Download - Associação Paulista de Medicina
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exclusiVo<br />
mento humano e preserve a qualida<strong>de</strong><br />
do ambiente e a proteção dos nossos<br />
ecossistemas é, sem dúvida, o maior<br />
<strong>de</strong>safio, não só no Brasil, mas em todos<br />
os países. Além disso, precisamos<br />
<strong>de</strong> uma estratégia nacional para melhorar<br />
a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em nossas<br />
cida<strong>de</strong>s. Afinal, é on<strong>de</strong> vivem mais <strong>de</strong><br />
80% da população brasileira. É urgente<br />
ampliar a oferta <strong>de</strong> transporte público<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, o acesso ao saneamento<br />
básico, à moradia digna e a espaços <strong>de</strong><br />
lazer. Além disso, precisamos reduzir a<br />
vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas cida<strong>de</strong>s aos<br />
eventos climáticos extremos, como as<br />
enchentes, por exemplo.<br />
Você concorda com o tema saú<strong>de</strong><br />
ambiental? foi estabelecida uma<br />
meta brasileira concreta a ser<br />
atingida nessa área. É factível?<br />
Um estudo da ONG WWF indica que<br />
já superamos em 30% a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> restauração do planeta. A ONU<br />
tem divulgado diversos indicadores<br />
globais que dão conta <strong>de</strong>ssa realida-<br />
2 REVISTA DA APM – MARÇO DE 2010<br />
<strong>de</strong>. Costumo dizer que o planeta está<br />
muito doente. Apresenta quadro febril<br />
em elevação e sinais <strong>de</strong> “falência múltipla<br />
<strong>de</strong> órgãos”. Felizmente, no final<br />
do ano passado, o governo brasileiro<br />
ce<strong>de</strong>u à pressão das organizações<br />
ambientalistas e dos formadores <strong>de</strong><br />
opinião e <strong>de</strong>u dois passos importantes<br />
nessa questão. Assumiu um compromisso<br />
<strong>de</strong> reduzir as emissões <strong>de</strong> gases<br />
<strong>de</strong> efeito estufa entre 36% e 39% até<br />
2020 e aprovou a lei que estabelece a<br />
política nacional <strong>de</strong> mudanças climáticas.<br />
Esses são passos importantes,<br />
mas precisam ser bem acompanhados<br />
pela socieda<strong>de</strong>, para que se estabeleça<br />
a <strong>de</strong>vida tradução <strong>de</strong>ssa política em<br />
todas as áreas do governo, sobretudo<br />
na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Costumo dizer também<br />
que já temos as respostas técnicas<br />
para a maioria dos nossos problemas,<br />
o que nos falta é o compromisso<br />
ético <strong>de</strong> colocar nossa técnica a serviço<br />
das causas <strong>de</strong> nosso tempo.<br />
os últimos <strong>de</strong>bates nacionais e<br />
mundiais sobre poluição e mudanças<br />
climáticas foram produtivos?<br />
Quais pontos merecem <strong>de</strong>staque<br />
enquanto perspectivas?<br />
Lamentavelmente, as negociações<br />
internacionais avançam em ritmo<br />
incompatível com a urgência e gravida<strong>de</strong><br />
do problema do aquecimento<br />
do planeta. Na última reunião que<br />
ocorreu em Copenhague, houve pouco<br />
proveito da presença inédita <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 100 chefes <strong>de</strong> Estado. Não se<br />
conseguiu um acordo sobre as metas<br />
específicas para redução <strong>de</strong> emissões<br />
globais nos anos <strong>de</strong> referência que são<br />
2020 e 2050. O avanço foi a criação <strong>de</strong><br />
um fundo <strong>de</strong> 100 bilhões <strong>de</strong> dólares<br />
por ano para promover uma economia<br />
<strong>de</strong> baixo carbono e ações <strong>de</strong> adaptação<br />
nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Mas, sem dúvida, o maior ganho foi<br />
o aumento extraordinário da pressão<br />
da opinião pública sobre os governos,<br />
que acredito crescerá cada vez mais e<br />
forçará que se assumam compromissos<br />
concretos nos próximos anos.