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Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />
antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />
Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do<br />
ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />
nome foi alterado para o atual.<br />
Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />
conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />
REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você.<br />
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Ry JOLJRNAl iMONT ly .<br />
lisEd E "CÂNdido<br />
11<br />
digitalizado por<br />
Ry I NSTiTLJTE<br />
arvoredoleite.org
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: (5): 1-48, 1999<br />
REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS<br />
"CÂNDIDO TOSTES"<br />
DAIRY JOURNAL<br />
BIMONTHLY PUBLISHED BY,THE<br />
"CÂNDIDO TOSTES" .. DAIRY INSTITUTE<br />
ÍNDICE as CONTENT<br />
Pág. 1<br />
Influência do complexo de inclusão Beta-ciclodextrina no flavor da bebida láctea de soro de<br />
queijo e leite de cabra. Rosana Henn; Marilde Terezinha Bordignon Luiz; Deisy Alessandra Drunkler;<br />
Roseane Fett .................................................................................................................................................. 3<br />
2 Avaliação do tempo de exposição e da temperatura de aquecimento sobre a determinação do teor<br />
de caseÍna no leite. Evaluation of holding time and heating temperature in casein content determination<br />
in milk. Marco Antônio Moreira Furtado; Robert Taylor Rocha Bezerra; Antonio Azeredo;<br />
Paulo Henrique Fonseca da Silva ................................................................................................................. 7<br />
3 Avaliação microbiológica da eficiência de um processo de sanitização de latões com ozônio.<br />
Microbiological evaluation of a milk container sanitizing processing with ozone. Claudia Catelani<br />
Cardoso; Jó ão Evangelista Fiorini; José Wilson Brasil Gurj ão; Luiz Carlos do Nascimento; Luiz Augusto<br />
do Amaral ................................................................................................................................................ : .... 13<br />
4 Quantificação de trihalometanos (THM) em amostras de água pré e pós-doradas com hipoclorito<br />
de sódio (HPCS) por cromatografia de fase gasosa utilizando-se microextração em fase sólida<br />
(MEFS). Jorge Antônio Barros de Macêdo; Nélio José de Andrade; Júlio Maria Andrade de Araújo;<br />
José Benício Paes Chaves; Marco Túlio Coelho Silva; Claúdio Pereira Jordão .......................... 22<br />
5 Caracteristicas y composicion de starter CSL: starter para yogurt y leches fermentadas con<br />
probioticos. Paolo Guerriero ...................................................................................................... ' ............ 28<br />
6 Isolamento de bactérias naturais produtoras de gás em regiões de Minas Gerais. Ana Cláudia<br />
Mochel de Souza Netto; Daise Aparecida Rossi; Múcio Mansur Furtado; Celso José de Moura ........ 34<br />
7 158 FISPAL - Feira Internacional da Alimentação - 15 Anos - São Paulo International Food<br />
Fair - 15 Years. Luiza Carvalhaes Albuquerque; Silmat Carla da Silva ................................................ 39<br />
Rev. Inst. Lati c. "Cândido Tostes" - Juiz de Fora - VoI. 54 (310):, 1·48 - :Sel:/0'ut de lSI991<br />
EMPRESA DEPESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />
Centro Tecnológico<br />
Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"<br />
Revista Bimestral<br />
Endereço: Revista do Instituto de Laticínios "Cândido To<br />
Tel.: 224-3116 - DDD: 32 / Fax: 224-3113 - DDD 32<br />
36.045-560 - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 2-2, 1999<br />
Governo do Estado de Minas Gerais<br />
Itamar Franco<br />
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
Raul Décio de Belém Miguel<br />
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais<br />
Márcio Amaral - Presidente<br />
Marcos Reis Araújo - Diretor de Operações Técnicas<br />
Marcelo Franco - Diretor de Administração de Finanças<br />
Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />
Comitê Gerencial<br />
Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CTIILCT<br />
Paulo enriq Fonsea da Silva - Seco Executivo Prog. Proc. Agroindustrial<br />
.<br />
Regma Celta ancml - Coord. do Programa Ensino Lei te e Deri vados<br />
Jose Lourenço Peera Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças<br />
Nelson Tenchml Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio<br />
Área de Difusão de Tecnologia<br />
.<br />
RevIsta do Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />
Luiza Carvalhaes Albuquerque<br />
Eduardo Hargreaves Surerus<br />
Corpo Revisor<br />
Luiza Carvalhaes de Albuquerque<br />
Paulo Henrique Fonseca da Silva<br />
Maria Cristina Drumond e Castro<br />
Jornalista Responsável<br />
Vania Lucia Alves Lacerda<br />
Reg. Prof. 4.729/MG<br />
Os trabalho apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores.<br />
Juiz de Fora, dezembro de 1999<br />
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />
- EPAMIG-<br />
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes n 1<br />
"Cândido Tostes", 1946.<br />
v. ilust. 23 cm<br />
n. 1-19 (1946-48), 27 cm, com nome de FeIctiano n. 20-73 (1948-57) 23<br />
A<br />
. d<br />
' . - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios<br />
, , cm, com<br />
.<br />
o nome de FeIcttano.<br />
partlf e setembro de 1958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes".<br />
1. Zootecnia - Brasi - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil Periódicos<br />
1. Empresa de PesqUisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed.<br />
ISSN 0100-3674 CDU 636/637(81 )(50)<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 3-6, 1999 Pág. 3<br />
INFLUÊNCIA DO COMPLEXO DE INCLUSÃO<br />
BETA-CICLODEXTRINA NO FLAVOR DA BEBIDA<br />
LÁCTEA DE SORO DE QUEIJO E LEITE DE CABRA<br />
RESUMO<br />
Rosana HennI<br />
Marilde Terezinha Bordignon Luiz2<br />
Deisy Alessandra Drunkler1<br />
Roseane Fett2<br />
o soro de queijo e o leite de cabra foram utilizados para elaboração de bebida láctea de morango com o objetivo<br />
de avaliar a influência do encapsulante molecular beta-cicIodextrina no flavor caprino. O teste da escala de categoria<br />
demonstrou que houve diferença significativa ao nível de I % entre os tratamentos controle (sem beta-cicIodextrina) e<br />
teste (com beta-cicIodextrina). A composição química e propriedades físico-químicas das amostras controle e teste não<br />
apresentaram diferenças estatísticas significativas (p>O,05) nas determinações de extrato seco total, proteína, cinzas,<br />
carboidratos totais, acidez em ácido lático, pH e lipídios.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A produção de leite de cabra vem<br />
aumentando ao longo dos anos, como consequência<br />
da importação de matrizes leiteiras e<br />
melhoramento do planteI nacional. Há uma<br />
interessante demanda do mercado para o consumo<br />
de leite natural, mas a maior parte desse leite é<br />
destinada a fabricação de queijos (Furtado, 1981),<br />
o que torna viável a utilização de seu soro para o<br />
desenvolvimento de novos produtos. O soro de<br />
queijo ou lactosoro é um líquido obtido da<br />
coagulação do leite na elaboração de queijos, após<br />
a separação da coalhada (caseína) e da gordura<br />
(Spreer, 1991). Apresenta a característica de ser<br />
altamente poluente (Yang, 1999) e avanços em<br />
tecnologias de processamento têm contribuído<br />
para sua aplicação em produtos alimentícios,<br />
destacando-se a bebida láctea (Siso, 1996).<br />
O leite de cabra é utilizado com muita<br />
frequência no tratamento de crianças com alergia<br />
à proteína do leite de vaca, e muitas vezes é<br />
indicado como seu melhor substituto (Luiz et al,<br />
1999; Henn, Luiz & Fett, 1999; Borges, 1995).<br />
Mas, por possuir odor e flavor característicos, sua<br />
aceitabilidade fica comprometida.<br />
Ciclodextrinas são compostos macrocíclicos<br />
que consistem de resíduos de glicopiranose<br />
unidos através de ligações a(1 4) (Kollengode<br />
& Hanna, 1997). As formas mais utilizadas são a,<br />
e 'Y ciclodextrina, contendo respectivamente 6,<br />
7 e 8 unidades de glicose (Drunkler, Fett & Luiz,<br />
1999). O interesse nas ciclodextrinas reside no<br />
fato de que apresentam uma cavidade hidrofóbica<br />
de dimensões médias (l,5nm x 0,7nm x 0,8nm)<br />
com uma superfície hidrófila, devido a presença de<br />
grupos OH. Esta estrutura permite a formação de<br />
complexos de inclusão estáveis, com uma grande<br />
diversidade de substâncias orgânicas, sais e<br />
halogênios (Linden & Loriet, 1996; Mufioz<br />
Botella, Del Castillo & Martín, 1995).<br />
Úm estudo sobre o encapsulamento<br />
molecular, avaliando a inluência da beta-ciclodextrina<br />
(CD) sobre a qualidade sensorial do leite<br />
de cabra puro, diminui sensivelmente seu flavor<br />
(Luiz & Fett, 1998).<br />
Este trabalho teve como objetivos avaliar<br />
a influência da J3-CD no flavor da bebida láctea à<br />
base de soro de queijo e de leite de cabra e nas suas<br />
características físico-químicas.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
O leite de cabra, obtido de cabras da raça<br />
Saanen, e o soro de queijo pasteurizados utilizados<br />
na formulação da bebida láctea foram fornecidos<br />
pela Usina Piloto de Leite do Departamento de<br />
Ciência e Tecnologia de Alimentos do Centro de<br />
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa<br />
Catarina (CALlCCA/UFSC). A cultura lática<br />
utilizada (Thermophilic Lactic Culture, type<br />
Yoghurt), o conservante sorbato de potássio e a<br />
polpa e o aromatizante de morango foram adquiridos<br />
das empresas CHR Hansen, Quimibrás<br />
1 Aluna de Mestrado do Curso de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.<br />
2 Professor Adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFSC.<br />
3 Aluna de Iniciação Científica PIBIC/CNPq - UFSC.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 3-6, 1999<br />
Indústrias Químicas S.A. e Duas Rodas Industrial<br />
respectivamente. A -CD foi gentilmente cedid<br />
pela CERESTAR USA, INC.<br />
A metodologia empregada para elaboração<br />
da bebida láctea à partir do leite de cabra seguiu os<br />
padrões que empregam o leite de vaca como<br />
matéria-prima básica, conforme metodologia do<br />
Boletim Informativo do ITAL, 1993 (Figura 1).<br />
Os percentuais de 70% leite e 30% de soro de<br />
queijo utilizados na formulação foram determinados<br />
previamente pelo estudo de Henn, Luiz<br />
& Fett, 1999.<br />
Leite de cabra pasteurizado (70%) + soro de<br />
queijo pasteurizado (30%) + açúcar (9%)<br />
J-<br />
Tratamento térmico<br />
(85°C / 15 minutos)<br />
J-<br />
Resfriamento<br />
(42 a 45°C)<br />
Adição de<br />
J, .r:;.
Pág. 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 3-6, 1999<br />
DRUNKLER, D.A.; FETT, R.; LUIZ, M.T.B.<br />
Polímeros de ciclodextrina: características,<br />
formação de complexos de inclusão e<br />
aplicações industriais. Boletim CEPPA, v. 17,<br />
n.l, p.21-32, jan ./jun., 1999.<br />
FURTADO, M.M. Leite de cabra: características<br />
especiais. Seu uso na alimentação. Intolerância.<br />
Revista do Instituto de Laticínios<br />
Cândido Tostes, v.214, p.31-3, 1981.<br />
HENN, R.; LUIZ, M.T.M.; FETT, R. Desenvolvimento<br />
de um produto hipoalergênico<br />
a base de leite de cabra: uma alternativa<br />
para crianças alérgicas ao leite de<br />
vaca Anais do I Congresso Latino Americano<br />
de Nutrição Humana, Gramado-RS, 24 a 27<br />
de julho de 1999, p. 222A.<br />
KOLLENGODE, A.N.R.; HANNA, M.A.<br />
Cyclodextrin complexed flavors retention in<br />
extruded starches. Journal of Food Science,<br />
v.62, n.5, p.1057-60, 1997.<br />
LUIZ, M.T.B.; DRUNKLER, D.A.; HENN, R., et<br />
alo Leite de cabra : hipoalergenicidade,<br />
composição química e aspectos nutricionais.<br />
Revista do Instituto de Laticínios Cândido<br />
Tostes, v.54, p.23-3 1, jan ./fev., 1999.<br />
LUIZ, M.T.B.; FETT, R. Processo de eliminação<br />
de off flavor do leite de cabra e derivados<br />
utilizando beta-ciclodextrina. PI 98022169-<br />
9 de 23/06/98. Protocolo INPI-SC 268D108.<br />
Patente Requerida.<br />
LINDEN, G.; LORIENT, D. Bioquímica agroindustrial.<br />
Revalorización alimentaria de la<br />
producción agrícola. Espana: Acribia, 1996.<br />
MONTEIRO, C.L.B. Técnicas de avaliação<br />
sensorial. 2.ed. Curitiba: CEPPA, 1984.<br />
MUNOZ-BOTELLA, S.; DEL CASTILLO, B.;<br />
MART Í N, M.A. Las ciclodextrinas: características<br />
y aplicaciones de la formación de<br />
complejos de inclusión. Ars Pharmaceutica,<br />
v.36, n.2, p.1 87-98, 1995.<br />
SISO, M.I.G. The biotechnological utilization of<br />
cheese whey: a review. Bioresource Technology,<br />
v.57, n.1, p.l-11, 1996.<br />
SZPOGANICZ, B.; LUIZ, M.T.B.; FETT, R. et aI.<br />
Estudo das interações entre ácido cáprico e<br />
p-ciclodextrina. Poços de Caldas: 22" Reunião<br />
Anual da Sociedade Brasileira de Química, 25-<br />
28 de maio de 1999.<br />
___ o Estudo do equilíbrio qmmlco entre o<br />
ácido cáprico do leite de cabra e p-ciclodextrina.<br />
Maringá: VI Encontro de Química<br />
da Região Sul, 4-6 de novembro, 1998.<br />
SPREER, E. Lactologia industrial. 2.ed. Zaragoza:<br />
Acribia, 1991.<br />
YANG, S.T. A novel method to produce road<br />
deicer from cheese whey. Disponível por<br />
WWW em http://www.yang.html. Arquivo<br />
capturado em O 1 de maio de 1999.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7-12, 1999<br />
AVALIAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO E DA TEMPERATURA<br />
DE AQUECIMENTO SOBRE A DETERMINAÇÃO<br />
DO TEOR DE CASEÍNA NO LEITEl<br />
Pág. 7<br />
Evaluation of holding time and heating temperature in casein content determination in milk<br />
RESUMO<br />
Marco Antônio Moreira Furtado2<br />
Robert Taylor Rocha Bezerra3<br />
Antonio Azeredo4<br />
Paulo Henrique Fonseca da Silva5<br />
Foi avaliado o efeito do tempo de exposição e da temperatura de aquecimento sobre a determinação do teor de<br />
caseína no leite. Foram utilizadas amostras de leite cru para análise do teor de caseína pelo método do formol, em sua<br />
versão mais recente, desenvolvida por SILVA (1995). Foi utilizado um modelo de delineamento experimental com dois<br />
tempos de exposição, cinco temperaturas, três repetições e análises em duplicata. As amostras de leite cru foram submetidas<br />
a aquecimento à partir da temperatura ambiente até que atingissem temperatura próxima ao seu ponto de ebulição. As 5<br />
(cinco) temperaturas definidas para análise foram: ambiente (25°e), 4Ooe, 60oe, 800e e lOO°e. Em duas amostras distintas<br />
de um mesmo leite foram realizados dois tratamentos, consistindo de aquecimento à partir da temperatura ambiente<br />
(25°C) até 100oe. Os referidos tratamentos diferiram com relação aos intervalos de tempo: o primeiro de 12 minutos e<br />
o segundo de 41 minutos entre a primeira temperatura (ambiente = 25°C) e a última (lOO°C). De acordo com os resultados<br />
da análise de variância, depreende-se que houve diferença significativa (P:::; 0,0020) entre as temperaturas, mas não entre<br />
os tempos de exposição (P 0,0713). A interação entre tempo e temperatura também foi significativa, entretanto, os<br />
coeficientes de correlação entre teor de caseína e tempo e entre teor de caseína e temperatura foram 0,2703 (P 0,0742)<br />
e 0,6951 (P:::; 0,0000), respectivamente, demonstrando que apenas a temperatura apresentou influência considerável<br />
na interação. Os resultados obtidos permitem concluir que ocorre superestimação do teor de caseína em leite tratado<br />
. termicamente, analisado pelo método de formo I. Este comportamento acontece também em outros métodos analíticos,<br />
inclusive Kj eldahl. Foi observada uma maior influência da temperatura aplicada do que do tempo de exposição na<br />
desnaturação das soro-proteínas. Entretanto é possível estimar o valor exato destas frações protéicas fazendo uma<br />
prévia separação química. Assim, a determinação do teor de proteínas do leite deve levar em consideração o tratamento<br />
térmico a que este foi submetido (pasteurizado, esterilizado, fervura, etc.), especialmente quando deseja-se determinar<br />
as diversas frações protéicas com exatidão.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
1.1 O Nitrogênio e as Proteínas do Leite<br />
° leite bovino contém cerca de 5,3g de<br />
nitrogênio por quilograma, onde aproximadamente<br />
95% está na forma de proteínas<br />
(NP) e 5% como nitrogênio não proteico<br />
(NPN). Em média, 80% do nitrogênio proteico<br />
(NP) do leite consiste de nitrogênio caseínico<br />
(NC) e 20% de nitrogênio não caseínico, mais<br />
conhecido como nitrogênio das proteínas do<br />
soro (NPS). (Figura 1)<br />
Segundo WALSTRA & JENNESS (1984),<br />
as caseínas são um grupo de fosfoproteínas<br />
específicas do leite as quais se precipitam com<br />
