POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR: ACESSO E ... - UCDB
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dois anos, com a disciplina de Metodologia Jurídica do curso de Direito. Observa-se que as<br />
dificuldades enfrentadas no cotidiano dos estudantes dos cursos noturnos eram<br />
semelhantes, independentes do curso em que se encontravam inseridos. Esse e outros<br />
fatores, como exemplo, o ingresso no Mestrado em Educação da Universidade Católica<br />
Dom Bosco e, a participação efetiva no Grupo de Estudos e Pesquisas Políticas de<br />
Educação Superior (GEPPES) culminaram no interesse pelo tema Políticas Públicas de<br />
Educação Superior: acesso e permanência dos estudantes trabalhadores nos cursos<br />
noturnos 1996-2006 .<br />
Desse modo, esta pesquisa encontra-se vinculada aos estudos desenvolvidos no<br />
(GEPPES), do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco<br />
(<strong>UCDB</strong>) do qual esta autora participa, fazendo parte de um Projeto Integrado e<br />
Interinstitucional, intitulado Ensino noturno: acesso e democratização da educação<br />
superior . Tal Projeto conta com apoio financeiro e institucional da FUN<strong>DE</strong>CT, do CNPq<br />
e da <strong>UCDB</strong> e congrega pesquisadores da <strong>UCDB</strong>, UFMT, UFG e UFMS.<br />
Após uma década de crescimento sem critérios nem regulação, a proliferação<br />
de instituições de educação superior apresenta aspectos vulneráveis no setor privado. Em<br />
matéria divulgada na Revista Extra-Classe, a jornalista Stela Rosa, com dados informados<br />
pelo Coordenador-Geral de Estatísticas da Educação Superior do Instituto Nacional de<br />
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), demonstra uma situação que<br />
denota ser emblemática em relação ao sistema, principalmente após a promulgação da<br />
LDBEN nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. As IES privadas atraíram<br />
[...] de tal forma o interesse do mercado que o setor contabiliza taxas na ordem<br />
de três dígitos. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas<br />
Educacionais (INEP), o número de instituições privadas aumentou no país em<br />
151,6%, passando de 711 para 1.789, no curto período de 1996 a 2004. Segundo<br />
dados do Ministério da Educação (MEC), existem hoje no Brasil cerca de 2.300<br />
instituições, entre privadas e públicas. A rede particular representa 89,9% do<br />
total, com 2.135 unidades de ensino [...] O aumento exponencial dos cursos de<br />
graduação mostra a voracidade com que os investidores entraram no setor. Em<br />
apenas oito anos, a partir de 1996, a oferta praticamente quadruplicou, saltando<br />
de 3.666 para 12.382. E como é típico de um crescimento desordenado, no qual o<br />
mercado dita as regras, teve um inchaço nas graduações que requerem menos<br />
investimentos. Dados do INEP de 2004 mostram que 52,2% das matrículas se<br />
concentravam em apenas seis opções<br />
13<br />
Administração, Direito, Pedagogia,<br />
Engenharia, Letras e Comunicação. Na apressada conquista do mercado<br />
educacional, a iniciativa privada forçou a ancoragem da expansão em poucos<br />
cursos, o que causou um desequilíbrio enorme no panorama das vocações<br />
profissionais dos jovens brasileiros (ROSA, 2006, p...).<br />
Portanto, justifica-se a necessidade de pesquisas que aprofundem essas análises<br />
e questionem se o ensino noturno efetivamente possibilita o acesso e a permanência do