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www.arvoredoleite.org<br />

Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto<br />

Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />

antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />

Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do<br />

ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />

nome foi alterado para o atual.<br />

Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />

conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />

REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você.<br />

Diretrizes de uso<br />

A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar<br />

estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a<br />

oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais.<br />

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A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros<br />

assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org.


Ry JOLJRNAl iMONT ly .<br />

lisEd E "CÂNdido<br />

11<br />

digitalizado por<br />

Ry I NSTiTLJTE<br />

arvoredoleite.org


Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: (5): 1-48, 1999<br />

REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS<br />

"CÂNDIDO TOSTES"<br />

DAIRY JOURNAL<br />

BIMONTHLY PUBLISHED BY,THE<br />

"CÂNDIDO TOSTES" .. DAIRY INSTITUTE<br />

ÍNDICE as CONTENT<br />

Pág. 1<br />

Influência do complexo de inclusão Beta-ciclodextrina no flavor da bebida láctea de soro de<br />

queijo e leite de cabra. Rosana Henn; Marilde Terezinha Bordignon Luiz; Deisy Alessandra Drunkler;<br />

Roseane Fett .................................................................................................................................................. 3<br />

2 Avaliação do tempo de exposição e da temperatura de aquecimento sobre a determinação do teor<br />

de caseÍna no leite. Evaluation of holding time and heating temperature in casein content determination<br />

in milk. Marco Antônio Moreira Furtado; Robert Taylor Rocha Bezerra; Antonio Azeredo;<br />

Paulo Henrique Fonseca da Silva ................................................................................................................. 7<br />

3 Avaliação microbiológica da eficiência de um processo de sanitização de latões com ozônio.<br />

Microbiological evaluation of a milk container sanitizing processing with ozone. Claudia Catelani<br />

Cardoso; Jó ão Evangelista Fiorini; José Wilson Brasil Gurj ão; Luiz Carlos do Nascimento; Luiz Augusto<br />

do Amaral ................................................................................................................................................ : .... 13<br />

4 Quantificação de trihalometanos (THM) em amostras de água pré e pós-doradas com hipoclorito<br />

de sódio (HPCS) por cromatografia de fase gasosa utilizando-se microextração em fase sólida<br />

(MEFS). Jorge Antônio Barros de Macêdo; Nélio José de Andrade; Júlio Maria Andrade de Araújo;<br />

José Benício Paes Chaves; Marco Túlio Coelho Silva; Claúdio Pereira Jordão .......................... 22<br />

5 Caracteristicas y composicion de starter CSL: starter para yogurt y leches fermentadas con<br />

probioticos. Paolo Guerriero ...................................................................................................... ' ............ 28<br />

6 Isolamento de bactérias naturais produtoras de gás em regiões de Minas Gerais. Ana Cláudia<br />

Mochel de Souza Netto; Daise Aparecida Rossi; Múcio Mansur Furtado; Celso José de Moura ........ 34<br />

7 158 FISPAL - Feira Internacional da Alimentação - 15 Anos - São Paulo International Food<br />

Fair - 15 Years. Luiza Carvalhaes Albuquerque; Silmat Carla da Silva ................................................ 39<br />

Rev. Inst. Lati c. "Cândido Tostes" - Juiz de Fora - VoI. 54 (310):, 1·48 - :Sel:/0'ut de lSI991<br />

EMPRESA DEPESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />

Centro Tecnológico<br />

Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"<br />

Revista Bimestral<br />

Endereço: Revista do Instituto de Laticínios "Cândido To<br />

Tel.: 224-3116 - DDD: 32 / Fax: 224-3113 - DDD 32<br />

36.045-560 - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 2-2, 1999<br />

Governo do Estado de Minas Gerais<br />

Itamar Franco<br />

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />

Raul Décio de Belém Miguel<br />

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais<br />

Márcio Amaral - Presidente<br />

Marcos Reis Araújo - Diretor de Operações Técnicas<br />

Marcelo Franco - Diretor de Administração de Finanças<br />

Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />

Comitê Gerencial<br />

Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CTIILCT<br />

Paulo enriq Fonsea da Silva - Seco Executivo Prog. Proc. Agroindustrial<br />

.<br />

Regma Celta ancml - Coord. do Programa Ensino Lei te e Deri vados<br />

Jose Lourenço Peera Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças<br />