acidificação a pH 4,6, presentes na forma de<br />
micelas. Nesta categoria estão incluídas quatro tipos<br />
de cadeia polipeptídicas designadas a<br />
sl'<br />
a<br />
s2'<br />
e Kcaseínas,<br />
junto com alguns derivados formados por<br />
proteólise destas.<br />
As proteínas do soro consistem em um grupo<br />
bastante diversificado de proteínas, as quais se<br />
mantém em solução a pH 4,6, como a a-Iactoalbumina,<br />
-lactoglobulina, albumina do soro bovino<br />
(BSA), imunoglobulinas e péptides de baixo peso<br />
molecular provenientes da hidrólise das caseínas.<br />
No Quadro 1 são apresentadas as diversas<br />
frações das proteínas do leite e sua distribuição<br />
quantitativa e percentual .<br />
1 Trabalho realizado no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa.<br />
2 Professor Adjunto da Faculdade de Farmácia e Bioquímica - Universidade Federal de Juiz de<br />
Fora, CEP 36036-330 - Juiz de Fora, MG. M.Sc. 1 D.Sc.em Ciência e Tecnologia de Alimentos.<br />
3 Professor da Universidade do Tocantins, M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos<br />
4 Médico Veterinário, Mestrando em Ciência dos alimentos na Unicamp.<br />
5 Professor e pesquisador do CT/ILCTIEPAMIG. M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 7-12, 1999<br />
Quadro 1 - Distribuição das proteínas do leite.<br />
Concentração % Proteína<br />
no leite total (p/p)<br />
g. kg·1 mmol.m-3<br />
Proteína total 33,0 -1.490 100,0<br />
Caseína total 26,0 1.170 79,5<br />
S oroproteínas 6,3 -320 19,3<br />
Pro teínas assoc.<br />
ao glóbulo de gordura 0,4 1,2<br />
Caseína - asl 10,0 440 30,6<br />
Caseína - as2 2,6 11 ° 8,0<br />
Caseína - P 9,3 400 28,4<br />
Caseína - y 0,8 40 2,4<br />
Caseína - X 3,3 180 10,1<br />
a- Lac tal bumina 1,2 90 3,7<br />
p-Lac toglobulina 3,2 180 9,8<br />
Albumina do Soro<br />
Bovi no 0,4 6 1,2<br />
Imunoglobulinas 0,7 - 4 2, 1<br />
Outras (incluindo<br />
proteo se-pe p ton a) 0,8 40 2,4<br />
Fonte: WALSTRA & JENNESS (1984)<br />
A membrana do glóbulo de gordura contém<br />
cerca de 50% de proteínas, que correspondem<br />
aproximadamente a 1 % das proteínas totais do<br />
leite. Alguns destes compostos proteicos são<br />
enzimas e outros são componentes não enzimáticos,<br />
como a fração 3 da proteose-peptona. Tais<br />
proteínas são de difícil estudo pois apresentam<br />
uma forte interação entre si e com os lípides,<br />
além de muitas serem insolúveis.<br />
O nitrogênio não proteico corresponde a<br />
substâncias que contém nitrogênio em sua<br />
molécula mas não são proteínas nem vitaminas.<br />
Segundo WOLFSCHOON-POMBO (1984), compõese<br />
de produtos resultantes do metabolismo do<br />
animal e que, partindo do sangue e/ou da própria<br />
célula secretora chegam ao leite.<br />
1.2 Fatores que afetam o teor de<br />
proteínas do leite<br />
Diversos fatores influenciam a composição e<br />
distribuição das frações nitrogenadas do leite bovino.<br />
Entre os fatores considerados como de ordem natural<br />
podem ser citados: temperatura ambiente, doenças<br />
do animal, estágio de lactação, número de parissões,<br />
raça, alimentação e teor energético da alimentação<br />
(DE PETERS & CANT, 1992).<br />
Do ponto de vista tecnológico, as alterações<br />
de temperatura devem ser consideradas como o<br />
principal fator de estudo.<br />
Nitrogênio Total (Nl)<br />
Nitrogênio Proteico (NP)<br />
a<br />
Ni rogênio Caseínico (NC)<br />
Las1<br />
<br />
f<br />
caseí13<br />
t<br />
Y3<br />
caseínaÀ.<br />
B:I::<br />
Nitrogênio das Soroproteínas<br />
aJburrii1a. do soro bovino (BSA)<br />
IrrunogIobulinas (lQ..Gi, IgG2, láA IgM,.t,FSC)<br />
Proteose peptona (PP3, PPs, PPás, P.-af)<br />
Ik-miçroglobulina<br />
Lactofemna<br />
Transferrina<br />
Proteínas assoe. à merrbrana do glóbulo de gordura<br />
Nitrogênio não Protreico (NPN)<br />
arrônia<br />
uréia<br />
arrinoácidos<br />
creatina e creatinina<br />
metilguanina<br />
ácidóúrico<br />
adenina e guanina<br />
hipqxantina e xantina<br />
ácido orótico<br />
ácido hi ' rico<br />
indican f1Undoxilsulfato)<br />
tiocianal;;'<br />
Figura 1 . A distribuição do nitrogênio no leite.<br />
Fonte: FURTADO (1989).<br />
1.3 A determinação do teor de caseína<br />
no leite<br />
1.3.1.Métodos de determinação<br />
V ários métodos podem ser empregados para<br />
a análise das proteínas do leite em geral, e também<br />
a caseína isoladamente. Destacam-se:<br />
Kjeldahl: As proteínas lácteas tem sido<br />
tradicionalmente determinadas por meio do<br />
método de Kjeldahl, podendo-se diferenciar<br />
entre os teores de proteína bruta (nitrogênio<br />
total X 6,35)], proteína verdadeira<br />
[(nitrogênio total - nitrogênio não proteíco)<br />
X 6,35 e de caseína [(nitrogênio total -<br />
nitrogênio não caseínico) X 6,34], segundo<br />
SILVA (1995).<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 7-12, 1999 Pág. 9<br />
Entretanto, segundo WALSTRA & JENNESS<br />
(1984) e SILVA & CARVALHO (1993), o<br />
método apresenta dificuldades tais como :<br />
longo tempo de análise; dificuldade de separação<br />
das proteínas de outros compostos<br />
nitrogenados; impossibilidade de adoção de<br />
um fator universal; e obtenção de uma<br />
digestão rápida sem perda de nitrogênio.<br />
Métodos Colorimétricos: Vários métodos<br />
são utilizados, destacando-se os seguintes:<br />
biureto, Folin, Nessler e indofenol. Nestes, a<br />
intensidade da reação varia em função dos<br />
grupos funcionais envolvidos (como os<br />
grupos aromáticos das cadeias laterais), o<br />
que recomenda sua utilização para determinações<br />
rápidas, mas sem alta exatidão.<br />
Métodos Instrumentais: Destacam-se<br />
neste grupo a utilização de fotocolorímetros;<br />
espectrofotometria infra-vermelho ; cromatografia<br />
de troca iônica; eletroforese; etc.<br />
A maioria destes métodos, considerados<br />
mais sensíveis e exatos, apresenta o inconveniente<br />
do alto custo para execução e<br />
implementação, necessitando também de<br />
longo tempo para execução.<br />
1.4 O método do Formol<br />
1.4.1 Fundamento do método:<br />
O fundamento deste método foi determinado<br />
no início do século e os mecanismos de reação<br />
foram exaustivamente estudados e elucidados desde<br />
POLlPEPTiDIOS- (CH2)4<br />
ô+ ôi /C_=_O ;-__'<br />
)I<br />
<br />
I . H ..<br />
POLlPEPTIDIOS . -C -NH2<br />
I<br />
COONa<br />
pH = 8,39<br />
o<br />
POLlPEPTiDIOS - (C) 4 -N =CH:<br />
I<br />
S<br />
I<br />
S<br />
I . H .<br />
.<br />
2<br />
I<br />
CO OH<br />
pH = 7,08<br />
POLlPEPTIDIOS -C -N=CH<br />
Q)<br />
+ HP __ Na_O _H _)<br />
então, destacando-se o trabalho realizado por SCHULZ<br />
e colaboradores, citados por WOLFSCHOON<br />
POMBO & VARGAS (1977). O método do<br />
formol é baseado em uma titulação ácido-básica,<br />
onde é feita a medição dos prótons liberados<br />
pela reação do formaldeido com os grupos amino<br />
das cadeias laterais das proteínas, após prévia<br />
neutralização com álcali (NaOH). Este mecanismo<br />
é ilustrado a seguir.<br />
1.4.2 Comparação com o método de<br />
Kjeldahl:<br />
Vários trabalhos foram realizados com a<br />
intenção de comparar os resultados obtidos<br />
simultaneamente pelos mtodos de Kj eldahl e<br />
formol; uma vez que o primeiro é considerado<br />
como método de referência, mas apresenta alguns<br />
inconvenientes (citados anteriormente), e o<br />
segundo consiste de técnica analítica simples e<br />
rápida, bastante fácil de executar, empregando<br />
material comum em laboratórios de controle de<br />
qualidade.<br />
Foi constatado alto grau de associação entre<br />
os métodos, conforme WOLFSCOON-POMBO &<br />
LEITE (1977); WOLFSCOON-POMBO & VARGAS<br />
(1977); LOURENÇO &. WOLFSCOON-POMBO<br />
(19 82), e recentemente SILVA (1995), que demonstrou<br />
sua aplicabilidade a leites individuais e<br />
de conjunto, sugerindo sua utilização em programas<br />
de pagamento de leite pela qualidade e na<br />
padronização da relação caseína/gordura em leite<br />
destinado à fabricação de queijos.<br />
POLlPEPTiDIOS- (CH2)4-NH-<br />
I<br />
T HHp<br />
S<br />
I<br />
.<br />
. H<br />
I<br />
COONa<br />
POLlPEPTIDIOS -C -NH -CH2<br />
7,08 < pH < 8,39<br />
Pág. 10 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7- 12, 1999<br />
2. MATERIAL E MÉTODOS<br />
2.1 Material<br />
Foram utilizadas amostras de leite cru para<br />
análise do teor de caseína; coletadas no tanque de<br />
equilíbrio da usina de laticínios da Departamento<br />
de Tecnologia de Alimentos da UFV, no mês de<br />
setembro de 1995.<br />
As análises foram realizadas no laboratório<br />
de Análises Físico-Químicas de Leite e Derivados<br />
do DTA/UFY.<br />
2.2 Delineamento Experimental<br />
Foi utilizado um modelo de delineamento<br />
experimental com dois tempos de exposição, cinco<br />
temperaturas, três repetições e análises em duplicata.<br />
As amostras de leite cru foram submetidas<br />
a aquecimento à partir da temperatura ambiente<br />
até que atingissem temperatura próxima ao seu<br />
ponto de ebulição. As 5 (cinco) temperaturas<br />
definidas para análise foram: ambiente (25°C),<br />
40°C, 60°C, 80°C e 100°C.<br />
Em duas amostras distintas de um mesmo leite<br />
foram realizados dois tratamentos, consistindo de<br />
aquecimento à partir da temperatura ambiente (25°C)<br />
até 100°C. Os referidos tratamentos diferiram com<br />
relação aos intervalos de tempo: o primeiro de 12<br />
minutos e o segundo de 41 minutos entre a primeira<br />
temperatura (ambiente = 25°C) e a última (l00°C).<br />
Para o primeiro tratamento (il T = 12<br />
minutos), foi utilizado como fonte de aquecimento<br />
um bico de bunsen. No segundo tratamento<br />
(il T = 41 minutos) foi utilizado como<br />
fo nte de aquecimento um aquecedor de chapa<br />
(elétrico), com controle de intensidade.<br />
As amostras que sofreram aquecimento nos<br />
diversos tratamentos foram previamente resfriadas<br />
à temperatura ambiente, para então serem<br />
realizadas as análises.<br />
Foram executadas três repetições para cada<br />
tratamento com as análises individuais de caseína<br />
em duplicata. O resultado final de cada observação<br />
representa a média das duplicatas de cada tratamento.<br />
2.3 Método<br />
O método utilizado para análise de caseína<br />
das amostras foi o método do formol, modificado,<br />
em sua versão mais recente, desenvolvido por<br />
SILVA (1995). Um fluxograma da técnica analítica<br />
é apresentado na Figura 3.<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Os resultados das determinações analíticas<br />
de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />
1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min<br />
10 rnl leite<br />
10 rnl água destilada 40°C<br />
1,5 rnl ácido acético (1+9)<br />
0,4 rnl oxalato de potássio 28% (p/v)<br />
Figura 3 - Representação esquemática do método<br />
do formol.<br />
Fonte: SILVA (1995).<br />
e DDT = 41 min são apresentados na Figuras 4 e<br />
5, respectivamente, considerando-se as cinco<br />
temperaturas utilizadas.<br />
O resumo da análise de variância dos resultados<br />
obtidos é apresentado no Quadro 2, onde<br />
depreende-se que houve diferença significativa<br />
(P :s;; 0,0020) entre as temperaturas, mas não entre<br />
os tempos de exposição (P 0,07 13). A interação<br />
entre tempo e temperatura foi significativa,<br />
entretanto, os coeficientes de correlação entre teor<br />
de caseína e tempo e entre teor de caseína e<br />
temperatura foram 0,2703 (P 0,0742) e 0,6951<br />
(P :s;; 0,0000), respectivamente, demonstrando que<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7-12, 1999 Pág. 11<br />
2,9<br />
2,8<br />
2,7<br />
ê 2,6<br />
cu 2,5<br />
.5 2,4<br />
(li<br />
li) 2,3<br />
cu •<br />
o 2,2<br />
2,1<br />
2<br />
20 40 60 80 10C<br />
Temperatura (IIC)<br />
Figura 4 - Resultados das determinações analíticas<br />
de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />
1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min<br />
e temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />
<br />
ê<br />
cu<br />
.5<br />
(li<br />
li)<br />
cu<br />
o<br />
3,4<br />
3,2<br />
3<br />
2,8<br />
2,6 •<br />
2,4<br />
2,2<br />
2<br />
•<br />
20 40 60 80 100<br />
Temperatura (2C)<br />
Figura 5 - Resultados das determinações analíticas<br />
de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />
1995) para os tempos de exposição ilT = 41 min<br />
e temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />
Quadro 2 - Resumo da análise de variância dos resultados das determinações analíticas de caseína em<br />
leite pelo método de formol (SILVA, 1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min, ilT = 41 min e<br />
temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />
Fonte de Graus de Liberdade Probabilidade de F<br />
Tempo<br />
Temperatura<br />
Tempo*Temperatura<br />
Resíduo<br />
Total<br />
(*) Estatisticamente significativo.<br />
1<br />
4<br />
4<br />
20<br />
29<br />
0,07 13<br />
0,0020 (*)<br />
(*)<br />
apenas a temperatura apresentou influência consi das mesmas . As proteínas do soro são as mais<br />
derável na interação.<br />
termolábeis pois, ao contrário das caseínas, não<br />
Uma série de fenômenos ocorrem quando o formam micelas, encontrando-se molecularmente<br />
leite é aquecido, em razão de seus constituintes se dissolvidas e susceptíveis à desnaturação térmica.<br />
apresentarem em solução (sais minerais e lactose); em Entre estas a a-Iactoalbumina é a mais resistente,<br />
emulsão (lipídeos) e em estado coloidal (proteínas) e seguida por -lactoglobulina, albumina do soro e<br />
das possíveis interações químicas entre estes. Alterações imunoglobulinas. A resistência intr(nseca das<br />
no equilíbrio salino, na solubilidade de proteínas, na caseínas ao calor é devido ao fato de apresentarem<br />
acidez, no pH, nas reações de escurecimento e muitos resíduos de prolina em sua estrutura<br />
vários outras são bastante conhecidas.<br />
primária, o que dificulta a formação de pontes de<br />
Do ponto de vista das proteínas, a principal hidrogênio. Isto confere uma estrutura espacial<br />
alteração que ocorre consiste na desnaturação parcialmente "desnaturada" às caseínas.<br />
protéica, fenômeno este dependente tanto da<br />
Estas associações são representadas, esque<br />
intensidade do aquecimento quanto do tempo de maticamente, na Figura 6.<br />
aplicação do calor. Os resultados deste trabalho<br />
A desnaturação deve ser considerada como<br />
demonstraram o efeito destas variações.<br />
uma desorganização da estrutura espacial da<br />
Os resultados observados indicaram que molécula de proteína, resultando na exposição de<br />
houve um aparente aumento no teor de caseína grupos funcionais internos. A ativação de grupos<br />
quando as amostras de leite foram aquecidas em sulfidrilas é uma das principais mudanças químicas<br />
todos os tratamentos. Na verdade, a quantificação que acompanham a desnaturação e das mais<br />
do teor de caseína no leite aquecido é prejudicada facilmente detectáveis, sendo observada particu<br />
pela co-precipitação das proteínas do soro sobre larmente na -lactoglobulina, por ser a proteína<br />
a caseína, efeito que é proporcional à intensidade do soro mais rica em grupamentos sulfidrila<br />
e tempo de exposição ao calor.<br />
(CARVALHO,1 977). Esta ativação implica na<br />
V ários trabalhos confirmam as mudanças formação de complexos entre as proteínas do soro<br />
físico-químicas nas diferentes frações proteicas e as casénas (K-caseínas), conforme apresentado<br />
e, consequentemente, na distribuição do nitrogênio a seguir.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 12 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7- 12, 1999<br />
Figura 6 - Representação das interações entre<br />
soroproteínas e caseínas no leite cru e aquecido.<br />
Fonte: Buchheim e Reimerdes, Ocitados por<br />
WOLFSCHOON-POMBO (1984).<br />
°2<br />
[k-Cas]- SH + HS-[-Lg] --7 [k-Cas]-S-S-[-Lg] + HP<br />
[k-Cas]-SH + SS=[a-La] [k-Cas]-S-S-[a-La]-SH<br />
Figura 7 - Representação esquemática da<br />
formação de complexos entre as caseínas e soroproteínas<br />
do leite induzidas pela temperatura.<br />
Fonte: Klostermeyer, citado por WOLFSCHOON<br />
POMBO et alií (1982).<br />
Tecnologicamente é importante o estudo destas<br />
modificações, uma vez que acontecem durante a<br />
pasteurização e a esterilização do leite. Do ponto de<br />
vista prático, é bom lembrar que no Brasil existe ainda<br />
o hábito de se ferver o leite antes do consumo. Esta<br />
fervura representa um tratamento ainda mais drástico,<br />
podendo contribuir para outras reações com as proteínas,<br />
inclusive a indisponibilidade de aminoácidos essenciais,<br />
como a lisina (WASLTRA e JENNESS, 1984).<br />
4. CONCLUSÃO<br />
Os resultados obtidos permitem concluir que<br />
ocorre superestimação do teor de caseína em leite<br />
tratado termicamente, analisado pelo método de formol.<br />
Este comportamento acontece também em outros<br />
métodos analíticos, inclusive Kj eldahl. Foi observada<br />
uma maior influência da temperatura aplicada do que do<br />
