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Família Saturno - Fundação Jose Augusto

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“Escrevo com<br />

o coração”<br />

No mesmo ano em que tomou posse no<br />

seu novo cargo, o governador do Estado,<br />

Cortez Pereira, realizou uma grande<br />

festa para celebrar o natal. E lá estavam<br />

as tradicionais apresentações de Pastoril,<br />

Bumba-meu-boi, Chegança e Fandango.<br />

Numa delas, em São Gonçalo do Amarante,<br />

Deífi lo fi cou deslumbrado com a<br />

dança e as marradas do Boi. “Comecei a<br />

comprar livros para estudar o folclore e<br />

hoje tenho uma biblioteca”. Aquele era o<br />

elo entre o antes e o depois. A partir de<br />

então a poesia foi deixada de lado, pois<br />

era a vez do folclore. Apesar disso, ainda<br />

publicou livros de poesia.<br />

Em 1979 vieram dois novos desafi os para<br />

Deífi lo. Num deles teria que administrar,<br />

no outro, lecionar, ambos ligados à cultura.<br />

Nesse ano ele tomou posse como diretor<br />

do Centro de Promoções Culturais da<br />

<strong>Fundação</strong> José <strong>Augusto</strong> e como professor<br />

de Folclore Brasileiro, na UFRN.<br />

Dois anos depois começavam os<br />

lançamentos dos seus livros sobre<br />

folclore. Respectivamente, Danças<br />

Folclóricas do RN; João-Redondo<br />

- Teatro de Bonecos do Nordeste;<br />

Romanceiro de Alcaçuz; Manual do<br />

Boi-Calemba; Espaço e Tempo do<br />

Folclore Potiguar.<br />

O livro com que Deífi lo mais se empolga<br />

para falar é, sem dúvida, Areia<br />

Branca, a Terra e a Gente. Somando<br />

todas as fases, o autor investiu<br />

15 anos para terminar a obra. Dos<br />

quais, dois para concluir a primeira<br />

parte e treze para a segunda, que trata<br />

da árvore genealógica das famílias da<br />

cidade. “Para desvendar a genealogia<br />

areia-branquense, foi necessário visitar<br />

casa por casa para ver as famílias”,<br />

diz. E conta orgulhosamente que no<br />

lançamento, o professor Vingt-un<br />

Rosado disse que dentro de 50 anos<br />

o RN não verá outro livro tão impac-<br />

tante. “Sempre escrevo com o coração.<br />

Mas nesse livro foram uns três ou quatro<br />

corações para escrever”, diz o autor.<br />

Além de todas as profi ssões, Deífi lo também<br />

atende pelo substantivo de pai para<br />

9 fi lhos, o de avô para 15 netos e de bisavô<br />

para quatro bisnetos.Todos frutos<br />

de um único matrimônio com Zoraide<br />

Gurgel, para quem ele compôs o poema<br />

“Musa”, em 1996.<br />

O folclorista cidadão<br />

O lado pesquisador do folclorista, por<br />

vezes se confunde com o cidadão. Deífi<br />

lo conta que muitas de suas fontes de<br />

pesquisa são pessoas comuns, mas que<br />

guardam na sua memória canções, versos<br />

e costumes folclóricos quase extintos.<br />

São geralmente pessoas tão comuns que<br />

sequer sabem o valor que essa memória<br />

tem para a cultura. Para o pesquisador da<br />

cultura popular, não é correto pesquisar,<br />

Jan/Fev 2006<br />

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