Nelson Tenchml Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio<br />

Área de Difusão de Tecnologia<br />

.<br />

RevIsta do Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />

Luiza Carvalhaes Albuquerque<br />

Eduardo Hargreaves Surerus<br />

Corpo Revisor<br />

Luiza Carvalhaes de Albuquerque<br />

Paulo Henrique Fonseca da Silva<br />

Maria Cristina Drumond e Castro<br />

Jornalista Responsável<br />

Vania Lucia Alves Lacerda<br />

Reg. Prof. 4.729/MG<br />

Os trabalho apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores.<br />

Juiz de Fora, dezembro de 1999<br />

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />

- EPAMIG-<br />

Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes n 1<br />

"Cândido Tostes", 1946.<br />

v. ilust. 23 cm<br />

n. 1-19 (1946-48), 27 cm, com nome de FeIctiano n. 20-73 (1948-57) 23<br />

A<br />

. d<br />

' . - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios<br />

, , cm, com<br />

.<br />

o nome de FeIcttano.<br />

partlf e setembro de 1958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes".<br />

1. Zootecnia - Brasi - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil Periódicos<br />

1. Empresa de PesqUisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed.<br />

ISSN 0100-3674 CDU 636/637(81 )(50)<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 3-6, 1999 Pág. 3<br />

INFLUÊNCIA DO COMPLEXO DE INCLUSÃO<br />

BETA-CICLODEXTRINA NO FLAVOR DA BEBIDA<br />

LÁCTEA DE SORO DE QUEIJO E LEITE DE CABRA<br />

RESUMO<br />

Rosana HennI<br />

Marilde Terezinha Bordignon Luiz2<br />

Deisy Alessandra Drunkler1<br />

Roseane Fett2<br />

o soro de queijo e o leite de cabra foram utilizados para elaboração de bebida láctea de morango com o objetivo<br />

de avaliar a influência do encapsulante molecular beta-cicIodextrina no flavor caprino. O teste da escala de categoria<br />

demonstrou que houve diferença significativa ao nível de I % entre os tratamentos controle (sem beta-cicIodextrina) e<br />

teste (com beta-cicIodextrina). A composição química e propriedades físico-químicas das amostras controle e teste não<br />

apresentaram diferenças estatísticas significativas (p>O,05) nas determinações de extrato seco total, proteína, cinzas,<br />

carboidratos totais, acidez em ácido lático, pH e lipídios.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A produção de leite de cabra vem<br />

aumentando ao longo dos anos, como consequência<br />

da importação de matrizes leiteiras e<br />

melhoramento do planteI nacional. Há uma<br />

interessante demanda do mercado para o consumo<br />

de leite natural, mas a maior parte desse leite é<br />

destinada a fabricação de queijos (Furtado, 1981),<br />

o que torna viável a utilização de seu soro para o<br />

desenvolvimento de novos produtos. O soro de<br />

queijo ou lactosoro é um líquido obtido da<br />

coagulação do leite na elaboração de queijos, após<br />

a separação da coalhada (caseína) e da gordura<br />

(Spreer, 1991). Apresenta a característica de ser<br />

altamente poluente (Yang, 1999) e avanços em<br />

tecnologias de processamento têm contribuído<br />

para sua aplicação em produtos alimentícios,<br />

destacando-se a bebida láctea (Siso, 1996).<br />

O leite de cabra é utilizado com muita<br />

frequência no tratamento de crianças com alergia<br />

à proteína do leite de vaca, e muitas vezes é<br />

indicado como seu melhor substituto (Luiz et al,<br />

1999; Henn, Luiz & Fett, 1999; Borges, 1995).<br />

Mas, por possuir odor e flavor característicos, sua<br />

aceitabilidade fica comprometida.<br />

Ciclodextrinas são compostos macrocíclicos<br />

que consistem de resíduos de glicopiranose<br />

unidos através de ligações a(1 4) (Kollengode<br />

& Hanna, 1997). As formas mais utilizadas são a,<br />

e 'Y ciclodextrina, contendo respectivamente 6,<br />

7 e 8 unidades de glicose (Drunkler, Fett & Luiz,<br />

1999). O interesse nas ciclodextrinas reside no<br />

fato de que apresentam uma cavidade hidrofóbica<br />

de dimensões médias (l,5nm x 0,7nm x 0,8nm)<br />

com uma superfície hidrófila, devido a presença de<br />

grupos OH. Esta estrutura permite a formação de<br />

complexos de inclusão estáveis, com uma grande<br />

diversidade de substâncias orgânicas, sais e<br />

halogênios (Linden & Loriet, 1996; Mufioz­<br />

Botella, Del Castillo & Martín, 1995).<br />

Úm estudo sobre o encapsulamento<br />

molecular, avaliando a inluência da beta-ciclodextrina<br />

(CD) sobre a qualidade sensorial do leite<br />

de cabra puro, diminui sensivelmente seu flavor<br />

(Luiz & Fett, 1998).<br />

Este trabalho teve como objetivos avaliar<br />

a influência da J3-CD no flavor da bebida láctea à<br />

base de soro de queijo e de leite de cabra e nas suas<br />

características físico-químicas.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O leite de cabra, obtido de cabras da raça<br />