tempo de exposição na desnaturação das soro-proteínas.<br />
Entretanto é possível estimar o valor exato destas frações<br />
protéicas fazendo uma prévia separação química. Assim,<br />
a determinação do teor de proteínas do leite deve levar<br />
em consideração o tratamento térmico a que este<br />
foi submetido (pasteurizado, esterilizado, fervura,<br />
etc.), especialmente quando deseja-se determinar<br />
as diversas frações protéicas com exatidão.<br />
5. AGRADECIMENTOS<br />
Aos Engenheiros Agrônomos José Luiz<br />
Tomaz de Carvalho e Antônio Alberto Fonseca<br />
Filho, colegas da pós-graduação, pelo apoio na parte<br />
experimental e editoração, respectivamente.<br />
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
CARVALHO, I. C. Fatores que afetam a<br />
estabilidade térmica do leite. 1 a parte. Revista<br />
do Instituto de laticínios Cândido Tostes.<br />
32:7-14, 1977.<br />
DE PETERS, E. J. & CANT, J. P. Nutritional factors<br />
influencing the nitrogen composition of bovine<br />
milk: a review. Journal of Dairy Science,<br />
75:2043-70, 1992.<br />
FURTADO, M. A. M. Desenvolvimento de um<br />
novo método analítico para a determinação<br />
de soro adicionado ao leite pasteu<br />
rizado. Lavras, ESAL, 1989. 98p. (Tese M.S.).<br />
LOURENÇO, J. P. M. & WOLFSCHOON<br />
POMBO, A. F. Exatidão da determinação<br />
volumétrica de caseína no leite. Revista do<br />
Instituto de Laticínios Cândido Tostes,<br />
37:8-12, 1982.<br />
SILVA, P. H. F. Desenvolvimento de metodologia<br />
analítica para determinação do<br />
teor de caseÍna em leite e para avaliação<br />
da proteólise em queijos. Viçosa, UFV,<br />
1995. 64p. (Tese M.S.).<br />
SILVA , P. H. F. & CARVALHO, M. C. L.<br />
Determinação de nitrogênio em leite pelo<br />
método de Kj eldahl. Revista do Instituto de<br />
Laticínios Cândido Tostes, 48:30-6, 1993.<br />
WA LSTRA, P. & JENNESS, R. Dairy chemistry<br />
and phisics. New York, John Wiley & Sons,<br />
1984. 423p.<br />
WOLSCHOON-POMBO, A. E & VARGAS, O. L.<br />
Aplicação do método de formol para determinação<br />
do conteúdo de proteína no leite cru e pasteurizado.<br />
Revista do Instituto de Laticínios Cândido<br />
Tostes, 32:3- 13, 1977.<br />
WOLFSCHOON-POMBO, A. E; FERNANDES,<br />
R. M. & GRANZINOLLI, G. G. M. Efeitos da<br />
pasteurização-HTST e da fervura doméstica<br />
sobre a proteína do leite. Revista do Instituto<br />
de Laticínios Cândido Tostes, 37:3-7, 1982<br />
WOLFSCHOON-POMBO, A.E BiossÍntese e<br />
composição do leite. I - Lactoproteínas.<br />
Seminário de pós-graduação, DCA/ESAL,<br />
12/09/84 - Palestra.<br />
WOLFSCHOO-POMBO, A. E Considerações à<br />
respeito da fervura doméstica do leite.<br />
Informe Agropecuário, 10:48-52, 1984.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999<br />
Pág. 13<br />
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA pA EFICIÊNCIA DE UM "<br />
PROCESSO DE SANITIZAÇÃO DE LATOES DE LEITE COM OZONIO<br />
Microbiological evaluation of a milk container sanitizing processing with ozone<br />
RESUMO<br />
Claudia Catelani Cardoso 1<br />
João Evangelista Fiorini 2<br />
José Wilson Brasil Gurjão 3<br />
Luiz Carlos do Nascimento 4<br />
Luiz Augusto do Amaral 5<br />
Estudou-se a eficiência de um processo de sanitização de latões plásticos de leite com água ozonizada sob<br />
pressão, comparando-se as contagens (NMP) de coliformes totais, E. coli e mesófilos aeróbios, pé e pós-laagm do<br />
sistema proposto e do convencional. As amostras foram coletadas da parede e do fundo dos latoes, pela tecmca do<br />
"Swab". A porcentagem de redução encontrada mostrou haver diferenças significativas (p < 0,0001) ene as amostras<br />
sobre a redução do número de microrganismos nas contagens realizadas do sistema proposto e entre os SIstemas quanto<br />
ao número de microrganismos mesófilos e ao NMP de coliformes totais (ANOVA, teste de Bartlett).<br />
INTRODUÇÃO<br />
Key words: ozone, sailitization, dairy industry, milk, container.<br />
A adesão de sujidades e microrganismos às<br />
superfícies e o desenvolvimento do chamado<br />
biofilme pode ocorrer em diversos ambientes,<br />
gerando problemas econômicos e à saúde, aumentando<br />
a resistência bacteriana (Holah et a!. , 1990)<br />
ou ainda diminuindo a ação dos desinfetantes<br />
(Dunnsmore et al. , 1981, Maris, 1992, Zottola,<br />
1994; Wong & Cerf, 1995) .<br />
A sanitização consiste em um conjunto de<br />
processos empregados para diminuir a contagem<br />
microbiana de utensílios usados na indústria de<br />
alimentos a fim de eliminar microrganismos<br />
patogênicos e alteradores de alimentos (Rocha et. al<br />
1985). Pode ser realizada por meios físicos ou<br />
químicos. Na sanitização por meios físicos são<br />
empregados calor na forma de vapor; água quente<br />
e a radiação ultra-violeta. (Pinheiro et aI. , 1978).<br />
Pelo uso de agentes químicos pode ser empregada<br />
uma série de compostos dotados de poder<br />
bactericida, desde ácidos orgânicos até agentes<br />
umectantes complexos. Na prática, principalmente<br />
por razões econômicas, os compostos clorados; os<br />
iodados e os quaternários de amônia são os mais<br />
utilizados (Andrade & Martyn, 1982).<br />
Recentemente enfermidades associadas à<br />
novas cepas de microrganismos tais como a Listeria<br />
tem despertado o interesse por novos processos de<br />
1, 2, 4<br />
3<br />
5<br />
sanitização na indústria de alimentos (Graham,<br />
1997). O gás ozônio é um deles pois, segundo Torres<br />
(1996), sua ação sobre os microrganismos é tão<br />
eficaz quanto a do cloro, além de não deixar resíduos<br />
tóxicos ou carcinogênicos nos alimentos, se<br />
concentrações adequadas forem utilizadas (Bourbigot<br />
et aI, 1986). Além disso, foi reconhecido<br />
como seguro para a higienização de garrafas de<br />
água (General Recognized As Safe-GRAS) (Graham,<br />
1997) pela Federal Drug Agency americana.<br />
O ozônio exerce efeito sobre biomateriais<br />
e células bacterianas através da oxidação dos<br />
grupos sulfidrila desses, levando à destruição dos<br />
aminoácidos (Mudd et ai, 1969) e do DNA<br />
polimerase I e impedindo formação de ligações<br />
(crosslinks) entre o DNA e as proteínas (Hamelin<br />
et aI, 1977; Chen et aI 1992). Quimicamente o<br />
ozônio se constitui na forma triatômica e instável<br />
do oxigênio, formado pela excitação do oxigênio<br />
molecular à oxigênio atômico, em um ambiente<br />
energizado que permite a recombinação do<br />
oxigênio em ozônio. É um forte agente oxidante,<br />
com um potencial de oxi-redução de 2,07V(Block,<br />
1994). À temperatura ambiente é um gás de<br />
coloração azulada porém, nas concentrações<br />
utilizadas com propósitos de desinfecção, sua cor<br />
não é notada (Rice, 1986).<br />
O método de geração de ozônio por<br />
descarga corona é o mais utilizado para aplicações<br />
Depto de Biologia. Lab. de Biologia e Fisiologia de Microrganismos, Unifenas Alfenas, MG.<br />
Consultor de Processos- Rio de Janeiro-RJ.<br />
Depto de M. Veterinária Preventiva, UNESP Jaboticabal-SP.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 14 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, na 310, 54: 13-21, 1999<br />
comerciais onde o oxigênio ou o ar passa entre<br />
dois eletrodos separados por um meio de cerâmica<br />
dielétrico (Wickranayabe, 1991).<br />
Em solução aquosa o ozônio pode atuar sobre<br />
vários compostos orgânicos, como demonstrado<br />
abaixo, através de duas vias (Hoigné, 1985):<br />
- por reação direta com as moléculas de<br />
ozônio e<br />
por reação indireta com as espécies<br />
radicálicas que são formadas quando o<br />
ozônio se decompõe na água.<br />
O ozônio, como outros oxidantes, pode ter<br />
sua atividade influenciada pela presença de<br />
materiais oxidáveis presentes no meio, de<br />
microrganismos e de radiação ultra-violeta, entre<br />
outros. Trata-se de um gás potente porém instável<br />
que deve ser produzido no local a ser utilizado<br />
(Boot, 1991, Hiddink, 1995; Torres, 1996) É mais<br />
estável na sua fase gasosa do que aquosa. Sua hemivida<br />
na fase gasosa à temperatura ambiente é de 12<br />
horas enquanto que em solução aquosa é menor que<br />
trinta minutos (Torres et al., 1996). A taxa de<br />
decomposição do ozônio em soluções aquosas<br />
aumenta também com a turbulência e em presença<br />
de pH alcalino (Block, 1994).<br />
Dissolvido em água, o ozônio gera reações<br />
radicálicas e iônicas menos arriscadas que as<br />
exclusivamente radicálicas produzidas pelo gás, que<br />
podem entrar em contato diretamente com o<br />
epitélio pulmonar, se inaladas (DalI' Aglio, 1998,<br />
comunicação pessoal). O ozônio porém, é um gás<br />
parcialmente solúvel em água e sua autodecomposição<br />
produz numerosos radicais livres<br />
sendo que o radical hidroxila (OH-) é o mais<br />
proeminente. À medida que o pH de soluções<br />
contendo ozônio dissolvido aumenta, a taxa de<br />
decomposição de ozônio produzindo radicais livres<br />
hidroxilas também aumenta tanto que a um pH de<br />
10 o ozônio se decompõe instantaneamente.<br />
Embora os radicais livres hidroxilas resultantes<br />
sejam os mais fortes oxidantes estes se decompõem<br />
em frações de segundos. Portanto para a produção<br />
de água ozonizada, a presença do ozônio molecular<br />
é necessária para garantir a desinfecção. A hemivida<br />
do ozônio em solução aquosa depende também<br />
da demanda de ozônio molecular presente na mesma<br />
(Gurley, 1985; Graham, 1997).<br />
-Embora o ozônio seja doze vezes mais solúvel<br />
em água que o oxigênio, sua baixa pressão parcial faz<br />
com que se torne difícil a obtenção de muitos<br />
miligramas/litro, sob condições normais de temperatura<br />
e pressão. O ozônio deve ser adequadamente<br />
distribuído para demonstrar seu efeito esterilizante.<br />
Para tanto faz-se necessária a formação de uma fina<br />
emulsão entre ozônio e a água. Essas emulsões podem<br />
ser criadas por difusão de bolhas finas; bombas<br />
injetoras e por turbinas emulsificantes. Recentemente<br />
o melhoramento nos designs modernos dos geradores,<br />
a diminuição de custos dos mesmos e os processos de<br />
remoção do oxigênio residual tem aumentado e<br />
renovado o interesse das indústrias farmacêutica e<br />
alimentícia pelo ozônio, como esterilizante (Gurley,<br />
1985, Torres et al. , 1996).<br />
Por ser um oxidante potente, os efeitos<br />
tóxicos do ozônio em meio aquoso têm sido<br />
estudados (Bourbigot et al., 1986, Chen et<br />
al.,1992, Filippi, 1997, Menzel, 1984). Alguns<br />
estudos evidenciaram que quando doses suficientes<br />
de ozônio são utilizadas no tratamento da água,<br />
este pode eliminar e evitar o aparecimento de<br />
produtos mutagênicos e outros estudos, que o<br />
mesmo não possui potencial carcinogênico forte.<br />
O efeito desinfetante ou esterilizante do<br />
ozônio, porém, está relacionado à demanda<br />
orgânica desta água. A quantidade de ozônio<br />
aplicada à água, segundo alguns autores, deve ser<br />
suficiente para oxidar ambos, ou seja, matéria<br />
orgânica e microrganismos presentes na mesma<br />
(resposta ou efeito total ou nulo) (Gurley, 1985).<br />
Já Katzenelson et ai (1974) e Kim et ai (1980)<br />
consideram que exista uma relação dose resposta<br />
para o ozônio. Tal fato foi observado também por<br />
Akey & Walton (1985 e 1980).<br />
As concentrações do ozônio em água são<br />
reduzidas mais rapidamente em altas temperaturas<br />
porém a eficiência bactericida do ozônio dissolvido<br />
em água é maior em temperaturas acima de 25°C,<br />
possivelmente devido ao sinergismo entre a oxidação<br />
e a destruição térmica. Apesar disso a variável mais<br />
importante para se garantir a efetividade do ozônio é<br />
a quantidade de ozônio transferida à água. Na prática,<br />
o ozônio é aplicado em altas doses (0,5 - 10mg/l)<br />
por longos períodos de contato (5 - 15min)_ Para a<br />
esterilização da água na indústria farmacêutica, por<br />
exemplo, utiliza-se de 2 - 5mg/1 por um período de<br />
no máximo 5 minutos (Gurley, 1985).<br />
Tendo em vista a importância da sanitização<br />
para a qualidade do leite e as vantagens que<br />
as propriedades desinfetantes do ozônio poderiam<br />
trazer para a indústria de laticínios, o presente<br />
trabalho teve como objetivo primordial avaliar<br />
microbiologicamente a eficiência do processo<br />
proposto.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
A pesquisa foi realizada nas dependências<br />
de uma estação de lavagem de latões de leite,<br />
implantada provisoriamente na Horta Comunitária<br />
do município de Divisa Nova - MG, onde<br />
foi instalado um protótipo para este fi m, e no<br />
laboratório de Pesquisas de Biologia e Fisiologia<br />
de Microrganismos da Universidade de Alfenas<br />
M;G, onde as amostras foram processadas.<br />
O protótipo foi projet.ado pelo engenheiro<br />
químico José Wilson Brasil Gurjão, com tecnologia<br />
e equipamentos da empresa White Martins Gases<br />
Industriais S/A.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, na 310, 54: 13-21, 1999<br />
No Laboratório de Pesquisas foram analisadas<br />
112 amostras de latões de leite de plástico coletadas<br />
através de swabs, correspondentes a amostragem<br />
de 28 latões (2 amostra antes da sanitização e 2<br />
após) oriundos das fazendas da região de Divisa<br />
Nova -MG, escolhidos aleatoriamente. Usando a<br />
mesma metodologia foram analisados 11 latões<br />
submetidos a lavagem convencional no laticínio<br />
que recebe latões de leite da região.<br />
Sistema de higienização de latões de<br />
leite por meio de equipamentos com spray<br />
com ozônio dissolvido em água<br />
O sistema empregado era composto de um<br />
reservatório de PVC, um sistema de dissolução de<br />
ozônio, 2 bombas sendo 1 monofásica e uma<br />
bomba multi-estágio de alta pressão, um gerador<br />
de ozônio, um bico de pulverização de aço inox,<br />
além de uma fo nte de oxigênio puro (White<br />
Martins Gases Inds. S/A), de tubos e conexões.<br />
A água ozonizada utilizada na lavagem por<br />
pulverização era proveniente de um reservatório<br />
onde o ozônio havia sido introduzido e a<br />
concentração de ozônio dissolvido na mesma era<br />
mensurada no momento da desinfecção através<br />
de monitores do tipo residual ozone system (ROS)<br />
com instrumento indicador mo dei 26506 e sensor<br />
31.331.15 (Orbisphere Laboratories®). O sensor<br />
deste instrumento é composto por uma célula<br />
eletroquímica do tipo Clark onde o catodo de ouro, o<br />
anodo de prata e o eletrólito de brometo de potássio<br />
aquoso são isolados da amostra a ser medida por<br />
uma membrana impermeável à água porém permeável<br />
ao gás, que mede o resíduo de ozônio por<br />
diferença de condutividade.<br />
O sistema era acionado 20 minutos antes do<br />
início da lavagem dos latões a fim de se obter a<br />
saturação de ozônio dissolvido na água do reservatório<br />
e oscilou entre 3,0 e 4,0 mg/l, em função das<br />
características da água e da temperatura ambiente.<br />
Manipulação dos latões durante a<br />
experimentação e processo de lavagem.<br />
Antes da coleta das amostras, o latão era<br />
mantido na posição invertida durante dois minutos<br />
Pág. 15<br />
em um suporte (pingadeira) para a drenagem do<br />
excesso de líquido e, então, colocado em suporte<br />
adaptado para a coleta das amostras. Após a coleta<br />
da amostra este era transferido para o suporte<br />
para a lavagem por meio de equipamentos com<br />
"spray", também em posição invertida.<br />
O processo de lavagem era composto de<br />
duas fases. Durante a primeira, um jato de "spray"<br />
contendo uma solução de água e tensoativo nãoiônico<br />
(Liquid Force-Ecolab®) (0,2 ml/litro),<br />
trocada a cada de 3 lavagens, e que durava 2<br />
minutos, promovia-se a limpeza do latão. Durante<br />
a segunda fase, um jato de água com ozônio<br />
dissolvido, que durava 2 minutos também,<br />
promovia a o enxágue e a desinfecção.<br />
Procedimento de coleta das amostras<br />
dos latões<br />
As referidas amostras eram coletadas<br />
através de "swabs" de algodão esterilizados (APHA,<br />
1978) e a área testada era delimitada por um<br />
gabarito de aço inoxidável de 20 x 2,5 cm. Duas<br />
amostras eram coletadas antes da sanitização e<br />
duas após sendo uma composta de cinco pontos<br />
das paredes e a outra do hemi-círculo do ângulo<br />
("quina") do fundo do latão, de forma que de ambos<br />
os pontos fosse amostrada uma área de 250 cm2,<br />
como o preconizado pelo "Standard Methods for<br />
Examination of Dairy Products (1978).<br />
Análises microbiológicas<br />
As amostras foram avaliadas quanto ao<br />
número mais provável (N.M.P.) de coliformes<br />
totais e E. coli e microrganismos mesófilos segundo<br />
a metodologia do substrato cromatogênico definido,<br />
descrita no "Standard Methods for Examination<br />
of Water and Wastewater" (EATON et ai.,<br />
1995) e registrada no DOIlDIPOA no 013/97,<br />
através do teste comercial Colilert® e Simplate®<br />
(ldexx Laboratories Inc.).<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
