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ho,<br />

do SUS. Além disso, o déficit aumenta<br />

para 50% quando se consi<strong>de</strong>ra a<br />

atenção <strong>de</strong> baixa e média complexida<strong>de</strong>,<br />

que representa a gran<strong>de</strong> massa<br />

<strong>de</strong> atendimentos.<br />

Em muitos casos, unida<strong>de</strong>s com<br />

maior potencial <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong><br />

serviços particulares e aos planos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, geralmente localizadas<br />

nos gran<strong>de</strong>s centros, tentam subsidiar,<br />

em parte, a difícil sobrevivência<br />

das menores da re<strong>de</strong>, numa<br />

política <strong>de</strong> “Robin Hood”.<br />

Estudo do Movimento Mais Saú<strong>de</strong><br />

mostra que, <strong>de</strong> 1994 a 2006, a<br />

Fotomontagem a partir da foto <strong>de</strong> Osmar Bustos<br />

a <strong>de</strong>fasagem nos<br />

valores repassados<br />

chega hoje a uma<br />

média <strong>de</strong> 35%, isto<br />

é, a cada r$ 100,00<br />

gastos pelo hospital,<br />

apenas r$ 65,00<br />

são cobertos pelos<br />

recursos do SuS<br />

Tabela do SUS foi reajustada em<br />

somente 37,3%, enquanto o Índice<br />

Geral <strong>de</strong> Preços do Mercado (IGP-<br />

M), medido pela Fundação Getúlio<br />

Vargas, cresceu 418,1%.<br />

“Quando o SUS foi criado, não se<br />

edificou uma nova re<strong>de</strong> hospitalar<br />

para aten<strong>de</strong>r toda a população brasileira”,<br />

lembra José da Silva Gue<strong>de</strong>s,<br />

professor do Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Medicina</strong> Social da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ciências Médicas da Santa Casa<br />

<strong>de</strong> São Paulo. No estado, 81% das<br />

Santas Casas e hospitais beneficentes<br />

estão no interior, on<strong>de</strong> são os<br />

únicos do município e até da região<br />

em 56% dos casos. “É preciso <strong>de</strong>ixar<br />

clara a importância vital <strong>de</strong>ssas<br />

instituições para o funcionamento<br />

do SUS”, enfatiza.<br />

Para piorar a situação, Gue<strong>de</strong>s<br />

pontua que, até pelas limitações<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, os pequenos hospitais<br />

não po<strong>de</strong>m investir em alta<br />

complexida<strong>de</strong>, que é mais bem<br />

remunerada, e contam com poucas<br />

opções para diversificar suas<br />

fontes <strong>de</strong> receita, pois a população<br />

<strong>de</strong>ssas cida<strong>de</strong>s é muito carente.<br />

“Em geral, se não receberem apoio<br />

da prefeitura local, fecham as portas”,<br />

relata o professor.<br />

José Reinaldo Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />

Junior, presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Santas Casas e Hospitais Beneficentes<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo (Fehosp),<br />

ressalta que o congelamento dos valores<br />

repassados, face à elevação dos<br />

custos da saú<strong>de</strong>, “prejudica toda a ca<strong>de</strong>ia:<br />

hospitais, médicos e funcionários”,<br />

e acaba se refletindo na queda<br />

da qualida<strong>de</strong> do atendimento à população.<br />

“Há um progressivo empobrecimento<br />

das filantrópicas, que per<strong>de</strong>m<br />

patrimônio e qualida<strong>de</strong>, já que<br />

não conseguem investir”, completa<br />

Spigolon. “Isso acarreta problemas<br />

gravíssimos para a população.”<br />

Pelos cálculos da CMB, a Tabela<br />

do SUS precisa ser reajustada em<br />

60%, percentual que cobriria os<br />

gastos e daria uma pequena margem<br />

<strong>de</strong> 4% para investimentos<br />

em capacitação, equipamentos e<br />

reformas. Isso representaria um<br />

acréscimo <strong>de</strong> R$ 13,8 bilhões no<br />

orçamento do Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

voltado a essa fatia do setor.<br />

Na opinião do superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo, Antonio<br />

Carlos Forte, é mentirosa a<br />

colocação <strong>de</strong> que o problema estaria<br />

na gestão dos recursos. “Somos<br />

um dos países que menos investem<br />

em saú<strong>de</strong> no mundo, inclusive na<br />

América Latina”, <strong>de</strong>staca. Por outro<br />

lado, ele aponta que o mo<strong>de</strong>lo<br />

atual baseia-se na produtivida<strong>de</strong> e<br />

não na qualida<strong>de</strong>. “Se um paciente<br />

for bem ou mal atendido, o valor<br />

recebido é o mesmo; isso é profundamente<br />

injusto.”<br />

Outro aspecto ressaltado por Forte<br />

é que o investimento em saú<strong>de</strong> também<br />

movimenta a economia: “Cada<br />

novo leito gera seis empregos diretos<br />

e outros tantos indiretos; nenhuma<br />

fábrica tem essa capacida<strong>de</strong>.”<br />

BOA GESTÃO é<br />

NECESSIDADE<br />

Diante dos parcos recursos disponíveis,<br />

a profissionalização da gestão<br />

das filantrópicas, mediante a consistente<br />

redução dos <strong>de</strong>sperdícios,<br />

é uma necessida<strong>de</strong> incontestável.<br />

“Embora seja uma alternativa interessante,<br />

a criação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> saú

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