Saanen, e o soro de queijo pasteurizados utilizados<br />

na formulação da bebida láctea foram fornecidos<br />

pela Usina Piloto de Leite do Departamento de<br />

Ciência e Tecnologia de Alimentos do Centro de<br />

Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa<br />

Catarina (CALlCCA/UFSC). A cultura lática<br />

utilizada (Thermophilic Lactic Culture, type<br />

Yoghurt), o conservante sorbato de potássio e a<br />

polpa e o aromatizante de morango foram adquiridos<br />

das empresas CHR Hansen, Quimibrás<br />

1 Aluna de Mestrado do Curso de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.<br />

2 Professor Adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFSC.<br />

3 Aluna de Iniciação Científica PIBIC/CNPq - UFSC.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 3-6, 1999<br />

Indústrias Químicas S.A. e Duas Rodas Industrial<br />

respectivamente. A -CD foi gentilmente cedid<br />

pela CERESTAR USA, INC.<br />

A metodologia empregada para elaboração<br />

da bebida láctea à partir do leite de cabra seguiu os<br />

padrões que empregam o leite de vaca como<br />

matéria-prima básica, conforme metodologia do<br />

Boletim Informativo do ITAL, 1993 (Figura 1).<br />

Os percentuais de 70% leite e 30% de soro de<br />

queijo utilizados na formulação foram determinados<br />

previamente pelo estudo de Henn, Luiz<br />

& Fett, 1999.<br />

Leite de cabra pasteurizado (70%) + soro de<br />

queijo pasteurizado (30%) + açúcar (9%)<br />

J-<br />

Tratamento térmico<br />

(85°C / 15 minutos)<br />

J-<br />

Resfriamento<br />

(42 a 45°C)<br />

Adição de<br />

J, .r:;.


Pág. 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 3-6, 1999<br />

DRUNKLER, D.A.; FETT, R.; LUIZ, M.T.B.<br />

Polímeros de ciclodextrina: características,<br />

formação de complexos de inclusão e<br />

aplicações industriais. Boletim CEPPA, v. 17,<br />

n.l, p.21-32, jan ./jun., 1999.<br />

FURTADO, M.M. Leite de cabra: características<br />

especiais. Seu uso na alimentação. Intolerância.<br />

Revista do Instituto de Laticínios<br />

Cândido Tostes, v.214, p.31-3, 1981.<br />

HENN, R.; LUIZ, M.T.M.; FETT, R. Desenvolvimento<br />

de um produto hipoalergênico<br />

a base de leite de cabra: uma alternativa<br />

para crianças alérgicas ao leite de<br />

vaca Anais do I Congresso Latino Americano<br />

de Nutrição Humana, Gramado-RS, 24 a 27<br />

de julho de 1999, p. 222A.<br />

KOLLENGODE, A.N.R.; HANNA, M.A.<br />

Cyclodextrin complexed flavors retention in<br />

extruded starches. Journal of Food Science,<br />

v.62, n.5, p.1057-60, 1997.<br />

LUIZ, M.T.B.; DRUNKLER, D.A.; HENN, R., et<br />

alo Leite de cabra : hipoalergenicidade,<br />

composição química e aspectos nutricionais.<br />

Revista do Instituto de Laticínios Cândido<br />

Tostes, v.54, p.23-3 1, jan ./fev., 1999.<br />

LUIZ, M.T.B.; FETT, R. Processo de eliminação<br />

de off flavor do leite de cabra e derivados<br />

utilizando beta-ciclodextrina. PI 98022169-<br />

9 de 23/06/98. Protocolo INPI-SC 268D108.<br />

Patente Requerida.<br />

LINDEN, G.; LORIENT, D. Bioquímica agroindustrial.<br />

Revalorización alimentaria de la<br />

producción agrícola. Espana: Acribia, 1996.<br />

MONTEIRO, C.L.B. Técnicas de avaliação<br />

sensorial. 2.ed. Curitiba: CEPPA, 1984.<br />

MUNOZ-BOTELLA, S.; DEL CASTILLO, B.;<br />

MART Í N, M.A. Las ciclodextrinas: características<br />

y aplicaciones de la formación de<br />

complejos de inclusión. Ars Pharmaceutica,<br />

v.36, n.2, p.1 87-98, 1995.<br />

SISO, M.I.G. The biotechnological utilization of<br />

cheese whey: a review. Bioresource Technology,<br />

v.57, n.1, p.l-11, 1996.<br />

SZPOGANICZ, B.; LUIZ, M.T.B.; FETT, R. et aI.<br />

Estudo das interações entre ácido cáprico e<br />

p-ciclodextrina. Poços de Caldas: 22" Reunião<br />

Anual da Sociedade Brasileira de Química, 25-<br />

28 de maio de 1999.<br />

___ o Estudo do equilíbrio qmmlco entre o<br />

ácido cáprico do leite de cabra e p-ciclodextrina.<br />

Maringá: VI Encontro de Química<br />

da Região Sul, 4-6 de novembro, 1998.<br />

SPREER, E. Lactologia industrial. 2.ed. Zaragoza:<br />

Acribia, 1991.<br />

YANG, S.T. A novel method to produce road<br />

deicer from cheese whey. Disponível por<br />

WWW em http://www.yang.html. Arquivo<br />

capturado em O 1 de maio de 1999.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7-12, 1999<br />

AVALIAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO E DA TEMPERATURA<br />

DE AQUECIMENTO SOBRE A DETERMINAÇÃO<br />

DO TEOR DE CASEÍNA NO LEITEl<br />

Pág. 7<br />

Evaluation of holding time and heating temperature in casein content determination in milk<br />

RESUMO<br />

Marco Antônio Moreira Furtado2<br />

Robert Taylor Rocha Bezerra3<br />

Antonio Azeredo4<br />

Paulo Henrique Fonseca da Silva5<br />

Foi avaliado o efeito do tempo de exposição e da temperatura de aquecimento sobre a determinação do teor de<br />

caseína no leite. Foram utilizadas amostras de leite cru para análise do teor de caseína pelo método do formol, em sua<br />

versão mais recente, desenvolvida por SILVA (1995). Foi utilizado um modelo de delineamento experimental com dois<br />

tempos de exposição, cinco temperaturas, três repetições e análises em duplicata. As amostras de leite cru foram submetidas<br />

a aquecimento à partir da temperatura ambiente até que atingissem temperatura próxima ao seu ponto de ebulição. As 5<br />

(cinco) temperaturas definidas para análise foram: ambiente (25°e), 4Ooe, 60oe, 800e e lOO°e. Em duas amostras distintas<br />

de um mesmo leite foram realizados dois tratamentos, consistindo de aquecimento à partir da temperatura ambiente<br />

(25°C) até 100oe. Os referidos tratamentos diferiram com relação aos intervalos de tempo: o primeiro de 12 minutos e<br />

o segundo de 41 minutos entre a primeira temperatura (ambiente = 25°C) e a última (lOO°C). De acordo com os resultados<br />

da análise de variância, depreende-se que houve diferença significativa (P:::; 0,0020) entre as temperaturas, mas não entre<br />

os tempos de exposição (P 0,0713). A interação entre tempo e temperatura também foi significativa, entretanto, os<br />

coeficientes de correlação entre teor de caseína e tempo e entre teor de caseína e temperatura foram 0,2703 (P 0,0742)<br />

e 0,6951 (P:::; 0,0000), respectivamente, demonstrando que apenas a temperatura apresentou influência considerável<br />

na interação. Os resultados obtidos permitem concluir que ocorre superestimação do teor de caseína em leite tratado<br />

. termicamente, analisado pelo método de formo I. Este comportamento acontece também em outros métodos analíticos,<br />

inclusive Kj eldahl. Foi observada uma maior influência da temperatura aplicada do que do tempo de exposição na<br />

desnaturação das soro-proteínas. Entretanto é possível estimar o valor exato destas frações protéicas fazendo uma<br />

prévia separação química. Assim, a determinação do teor de proteínas do leite deve levar em consideração o tratamento<br />

térmico a que este foi submetido (pasteurizado, esterilizado, fervura, etc.), especialmente quando deseja-se determinar<br />

as diversas frações protéicas com exatidão.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