As tabelas a seguir expressam os números<br />
de microrganismos por cm2•<br />
Tabela 4 - NMP de E. coli / cm2 da parede e do fundo de latões de leite, pré e pós-lavagem com ozônio.<br />
PAREDE<br />
FUNDO<br />
Pré-lavagem<br />
0,3 ± 0,1<br />
0,9xl 0-1 ± 0,3xl 0-1<br />
NMP de E.coli/cm2<br />
Pós-lavagem<br />
Os números expressos significam a média ± EPM de n=26 amostras.<br />
*p
Pág. 16 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-2 1, 1999<br />
Tabela 5 - NMP de coliformes totais / cm2 da parede e do fundo de latões de leite, pré e pós lavagem com ozônio.<br />
PAREDE<br />
FUNDO<br />
NMP de coliformes totais/cm2 Porcentagem de Redução<br />
Pré-lavagem Pós-lavagem<br />
19,9± 4,3 1<br />
24,03 ± 6,00<br />
0,83 ± 0,52'<br />
0,04 ±0,02"<br />
Os números expressos significam a média ± EPM de n=26 amostras.<br />
*p
Pág. 18 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999<br />
o sistema proposto pode substituir o<br />
sistema de lavagem convencional, tipo túnel que o<br />
utiliza o vapor como sanitizante, e consequentemente<br />
as caldeiras, movidas a gás ou carvão o que<br />
promoverá um impacto ambiental menor. Soma-se<br />
a isso que a poluição decorrente deste processo<br />
convencional, causada pela utilização de detergentes<br />
fortes, também será diminuída.<br />
EIROA (1998) acredita que o vapor é um<br />
excelente agente para a indústria de alimentos<br />
porém, quando utilizado sobre superfícies altamente<br />
contaminadas , pode coagular os resíduos<br />
orgân icos formando uma crosta que impede a<br />
penetração do calor e adverte que quando utilizado<br />
para sanificar equipamentos, a temperatura<br />
deve ser mantida a 93,3° C durante pelo<br />
menos 5 minutos.<br />
Baseado no exposto e conhecendo os dados<br />
operacionais do sistema de lavagens convencional<br />
(onde a duração da desinfecção com o vapor é de<br />
alguns segundos) acreditamos que esse temp o<br />
provavelmente seja insuficiente para promover<br />
uma desinfecção eficiente uma vez que os valores<br />
encontrados na avaliação do sistema convencional<br />
são ainda relativamente elevados, mesmo tendo<br />
promovido reduções . significativas.<br />
Ressalta-se ainda que o sistema proposto<br />
promoveu um tempo de contato de contato de 2<br />
minutos da água ozonizada a uma concentração<br />
de aproximadamente 4 mg/l. Segundo Restaino et<br />
ai (1995) a utilização de água ozonizada a uma<br />
concentração de 0,1 9mg/l promoveu a inativação<br />
instantânea de mais de 5 logs do número de UFC<br />
de E.coli de. Depreende-se portanto que existe a<br />
possibilidade da redução do tempo de contato e da<br />
concentração utilizados neste trabalho, o que<br />
tornará o sistema mais rápido e vantajoso.<br />
Outro aspecto importante a ser observado<br />
é que segundo Greene (1993) o sistema de<br />
sanitização com ozônio reduz custos, pois após a<br />
sua instalação a manutenção têm custos menores<br />
que os sistemas que utilizam compostos clorados<br />
e, como não necessita da desinfecção térmica, o<br />
consumo de energia também é reduzido.<br />
Considerando que um latão mal higienizado<br />
segundo PINHEIRO et ai (1978) pode adicionar<br />
até 8x 106 UFC/ml ao leite e a redução média de<br />
microrganismos mesófilos obtidas pelo processo<br />
proposto foi de 99,04%, esse número poderia ser<br />
reduzido para 7,6 x 104 o que com certeza já<br />
contribuiria muito para a qualidade final do produto.<br />
A redução do NMP de coliformes totais<br />
promovida pelo processo convencional foi de<br />
74, 12%. Segundo Speers and Gilmour (1985),<br />
as bactérias gram negativas, como é o caso dos<br />
coliformes, tem maior facilidade de adesão às<br />
superfícies e consequentemente maior chance<br />
dar início a formação do biofilme. Depreende-<br />
se disso que os latões lavados pelo sistema<br />
convencional têm maior probabilidade de<br />
desenvolver o biofilme nos latões.<br />
CONCLUSÃO<br />
Segundo análises estatísticas utilizando-se<br />
os testes t-Student, os resultados de redução dos<br />
microrganismos pesquisados promovidos pelo<br />
processo, proposto mostraram-se estatisticamente<br />
significantes.<br />
Testes, em uso, da eficiêcia microbiológica<br />
do processo convencional de sanitização de<br />
latões de leite devem ser realizados periodicamente<br />
uma vez que os resultados obtidos nesse<br />
trabalho indicaram que o processo convencional<br />
não reduziu significativamente o NMP de mesófilos<br />
aeróbios. Tal fato pode comprometer a<br />
qualidade do leite.<br />
O período de permanência menor do leite,<br />
nos latões submetidos à lavagem com ozônio,<br />
promoveu diferenças significativamente menores<br />
nas cargas microbianas iniciais, quando comparado<br />
aos submetidos à lavagem convencional.<br />
O processo proposto pode ser uma alternativa<br />
viável durante o período de transição entre<br />
o latão e os tanques de refrigeração (tanques de<br />
espansão), principalmente por seus aspectos<br />
econômicos e ecológicos.<br />
SUMMARY<br />
Food processing requires good hygienic<br />
procedures that guarantee the final quality of<br />
products, avoid early deterioration and respect<br />
consumers health. These procedures are called<br />
sanitization and are composed of two phases:<br />
cleaning and disinfection. During this process<br />
applied to food recipients, the chemical products<br />
used as sanitizers can accumulate in the product or<br />
can be ineffective due to the presence of organic<br />
material . Ozone has some characteristics that<br />
make it attractive for use as san itizer in food<br />
processing. It's higher oxidant potential, FDA's<br />
recognization as safe (GRAS) for bottled<br />
disinfection and production of normal oxidation<br />
products with less deleteriuous effects than the<br />
by-products of chlorine treatment are some<br />
examples of ozone's advantures. Therefore the<br />
efficiency of a sanitizing processing of milk plastic<br />
containers with ozonized water was studied. This<br />
was accomplished by comparing the average<br />
number of aerobic mesophils, E. coli and total<br />
coliform counts before and after washing and also<br />
with the conventional processing method. The<br />
samples were collected from the inner side walls<br />
and the inside bottom of the containers using the<br />
'Swab" technique. A significant reduction ("t" -<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999 Pág. 19<br />
Student test) of the investigated microorganisms<br />
was found in the post-wash samples as compared<br />
to the pre-wash counts. A significant reduction<br />
was also found when compared to the average<br />
number of aerobic mesophils and total coliforms<br />
of the walls with the conventional method<br />
(ANOVA- Bartlett test)o<br />
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Pág. 22 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />
QUANTIFICAÇÃO DE TRIHALOMETANOS (THM) EM AMOSTRAS<br />
DE ÁGUA PRÉ E PÓS-CLORADAS COM HIPOCLORITO DE SÓDIO<br />
(HPCS) POR CROMATOGRAFIA DE FASE GASOSA UTILIZANDO-SE<br />
MICROEXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA (MEFS)<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
Trihalometanos (THM) são compostos<br />
organoclorados formados durante o processo de<br />
cloração nas águas utilizadas em abastecimento<br />
público. ° cloro residual livre e as substâncias<br />
resultantes da degradação de vegetais, denominadas<br />
substâncias húmicas (precursores), reagem e<br />
originam os THM. A formação é representada<br />
esquematicamente pela equação 1 (CARSWELL<br />
et aI ., 1977; PERRY, 1982).<br />
Cloro residual livre + Precursores (Substâncias húmicas)<br />
Trihalometanos + Outros subprodutos (1)<br />
Os principais THM's encontrados em águas<br />
de abastecimento público são: o triclorometano,<br />
bromodiclorometano, dibromoclorometano e<br />
tribr'ometano, cuj as fórmulas químicas estão<br />
representadas na figura 1.<br />
A importância dos THM's em nível mundial<br />
prende-se ao fato de que, além de serem<br />
considerados carcinogênicos, são também indicadores<br />
da possível presença de outros compostos<br />
organoclorados (ácido acético clorado, haloacetonitrilos,<br />
cloropicrin, clorofenóis, cloropropanonas),<br />
também resultantes do processo de<br />
cloração das águas e mais perigosos que os próprios<br />
THM's. Em função dos riscos, a EPA estabeleceu<br />
em dezembro de 1993 que 30 substâncias químicas<br />
são consideradas nocivas à saúde, dentre essas<br />
destacaram-se os THM' s, cuja tolerância é zero<br />
(MACÊDO, 1997).<br />
CI<br />
I<br />
Jorge Antônio Barros de Macêdo1<br />
Nélio José de Andrade2<br />
Júlio Maria Andrade de Araújo3<br />
José Benício Paes Chaves4<br />
Marco Túlio Coelho Silvas<br />
Claúdio Pereira Jordão6<br />
H - C - CI H - C - CI<br />
Br<br />
CI CI<br />
Triclorometano (CHCI3) Bromodiclorometano (CHBrCl)<br />
Br Br<br />
I<br />
H - C - Cl H - C - Br<br />
Br<br />
Dibromoclorometano (CHBrp) Tribromometano (CHBr3)<br />
Figura 1 . Trihalometanos que ocorrem de modo<br />
mais freqüente em águas de abastecimento público.<br />
A microextração por fase sólida (MEFS)<br />
tem sido indicada como o processo que reduz o<br />
tempo de preparo da amostra, elimina os erros da<br />
extração líquido-líquido e os erros provenientes<br />
de injeção, já que este processo não utiliza solvente.<br />
A agulha é levada diretamente ao septo de injeção<br />
do cromatógrafo. Além destas vantagens, apresenta<br />
limite de detecção na ordem de 15 ppt (parte<br />
por trilhão) (ARTHUR et aI., 1992; SUPELCO,<br />
1995a; SUPELCO, 1991).<br />
D.Sc., Departamento de Alimentos e Toxicologia. Universidade Federal de Juiz de Fora.<br />
Centro Tecnológico / Instituto de Laticínios Cândido Tostes / EPAMIG.<br />
2 D.Sc., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />
3 Ph.D., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />
4 Ph.D., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />
5 D.Sc., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />
6 Ph.D., Departamento de Química. Universidade Federal de Viçosa.<br />
Br<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />
° MEFS é um sistema constituído por uma<br />
haste de aço inoxidável com a ponta recoberta por<br />
uma fibra (fase sólida) protegida por uma capa de<br />
aço (agulha) inoxidável que permite a exposição da<br />
fibra, de maneira manual utilizando-se um suporte<br />
metálico denominado "holder" ou de maneira<br />
automática, Figura 2 (ARTHUR et aI., 1992). '<br />
Haste de aço inoxidável<br />
1' ,J, t $11<br />
Ir,-a<br />
Fibra Agulha Embolo<br />
Fonte: ARTHUR et aI., 1992.<br />
Figura 2 • Partes que constituem o sistema de<br />
microextração por fase sólida.<br />
° tipo de fibra a ser utilizado depende do<br />
peso molecular e da polaridade dos compostos a<br />
serem extraídos. Compostos de baixo peso molecular<br />
ou compostos voláteis, como os THM, são extraídos<br />
pela fibra 100 Ilm polidimetilsiloxano (PDMS)<br />
(SUPELCO,1994a; SUPELCO, 1994b).<br />
Para análise de compostos clorados que<br />
contaminam amostras de água, a U.S. Environmental<br />
Protection Agency (EPA) indica o<br />
processo de imersão da agulha na amostra a ser<br />
analisada, Figura 3 (SUPELCO, 1995c; SUPELCO,<br />
1995b; SUPELCO, 1991).<br />
Holder<br />
Fonte: SUPELCO, 1995e.<br />
Figura 3 • Processo de imersão da fibra.<br />
A exposição da fibra dentro da amostra de<br />
água permite a adsorção dos compostos organoclorados<br />
pelo polidimetilsiloxano. ° tempo de<br />
adsorção é definido em função de referências<br />
bibliográficas e da realização de experimento<br />
preliminar. Este tempo, em geral, varia de dois a<br />
vinte minutos (ARTHUR et aI., 1992; SUPELCO,<br />
1994b). Já o processo de dessorção ocorre após a<br />
exposição da fibra dentro do septo de injeção.<br />
Este tempo também é definido com base em<br />
referências bibliográficas e em experimento<br />
preliminar. ° tempo de extração para organo-<br />
Pág. 23<br />
dorados, segundo referências bibliográficas, varia<br />
de um a cinco minutos (SUPELCO, 1995c;<br />
SUPELCO, 1994a; SUPELCO, 1995b).<br />
Existem vários métodos para a avaliação<br />
quantitativa na cromatografia de fase gasosa, dentre<br />
esses destaca-se o método de padrão interno, que<br />
corrige variações da quantidade adsorvida pela fibra<br />
de polidimetilsiloxano, pois tanto o padrão interno<br />
como os THM serão igualmente afetados pela<br />
variação da área (ARA Ú JO, 1995).<br />
Na utilização deste método, torna-se necessária<br />
a escolha de uma substância cujas características<br />
químicas sejam semelhantes às dos<br />
componentes a serem analisados. Seu tempo de<br />
retenção deverá estar situado em uma faixa diferente<br />
daquela dos compostos a serem analisados.<br />
2. MATERIAL E MÉTODOS<br />
2.1. Amostras de água<br />
2. 1.1. Amostras da estação de tratamento (ETA)<br />
Amostras de água foram coletadas na ETA,<br />
situada no bairro Poço D' AntaS, em Juiz de Fora<br />
MG, que utiliza como manancial duas represas<br />
intercomunicantes e em níveis diferentes.<br />
A ETA de Poço D' Antas apresenta flexibilidade<br />
opracional, podendo utilizar o HPCS<br />
(hipoclorito de sódio) na pré (Figura 17) ou póscloração<br />
(Figura 18).<br />
A coleta da amostra na ETA foi realizada<br />
no reservatório de partida (Figuras 4 e 5).<br />
Essas amostras foram transportadas aos<br />
laboratórios em frascos mantidos em caixa de<br />
isopor até o momento de se efetuarem as análises<br />
físico-químicas.<br />
1--- -- -., RassJVatório da Água Bruta<br />
FLOCO-DECANTADOR<br />
FILTRO SOB PRESSÃO<br />
Figura 4 • Esquema da pré-cloração.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 24 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />
1--- -- --+1 Reservatório de Água Bruta<br />
FLOCO·DECANTADOR<br />
FILTRO SOB PRESSÃO<br />
Figura 5 - Esquema da pós-cloração.<br />
2.1.2. Amostras da indústria de alimentos (IA)<br />
Amostras de água foram coletadas na<br />
Padaria Estrela Dalva, situada à Rua Francisco<br />
Pereira, 207, bairro Santo Antônio, em Juiz de<br />
Fora-MG. Esta panificadora possui reservatório<br />
com capacidade de 5.000 L. Sua produção diária<br />
de pães, bolos e doces abastece 200 a 300 pessoas.<br />
As amostras foram coletadas em torneira<br />
ligada diretamente à rede de distribuição, sendo<br />
transportadas para os laboratórios em caixa de<br />
isopor.<br />
2.2.2. Análise quantitativa e qualitativa<br />
dos trihalometanos (THM)<br />
Para quantificar as concentrações de THM<br />
nas amostras utilizou-se a cromatografia de fase<br />
gasosa, com o método da adição do padrão interno<br />
(PI) (ARAÚ JO, 1995).<br />
Foi preparada uma solução do PI (diclorometano<br />
- DCM) grau cromatográfico MERCK,<br />
com pureza mínima de 99,5%. Para isso,<br />
Quadro 1 - Características dos padrões de trihalometanos - SUPELCO.<br />
Trihalometanos<br />
Bromodiclorometano<br />
Dibromoclorometano<br />
Tribromometano<br />
Triclorometano<br />
Fonte: SUPELCO, 1995d.<br />
Percentagem de pureza<br />
96,7<br />
97,9<br />
99,0<br />
98,8<br />
adicionaram-se 10 IlL do PI em balão volumétrico<br />
de 25 mL, completando o volume com metanol<br />
grau cromatográfico Merck, com pureza mínima<br />
de 99,8%. Esta solução contém 0,398 Ilg de<br />
DCM.IlL·1 de metanol.<br />
A solução-padrão de THM foi preparada a<br />
partir de uma mistura de padrões que continha<br />
bromodiclorometano (BDCM), dibromoclorometano<br />
(DBCM), tribrometano (TBM) e triclorometano<br />
(TCM) (SUPELCO, 1995d). A concentração<br />
de cada padrão na mistura foi de aproximadamente<br />
200 Ilg/mL (Quadro 1). Assim, adicionaram-se<br />
4 IlL da mistura de padrões e 4 IlL do PI<br />
em balão volumétrico de 25 mL e completou-se o<br />
volume com a água da ETA sem cloro residual<br />
total (CRT).<br />
As amostras de água da ETA-Poços D' Antas<br />
e da panificadora foram adicionadas em balão<br />
volumétrico de 25 mL que já continha 4 IlL do PI e<br />
completou-se o volume com a água a ser analisada.<br />
Para extração dos THM e do PI das<br />
amostras foi utilizado o procedimento de microextração<br />
em fase sólida (MEFS) com fase estacionária<br />
polydimethylsiloxane (100 Ilm). Condicionou-se<br />
a MEFS à temperatura de 230°C por<br />
uma hora e utilizou-se o tempo de cinco minutos<br />
para extração (SUPELCO, 1995a; SUPELCO,<br />
1995b; SUPELCO, 1995c; SUPELCO, 1995e;<br />
SUPELCO, 1991; HUANG, et al., 1997; PAGE e<br />
LACROIX, 1997).<br />
A desorção dos THM e PI baseou-se em<br />
referências bibliográficas (SUPELCO, 1995e;<br />
SUPELCO, 1991; PAGE e LACROIX, 1993; PAGE<br />
e LACROIX, 1997) e em experimentação inicial, e<br />
concluiu-se que o tempo de seis minutos foi suficiente<br />
para a completa dessorção dos THM e PI.<br />
O cromatógrafo utilizado foi o da marca<br />
Hewlett Packard, modelo 5080A, sob as seguintes<br />
condições cromatográficas:<br />
- Coluna capilar: Vocol - 60 m x 0,53 mm<br />
