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O Ciclo da Água evaporada e pode retornar - UFTM

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Reciclagem de Nutrientes<br />

Em hábitats terrestres, a maioria dos<br />

elementos circula através dos detritos na<br />

superfície do solo; enquanto que em<br />

ambientes aquáticos, os sedimentos são a<br />

fonte de nutrientes reciclados.<br />

A entra<strong>da</strong> de elementos nos<br />

ecossistemas, via intemperismo é muito<br />

pequena compara<strong>da</strong> com o montante que é<br />

circulado continuamente. Quanto mais<br />

antigo e estável é o ecossistema menor é a<br />

representativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> parcela proveniente do<br />

intemperismo.<br />

Quando um solo atinge um estado<br />

estacionário, a per<strong>da</strong> de um elemento do<br />

sistema iguala a entra<strong>da</strong> por intemperismo<br />

<strong>da</strong>quele elemento a partir <strong>da</strong> rocha mãe,<br />

acrescidos de outras fontes como a<br />

precipitação.<br />

As plantas assimilam nutrientes do<br />

solo muito mais rapi<strong>da</strong>mente do que o<br />

intemperismo os gera a partir <strong>da</strong> rocha mãe.<br />

Rochas ígneas não contém nitrogênio e<br />

somente 0,3% de fosfato (P2O5) e 0,1% de<br />

sulfato (SO3) em massa; as entra<strong>da</strong>s por<br />

precipitação e por fixação de nitrogênio<br />

também são pequenas.<br />

Por este motivo a produção vegetal<br />

depende <strong>da</strong> rápi<strong>da</strong> reciclagem dos nutrientes<br />

a partir dos detritos e de sua retenção dentro<br />

do ecossistema. Neste sentido os detritívoros<br />

(moluscos, insetos, ácaros, bactérias e<br />

fungos) exercem papel importante.<br />

A quebra <strong>da</strong>s folhas <strong>da</strong> serapilheira<br />

no chão <strong>da</strong> floresta acontece de três formas:<br />

lixiviação de minerais solúveis e de<br />

pequenos compostos orgânicos pela água<br />

(sais, açúcares e aminoácidos); consumo por<br />

grandes organismos fragmentadores e<br />

posterior ataque por fungos e a eventual<br />

mineralização do fósforo, nitrogênio e<br />

enxofre por bactérias.<br />

A veloci<strong>da</strong>de de decomposição de<br />

vegetais depende de fatores ambientais<br />

como temperatura e pH e também do<br />

conteúdo de lignina <strong>da</strong>s folhas (ligninas são<br />

polímeros fenólicos ou longas cadeias de<br />

subuni<strong>da</strong>des fenólicas), que são degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

somente por fungos.<br />

Além do papel na decomposição dos<br />

detritos, algumas espécies de fungos<br />

crescem na superfície ou dentro <strong>da</strong>s raízes<br />

de muitos tipos de plantas. Esta associação<br />

que é chama<strong>da</strong> de micorrizo (ecto ou endo),<br />

aumenta a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> planta em extrair<br />

minerais do solo.<br />

O micorrizo é comum e ocorre em<br />

to<strong>da</strong> parte, mas seu papel é mais notável em<br />

solos pobres, onde sua ocorrência <strong>pode</strong><br />

aumentar em 2 a 3 vezes a assimilação de<br />

nitrogênio, fósforo e potássio.<br />

Além <strong>da</strong> fonte extra de nutrientes,<br />

devido a habili<strong>da</strong>de do fungo em explorar<br />

fontes não disponíveis para a planta, a<br />

mesma é protegi<strong>da</strong> contra agentes<br />

patogênicos; em contraparti<strong>da</strong> os fungos<br />

obtém uma fonte “confiável” de carbono na<br />

forma de compostos fotossintéticos<br />

transportados para as raízes.<br />

Bactérias do gênero Rhizobium em<br />

associação simbiótica com leguminosas,<br />

algas marinhas, liquens e mesmo moluscos<br />

bivalvos do gênero Teredo que cava galerias<br />

em madeira submersa também <strong>pode</strong>m fixar<br />

nitrogênio.<br />

AMBIENTES TROPICAIS X<br />

TEMPERADOS<br />

Os ecossistemas tropicais e<br />

temperados diferem em muitos aspectos<br />

devido aos efeitos do clima no intemperismo<br />

e na reciclagem de detritos. Os solos pobres<br />

dos ambientes tropicais condicionariam<br />

baixa produtivi<strong>da</strong>de se não fosse pela rápi<strong>da</strong><br />

reciclagem de nutrientes a partir dos detritos<br />

sob condições úmi<strong>da</strong>s e quentes com<br />

eficiente retenção de nutrientes. Devido a<br />

rápi<strong>da</strong> reciclagem dos elementos, a maior<br />

parte dos nutrientes ocorre na biomassa<br />

viva, o que traz importantes implicações<br />

para a agricultura e conservação dos solos.<br />

A prática <strong>da</strong> derruba<strong>da</strong> <strong>da</strong> floresta e<br />

queima <strong>da</strong> vegetação com consequente<br />

plantio <strong>pode</strong> provocar empobrecimento do<br />

solo devido a lixiviação dos nutrientes e<br />

erosão. Também observamos a laterização<br />

que é um processo característico <strong>da</strong>s regiões<br />

tropicais de clima úmido, em que há<br />

hidratação e oxi<strong>da</strong>ção dos elementos<br />

minerais, eliminação quase total de silício e<br />

óxido de magnésio, com enriquecimento <strong>da</strong>s<br />

rochas e solos em ferro e alumina (óxido de<br />

alumínio) e formação de resíduos insolúveis<br />

na superfície, chama<strong>da</strong>s lateritos, que

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