1.1 O Nitrogênio e as Proteínas do Leite<br />

° leite bovino contém cerca de 5,3g de<br />

nitrogênio por quilograma, onde aproximadamente<br />

95% está na forma de proteínas<br />

(NP) e 5% como nitrogênio não proteico<br />

(NPN). Em média, 80% do nitrogênio proteico<br />

(NP) do leite consiste de nitrogênio caseínico<br />

(NC) e 20% de nitrogênio não caseínico, mais<br />

conhecido como nitrogênio das proteínas do<br />

soro (NPS). (Figura 1)<br />

Segundo WALSTRA & JENNESS (1984),<br />

as caseínas são um grupo de fosfoproteínas<br />

específicas do leite as quais se precipitam com<br />

acidificação a pH 4,6, presentes na forma de<br />

micelas. Nesta categoria estão incluídas quatro tipos<br />

de cadeia polipeptídicas designadas a<br />

sl'<br />

a<br />

s2'<br />

e Kcaseínas,<br />

junto com alguns derivados formados por<br />

proteólise destas.<br />

As proteínas do soro consistem em um grupo<br />

bastante diversificado de proteínas, as quais se<br />

mantém em solução a pH 4,6, como a a-Iactoalbumina,<br />

-lactoglobulina, albumina do soro bovino<br />

(BSA), imunoglobulinas e péptides de baixo peso<br />

molecular provenientes da hidrólise das caseínas.<br />

No Quadro 1 são apresentadas as diversas<br />

frações das proteínas do leite e sua distribuição<br />

quantitativa e percentual .<br />

1 Trabalho realizado no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa.<br />

2 Professor Adjunto da Faculdade de Farmácia e Bioquímica - Universidade Federal de Juiz de<br />

Fora, CEP 36036-330 - Juiz de Fora, MG. M.Sc. 1 D.Sc.em Ciência e Tecnologia de Alimentos.<br />