DI, filme de 3,0 Ilm.<br />
- Temperatura da coluna: Isoterma de 50°C.<br />
- Gás de arraste: H 2 , 4,2 mL/min.<br />
- Pressão na cabeça da coluna: 10,5 psi.<br />
- Detector: FID, 250°C.<br />
Concentraçãoanalitica<br />
(llg.mL-1)<br />
195,0<br />
196,8<br />
201,0<br />
195,3<br />
Desvio-padrão<br />
(±)<br />
5,9<br />
5,3<br />
2,3<br />
Rev: Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 22-27, 1999 Pág. 25<br />
- Injetor: 220°C, "Splitess".<br />
- Aquisição de dados: ChemStation-HP, com<br />
software HP-3365 series 11 - versão<br />
A.03.21.<br />
3. RESULTADOS<br />
Pelos resultados apresentados na Figura 6,<br />
constatou-se a ocorrência do triclorometano (TCM)<br />
e do bromodiclorometano (BDCM) nas amostras de<br />
águas coletadas na caixa de partida da ETA, na pré e<br />
na pós-cloração com hipoclorito de sódio (HPCS),<br />
quando se superpõem os cromatogramas dessas<br />
amostras e o cromatograma dos padrões.<br />
O Quadro 2 apresenta as concentrações<br />
médias de THM's nas amostras analisadas.<br />
l-Metanol<br />
2 -Diclorometano<br />
3 -T ridorometano<br />
4 -Bromodiclorometano<br />
5 -Dibromoclorometano<br />
6-Tribromometano<br />
&perior -Cromatograma de pré-cIoração com HPCS<br />
Médio - Cromatogramadepós-clolaçãocomHPCS<br />
Inferior - CromatogramadospadlÕeS<br />
Tempo (Min)<br />
HPCS = Hipoclorito de sódio<br />
Figura 6 - Superposição de cromatogramas dos<br />
padrões e os cromatogramas de amostras de água<br />
pré-clorada ou pós-clorada com HPCS, coletadas<br />
na caixa de partida da ET A.<br />
Verifica-se, portanto, que as concentrações<br />
mais elevadas foram detectadas quando<br />
o processo de desinfecção utilizado foi o da précloração.<br />
A concentração total de trihalometano<br />
(TTHM) atingiu 117 ,52 Ilg.L-1, acima do valor<br />
r e comendado pela legislação vigente, 100 Ilg.L-1<br />
(BRASIL, 1990). Este resultado pode ser considerado<br />
previsível, já que a pré-cloração é efetuada<br />
antes da decantação e da filtração, etapas do<br />
tratamento convencional da água. Nestas condições<br />
a água pode apresentar elevado conteúdo de substâncias<br />
húmicas.<br />
Por outro lado, coincidentemente, o<br />
experimento usando-se pré-cloração foi conduzido,<br />
após ocorrerem chuvas na região, dois dias<br />
antes da amostragem, conforme informações do<br />
Departamento de Geociências da Universidade<br />
Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os níveis de<br />
precipitação pluviométrica passam do valor O mm<br />
no fi nal do mês de fevereiro para 129,6 mm<br />
nos dias iniciais do mês de março. As chuvas<br />
provocam maior arraste de substâncias húmicas<br />
para dentro do manancial, aumentando a possibilidade<br />
do contato do hipoclorito de sódio<br />
(HPCS) com os precursores dos trihalometanos<br />
(SANTOS, 1988).<br />
As Figuras 7 e 8 apresentam os gráficos<br />
representativos das concentrações médias de<br />
TCM e BDCM na ETA e IA, quando na ETA<br />
realizou-se o processo de pré e pós-cloração<br />
com HPCS.<br />
As Figuras 7 e 8 mostram que as concentrações<br />
médias de TCM e de B nCM são mais<br />
elevadas nas amostras de água da panificadora,<br />
independentemente do processo de desinfecção,<br />
pré ou pós-cloração.<br />
Constata-se, portanto, que pontos da<br />
rede de distribuição apresentarão níveis maiores<br />
de THM para ambos os processos de desinfecção,<br />
pré ou pós-cloração com HPCS. Pesquisas<br />
têm demonstrado resultados semelhantes<br />
(SANTOS, 1988).<br />
Quadro 2 - Concentrações médias de TCM e BDCM em águas coletadas na ETA ou na IA, após<br />
desinfecção da água ETA com HPCS na pré e pós-cloração e TTHM.<br />
Pré-cloração<br />
TCM BDCM<br />
(llg.L-1) (llg.L-1)<br />
ETA 107,93 9,59<br />
IA 209,55 11,39<br />
TCM = Triclorometano.<br />
ET A = Estação de tratamento de água.<br />
IA = Indústria de alimentos - Panificadora.<br />
TTHM = Total de trihalometano.<br />
digitalizado por<br />
Pós-cloração<br />
TTHM TCM BDCM TTHM<br />
(llg.L-1) (llg·L"I) (llg.L-1) (llg.L-1)<br />
117 ,52 48,97 7,70 56,67<br />
220,94 65,32 8,69 74,01<br />
BDCM = Bromodiclorometano.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 26 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />
4. CONCLUSÕES<br />
A microextração em fase sólida (MEFS) se mostrou muito eficiente na análise de THM. Permitindo<br />
uma redução significativa no tempo de análise, se comparada com o processo tradicional de extração<br />
líquido-líquido, reduzindo ainda em níveis consideráveis o erro de injeção.<br />
o:nc.<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
o<br />
!f-<br />
<br />
TCM BCXJvI<br />
ETA<br />
- -<br />
TCM<br />
TCM = triclorometano.<br />
BDCM = bromodic1orometano.<br />
ET A = estação de tratamento de água.<br />
IA = indústria de alimentos.<br />
Conc. = concentração (llg.L-').<br />
<br />
IA<br />
BCXJvI<br />
Figura 7 - Concentrações médias de TCM e BDCM<br />
em águas coletadas na ETA e IA, após desinfecção<br />
da água na ETA com HPCS na pré-cloração.<br />
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70<br />
60<br />
50<br />
Cone. 40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
TCM BDCM<br />
ETA<br />
TCM BDCM<br />
TCM = triclorometano.<br />
BDCM = bromodiclorometano.<br />
ETA = estação de tratamento de água.<br />
IA = indústria de alimentos.<br />
Conc. = concentração (llg.L-').<br />
Figura 8 - Concentrações médias de TCM e BDCM<br />
em águas coletadas na ETA e IA, após desinfecção<br />
da água na ETA com HPCS na pós-cloração.<br />
humano. Diário Oficial [da República<br />
Federativa do Brasil], Brasilia, v. 128, n.16,<br />
p.1651-1654, 23 jan. 1990. Secção 1.<br />
CARSWELL, J. K., CLARK, M. R., DORSEY, P.<br />
et aI. Ozone, chlorine dioxide and chloramines<br />
as alternatives to chlorine for disinfection of<br />
drinking water. In: CONFERENCE ON W ATER<br />
CHLORINATION: Environmental Impact and<br />
Health Effects, 2, 1977, Gatlinburg. Anais ... .<br />
Gatlinburg: Office of Research and Development<br />
U. S. Environmental Protection<br />
Agency - EPA, 1977. p.I -84.<br />
HUANG, S., TING, C. Y., UN, C. Determination of<br />
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Journal of Chromatography A,<br />
v.769, p-239-246, 1997.<br />
MACÊDO, J. A. B. Determinação de trihalometanos<br />
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público e de indústria de alimentos. Viçosa,<br />
MG, 90p. Dissertação (Doutorado em<br />
IA<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999 Pág. 27<br />
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Federal de Viçosa, 1997.<br />
PAGE, B. D., LACROIX, G. Application of solidphase<br />
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volatiles in selected fo ods. J ournal of<br />
Chromatography, v.648, p.199-211, 1993.<br />
PAGE, B. D., LACRO IX, G. Application of solidphase<br />
microextraction to the headspace gas<br />
ghromatographic analysis of semi-volatile<br />
organ ochlorine contaminants in aqueous<br />
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v.757, p-173-182, 1997.<br />
PERRY, R. Aspects of the chemistry and analysis<br />
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SANTOS, C. L. O controle de trihalometanos<br />
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São Paulo: USP, 1988. 217p. Dissertação<br />
(Mestrado em Saúde Pública) . Universidade<br />
de São Paulo, 1988.<br />
SUPELCO. EPA Procedures for water<br />
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SUPELCO. Solid phase microextraction fiber<br />
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SUPELCO. Solid phase microextraction of<br />
volatile compounds in US EPA Method 524.2.<br />
Bellefonte: 1995b. (Application note, 11)<br />
SUPELCO. Fast analysis of volatile organic<br />
compounds by solid phase microextraction/capillary<br />
GC. Bellefonte: 1995c.<br />
(Application note, 56)<br />
SUPELCO. Certificate of analysis. Bellefonte:<br />
1995d. (Folder)<br />
SUPELCO. Solid phase microextraction:<br />
solventless sample preparation for monitoring<br />
flavor and fragrance compounds<br />
by capillary gas chromatography, Bellefonte:-<br />
1995e. (Bulletin, 869)<br />
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pesticides by solid phase mictoextractionl<br />
capillary GC, Bellefonte, 1994a.<br />
SUPELCO. Polyacrilate film fiber for solid<br />
phase microextraction of polar semivolatiles<br />
from water , Bellefonte, 1994b.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 28 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
CARACTERISTICAS Y COMPOSICION DE STARTER CSL:<br />
STARTER PARA YOGURT Y LECHES FERMENTADAS<br />
CON PROBIOTICOSt<br />
II CSL ya desde 1950 ha estudiado,<br />
seleccionado y producido starter para la<br />
produccibn de diferentes tipologias de leches<br />
fermentadas, hoy disponibles en forma liofilizada<br />
concentrada para inoculo directo.<br />
Antes de introducir la ilustracibn de las<br />
diferentes tipologias de starter empleados en la<br />
preparacibn de leche fermentada, es necesario<br />
definir dichos productos.<br />
DEFINICION DE LECHES FERMENTADAS<br />
Se definen leches fermentadas como el<br />
producto obtenido de la coagulacibn de la leche,<br />
sin substraccibn de suero sucesiva a la fermentacibn,<br />
por accibn exclusiva de microrganismos<br />
especificos, che deben mantenerse vivos y vitales<br />
hasta el momento deI consumo. Citamos el texto<br />
de la definicion de leches fermentadas segun la<br />
normativa FIL-IDF n. 163:1992 "General Standard<br />
of Identity for Fermented Milks":<br />
FERMENTED MILKS<br />
Definition<br />
Fermented milks are prepared from milk<br />
and/or milk products by the action of specific<br />
microorganisms, which results in a reduction of<br />
pH and coagulation. These specific microorganisms<br />
shall be viable, active and abundant in<br />
the fi nish product at the time of sale for<br />
consumption.<br />
The milk and milk products may be<br />
homogenized or not and must be at least<br />
pasteurized. Fermented milks may contain<br />
optional additions added either before or after<br />
fermentation. As fresh products, they have a<br />
limited shelf live (typically up to 30 days) and<br />
should be kept refrigerated (+4 + 7°C) throughout<br />
distribution.<br />
After fermentation, heat - treatment shall<br />
not be allowed.<br />
Paolo Guerriero<br />
Disertante: Roberto Braun<br />
Whey removal shall not be allowed after<br />
fermentation with the exception of traditional,<br />
concentrated fermented milks: Stragisto (strained)<br />
yaourti and Labneh.<br />
YOGURT<br />
El yogurt es el producto de la coagulacibn de<br />
la leche obtenido por la fermentacibn conducida<br />
exclusivamente por microrganismos caracteristicos,<br />
S.thermophilus y L.delbrueckii subsp. Bulgaricus que<br />
deben mantenerse vivos y vitaIes hasta el momento<br />
deI consumo (G.U. CEE 91/C 270/02-15-10-1991).<br />
Leches fermentadas especiales<br />
Son leches fermentadas que vienen preparadas<br />
con bacterias de origen intestinal, empleadas por sus<br />
propiedades probioticas, pero con debiles caracteristicas<br />
lacto-casearias. Estas bacterias pueden o no,<br />
pertenecer aI grupo de bacterias lacto-casearias. Por<br />
ejemplo Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus<br />
casei y Bifidobacterium .<br />
STARTER<br />
El Centro Sperimentale deI Latte, gracias<br />
aI trabajo continuado de anos de estudio y seleccibn<br />
de cepas, ha logrado realizar una diferenciada serie<br />
de starter en forma lioflizada concentrada para<br />
inoculo directo en el tanque de fermentacibn.<br />
Modelo de la experimentacion CSL:<br />
Las tipologias de starter tomadas en consideracibn<br />
en esta experimentacibn (n° 5 cultivos<br />
liofilizados a inoculo directo, individuables con la<br />
sigla: (CSL 1,2,3,4,5). Estos cultivos preparados<br />
partiendo de diferentes cepas de S. thermophilus<br />
y L. delbrueckii subsp. Bulgaricus, en diferentes<br />
proporciones de cocos / bastoncitos, con curvas<br />
de acidificacibn diferentes, han sido sometidos a<br />
un test comparativo con un cultivo tradicional,<br />
de buena aptitud tecnologica, preparado en forma<br />
llquida y repicado (sigla V).<br />
Parte deI trabajo presentato por Dr. Guerriero aI "3er Seminario de Microbiologia Moderna<br />
Aplicada a la Industria de Alimentos", organizada por Lacti-Lab de Mexico S.A. de C.V. a<br />
Guadalajara, Jalisco Mexico el 4-6 de marzo de 1999. Centro Sperimentale deI Latte - Italia.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
Los cultivos han sido sometidos a una<br />
fermentacibn simultànea en seis diferentes<br />
fermentadores, utilizando la misma mas a de leche<br />
(leche desnatada con 0.75 gr./ 100 ml de grasa,<br />
3.83 gr./ 100ml. de proteina con residuo seco total<br />
de 11.75 gr. / 100 ml), previamente pastorizado<br />
en batch a la temperatura de 85°C por 30 mino<br />
La leche desnatada asi pasteurizada, ha sido<br />
sucesivamente enfriada alla temperatura de 40°C<br />
y, a dicha temperatura se han inoculado los seis<br />
diferentes starter (Fig. 1)<br />
Durante la fermentacibn han sido determinadas<br />
las curvas de acidificacibn hasta el<br />
momento de rompimiento deI coagulo làctico; aI<br />
momento de envasado tO (efectuado despues de<br />
30 min.) y aI tI (dos horas despues deI momento<br />
deI rompimiento deI coagulo, dato util para<br />
verificar los efectos de diferentes tiempos de<br />
envasado.)<br />
En cada yogurt obtenido con los diferentes<br />
cultivos, se han luego analizado las siguientes<br />
determinaciones y evidenciadas en las respectivas<br />
transparencias:<br />
· Evolucibn deI pH deI yogurt durante la<br />
fabricacibn y durante la conservacibn hasta<br />
los 30 dias.<br />
· Viscosidad en cps / 30" con viscoslmetro<br />
a rotacibn Brockfield, a 24 horas de<br />
produccibn (t2);<br />
· Valuacibn de la consistencia a 24 horas<br />
(t2), utilizando un dinamometro Instron<br />
Universal Testin Machine.<br />
· Valuacibn deI perfil aromatico (metodo<br />
HPLC)<br />
Pág. 29<br />
. Valuacibn de los principales atributos<br />
sensoriales (Panel tecnico instruido: 10<br />
personas).<br />
. Valuacibn de la carga microbiana, a las 24<br />
horas (t2) y a los 30 dias de produccibn<br />
(t3), de S. thermophilus y L. delbrueckii<br />
subsp. bulgaricus.<br />
Las curvas de acidificacibn, reportadas en<br />
Fig. 2 y Tab. l, evidencian un desarrollo un poco<br />
diferente, con velocidad de crecimiento dentro<br />
de las 5 horas (starter liquido) y 8 - 9 horas<br />
(starter a inoculo directo). Estas fermentaciones<br />
estan comprendidas en tiempos tecnologicos<br />
idbneos para la produccibn de un yogurt de optima<br />
consistencia y reducida pos-acidificacibn, tal<br />
como puede observarse en la comparacibn de pH<br />
de los diferentes yoghurt obtenidos a las 24 horas<br />
y 30 dias de conservacibn (Tab. 1).<br />
El yoghurt producido con el starter nquido,<br />
con curva de acidificacibn màs veloz, alcanza<br />
valores de pH inferiores sea en la muestra a las 24<br />
horas (4.01) que a los 30 dias (3.92). Este<br />
comportamiento menos favorable esta determinado,<br />
sea por su composicibn que por su<br />
composicibn fisica (forma nquida).<br />
Ademàs es importante subrayar que una<br />
rapida fermentacibn inicial puede conducir<br />
tambien a la precipitacibn de la caseina y a la<br />
deshidratacibn de las micelas con formacibn de<br />
grumos. Estos dificilmente pueden resorberse<br />
en las horas sucesivas de incubacibn, mientras<br />
una acidificacibn demasiado lenta, en las<br />
primeras horas comporta la aparicibn de un<br />
aspecto arenoso.<br />
ESQUEMA TECNOlOGICO DE PREPARACCION DE 6 YOGHURT DESCREMAOOS NATURAlES<br />
90.--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -,<br />
:n<br />
ffi 60<br />
U<br />
15<br />
50<br />
(!l<br />
40 l--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- - <br />
<br />
30<br />
UJ<br />
a.<br />
::E 20<br />
I:!<br />
10<br />
100 200 300 400 500<br />
__ VARIAZlONE DElLA TEMPERATURA<br />
T1EMPO EN MINUTOS<br />
---- -<br />
600 700 Boo<br />
Fig. 1 - Produccion de Yogurt de 6 diferentes starter. Yogurt descremado natural (Proteinas 3.83, Grasa<br />
0,75%, extracto seco total 11.75%).<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 30 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
A B C D E Y<br />
O 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6<br />
3 5,54 5,34 5,99 5,95 5,71 4,88<br />
4 5,01 4,97 5,18 5,57 5,17 4,51<br />
5 4,7 4,63 4,74 5,22 4,87 4,2 1<br />
6 4,49 4,45 4,48 4,96 4,73<br />
7 4,32 4,34 4,26 4,79 4,63<br />
8 4,22 4,28 4,62 4,59<br />
9 4,4 4,51<br />
7.--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --<br />
6,5<br />
6<br />
i 5,5<br />
5<br />
4,5<br />
2 4 6 8 1 0<br />
__ CSL1 CSL2 -.e.-CSL3<br />
Tempo (ore)<br />
Fig. 2 - Curvas de acidificacion durante la fabricacion de yoghurt descremado natural.<br />
Tabla 1 - Evolucion dei pH dei yoghurt<br />
descremado natural, durante la fabricacion y<br />
