POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR: ACESSO E ... - UCDB
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orientações dos organismos financeiros internacionais e as reestruturações do capitalismo<br />
internacional. Uma das questões, apresentadas pela autora, refere-se ao atendimento às<br />
políticas educacionais ser por atuações organizadas em programas de acesso dentre os<br />
quais se destaca a ampliação do acesso para garantir a democratização do ensino<br />
(grifos nossos).<br />
Ao se analisarem essas políticas e proposições, Krawczyk, Campos e Haddad<br />
(2000, p. 134-135) afirmam:<br />
O deslocamento da política como eixo estruturador da ordem social em favor do<br />
mercado e a ruptura da sociedade [...] colocam em crise o sistema de cooperação<br />
social que organizava o espaço a partir da definição dos recursos, seus padrões<br />
de distribuição e as metodologias de intercâmbio e luta. [e entendem que] As<br />
políticas neoliberais, ao colocar mercado como eixo organizador da sociedade,<br />
tiveram um efeito despolitizador da vida social e deslocaram para a esfera<br />
privada boa parte da disputa pelos recursos<br />
Dentro de tais análises, Gentili (1995) afirma que a ofensiva neoliberal se<br />
organiza de duas formas complementares: primeiro como um conjunto de medidas<br />
concretas e medianamente regulares, com propostas de reformas estruturais (nem todas<br />
consolidadas) e segundo, como estratégias culturais, orientadas a romper com o sentido<br />
que a escola pública tinha, ou tem ainda hoje, no imaginário político da maioria da<br />
população.<br />
Ainda de acordo com Bianchetti (1996) para entender as políticas educacionais<br />
no modelo neoliberal devem-se levar em consideração dois aspectos: o primeiro é que<br />
nessan concepção a função da escola se reduz à formação dos recursos humanos para a<br />
estrutura de produção. Desse modo, o neoliberalismo ao rejeitar a planificação social,<br />
deixa livre às leis da oferta e da demanda as características e orientação do sistema<br />
educativo. O segundo aspecto: as políticas para a educação desenvolvidas pelo governo<br />
como parte das políticas sociais, refletem-se nas características e funções propostas para o<br />
sistema educativo. Nesse caso, as ações orientam fundamentalmente a conformação de<br />
uma estrutura educacional que seja o veículo de efetivação das exigências do modelo<br />
social.<br />
O primeiro aspecto, que constitui o marco geral que orienta as políticas para a<br />
educação, é a ampliação da lógica de mercado nessa área. Essa lógica coloca a educação<br />
como um bem econômico que deve responder, da mesma maneira que uma mercadoria, à<br />
lei da oferta e da demanda.<br />
Os sistemas de educação pública de acordo com Bianchetti (1996) oferecem<br />
uma educação que, ao ser comum, cria obstáculos à seleção natural da sociedade e limita<br />
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