3 Professor da Universidade do Tocantins, M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos<br />

4 Médico Veterinário, Mestrando em Ciência dos alimentos na Unicamp.<br />

5 Professor e pesquisador do CT/ILCTIEPAMIG. M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 7-12, 1999<br />

Quadro 1 - Distribuição das proteínas do leite.<br />

Concentração % Proteína<br />

no leite total (p/p)<br />

g. kg·1 mmol.m-3<br />

Proteína total 33,0 -1.490 100,0<br />

Caseína total 26,0 1.170 79,5<br />

S oroproteínas 6,3 -320 19,3<br />

Pro teínas assoc.<br />

ao glóbulo de gordura 0,4 1,2<br />

Caseína - asl 10,0 440 30,6<br />

Caseína - as2 2,6 11 ° 8,0<br />

Caseína - P 9,3 400 28,4<br />

Caseína - y 0,8 40 2,4<br />

Caseína - X 3,3 180 10,1<br />

a- Lac tal bumina 1,2 90 3,7<br />

p-Lac toglobulina 3,2 180 9,8<br />

Albumina do Soro<br />

Bovi no 0,4 6 1,2<br />

Imunoglobulinas 0,7 - 4 2, 1<br />

Outras (incluindo<br />

proteo se-pe p ton a) 0,8 40 2,4<br />

Fonte: WALSTRA & JENNESS (1984)<br />

A membrana do glóbulo de gordura contém<br />

cerca de 50% de proteínas, que correspondem<br />

aproximadamente a 1 % das proteínas totais do<br />

leite. Alguns destes compostos proteicos são<br />

enzimas e outros são componentes não enzimáticos,<br />

como a fração 3 da proteose-peptona. Tais<br />

proteínas são de difícil estudo pois apresentam<br />

uma forte interação entre si e com os lípides,<br />

além de muitas serem insolúveis.<br />

O nitrogênio não proteico corresponde a<br />

substâncias que contém nitrogênio em sua<br />

molécula mas não são proteínas nem vitaminas.<br />

Segundo WOLFSCHOON-POMBO (1984), compõese<br />

de produtos resultantes do metabolismo do<br />

animal e que, partindo do sangue e/ou da própria<br />

célula secretora chegam ao leite.<br />

1.2 Fatores que afetam o teor de<br />

proteínas do leite<br />

Diversos fatores influenciam a composição e<br />

distribuição das frações nitrogenadas do leite bovino.<br />

Entre os fatores considerados como de ordem natural<br />

podem ser citados: temperatura ambiente, doenças<br />

do animal, estágio de lactação, número de parissões,<br />

raça, alimentação e teor energético da alimentação<br />

(DE PETERS & CANT, 1992).<br />

Do ponto de vista tecnológico, as alterações<br />

de temperatura devem ser consideradas como o<br />

principal fator de estudo.<br />

Nitrogênio Total (Nl)<br />

Nitrogênio Proteico (NP)<br />

a<br />

Ni rogênio Caseínico (NC)<br />

Las1<br />

<br />

f<br />

caseí13<br />

t<br />

Y3<br />

caseínaÀ.<br />

B:I::<br />

Nitrogênio das Soroproteínas<br />

aJburrii1a. do soro bovino (BSA)<br />

IrrunogIobulinas (lQ..Gi, IgG2, láA IgM,.t,FSC)<br />

Proteose peptona (PP3, PPs, PPás, P.-af)<br />

Ik-miçroglobulina<br />

Lactofemna<br />

Transferrina<br />

Proteínas assoe. à merrbrana do glóbulo de gordura<br />

Nitrogênio não Protreico (NPN)<br />

arrônia<br />

uréia<br />

arrinoácidos<br />

creatina e creatinina<br />

metilguanina<br />

ácidóúrico<br />

adenina e guanina<br />

hipqxantina e xantina<br />

ácido orótico<br />

ácido hi ' rico<br />

indican f1Undoxilsulfato)<br />

tiocianal;;'<br />

Figura 1 . A distribuição do nitrogênio no leite.<br />

Fonte: FURTADO (1989).<br />

1.3 A determinação do teor de caseína<br />

no leite<br />

1.3.1.Métodos de determinação<br />

V ários métodos podem ser empregados para<br />

a análise das proteínas do leite em geral, e também<br />

a caseína isoladamente. Destacam-se:<br />

Kjeldahl: As proteínas lácteas tem sido<br />

tradicionalmente determinadas por meio do<br />

método de Kjeldahl, podendo-se diferenciar<br />

entre os teores de proteína bruta (nitrogênio<br />

total X 6,35)], proteína verdadeira<br />

[(nitrogênio total - nitrogênio não proteíco)<br />

X 6,35 e de caseína [(nitrogênio total -<br />

nitrogênio não caseínico) X 6,34], segundo<br />

SILVA (1995).<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 7-12, 1999 Pág. 9<br />