consevacion hasta los 30 dias.<br />
Tempo (h) CSLl CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />
o 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6<br />
3 5,54 5,34 5,99 5,95 5,71 4,88<br />
4 5,01 4,97 5,18 5,57 5,17 4,51<br />
5 4,7 4,63 4,74 5,22 4,87 R4,21<br />
6 4,49 4,45 4,48 4,96 4,73<br />
7 4,32 4,34 4,26 4,79 4,63<br />
7,25 R 4.22<br />
8 R4,22 4,28 4,62 4,59<br />
8,25 R4.24<br />
9 R4,4 R4,51<br />
tO 4,17 4,19 4,15 4,34 4,46 4,18<br />
tI 4,15 4,18 4,13 4,31 4,34 4,09<br />
t2 4,15 4,26 4,06 4,18 4,41 4,01<br />
t3 3,93 4,26 3,98 4,06 4,31 3,92<br />
tO = confeccionamiento despues de una pausa de<br />
30' dei rompimiento a la temperatura de 35°C y<br />
bajo blanda agitacion<br />
tI = como tO, con pausa de 2 horas<br />
t2 = como tI despues de 24 horas<br />
t3 = como tI despues de 30 dias<br />
R = rompimiento dei coagulo<br />
Por lo que respecta la viscosidad y la<br />
consistencia (Tab. 2-3) los valores obtenidos<br />
aparecen buenos para todos los productos dei test,<br />
y especialmente para los productos preparados con<br />
starter CSL3, CSL4 y CSL5, como tambien confirmado<br />
por la evaluacibn sensorial (Tab.4) .<br />
Tabla 2 - Viscosità (cps/30"). Viscosidad (cps/<br />
30"). Yoghurt descremado natural preparado con<br />
starter CSLl, 2, 3, 4, 5 e Y.<br />
Tipologia<br />
CSLl<br />
CSL2<br />
CSL3<br />
CSL4<br />
CSL5<br />
Y<br />
Viscosidad a 24 horas<br />
de la produccibn<br />
tO tI<br />
4.280 4.190<br />
4.480 3.770<br />
6.360 6.580<br />
7.410 5.900<br />
5.740 6.260<br />
5.090 3.970<br />
tO = confeccionamento despues de una pausa de<br />
30' desde el rompimiento con enfriamiento a la<br />
temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />
tI= como tO, con pausa de 2 horas<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
Desde el punto de vista aromatico, se se<br />
notan valores de acetaldheido y aceto in o bastante<br />
elevados, directamente correlados, por un lado, a<br />
un elevado contenido de carga microbiana total<br />
(en todas las muestras de cada yoghurt deI test) y,<br />
por otro lado debido a la mayor presencia de<br />
lactobacilos (Yoghurt producidos con CSL3,<br />
CSL6) - (Tab.5). Estos ultimos microrganismos<br />
son en efecto notos por la capacidad de aportar<br />
aroma ai yoghurt.<br />
Los anàlisis microbiolbgicos evidencian un<br />
alto contenido de celulas en todos los productos,<br />
sea a las 24 horas que despues de 30 dias de<br />
produccibn, valores que van desde 585 millones<br />
hasta 2.000 millones de celulas (Tab.6).<br />
Es importante subrayar que ai vencimiento<br />
todos los productos estaban en grado de mantener<br />
Pág. 31<br />
Tabla 3 - Consistencia (dinamometro lnstron).<br />
Tipologia Modulo (g/cm2) Fuerza g (8 mm comp.)<br />
(a 24 horas de la produccion)<br />
tO tI tO tI<br />
CSLl 17.8 17.2 22.6 21.9<br />
CSL2 18 16.3 23.5 22.9<br />
CSL3 16.3 14.5 22.5 20.7<br />
CSL4 20.2 18.5 25.7 23.2<br />
CSL5 15.7 18.4 20.8 22.6<br />
Y 17.4 17.5 21.1 21.2<br />
tO = confeccionamiento despues de 30' deI<br />
rompimiento con enfriamiento a la temperatura<br />
de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />
tI = como tO, con pausa de 2 horas<br />
Tabla 4 - Valuacibn sensorial dei yoghurt descremado natural producido con starter CSL 1,2,3,4,5, e Y.<br />
Attributi Importanza CSLI CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />
at=l (%) Votazione Valore% Votazione Valore % Votazione Valore% Votazione VaJore% Votazione Valore% Votazione Valore %<br />
Aspecto 10 10 10 10 10 7 7 10 10 9 9 10 10<br />
Consistencia 45 7 31,5 6 27 8 36 9 40,5 10 45 8 36<br />
Textura 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5<br />
Salxr 30 7 21 5 15 4 12 9 27 7 21 8 24<br />
Acidez 10 8 8 6 6 5 5 8 8 6 6 7 7<br />
Total % 100 75,5 63 65 90,5 86 82<br />
Tabla 5 • Perfil aromatico deI yoghurt descremado natural producido con starter CSL 1,2,3,4,5, Y.<br />
Componente CSLl CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />
(mg/kg) tO tI tO tI tO tI tO ti tO tI tO ti<br />
acetaldeide 2,8 31 19 19 31 33 27 27 23 23 37 46<br />
acetone 0,8 0,9 1,3 1,3 8 1 1 1,5 1,5 1 0,8 0,9<br />
etanolo 31 33 28 28 10 11 10 9 36 37 13 21<br />
diacetile 0,4 0,5 0,6 0,5 0,7 1 0,9 0,6 0,6 0,6 0,7 0,8<br />
acetoino 36 36 45 40 75 75 48 39 67 52 36 36<br />
tO = confeccionamiento despues de una pausa de 30' despues deI rompimiento con enfriamiento a la<br />
temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />
tI = como tO,con una pausa de 2 horas<br />
Tabla 6 - Carga microbiana (a 24 horas y a 30 dias) de la produccibn de yoghurt descremado natural<br />
producido con starter CSL 1,2,3,4,5, Y.<br />
DetermÍnazioni CSLl CSL2 SL3 CSL4 CSL5 Y<br />
t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3<br />
pH 4,15 3,93 4,26 4,26 4,06 3,98 4, 18 4,06 4,41 4,31 4,01 3,92<br />
S. thermophilus 1.180 1.340 1.93,0 1.715 560 570 470 410 950 1.130 645 710<br />
(ufc 106)<br />
L. bulgaricus 80 45 10 10 200 124 115 75 10 10 270 200<br />
(ufc 106)<br />
t2 = confeccionamiento despues de una pausa de 30' con enfriamieto a ala de una pausa de 30' deI<br />
rompimiento a la temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 32 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
cargas microbianas muy elevadas, factor probblemente<br />
correlado a la reducida pos-acidificaciõn y a la<br />
acido resistencia de las especies seleccionadas.<br />
El test organoleptico (Tab.4) desarrollado<br />
con el panel de expertos, ha dado en conjunto<br />
una buena valuaciõn, alineada con la expectativa,con<br />
valores verdaderamente õptimos para los<br />
productos CSL4 y CSL5 (respectivamente de 90.5<br />
y 86 sobre un màximo de 100).<br />
Es posible entonces demostrar, corno a<br />
travez de la evaluaciõn de diferentes atributos de<br />
los starter citados, cuales aspecto, consistencia,<br />
textura, sabor, acidez, sea posible operar una<br />
selecciõn deI starter màs apropiado.<br />
De esta manera es posible mej orar el<br />
empleo de los cultivos para Yoghurt hacia la<br />
tipologia de producto deseado, garantizando la<br />
similitud deI producto a los estàndares de calidad<br />
fij ados en el ambiente comercial (màs o menos<br />
aromatico y / o de mayor o menor consistencia.<br />
EI resultado de anos de investigaciõn,<br />
selecciõn y desarrollo de cultivos apropiados a<br />
las variables exigencias deI mercado dei Yoghurt,<br />
ha llevado el CSL a la presentaciõn de las<br />
siguientes formulaciones de starter (Tab. 7).<br />
BACTERIAS PROBIOTICAS EMPELADAS<br />
EN LA PREPARACION DE LECHES<br />
FERMENTADAS<br />
Las bacterias probiõticas estan representadas<br />
por cultivos simples o mezclados de<br />
microrganismos vivos, los cuales aI ser aplicados en<br />
los animales o en el hombre, afectan beneficamente<br />
aI huesped aI mej orar las propiedades de los<br />
microorganismos indlgenos gastrointestinales, pero<br />
se restringen a productos que;<br />
Tabla 7 - CSL Gamma Jointec Yoghurt.<br />
Pro ducto<br />
JOINTEC Y<br />
JOINTEC YS<br />
JOINTEC M<br />
JOINTEC D<br />
Composicion<br />
S.therm.-L.bulg.<br />
CSL<br />
GAMMA JOINTEC YOGHURT<br />
Relacion<br />
St:Lb<br />
60%-40%<br />
St.therm.-L.bulg. 80%-20%<br />
St.therm.-L.bulg. 60%-40%<br />
S t.therm.-L. bulg. 95%-5%<br />
a) contengan microrganismos vivos;<br />
b) mejoren la salud y el buen estado deI<br />
hombre o animales; y<br />
c) puedan tener sus efectos en todas las<br />
superficies mucosas deI huesped.<br />
Generalmente se incluyen algunas especies<br />
de bacterias acidolàcticas y bifidobacterias.<br />
En la actualidad, los productos a la venta,<br />
que han sido estudiados con mayor consideraciõn<br />
por sus propiedades probiõticas, son:<br />
Grupo A<br />
Yoghurt y leches fermentadas con mesõfilos<br />
preparados con bacterias làcticas especificas<br />
"lacto-casearias" que contienen propiedades<br />
probiõticas: (Bacterias probiõticas externas)<br />
Streptococcus thermophilus, Lactobacillus<br />
delbrueckii subsp . bulgaricus y lactococcus;<br />
Grupo B<br />
Leches fermentadas preparadas con bacterias<br />
làcticas "intestinales" con propiedades<br />
probiõticas y adecuadas para preparaciones<br />
làcteas: (Bacterias probiõticas autõctonas)<br />
Lactobacilus casei y Lactobacillus<br />
acidop hilus;<br />
Grupo C<br />
Bacterias exclusivamente de odgen<br />
intestinal con propiedades probiõticas altamente<br />
aclamadas, pero con poca adaptabilidad a preparaciones<br />
làcteas: bifidobacterias (Bacteras probiõticas<br />
autõctonas):<br />
(Bifi dobacterium bifi dum, Bifi dobacterium<br />
breve, Bifidobacterium longum, Bifi dobacterium<br />
infantis.<br />
Incubacion Consistencia Vi scosidad<br />
"tipo"<br />
Rapido-media Buena Elevada<br />
+++ ++++<br />
Medio-larga Buena Elevada<br />
+++ ++++<br />
Medio-larga Elevada Buena<br />
++++ +++<br />
Medio-larga Elevada Buena<br />
++++ +++<br />
Aroma<br />
Aromatico acido<br />
"tipico"<br />
Dulce<br />
Ligeram.-acido<br />
Aromatico-dulce<br />
Dulce<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />
Grupo D<br />
Bacterias probiõticas usadas en: "especialidades<br />
medicas" corno terapia de una enfermedad<br />
particular, existentes en el mercado en<br />
presentacion liofilizada: bacterias acidolàcticas y<br />
bifidobacterias.<br />
Seleccion de cepas CSL:<br />
EI CSL està ya produciendo estas bacterias<br />
probiõticas, preparadas en la forma liofilizada con<br />
una alta concentraciõn de celulas, a niveles de<br />
100-200 billones / gramo de celulas.<br />
Estos cultivos pueden ser inoculados tanto<br />
en leche corno cultivos iniciadores para la<br />
produccion de leches fermentadas o adicionados<br />
a leches fermentadas despues de la fermentaciõn,<br />
o incluso usados en forma de polvo para consumo<br />
directo como una especialidad medica adaptada<br />
para formas diarreicas intestinales (Cultivo con<br />
Patente CSL).<br />
Empleo de utilizaciõn de leche fermentada<br />
especial: base Yoghurt (Fig. 3).<br />
CONCLUSION<br />
El yoghurt y las leches fermentadas<br />
introducen en la dieta alimentaria una accion de<br />
equilibrio en el complejo ecosistema gastroenterico<br />
que representa en conjunto "un organo"<br />
indispensable para el estado de "buena salud" de<br />
cada individuo.<br />
Las bacterias làcticas, integradas con la<br />
flora indlgena intestinal, constituyen un medio<br />
eficàz para mantener o restablecer las funciones<br />
biolõgicas , e incrementar las defensas naturales<br />
deI organismo.<br />
digitalizado por<br />
LECHE ENTERA<br />
ESTANDARDIZACION GRASA<br />
HOMOGEINIZACION<br />
CONCENTRACION<br />
PASTEURIZACION<br />
Pág. 33<br />
COLTURA PER YOGURT COLTURA PER YOGURT<br />
(Bifidobacteria-Lacidophilus) -7 f- (L.bulgaricus-S.thermophilus)<br />
BIFID/LACID JOINTEC B-D-M-Y-YS<br />
INCUBACION<br />
ROMPIMIENTO DEL COAGULO<br />
ENFRIAMIENTO<br />
ENVASADO<br />
CADENA DEL FRIO<br />
Fig. 3 - Leche Fermentada Especial a base de<br />
yoghurt.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 34 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />
ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS NATURAIS PRODUTORAS DE GÁS<br />
EM REGIÕES DE MINAS GERAIS<br />
RESUMO<br />
Ana Cláudia Mochel de Souza Netto]<br />
Daise Ap arecida Rossi<br />
Múcio Mansur Furtado 3<br />
Celso José de Moura<br />
Com a finalidade de isolar bactérias produtoras de CO2, naturalmente presentes em leites da região do Sul de<br />
.<br />
Mmas, Campo das Vertentes e Zona da Mata, coletou-se queijos em fábricas onde ocorrem naturalmente a presença de<br />
olhaduras mesmo sem adição de culturas láticas. No isolamento dessas bactérias, empregou-se o meio agar lactato<br />
suple . me . ntado om c10xacilina o mei ? Pal- ropiobac. Apenas 6 cepas apresentaram comportamento típico de<br />
Prop/OmbacteT/llm. Todos os nucrorgamsmos Isolados e caracterizados como típicos da espécie Propionibacterillm<br />
foram capazes de produzir gás quando utilizados na fabricação de queijos.<br />
1. INTRODUÇ Ã O<br />
o queijo é um produto fresco ou maturado<br />
em diversos graus, preparado a partir da coagulação<br />
enzimática da caseína do leite. A preparação dos<br />
diferentes tipos é muito variada, havendo etapas<br />
comuns e procedimentos especiais (tempo de<br />
maturação e microrganismos inoculados), que<br />
dependem do tipo de queijo que se quer produzir.<br />
Os queijos finos, como Gorgonzola, Suíço,<br />
do Reino e Provolone representavam uma menor<br />
fatia no mercado brasileiro, entretanto, quase todas<br />
estas variedades têm tido sua produção aumentada<br />
a cada ano. Sob a denominação Suíço, incluem-se<br />
principalmente as variedades Emmenthal e<br />
Gruyere, fabricadas predominantemente na região<br />
do Sul de Minas Gerais (Furtado, 1991).<br />
No Brasil, conhecidos genericamente como<br />
queijos tipo Suiço, fabrica-se um queijo duro ou<br />
semi duro com olhaduras de número e tamanho<br />
variados. Não há ainda padronização dos queijos<br />
que se abrigam sob esta denominação e que são<br />
muitas vezes fabricados sem adição de culturas<br />
propiônicas, em regiões favorecidas por sua presença<br />
natural no ambiente e no leite. Há ainda<br />
variações na tecnologia de fabricação, utilizando-se<br />
desde temperaturas de aquecimento da massa de<br />
42-44°C a 5Ü"C, o que leva a produtos com textura,<br />
composição e consistência variadas. No mercado<br />
encontram-se queijos que apresentam como<br />
característica uma mistura de Gruyere (queijo de<br />
aproximadamente 45kg, com olhaduras menores<br />
e menos numerosas, sabor mais forte e casca mais<br />
escura e enrugada) com o Emmenthal (queijo de<br />
mais de 80kg, com olhaduras maiores e numerosas,<br />
casca amarelada e sabor mais suave, adocicado).<br />
Segundo Lourenço Neto (1984) as estirpes<br />
de maior importância industrial da flora propiônica<br />
e relacionadas com a fabricação dos queijos<br />
tipo Suíço pertencem à espécie Propionibacterium<br />
freull dell reichii (subespécies shermanii e freulldellreichii).<br />
As bactérias propiônicas transformam<br />
o lactato produzido pelas bactérias do ácido láctico<br />
envolvidas no processo de produção dos queijos<br />
(Lactobacillus sp, Lactococcus sp e Streptococcus<br />
sp) principalmente em propionato, acetato e CO,.<br />
Estes produtos metabólicos, aliados a outro - s<br />
resultantes de sua atividade proteolítica e biossintética,<br />
como por exemplo a prolina, são responsáveis<br />
pelas modificações físico-químicas e pelo<br />
"flavor" característico apresentado pelos queijos<br />
que envolvem esse tipo de fermentação (Ferreira,<br />
1987; Furtado, 199 1).<br />
Além disso, a capacidade de bactérias<br />
propiônicas sintetizarem vitamina B 12 a partir<br />
de C02 constitui um meio de enriquecimento<br />
biológico de produtos lácteos fermentados e<br />
outros alimentos (de Carvalho, 1994).<br />
No Brasil não há produção industrial de<br />
culturas propiônicas, sendo que as importadas<br />
muitas vezes não apresentam boa adaptação aos<br />
queijos resultando em defeitos como queijo "cego"<br />
ou sem sabor. As causas desses problemas não estão<br />
completamente elucidadas, podendo estar relacio-<br />
1 Mestre em Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras.<br />
2 Doutorandos em Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras.<br />
3 Diretor de Pesquisa Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, .n° 310, 54: 34-38, 1999 Pág. 35<br />
nadas ao processo de fabricação dos queijos, sua<br />
composição e talvez à própria cultura. Entretanto,<br />
em certas regiões de Minas Gerais (Barbacena,<br />
Carrancas, Caxambu, Lima Duarte, São Vicente,<br />
etc.) os queijos apresentam olhaduras mesmo sem<br />
adição de fermentos produtores de gás ; estas<br />
características nos queijos podem ser conseqüência<br />
da presença de culturas naturais encontradas no<br />
solo, pastagens, silagens, saliva e pele dos animais,<br />
que por diversas vias são incorporadas ao leite.<br />
Segundo Furtado (1993) alguns destes microrganismos<br />
sobrevivem à pasteurização do leite nas<br />
usinas e encontram ambiente favorável ao seu<br />
crescimento. O melhor desempenho dos microrganismos<br />
naturais em relação às culturas importadas<br />
é provavelmente, devido a estarem adaptadas ao<br />
leite e ao ambiente dessas regiões.<br />
O isolamento dessas culturas naturais para . a<br />
indústria, proporcionaria um grande beneficio<br />
econômico, podendo assim, evitar a importação ou<br />
mesmo uma opção que melhor se adapte às nossas<br />
condições. Assim sendo, esse trabalho tem como<br />
objetivo isolar bactérias produtoras de gás naturais<br />
para sua utilização na fabricação de queijos.<br />
2. MATERIAL E M É TODOS<br />
2.1. Obtenção das amostras<br />
Foram coletados queijos produzidos nas<br />
cidades de Lavras, Curral Novo, São Sebastião da<br />
Vitória, Lima Duarte, Juiz de Fora e Barbacena.<br />
Precauções foram tomadas para que os queijos<br />
selecionados tivessem sido fabricados com fermentos<br />
não produtores de gás (tipo "O") e sem<br />
