18.05.2013 Views

1º Ano A – “A história não contada” Chegou o momento das ...

1º Ano A – “A história não contada” Chegou o momento das ...

1º Ano A – “A história não contada” Chegou o momento das ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Paul Gilroy, sublinha a importância dos elementos antidiscursivos e extralingüísticos<br />

dos atos comunicativos definidos pela instituição da escravidão. As expressões artísticas que<br />

emergiram da cultura dos escravos encontraram na música e na dança um substituto para as<br />

liberdades políticas formais que lhes eram nega<strong>das</strong>, "a arte se tornou a espinha dorsal <strong>das</strong><br />

culturas políticas dos escravos e da sua <strong>história</strong> cultural" (: 129), e até hoje representa uma importante<br />

aliada nos processos de luta rumo à emancipação, à cidadania e à autonomia negra. O poder da música<br />

negra para o desenvolvimento <strong>das</strong> lutas políticas <strong>das</strong> comunidades negras da diáspora exige atenção aos<br />

seus atributos formais e à sua base moral distintiva: "Ela é ao mesmo tempo, produção e expressão<br />

dessa transvalorização de todos os valores precipitada pela <strong>história</strong> do terror racial no Novo Mundo" (:<br />

94). O acesso restrito dos escravos à alfabetização fez crescer o poder da música em proporção inversa<br />

ao poder expressivo da língua, seu refinamento tem proporcionado um mecanismo de comunicação que<br />

<strong>não</strong> se limita ao poder <strong>das</strong> palavras fala<strong>das</strong> ou escritas. A música tem exercido um papel fundamental na<br />

reprodução da cultura do Atlântico Negro e na conexão entre as diferentes comunidades da diáspora.<br />

A <strong>história</strong> do Atlântico Negro nos ensina que a reprodução <strong>das</strong> tradições culturais <strong>não</strong> pode ser<br />

interpretada como a transmissão pura e simples de uma essência fixa ao longo do tempo, ela se dá nas<br />

rupturas e interrupções sugerindo que "a invocação da tradição pode ser, em si mesma, uma resposta<br />

distinta, porém oculta, ao fluxo desestabilizante do mundo contemporâneo" (: 208).<br />

2º <strong>Ano</strong> A <strong>–</strong> “Não estou... Eu sou o entre - lugar”<br />

Fonte: Revista de Antropologia Print vol.45 no.1 São Paulo 2002<br />

O navio acaba de aportar. Agora, depois de<br />

relembrarmos ou conhecermos a contribuição<br />

africana nos diversos mundos, chegou o <strong>momento</strong><br />

de nos reencontrarmos. A oportunidade de nos<br />

redefinirmos enquanto afro, enquanto brasileiro e<br />

enquanto afro-brasileiro. A tarefa do 2ºD é mostrar<br />

o caminho que trilhamos no <strong>momento</strong> em que nos<br />

deparamos com a encruzilhada. Resgatarmos todos<br />

os questionamentos feitos anteriormente.<br />

Reconhecermos a nova identidade que surge a partir<br />

deste “entre-lugar”. “É como fazer que ele se volte e olhe para ela e conheça <strong>não</strong> uma África antiga, e,<br />

sim, a de hoje, moderna e dinâmica. É importante criar um laço com essa África contemporânea”.<br />

Texto 1:<br />

Atrás do cordão umbilical<br />

Enterrado lá no Senegal<br />

E em toda a África negra gritando<br />

O Atlântico ouça um conselho<br />

Que se abra como o Mar Vermelho<br />

E a Bahia, o Olodum n´lar adentro voltando.<br />

Texto 2:<br />

Fonte: REIS, Artúlio. Tambores e cores. A Música do Olodum: a revolução da emoção. Salvador: Olodum, 2002. p.153<br />

2008Salvador/sec./extraclasse/ OficinConcert/ 20080808_RoteiroGeralFina-EM.doc/prof-nJ

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!