Entretanto, segundo WALSTRA & JENNESS<br />

(1984) e SILVA & CARVALHO (1993), o<br />

método apresenta dificuldades tais como :<br />

longo tempo de análise; dificuldade de separação<br />

das proteínas de outros compostos<br />

nitrogenados; impossibilidade de adoção de<br />

um fator universal; e obtenção de uma<br />

digestão rápida sem perda de nitrogênio.<br />

Métodos Colorimétricos: Vários métodos<br />

são utilizados, destacando-se os seguintes:<br />

biureto, Folin, Nessler e indofenol. Nestes, a<br />

intensidade da reação varia em função dos<br />

grupos funcionais envolvidos (como os<br />

grupos aromáticos das cadeias laterais), o<br />

que recomenda sua utilização para determinações<br />

rápidas, mas sem alta exatidão.<br />

Métodos Instrumentais: Destacam-se<br />

neste grupo a utilização de fotocolorímetros;<br />

espectrofotometria infra-vermelho ; cromatografia<br />

de troca iônica; eletroforese; etc.<br />

A maioria destes métodos, considerados<br />

mais sensíveis e exatos, apresenta o inconveniente<br />

do alto custo para execução e<br />

implementação, necessitando também de<br />

longo tempo para execução.<br />

1.4 O método do Formol<br />

1.4.1 Fundamento do método:<br />

O fundamento deste método foi determinado<br />

no início do século e os mecanismos de reação<br />

foram exaustivamente estudados e elucidados desde<br />

POLlPEPTiDIOS- (CH2)4<br />

ô+ ôi /C_=_O ;-__'<br />

)I<br />

<br />

I . H ..<br />

POLlPEPTIDIOS . -C -NH2<br />

I<br />

COONa<br />

pH = 8,39<br />

o<br />

POLlPEPTiDIOS - (C) 4 -N =CH:<br />

I<br />

S<br />

I<br />

S<br />

I . H .<br />

.<br />

2<br />

I<br />

CO OH<br />

pH = 7,08<br />

POLlPEPTIDIOS -C -N=CH<br />

Q)<br />

+ HP __ Na_O _H _)<br />

então, destacando-se o trabalho realizado por SCHULZ<br />

e colaboradores, citados por WOLFSCHOON­<br />

POMBO & VARGAS (1977). O método do<br />

formol é baseado em uma titulação ácido-básica,<br />

onde é feita a medição dos prótons liberados<br />

pela reação do formaldeido com os grupos amino<br />

das cadeias laterais das proteínas, após prévia<br />

neutralização com álcali (NaOH). Este mecanismo<br />

é ilustrado a seguir.<br />

1.4.2 Comparação com o método de<br />

Kjeldahl:<br />

Vários trabalhos foram realizados com a<br />

intenção de comparar os resultados obtidos<br />

simultaneamente pelos mtodos de Kj eldahl e<br />

formol; uma vez que o primeiro é considerado<br />

como método de referência, mas apresenta alguns<br />

inconvenientes (citados anteriormente), e o<br />

segundo consiste de técnica analítica simples e<br />

rápida, bastante fácil de executar, empregando<br />

material comum em laboratórios de controle de<br />

qualidade.<br />

Foi constatado alto grau de associação entre<br />

os métodos, conforme WOLFSCOON-POMBO &<br />

LEITE (1977); WOLFSCOON-POMBO & VARGAS<br />

(1977); LOURENÇO &. WOLFSCOON-POMBO<br />

(19 82), e recentemente SILVA (1995), que demonstrou<br />

sua aplicabilidade a leites individuais e<br />

de conjunto, sugerindo sua utilização em programas<br />

de pagamento de leite pela qualidade e na<br />

padronização da relação caseína/gordura em leite<br />

destinado à fabricação de queijos.<br />

POLlPEPTiDIOS- (CH2)4-NH-<br />

I<br />

T HHp<br />

S<br />

I<br />

.<br />

. H<br />

I<br />

COONa<br />

POLlPEPTIDIOS -C -NH -CH2<br />

7,08 < pH < 8,39<br />


Pág. 10 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7- 12, 1999<br />

2. MATERIAL E MÉTODOS<br />

2.1 Material<br />

Foram utilizadas amostras de leite cru para<br />

análise do teor de caseína; coletadas no tanque de<br />

equilíbrio da usina de laticínios da Departamento<br />

de Tecnologia de Alimentos da UFV, no mês de<br />

setembro de 1995.<br />

As análises foram realizadas no laboratório<br />

de Análises Físico-Químicas de Leite e Derivados<br />

do DTA/UFY.<br />

2.2 Delineamento Experimental<br />

Foi utilizado um modelo de delineamento<br />

experimental com dois tempos de exposição, cinco<br />

temperaturas, três repetições e análises em duplicata.<br />

As amostras de leite cru foram submetidas<br />

a aquecimento à partir da temperatura ambiente<br />

até que atingissem temperatura próxima ao seu<br />

ponto de ebulição. As 5 (cinco) temperaturas<br />

definidas para análise foram: ambiente (25°C),<br />

40°C, 60°C, 80°C e 100°C.<br />

Em duas amostras distintas de um mesmo leite<br />

foram realizados dois tratamentos, consistindo de<br />

aquecimento à partir da temperatura ambiente (25°C)<br />

até 100°C. Os referidos tratamentos diferiram com<br />

relação aos intervalos de tempo: o primeiro de 12<br />

minutos e o segundo de 41 minutos entre a primeira<br />

temperatura (ambiente = 25°C) e a última (l00°C).<br />

Para o primeiro tratamento (il T = 12<br />

minutos), foi utilizado como fonte de aquecimento<br />

um bico de bunsen. No segundo tratamento<br />

(il T = 41 minutos) foi utilizado como<br />

fo nte de aquecimento um aquecedor de chapa<br />

(elétrico), com controle de intensidade.<br />

As amostras que sofreram aquecimento nos<br />

diversos tratamentos foram previamente resfriadas<br />

à temperatura ambiente, para então serem<br />

realizadas as análises.<br />

Foram executadas três repetições para cada<br />

tratamento com as análises individuais de caseína<br />

em duplicata. O resultado final de cada observação<br />

representa a média das duplicatas de cada tratamento.<br />

2.3 Método<br />

O método utilizado para análise de caseína<br />

das amostras foi o método do formol, modificado,<br />

em sua versão mais recente, desenvolvido por<br />

SILVA (1995). Um fluxograma da técnica analítica<br />

é apresentado na Figura 3.<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os resultados das determinações analíticas<br />

de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />

1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min<br />

10 rnl leite<br />

10 rnl água destilada 40°C<br />

1,5 rnl ácido acético (1+9)<br />

0,4 rnl oxalato de potássio 28% (p/v)<br />

Figura 3 - Representação esquemática do método<br />

do formol.<br />

Fonte: SILVA (1995).<br />

e DDT = 41 min são apresentados na Figuras 4 e<br />

5, respectivamente, considerando-se as cinco<br />

temperaturas utilizadas.<br />

O resumo da análise de variância dos resultados<br />

obtidos é apresentado no Quadro 2, onde<br />

depreende-se que houve diferença significativa<br />

(P :s;; 0,0020) entre as temperaturas, mas não entre<br />

os tempos de exposição (P 0,07 13). A interação<br />

entre tempo e temperatura foi significativa,<br />

entretanto, os coeficientes de correlação entre teor<br />

de caseína e tempo e entre teor de caseína e<br />

temperatura foram 0,2703 (P 0,0742) e 0,6951<br />

(P :s;; 0,0000), respectivamente, demonstrando que<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7-12, 1999 Pág. 11<br />

2,9<br />

2,8<br />

2,7<br />

ê 2,6<br />

cu 2,5<br />

.5 2,4<br />

(li<br />

li) 2,3<br />

cu •<br />

o 2,2<br />

2,1<br />

2<br />

20 40 60 80 10C<br />

Temperatura (IIC)<br />

Figura 4 - Resultados das determinações analíticas<br />

de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />

1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min<br />

e temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />

<br />

ê<br />

cu<br />

.5<br />

(li<br />

li)<br />

cu<br />

o<br />

3,4<br />

3,2<br />

3<br />

2,8<br />

2,6 •<br />

2,4<br />

2,2<br />

2<br />

•<br />

20 40 60 80 100<br />

Temperatura (2C)<br />

Figura 5 - Resultados das determinações analíticas<br />

de caseína em leite pelo método de formol (SILVA,<br />

1995) para os tempos de exposição ilT = 41 min<br />

e temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />

Quadro 2 - Resumo da análise de variância dos resultados das determinações analíticas de caseína em<br />