nenhuma contaminação por fermentos produtores<br />
de gás utilizados para fabricação de outros tipos de<br />
queijos no mesmo local de trabalho. As variedades<br />
coletadas foram Prato, Reino e Parmesão.<br />
Como parâmetro de comparação para os<br />
isolados naturais, foi utilizada a cultura comercial<br />
liofilizada PSI da Chr. Hansen Ind. Com. Ltda.<br />
2.2. Reativação da cultura comercial<br />
O conteúdo de uma alça de platina da cultura<br />
comercial liofilizada foi adicionada a caldo lactato<br />
0,1% (extrato de levedura 5gll ; extrato de carne<br />
3,Og/l; peptona de caseÍna 5,0 g/l; lactato de sódio<br />
50% 16,8 mIlI; agar 1,5g/l; água mineral magnesiana<br />
gaseificada naturalmente 1000ml). O caldo<br />
fo i incubado a 30°C/3dias e após crescimento<br />
foram realizadas diluições seriadas (duplicata) e<br />
plaqueamento em superfície no meio agar lactato<br />
(mesma composição do caldo lactato 0,1% com<br />
15g/1 de agar). A incubação foi sempre realizada a<br />
30°C, sendo que, o período foi de 6 dias em anaerobiose<br />
seguido de 48 horas em aerobiose.<br />
digitalizado por<br />
2.3.Preparo da amostra de queijo e<br />
inoculação<br />
Amostras de queijos (50g) foram adicionadas<br />
a 450 ml de citrato de sódio a 2% e homogeneizadas<br />
em liquidificador estéril. As amostras<br />
foram então diluidas (102) em água peptonada a<br />
1 %; desta diluição, 0, 1 ml foram inoculadas em<br />
Lithium Glicerol Agar (LGA) suplementado com<br />
cloxacilina (peptona pancreática de caseína- 1 0g/L,<br />
extrato de levedura-l Og/L, lactato de lítio-l Og/L,<br />
leite em pó 19/L, monoidrogenofosfato de potássio<br />
triidratado a 328g/L- l mIlL, sulfato de manganês<br />
monoidratado a 56 g/L- l mI/L, glicerol-6mI/L,<br />
solução de púrpura de bromocresol 0,5 g/L-lOml,<br />
agar- 14g e água destilada-900ml, com pH aj ustado<br />
para 7,0 +/-0,2). As placas foram incubadas<br />
a 30°C/6 dias em anaerobiose (Madec et aI, 1994).<br />
As colônias que apresentaram características<br />
típicas foram inoculadas em agar lactato inclinado<br />
(sem suplementação) por 6 dias em anaerobiose e<br />
2 dias em aerobiose para purificação e realizados<br />
testes de de catalase e Gram.<br />
2.4. Caracterização dos isolados<br />
Foram selecionados bacilos ou cocos Gram<br />
e catalase positivos. A identificação foi realizada<br />
de acordo com a 9° edição do Bergey's Manual of<br />
Determinative Bacteriology (Holt et aI., 1994).<br />
As provas realizadas para caracterização foram<br />
sacarose, glicose, mal tose, hemólise, celobiose,<br />
gelatinase, redução de nitrato e indol.<br />
2.5. Fabricação dos queij os<br />
Os isolados que apresentaram características<br />
típicas foram utilizados para fabricação com o<br />
intuito de verificar seu comportamento em condições<br />
industriais. A técnica de fabricação utilizada<br />
foi a descrita por Furtado (1993) e Lourenço Neto<br />
(1984). Na fabricação foi utilizado 1,0% de<br />
fermento termofílico (Lactobacillus bulgaricus<br />
e Streptococcus thermophilus) e as culturas de<br />
microrganismos padronizados para concentração<br />
final no leite de 104 UFC/ml.<br />
Os queijos foram avaliados quanto a textura,<br />
"flavor" e presença de olhaduras típicas por<br />
professores da UFLA com experiência na área.<br />
3. RESULTADOS E DISCUSS Ã O<br />
3.1. Isolamento de bactérias do gênero<br />
Propionibacterium<br />
Das oito cidades selecionadas para coleta dos<br />
queijos, sete apresentaram amostras com crescimento<br />
de microrganismos com características de<br />
arvoredoleite.org
Pág. 36 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />
Propionibacterium. A tabela 1 apresenta o número<br />
de microrganismos com estas características<br />
isolados, assim como, dos queijos de que foram<br />
obtidos e as cidades onde foram fabricados.<br />
Feita a inoculação dos oito queijos no meio<br />
agar lactato suplementado com antibiótico<br />
cloxacilina, retirou-se colônias típicas de Propionibacterium<br />
clássicas, ou seja, grandes colônias<br />
beges lenticulares, apresentando sempre um<br />
diâmetro maior que 1 mm. A coloração bege<br />
assemelha-se à cor amarelada da lã natural.<br />
Algumas colônias apresentaram coloração laranjavermelho.<br />
Na superfície de algumas colônias<br />
pôde-se observar uma cor mais clara, brilhante,<br />
abaulada e com bordas lisas . Foram isoladas 145<br />
colônias com estas três características (tabela 1).<br />
O comportamento de crescimento das<br />
colônias nas placas utilizadas para isolamento foi<br />
semelhante àquele observado na cultura comercial.<br />
Das 145 colônias típicas isoladas de 8<br />
queijos utilizados no experimento somente 123<br />
resistiram à purificação mantendo as características<br />
típicas. O queijo tipo Reino proveniente de Santos<br />
Dumont, não obteve crescimento no meio, sendo<br />
descartado do experimento. (tabela 1).<br />
Os isolados característicos de Propionibacterium<br />
indicam que existe a possibilidade da<br />
presença de diferentes microrganismos produtores<br />
de gás, podendo inclusive, em um único queijo,<br />
haver a contaminação por mais de uma espécie<br />
ou subespécie.<br />
Vários trabalhos objetivando o isolamento<br />
de bactérias naturais, vêm confirmar a dificuldade<br />
de se isolar estes microrganismos, principalmente<br />
devido ao fato de as exigências nutricionais dessas<br />
bactérias não serem ainda estabelecidas (Furtado,<br />
1990). No caso particular de bactérias produtoras<br />
de CO 2 , isso fica ainda mais evidente, pois é sabido<br />
que essas são muito exigentes quanto ao meio<br />
utilizado para seu isolamento quer sejam nutricionais<br />
ou de ordem física (Cummins e Johnson, 1986).<br />
Após crescimento em agar inclinado sem<br />
antibiótico seletivo, foram realizadas coloração de<br />
Gram e teste de catalase em todos os 123 isolados.<br />
Os que apresentaram características típicas do<br />
gênero (Gram e catalase positivos) foram submetidos<br />
a um estriamento na placa com o meio agar<br />
lactato suplementado com antibiótico seletivo,<br />
sendo desprezados aqueles que não apresentaram<br />
crescimento durante esta purificação.<br />
Somente 56 isolados apresentaram crescimento<br />
durante a purificação e foram então, novamente<br />
submetidos à coloração de Gram e ao teste de<br />
catalase (tabela 2). Todos os isolados já purificados<br />
foram guardados em agar lactato inclinado com óleo<br />
mineral, para posterior identificação bioquímica.<br />
3.3. Caracterização e identificação<br />
dos isolados<br />
3.3.1. Inoculação no meio de cultura LGA<br />
Dos 56 microrganismos isolados na purificação<br />
anterior e inoculadas no meio LGA, apenas<br />
6 (10,7%) apresentaram comportamento típico<br />
de Propionibacterium (tabela 3), desta forma os<br />
isolados restantes foram descartados.<br />
Tabela 1 - Número de colônias com características de Propionibacterium, variedade de queijo e cidades<br />
onde foram isoladas.<br />
Região Tipo de queijo Isolados* N2 de Colônias Características<br />
de Propionibacterium**<br />
N2 % Número %<br />
Lavras Parmesão 21 14.5 19 15.5<br />
Curral Novo Prato 42 29.0 25 20.3<br />
Juiz de Fora Parmesão 46 31. 7 31 25.2<br />
S.Sebastião da Vitória Prato 5 3.4 3 2.4<br />
Lima Duarte Reino 12 8.3 15 12.2<br />
Lavras Prato 11 7.6 16 13.0<br />
Santos Dumont Reino - - - -<br />
Barbacena Reino 8 5.5 14 11. 4<br />
Total 145 100 123 100<br />
* Inoculação em placa, com antibiótico seletivo<br />
* * Inoculação em agar inclinado, das colônias típicas do 12 isolamento.<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />
Pág. 37<br />
Tabela 2 • Crescimento com meio suplementado com coxaclina, Gram e catalase dos microrganismos<br />
isolados.<br />
Região Tipo de queijo<br />
Gram<br />
Aeróbicos Anaeróbicos<br />
Catalase Crescimento cf<br />
+ antibiótico<br />
+ . + . Aeróbicos Anaeróbicos N° %<br />
Lavras Parmesão 12 O 7 O 12 00 08 14.3<br />
Curral Novo Prato 20 O 5 O 20 00 17 30.3<br />
Juiz de Fora Parmesão 24 O 7 O 22 02 22 39.3<br />
S.Sebastião da Vitória Prato 01 O 2 O 01 00 01 1.8<br />
Lima Duarte Reino 13 O 2 O 13 00 04 7.1<br />
Lavras Prato 15 O 1 O 15 00 01 1.8<br />
Barbacena Reino 10 O 3 O 10 00 03 5.4<br />
Total 95 O 27 O 93 02 56 100<br />
Tabela 3 • Características das colônias inoculadas no meio de cultura Pai Propiobac.<br />
Região Tipo de queijo<br />
Lavras Parmesão<br />
Curral Novo Prato<br />
Juiz de Fora Parmesão<br />
São Sebastião da Vitória Prato<br />
Lima Duarte Reino<br />
Lavras Prato<br />
Barbacena Reino<br />
Cepa comercial -<br />
Total<br />
A mudança de coloração do meio de cultura<br />
LGA, de violeta para amarelo (redução do pH),<br />
forneceu uma resposta importante, sendo que<br />
apenas a cepa proveniente do queijo Prato de<br />
Lavras mudou a coloração deste meio com 24<br />
horas de incubação, apresentando o mesmo<br />
comportamento da cepa comercial PS 1 utilizada<br />
como parâmetro comparativo. A cepa proveniente<br />
do queijo tipo Reino de Barbacena, mudou<br />
a coloração do meio com 6 dias de incubação e<br />
as outras 4 cepas mostraram uma ligeira redução<br />
do pH, sendo mesmo assim consideradas como<br />
típicas de Propionibacterium. Estes resultados<br />
apontam para a existência de diferenças entre as<br />
digitalizado por<br />
Redução do pH<br />
Sim Não Dias gastos para reduzir<br />
- 08 -<br />
- 17 -<br />
04 18 8<br />
- 01 -<br />
- 04 -<br />
01 00 1<br />
01 00 6<br />
- - 1<br />
06 50<br />
cepas em relação a seu desenvolvimento neste<br />
meio que poderiam estar relacionados a<br />
características regionais (pastagens, microclima,<br />
altitude, etc.).<br />
3.3.2. Caracterização bioquímica<br />
Os seis isolados mantiveram as características<br />
de Propionibacterium nas provas bioquímicas<br />
conduzidas (tabela 4). Através das características<br />
bioquímicas e das colônias, parece que<br />
os microrganismos isolados podem ser diferentes<br />
e representarem inclusive, diferentes espécies,<br />
porém, a metodologia adotada não permite esta<br />
afirmação de forma conclusiva.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 38 Rev. Jnst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />
3.4. Fabricação dos queijos<br />
Os seis microrganismos que apresentaram<br />
características típicas de Propionibacterium<br />
foram utilizadas individualmente para fabricação<br />
de queijos. Todos os queijos apresentaram<br />
olhaduras características de fermentação propiônica,<br />
e características sensoriais de aroma<br />
e sabor típicas de queijos elaborados com<br />
Propionibacterium.<br />
A produção de olhaduras foi mais rápida e<br />
intensa em todos os queijos em comparação com<br />
o que se observa normalmente com o uso de<br />
culturas propiônicas comerciais. Provavelmente,<br />
esses microrganismos iniciam o desenvolvimento<br />
mais cedo, em função de já estarem adaptadas ao<br />
leite da região.<br />
4. CONCLUS Õ ES<br />
Através dos resultados obtidos e nas condições<br />
experimentais utilizadas no presente trabalho,<br />
conclui-se que:<br />
1. Existe nas regiões pesquisadas presença<br />
de bactérias propiônicas, as quais contaminam<br />
o leite e, consequentemente permanecem<br />
na massa dos queijos.<br />
2. Em um mesmo queijo, é possível isolar<br />
microrganismos com características<br />
morfológicas e bioquímicas diferentes.<br />
3. Todos os microrganismos isoladas após<br />
o processo de purificação foram capazes<br />
de produzir gás, quando utilizados na<br />
fabricação de queijos.<br />
5. REFER Ê NCIAS BIBLIOGR Á FICAS<br />
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bactérias propioniques laitiéres : classification,<br />
nomeclature et identification. Rennes:<br />
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n.38, p.24-28, abro 1992.<br />
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1993. Institut National de La Recherche Agronomique.<br />
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Tabela 4 - Provas bioquímicas realizadas para caracterização dos microrganismos isolados após purificação<br />
e crescimento em agar lactato.<br />
Local<br />
G.<br />
Juiz de Fora +<br />
Juiz de Fora +<br />
Juiz de Fora +<br />
Lavras +<br />
Barbacena +<br />
G - Gram<br />
C - Catalase<br />
S - Sacarose<br />
C. M<br />
+ +<br />
+ -<br />
+ -<br />
+ -<br />
+ -<br />
Provas Bioquímicas<br />
S Ce<br />
+ +<br />
+ +<br />
+ +<br />
+ +<br />
+ +<br />
Gli - Glicose<br />
M - Maltose<br />
f3-H - Hemólise<br />
GI<br />
w+<br />
w+<br />
w+<br />
w+<br />
w+<br />
N. Id f3-H<br />
- - a<br />
- - a<br />
- - a<br />
- - a<br />
- - a<br />
Cel - Celobiose<br />
GI - Gelatina<br />
Mot - Motilidade<br />
GIL Mot<br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
Cor<br />
- cinza<br />
- cinza<br />
- cinza<br />
- branca<br />
- parda-cinza<br />
N - Redução de nitrato<br />
Id - Indol<br />
w+= positivo fraco<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />
15a FISPAL<br />
FEIRA INTERNACIONAL DA ALIMENTAÇÃO - 15 ANOS<br />
Pavilhão de Exposições · do Anhembi - São Paulo<br />
Um grupo de técnicos e pesquisadores do<br />
Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios<br />
Cândido Tostes da Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
de Minas Gerais, esteve prestigiando este<br />
evento que é um dos maiores na sua área em toda<br />
a América.<br />
Num total de 2.250 expositores, sendo<br />
1.428 nacionais e 822 internacionais, encontramos<br />
os seguintes países participantes: Argentina,<br />
México, Itália, Estados Unidos, Canadá,<br />
Holanda, Suíça, Coréia, Alemanha, Dinamarca,<br />
Bélgica, Inglaterra, Uruguai, Portugal, África do<br />
Sul, Escócia, Espanha, França, Japão, Tailândia,<br />
Turquia, Israel, Malásia e Guatemala.<br />
A indústria brasileira tem na FISPAL um<br />
retrato fiel de seu grau de desenvolvimento e<br />
importância no contexto econômico nacional.<br />
Há 15 anos, este evento apresenta as últimas<br />
novidades e tendências dos segmentos de alimentos,<br />
bebidas, matérias-primas, embalagens,<br />
equipamentos e serviços para a indústria de<br />
alimentação .<br />
Este ano a FISPAL vem com grandes<br />
novidades: o Gourmet Show, concursos como o<br />
"O Melhor da Cozinha do SENAC do Brasil",<br />
Concurso de Confeitaria - Troféu Jovens Talentos<br />
99 - Cozinha Regional Brasileira e Americas<br />
Chef's Cup.<br />
Na FISPAL - Feira Internacional da Alimentação,<br />
que aconteceu de 8 a 11 de junho de<br />
1999, no Anhembi-SP, profissionais do setor de<br />
alimentos conheceram as mais avançadas tecnologias<br />
em equipamentos e embalagens. Nesta 15°<br />
edição do evento, que contou com 2.250 expositores,<br />
70% correspondem às indústrias fornecedoras<br />
de tecnologia para o setor.<br />
"Durante os últimos sete anos a Fispal deu<br />
prioridade à tecnologia, visando modernizar o<br />
parque industrial do País", e ela já simboliza o<br />
International Food Fair - 15 Years<br />
Pág. 39<br />
Luiza Carvalhaes AlbuquerqueJ<br />
SUmat Carla da Silva2<br />
início de uma nova era, pois ao longo desses anos<br />
todos, tem registrado um á evolução contínua,<br />
tendo hoje uma dimensão internacional, consagrada<br />
como o maior e mais importante evento do<br />
mercado alimentício na América Latina, afirma<br />
Ricardo Santos Neto, presidente do Grupo Brasil<br />
Rio, promotor da Feira.<br />
Para Gilberto Cardoso de Souza, presidente<br />
da Câmara Setorial de Máquinas para Indústria<br />
Alimentícia e Farmacêutica da Abimaq - Associação<br />
Brasileira da Indústria de Máquinas e<br />
Equipamentos, a Fispal é um grande palco para<br />
a apresentação dos avanços alcançados pelos<br />
fabricantes de equipamentos para a indústria<br />
alimentícia. "Esses avanços acontecem cada<br />
vez mais em direção à informatização, alta<br />
produção, versatilidade e rápido set up",<br />
afirma. As empresas de embalagens e de equipamentos<br />
para embalar correspondem a 37%<br />
do total de expositores presentes na Fispal 99,<br />
onde lançam produtos e novas tecnologias . "O<br />
segmento de embalagens para alimentos tem<br />
na Fispal uma grande oportunidade para<br />
estimular o seu crescimento, inteirando-se das<br />
inovações tecnológicas e atingindo um público<br />
formadó por empresários, técnicos e especialistas<br />
de vários países", constata Sérgio Haberfeld,<br />
presidente da Abre - Associação Brasileira<br />
de Embalagens.<br />
Selecionamos alguns destaques e novidades<br />
apresentados durante a FISPAL que são de interesse<br />
principalmente para o setor laticinista:<br />
Mec Brasil<br />
A Mec Brasil, fabricante de equipamentos<br />
para produção de alimentos, trouxe sua linha para<br />
leite Mec Milk e para Cervejaria. Há 16 anos no<br />
mercado, a empresa possui cinco Cervejarias<br />
Regionais Mec Bier com uma produção média de<br />
Técnica em Laticínios, especialista em Marketing e Qualidade Total e Responsável pela Área<br />
de Difusão de Tecnologia do CT/ILCT<br />
