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O Ciclo da Água evaporada e pode retornar - UFTM

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principalmente associa<strong>da</strong>s à disposição<br />

imprópria de resíduos sólidos (lixo) e ao<br />

tratamento inadequado ou inexistente de<br />

esgoto sanitário. Os ambientes aquáticos,<br />

como rios, estuários e áreas costeiras, são os<br />

mais afetados pelos contaminantes gerados<br />

por estas fontes. Nesse grupo encontram-se<br />

a matéria orgânica, que resulta em um<br />

aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> bioquímica de<br />

oxigênio nos sistemas aquáticos, e o excesso<br />

de nutrientes - particularmente nitrogênio e<br />

fósforo -, que promovem a proliferação de<br />

algas e plâncton em águas naturais. O<br />

resultado deste tipo de poluição ambiental é<br />

a eutrofização dos ecossistemas,<br />

caracterizado por um crescimento acelerado<br />

de organismos fotossintéticos simples, como<br />

algas e bactérias e a eliminação de espécies<br />

mais sensíveis as novas condições<br />

ambientais, contribuindo ain<strong>da</strong> mais com o<br />

aumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> bioquímica de<br />

oxigênio. A continuação do processo de<br />

poluição resulta em ambientes anóxicos ou<br />

sub-óxicos, ou seja, com níveis insuficientes<br />

de oxigênio para o pleno desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> aquática. Os países pobres e<br />

populosos são os principais agentes desse<br />

tipo de poluição, cuja causa está diretamente<br />

relaciona<strong>da</strong> à baixa condição de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

população, sem saneamento básico e<br />

tratamento de esgotos sanitários deficientes.<br />

Exemplos clássicos desta situação são os<br />

corpos receptores adjacentes as grandes<br />

áreas metropolitanas como a Baia de<br />

Guanabara, no Rio de Janeiro, e o Rio Tietê<br />

que corta a ci<strong>da</strong>de de São Paulo, por<br />

exemplo.<br />

Em algumas regiões do planeta,<br />

como a região do Golfo do México<br />

adjacente à foz do Rio Mississipi, EUA, um<br />

fenômeno de poluição semelhante também<br />

ocorre, porém originado pela enorme carga<br />

de nutrientes trazidos pelo rio <strong>da</strong> região<br />

agrícola central dos EUA, a maior<br />

consumidora de fertilizantes do mundo.<br />

Como resultado, extensas regiões de subanoxia<br />

ocorrem no Golfo do México durante<br />

a estação chuvosa quando ocorre a maior<br />

parte do transporte destes nutrientes para o<br />

mar.<br />

O segundo grupo, composto pelos<br />

poluentes de origem industrial e <strong>da</strong><br />

mineração, inclui substâncias tóxicas, como<br />

metais pesados, gases de efeito estufa e<br />

poluentes orgânicos, principalmente aqueles<br />

gerados pela queima de petróleo. Ao<br />

contrário dos contaminantes do primeiro<br />

grupo, cujo efeito é geralmente local ou, no<br />

máximo, regional, esses têm o <strong>pode</strong>r de<br />

afetar o ambiente em escala global. Por<br />

exemplo, a emissão de gases de efeito estufa<br />

(principalmente de dióxido de carbono e<br />

metano) e de metais pesados (como o<br />

mercúrio) para a atmosfera origina-se em<br />

grande parte na geração de energia pelos<br />

Estados Unidos e por países <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

européia, que consomem cerca de 70% dos<br />

combustíveis fósseis do planeta. Embora os<br />

efeitos destes contaminantes sejam bem<br />

menos visíveis, seus impactos são muito<br />

mais difíceis de remediação. É pouco<br />

conheci<strong>da</strong> a resposta dos ecossistemas<br />

naturais à exposição crônica a este grupo de<br />

contaminantes, vários deles, como os metais<br />

pesados, não são degradáveis acumulandose<br />

progressivamente nos ecossistemas<br />

naturais e afetando seu funcionamento<br />

durante déca<strong>da</strong>s ou mesmo séculos. Por<br />

exemplo, antigas áreas de mineração,<br />

embora desativa<strong>da</strong>s há séculos, como os<br />

rejeitos <strong>da</strong> corri<strong>da</strong> do ouro do oeste<br />

americano, ain<strong>da</strong> hoje afetam a biota local.<br />

Nas últimas déca<strong>da</strong>s do século<br />

passado, o reconhecimento do perigo<br />

representado por estes poluentes levou a<br />

maior parte dos países do mundo a adotarem<br />

rígi<strong>da</strong>s legislações ambientais e a alterarem<br />

processos tecnológicos altamente<br />

poluidores. Entretanto, embora tenha havido<br />

uma redução significativa <strong>da</strong>s emissões de<br />

fontes pontuais, como indústrias, as fontes<br />

difusas, como a lavagem de rejeitos destas<br />

ativi<strong>da</strong>des dispostos inadequa<strong>da</strong>mente no<br />

meio ambiente, o aumento na deman<strong>da</strong> por<br />

combustíveis fósseis e o crescimento <strong>da</strong>s<br />

grandes áreas urbaniza<strong>da</strong>s levou ao aumento<br />

relativo <strong>da</strong> importância destas fontes ditas<br />

difusas, cuja emissão é imprevisível e<br />

dependente <strong>da</strong>s condições ambientais locais.<br />

Além disto, a legislação ambiental em vigor<br />

ain<strong>da</strong> é insuficiente para tratar<br />

adequa<strong>da</strong>mente as emissões de fontes<br />

difusas. Como resultado, extensas áreas do<br />

planeta continuam recebendo grandes cargas

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