de recuperação de ambientes degradados, a conscientização da população sobre os valores da preservação da biodiversidade, de maneira que a opinião pública se contraponha aos interesses eleitoreiros, também é parte deste desafio. Do sucesso dessa empreitada depende o destino e o bem-estar da nossa sociedade. Dr. Erney Camargo, presidente do CNPq: "As alternativas de solução podem estar nas cabeças dos pesquisadores de todo o país" Apesar de o Brasil ter uma das maiores diversidades biológicas do mundo, são poucos os que têm consciência da sua importância enquanto riqueza nacional. Como se estima que o país abriga cerca de 20% das espécies do planeta, ainda levaremos muitos anos para conhecer toda essa biodiversidade, seu significado biológico e o seu aproveitamento sustentável. Este, efetivamente, é o grande binômio do desafio que se coloca para toda a sociedade: conhecer para utilizar e preservar. ... Prof. Luiz Drude de Lacerda: "Focos localizados de contaminação ambiental ocorreram através dos séculos. Porém, nunca na escala global que testemunhamos hoje" A poluição ambiental ao nível mundial é um subproduto indesejável do aumento pela demanda por recursos naturais da civilização moderna. Entretanto, desde o surgimento das sociedades humanas, focos localizados de contaminação ambiental ocorreram através dos séculos. Porém, nunca na escala global que testemunhamos hoje. Praticamente, todos os ambientes do planeta encontram-se sob graus variados de contaminação. Mesmo áreas remotas como o continente antártico, apresentam concentrações de contaminantes como o mercúrio e o chumbo, cuja distribuição é feita em escala global pelo transporte atmosférico, com concentrações acima dos níveis naturais esperados para a região. Assim, a pergunta principal das agências ambientais não é mais se um ambiente esta ou não contaminado, mas em que grau ocorre esta contaminação. De modo geral, podemos dividir os poluentes que mais causam danos aos ecossistemas em dois grandes grupos. O primeiro inclui substâncias presentes nos efluentes de grandes áreas urbanas,
principalmente associadas à disposição imprópria de resíduos sólidos (lixo) e ao tratamento inadequado ou inexistente de esgoto sanitário. Os ambientes aquáticos, como rios, estuários e áreas costeiras, são os mais afetados pelos contaminantes gerados por estas fontes. Nesse grupo encontram-se a matéria orgânica, que resulta em um aumento da demanda bioquímica de oxigênio nos sistemas aquáticos, e o excesso de nutrientes - particularmente nitrogênio e fósforo -, que promovem a proliferação de algas e plâncton em águas naturais. O resultado deste tipo de poluição ambiental é a eutrofização dos ecossistemas, caracterizado por um crescimento acelerado de organismos fotossintéticos simples, como algas e bactérias e a eliminação de espécies mais sensíveis as novas condições ambientais, contribuindo ainda mais com o aumento da demanda bioquímica de oxigênio. A continuação do processo de poluição resulta em ambientes anóxicos ou sub-óxicos, ou seja, com níveis insuficientes de oxigênio para o pleno desenvolvimento da vida aquática. Os países pobres e populosos são os principais agentes desse tipo de poluição, cuja causa está diretamente relacionada à baixa condição de vida da população, sem saneamento básico e tratamento de esgotos sanitários deficientes. Exemplos clássicos desta situação são os corpos receptores adjacentes as grandes áreas metropolitanas como a Baia de Guanabara, no Rio de Janeiro, e o Rio Tietê que corta a cidade de São Paulo, por exemplo. Em algumas regiões do planeta, como a região do Golfo do México adjacente à foz do Rio Mississipi, EUA, um fenômeno de poluição semelhante também ocorre, porém originado pela enorme carga de nutrientes trazidos pelo rio da região agrícola central dos EUA, a maior consumidora de fertilizantes do mundo. Como resultado, extensas regiões de subanoxia ocorrem no Golfo do México durante a estação chuvosa quando ocorre a maior parte do transporte destes nutrientes para o mar. O segundo grupo, composto pelos poluentes de origem industrial e da mineração, inclui substâncias tóxicas, como metais pesados, gases de efeito estufa e poluentes orgânicos, principalmente aqueles gerados pela queima de petróleo. Ao contrário dos contaminantes do primeiro grupo, cujo efeito é geralmente local ou, no máximo, regional, esses têm o poder de afetar o ambiente em escala global. Por exemplo, a emissão de gases de efeito estufa (principalmente de dióxido de carbono e metano) e de metais pesados (como o mercúrio) para a atmosfera origina-se em grande parte na geração de energia pelos Estados Unidos e por países da comunidade européia, que consomem cerca de 70% dos combustíveis fósseis do planeta. Embora os efeitos destes contaminantes sejam bem menos visíveis, seus impactos são muito mais difíceis de remediação. É pouco conhecida a resposta dos ecossistemas naturais à exposição crônica a este grupo de contaminantes, vários deles, como os metais pesados, não são degradáveis acumulandose progressivamente nos ecossistemas naturais e afetando seu funcionamento durante décadas ou mesmo séculos. Por exemplo, antigas áreas de mineração, embora desativadas há séculos, como os rejeitos da corrida do ouro do oeste americano, ainda hoje afetam a biota local. Nas últimas décadas do século passado, o reconhecimento do perigo representado por estes poluentes levou a maior parte dos países do mundo a adotarem rígidas legislações ambientais e a alterarem processos tecnológicos altamente poluidores. Entretanto, embora tenha havido uma redução significativa das emissões de fontes pontuais, como indústrias, as fontes difusas, como a lavagem de rejeitos destas atividades dispostos inadequadamente no meio ambiente, o aumento na demanda por combustíveis fósseis e o crescimento das grandes áreas urbanizadas levou ao aumento relativo da importância destas fontes ditas difusas, cuja emissão é imprevisível e dependente das condições ambientais locais. Além disto, a legislação ambiental em vigor ainda é insuficiente para tratar adequadamente as emissões de fontes difusas. Como resultado, extensas áreas do planeta continuam recebendo grandes cargas
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