2 Agente Administrativo, Secretaria Executiva Programa Processamento Agroindustrial -<br />
CT/ILCT<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 40 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />
20 mil litros por cada mês, além de Micro (500 a<br />
15 mil l/m) e Mini Cervejarias (15 mil a 100 mil<br />
l/m). Entre os equip amentos da Linha de Leite<br />
Mec Milk destacam-se: pasteurizadores rápidos e<br />
placas, iogurteiras, despolpadeiras de frutas,<br />
envase de líquidos em copos e garrafas plásticas,<br />
homogeneizadores, banco de fri o, tanque de<br />
expansão, tanque isotérmic, entre outros.<br />
Danfoss do Brasil<br />
A Danfoss do Brasil participou da Fispal<br />
99 apresentando seu recente lançamento. Tratase<br />
do AKC 72, um controle completo para<br />
câmaras frias com diversas fu nções: injeção<br />
eletronica, controle para válvula de expansão<br />
termostática, aj uste de temperatura modular,<br />
degelo por demanda e histórico das temperaturas<br />
para manter o nível odeal de refrigeração, essencial<br />
para a qualidade dos alimentos. A Danfoss expôs,<br />
ainda, a sua linha de equipamentos industriais,<br />
sistema de partidor suave soft starter, conversores<br />
de freqüência, linha de Maneurop, linha de<br />
compressores e unidade condensadoras domésticas<br />
e linha Danvale com válvulas de passagem e<br />
válvulas de segurança.<br />
Dmom<br />
A Dmom apresentou a máquina DMS-2000.<br />
Construída em aço inox 304, a DMS-2000 é uma<br />
envasadora, seladora e datadora automática para<br />
copos de 200 e 300 ml e potes em geral.<br />
Totalmente automática, é ideal para o<br />
envase de água mineral, sucos, chás, iogurtes e<br />
produtos pastosos, com uma produção de até 2<br />
mil potes/hora.<br />
Compressores de PET<br />
A Belliss & Morcom, tradicional fabricante<br />
de compressores isentos de óleo, apresentou sua<br />
linha de compressores, com capacidades que<br />
variam de 2 m3 até 70m3/minuto, projetados especificamente<br />
para sopro de embalagens PET.<br />
Lançamento Castinox<br />
A Castinox possui uma completa linha de<br />
válvulas, conexões, filtros e bombas em aço inox<br />
sanitário para a indústria alimentícia. A empresa<br />
fabrica conexões, terminais, visores, aspersores,<br />
válvulas borboleta, de retenção, quebra de vácuo,<br />
fundo de tanque, micro métrica, de segurança, de<br />
desvio de fluxo, de controle, de pressão, de controle<br />
de gás, de tiragem de amostra, de enchimento,<br />
eliminadora de ar e outras nas versões<br />
pneumática ou manual .<br />
Tradição em balanças<br />
Na Fispal 99, a Filizola destacou para o<br />
comércio as balanças digitais pesadoras para check<br />
out linha MF (para embutir) e a linha BP (forma<br />
não embutida). Para a indústria lançou a balança<br />
de bancada e piso em aço inox para uso geral,<br />
sistemas de pesagem automático para veículos<br />
rodoviários e os dosadores gravimétricos e<br />
volumétricos de K-Tron.<br />
Rotuladora e paletizadora<br />
A Pavax Comércio e Representação apresentou<br />
na Fispal 99 a Rotuladora Trine 4500, que<br />
rotula frascos quadrados e as paletizadoras robotizadas<br />
(tipo cartesiano) e paletizadoras para<br />
garrafas e latas com entrada baixa.<br />
Nova embaladora<br />
A FME - Futura Máquina de Embalagens<br />
apresentou na Fispal 99 a embaladora horizontal<br />
sistema Flow -Pack. É uma máquina com<br />
regulagem via potenciômetro que permite aj uste<br />
fácil e rápido de comprimento para as mais diferentes<br />
embalagens.<br />
Verificação de Peso<br />
A GTA Eletroeletrônica, líder na fabricação<br />
de controles eletrônicos personalizados<br />
para automação de máquinas e equipamentos<br />
da indústria aliemtnatícia e de embalagem,<br />
apresentou na Fispal 99 seus novos verificadores<br />
de peso (checkweigher) e sua tradicional<br />
linha de balanças dosadoras. Os verificadores<br />
de peso selecionam automaticamente<br />
e com rapidez produtos dentro de uma fai;x.a<br />
predeterminada de peso.<br />
Máquinas para envas ar líquidos<br />
Com vasta experiência na construção de<br />
máquinas para o setor de envase de líquidos, a<br />
Corniani, empresa do grupo GD, participou da<br />
Fispal 99 apresentando seus sistema de envase a<br />
peso que garante extrema confiabilidade durante<br />
todo o ciclo de produção e indica a real quantidade<br />
de produto envasado.<br />
Bombas, válvulas e conexões sanitárias<br />
A Techno Pump, empresa que atua no<br />
segmento de bombas, válvulas e conexões sanitárias<br />
apresentou: bombas de lóbulos, misturadores<br />
água/vapor, bombas pneumáticas de prisão e<br />
diafragma e conexões sanitárias.<br />
Equipam entos para laboratório<br />
A Marte Balanças e Aparelhos de Precisão<br />
destaca-se na área de balanças com assistência<br />
técnica especializada. Entre os produtos apresentados<br />
destacam-se: estufa com circulação de<br />
ar e microprocessada, estufa a vácuo e lavadora<br />
de frascaria (Renggli); banho com aquecimento<br />
até 300°C e de -120°C<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />
de bancada e portátil modelo MB 10; balança<br />
analítica com certificado de aferição pelo<br />
Inmetro, modelo AS 200; balança semi-analítica<br />
(modelos ALIAS) com kit para diversas funções<br />
como: estatísticas, percentagem e formulação.<br />
Produtos e sistemas para fechamento de<br />
embalagens<br />
A Strapack fundada em 1974 em São Paulo,<br />
destaca os seguintes produtos na Fispal: Máquinas<br />
Aplicadoras para fechamento com fitas adesivas.<br />
Arqueador P-320 para arqueação com cintas<br />
plásticas PP/PET, Robot 2001 para envolvimento<br />
com filme strech, Soco-System - sistemas automáticos<br />
e projetos de automação.<br />
Câmaras frigoríficas<br />
Na Fispal 99, a São Rafael, empresa fornecedora<br />
de sistemas de refrigeração destinados,<br />
principalmente, à estocagem de alimentos, expões<br />
suas câmaras frigoríficas modulares. A empresa<br />
está destacando no evento o Bast Chiller, equipamento<br />
destinado ao resfriamento rápido de<br />
alimentos preparados, recém retirados da cocção<br />
e que serão consumidos em seguida.<br />
Novas impressoras<br />
A Imaje participou pela 6a vez consecutiva<br />
na Fispal com produtos para o mercado de<br />
codificação industrial. A empresa fornece impressoras<br />
a jato de tinta para pequenos caracteres,<br />
codificadores de contato e impressoras com<br />
tecnologia DOD, para impressão de grandes .<br />
caracteres e códigos de barras em caixas de papelão.<br />
Sabroe<br />
A Sabroe do Brasil faz parte de um grupo<br />
internacional com sede na Dinamarca que conta<br />
com mais de um século de experiência no setor de<br />
refrigeração, presente em mais de 40 países. No<br />
País desde 1960, a Sabroe é constituída por sua<br />
matriz, em São Paulo, onde está sua unidade<br />
industrial, e por filiais em todo o território nacional.<br />
A empresa está presente nos mais variados<br />
segmentos de mercado: na conservação de alimentos<br />
em câmaras frigoríficas, na produção<br />
industrial de bebidas e laticínios, na indústria química<br />
e petroquímica, em sistemas de ar condicionado e<br />
nas gôndolas refrigeradas de supermercados, entre<br />
outros. Durante a Fispal 99, a Sabroe destacou: o<br />
Ó leo Sintético Sabroe, o Compressor de Parafuso<br />
S80 e o Chiller a placas Sabroe.<br />
Seladoras e embaladoras<br />
A R. Baião, fundada em Ubá, Minas Gerais,<br />
trouxe suas máquinas para 15° Fispal. A empresa<br />
fabrica máquinas para embalagens, seladoras e<br />
embaladoras<br />
Pág. 41<br />
Brock exibe máquinas para vácuo Orved<br />
A Brock apresentou as máquinas para vácuo<br />
da marca italiana Orved. Construídas de acordo<br />
com as normas da Comunidade Européia, as<br />
máquinas Orved possuem estrutura em aço inox,<br />
que, além de contribuir com a manutenção da<br />
higiene, evitam que os produtos embalados sejam<br />
contaminados por metais. Carnes, queijos, frios,<br />
frutas, verduras, pães, massas e pizzas têm sua<br />
validade aumentada de duas a dez vezes.<br />
Codificação e rotulagem com a qualidade<br />
Willett<br />
Codificação e rotulagem são os principais<br />
negócios da Willett. A empresa apresentou no<br />
Brasil os produtos recém lançados no mercado<br />
internacional. São eles: Impressora Ink let modelo<br />
470Si, Impressora de Grandes Caracteres 370,<br />
Codificador Laser com tecnologia IAG, Sistemas<br />
de rotulagem automáticos e softwares para automação<br />
e controle.<br />
Equipamentos industriais<br />
A Brasholanda, indústria paraense fundáda<br />
em 62, é uma das mais tradicionais indústrias de<br />
embalagens plásticas rígidas da América Latina.<br />
Foi pioneira na produção de Queijomat,<br />
máquina para produzir queijo no Brasil, e na<br />
FISPAL enfocou sua tecnologia na fabricação de<br />
máquinas de envase.<br />
Fatiadores de Zim<br />
A Zim Internacional apresentou na 15a edição<br />
da Fispal equipamentos fatiadores. A empresa<br />
fabrica, importa e comercializa vários modelos de<br />
fatiadores de carnes, frios, queijos e vegetais.<br />
Sistemas de embalagem<br />
A Weldotron apresentou seus sistemas de<br />
embalagem com filme termo-encolhível, seladoras<br />
em "L" semi-automáticas, seladoras Flow-Pack e<br />
túneis de encolhimento. A empresa trouxe também<br />
um linha completa de acessórios (transpotadores<br />
de lona, tela, roletes, etc.) que facilitam a<br />
movimentação do produto a ser embalado.<br />
Embalagens e equipamentos Tetra Pak<br />
A Tetra Pak, empresa que revolucionou a<br />
indústria de alimentos ao criar o conceito de<br />
embalagem longa vida, mostra os produtos da sua<br />
Divisão de Plásticos, desenvolvida para atender o<br />
mercado de alimentos líquidos, principalmente<br />
iogurtes, leite fermentado, leites e sucos. O<br />
objetivo é oferecer embalagens plásticas em polietileno<br />
de alta densidade, utilizando uma tecnologia<br />
avançada de sopro, com opções desde garrafas<br />
com gargalos descentralizados e garrafas sem<br />
barreiras com uma única camada de<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 42 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />
plástico) ou com barreiras especiais, que podem<br />
combinar até sete camadas de diferentes tipos de<br />
materias .<br />
Embalagens cartonadas<br />
A Internacional Pager é uma das maiores<br />
empresas do mundo na área de produtos florestaise<br />
e uma das empresas líderes no segmento<br />
cartonadas. A empresa participou da Fispal 99<br />
oferecendo seus produtos para o segmento de<br />
alimentos líquidos, como leites aromatizados, bebidas<br />
lácteas, iogurtes, creme de leite e sucos de frutas<br />
entre outros, com as embalagens Gable Top, para<br />
produtos refrigerados, e Longa Vida, para os não<br />
refrigerados e produtos com alta ou baixa acidez,<br />
em diversos tamanhos, com ou sem a tampinha<br />
rosqueada Spout-Pak, já produzidas no Brasil.<br />
Novidades em resinas e filmes<br />
O departamento de fi lmes e resinas para<br />
embalagens da DuPont participa da Fispal 99<br />
apresentando sua variada linha de produtos. Para<br />
embalagens e alimentos, a empresa ofereceu uma<br />
ampla gama de resinas e filmes de alta tecnologia<br />
e qualidade.<br />
Embalagens de Arcoplas t<br />
A Arcoplast apresentou na Fispal seus<br />
produtos do segmento de embalagens para<br />
produtos alimentícios. São potes e baldes injetados<br />
para armazenamento de produtos pastosos,<br />
requeijão, conservas em geral e temperos.<br />
Outro destaque da Feira foi a V Mostra de<br />
Queij os do Brasil.<br />
Coordenada pela ABIQ - Associação Brasileira<br />
das Indústrias de Queijo, a mostra reuniu 14<br />
indústrias de laticínios e colocou em exposição<br />
queijos produzidos no País. Segundo dados da<br />
ABIQ, após a implantação do Plano Real, esse<br />
mercado teve crescimento de 90%. Isso significa<br />
que grande parte da população passou a consumir<br />
o produto com frequencia, incorporando o queijo<br />
em seu hábito alimentar. O consumo per capita<br />
passou a ser de 3 kg/ano por habitante.<br />
Entre os queijos apresentados pela ABIQ<br />
estão queijos com mofo branco (Camembert e<br />
Brie), com mofo azul (Gorgonzola), e outros como<br />
Gouda, Estepe, Prato, Edam, Parmesão, Reino,<br />
Minas Frescal, Ricota, Cottage, Gruyere, Emental,<br />
Mussarela, Provolone e Provola, entre outros.<br />
Todos esses tipos de queijos foram apresentados<br />
pelas 14 mais importantes marcas do<br />
País que oferecem seus produtos no estande para<br />
degustação: Búfalo, Búfalo Dourado, Caxambu,<br />
Cedrense, Heloísa, Italac, Piracanjuba, Polenghi,<br />
Quatá, Santa Rosa, Scala, Teixeira,<br />
Tirolez e Yema.<br />
Outro destaque foram os queijos e leite de<br />
cabra. A Capricoop trouxe para a FISPAL sua<br />
linha de produtos derivados de leite de cabra da<br />
marca PauloCapri, como leite de cabra pasteurizado<br />
congelado, iogurte de leite de cabra e uma<br />
linha completa de queijos de cabra como Frescal,<br />
Crottin, Tomme aux Fines Herbes, Poivre D' Ane,<br />
Boursin, Camembert, Chevrotin e Chevre à<br />
l ' huile. Métodos artesanais usados na elaboração<br />
dos produtos garantem a autenticidade e qualidade<br />
exigidas pelos consumidores. A empresa distribui<br />
leite e queijo de cabra em todo o País, oferecendo<br />
também os produtos em embalagens especiais para<br />
restaurantes e hotéis.<br />
A FISPAL 99 contou ainda com uma programação<br />
de congressos e seminários dirigidos aos<br />
profissionais da indústria alimentícia.<br />
Seminário Internacional de Embalagens<br />
Brasil/EUA<br />
A Fispal 99 promoveu uma série de<br />
congressos e seminários dirigidos aos diversos<br />
segmentos da indústria alimentícia. Entre eles<br />
destacaram-se o "Seminário Internacional de<br />
Embalagem BrasilIEUA", organizado pelo PMMI -<br />
Packaging Machinery Manufacturers Institute em<br />
parceria com o CETEA - Centro de Tecnologia<br />
de Embalagem. O seminário aconteceu no Auditório<br />
Elis Regina do Parque Anhembi nos dias 9 a<br />
10 de junho das 9 às 18 horas.<br />
N a pauta dos debates foram levados temas<br />
como: "O futuro das indústrias de equipamentos<br />
para o setor de embalagem", "O novo cenário da<br />
indústria de embalagem no Brasil", "Legislação<br />
de Embalagem", "A importância estratégica da<br />
embalagem de transporte na competitividade das<br />
empresas", "Embalagem & Meio Ambiente" e as<br />
"Perspectivas de investimentos no setor de<br />
embalagem no Brasil".<br />
Cursos de atualização profissional para<br />
nutricionistas<br />
Dois cursos de atualização profissional para<br />
nutricionistas, promovidos pelo SINESP - Sindicato<br />
dos Nutricionistas do Estado de São Paulo,<br />
foram realizados nos dias 10 e 11 de junho, das 14<br />
às 17 horas. No dia 1 ° o tema "Marketing de<br />
Alimentos" tem como palestrante a Dra. Sílvia<br />
Martinez Bernardes, nutricionista mestrada em<br />
administração pela UMESP; professora de Marketing<br />
Nutricional e Técnica Dietética do curso de<br />
nutrição das faculdades São Camilo; professora<br />
do SENAC e autora do livro "Redes cobrindo os<br />
Alimentos" .<br />
No dia 11, das 14 às 17 horas, aconteceu a<br />
palestra sobre "Atualização CVS 6/99 - Critérios<br />
e Parâmetros para o Controle Higiênico Sanitário<br />
dos Alimentos". O assunto fo i tratado pelo<br />
Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />
Microbiologista Consultor na área de Microbiologia<br />
de Alimentos, Dr. Eneo A. da Silva. O palestrante<br />
é também diretor da CDL e coordenador do grupo<br />
técnico da ABERC - Associação Brasileira das<br />
Empresas de Refeições Coletivas.<br />
Seminário Internacional "Visão Estratégica<br />
e Tendências na Garantia da Qualidade de<br />
Alimentos"<br />
A qualidade e a segurança nos processos de<br />
industrialização, armazenagem e distribuição dos<br />
alimentos é uma das preocupações e objeto de<br />
freqüentes pesquisas das empresas que atuam neste<br />
mercado. Esse tema foi apresentado no seminário<br />
internacional "Visão Estratégica e Tendências<br />
Visita ao stand da Christian Hansen.<br />
Pág. 43<br />
na Garantia da Qualidade de Alimentos", no dia<br />
1 0, das 14 às 18 horas, e dia 11, das 9 às 17 horas.<br />
O seminário foi promovido pela SETEC Consultoria<br />
da Interface, empresa que atua junto à<br />
indústria alimentícia fornecendo suporte técnico<br />
de desenvolvimento de projetos relacionados às<br />
filosofias e técnicas de segurança, qualidade,<br />
produtividade e redução de custos.<br />
Para o setor alimentício, a SETEC desenvolveu<br />
um projeto de gestão integrada de qualidade<br />
e segurança que inclui GMP, PRP, SSOP, HACCP<br />
e ISO 9000. Após diagnóstico, foram delineadas<br />
as necessidades de cada empresa para implementação<br />
progressiva destes sistemas. com ênfase<br />
em treinamentos aplicados.<br />
Equipe Técnica do CT/IL CT em frente ao pavilhão da FISPAL.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org