leite pelo método de formol (SILVA, 1995) para os tempos de exposição ilT = 12 min, ilT = 41 min e<br />

temperaturas 25, 40, 60, 80 e 100 °C.<br />

Fonte de Graus de Liberdade Probabilidade de F<br />

Tempo<br />

Temperatura<br />

Tempo*Temperatura<br />

Resíduo<br />

Total<br />

(*) Estatisticamente significativo.<br />

1<br />

4<br />

4<br />

20<br />

29<br />

0,07 13<br />

0,0020 (*)<br />

(*)<br />

apenas a temperatura apresentou influência consi­ das mesmas . As proteínas do soro são as mais<br />

derável na interação.<br />

termolábeis pois, ao contrário das caseínas, não<br />

Uma série de fenômenos ocorrem quando o formam micelas, encontrando-se molecularmente<br />

leite é aquecido, em razão de seus constituintes se dissolvidas e susceptíveis à desnaturação térmica.<br />

apresentarem em solução (sais minerais e lactose); em Entre estas a a-Iactoalbumina é a mais resistente,<br />

emulsão (lipídeos) e em estado coloidal (proteínas) e seguida por -lactoglobulina, albumina do soro e<br />

das possíveis interações químicas entre estes. Alterações imunoglobulinas. A resistência intr(nseca das<br />

no equilíbrio salino, na solubilidade de proteínas, na caseínas ao calor é devido ao fato de apresentarem<br />

acidez, no pH, nas reações de escurecimento e muitos resíduos de prolina em sua estrutura<br />

vários outras são bastante conhecidas.<br />

primária, o que dificulta a formação de pontes de<br />

Do ponto de vista das proteínas, a principal hidrogênio. Isto confere uma estrutura espacial<br />

alteração que ocorre consiste na desnaturação parcialmente "desnaturada" às caseínas.<br />

protéica, fenômeno este dependente tanto da<br />

Estas associações são representadas, esque­<br />

intensidade do aquecimento quanto do tempo de maticamente, na Figura 6.<br />

aplicação do calor. Os resultados deste trabalho<br />

A desnaturação deve ser considerada como<br />

demonstraram o efeito destas variações.<br />

uma desorganização da estrutura espacial da<br />

Os resultados observados indicaram que molécula de proteína, resultando na exposição de<br />

houve um aparente aumento no teor de caseína grupos funcionais internos. A ativação de grupos<br />

quando as amostras de leite foram aquecidas em sulfidrilas é uma das principais mudanças químicas<br />

todos os tratamentos. Na verdade, a quantificação que acompanham a desnaturação e das mais<br />

do teor de caseína no leite aquecido é prejudicada facilmente detectáveis, sendo observada particu­<br />

pela co-precipitação das proteínas do soro sobre larmente na -lactoglobulina, por ser a proteína<br />

a caseína, efeito que é proporcional à intensidade do soro mais rica em grupamentos sulfidrila<br />

e tempo de exposição ao calor.<br />

(CARVALHO,1 977). Esta ativação implica na<br />

V ários trabalhos confirmam as mudanças formação de complexos entre as proteínas do soro<br />

físico-químicas nas diferentes frações proteicas e as casénas (K-caseínas), conforme apresentado<br />

e, consequentemente, na distribuição do nitrogênio a seguir.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 12 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 7- 12, 1999<br />

Figura 6 - Representação das interações entre<br />

soroproteínas e caseínas no leite cru e aquecido.<br />

Fonte: Buchheim e Reimerdes, Ocitados por<br />

WOLFSCHOON-POMBO (1984).<br />

°2<br />

[k-Cas]- SH + HS-[-Lg] --7 [k-Cas]-S-S-[-Lg] + HP<br />

[k-Cas]-SH + SS=[a-La] [k-Cas]-S-S-[a-La]-SH<br />

Figura 7 - Representação esquemática da<br />

formação de complexos entre as caseínas e soroproteínas<br />

do leite induzidas pela temperatura.<br />

Fonte: Klostermeyer, citado por WOLFSCHOON­<br />

POMBO et alií (1982).<br />

Tecnologicamente é importante o estudo destas<br />

modificações, uma vez que acontecem durante a<br />

pasteurização e a esterilização do leite. Do ponto de<br />

vista prático, é bom lembrar que no Brasil existe ainda<br />

o hábito de se ferver o leite antes do consumo. Esta<br />

fervura representa um tratamento ainda mais drástico,<br />

podendo contribuir para outras reações com as proteínas,<br />

inclusive a indisponibilidade de aminoácidos essenciais,<br />

como a lisina (WASLTRA e JENNESS, 1984).<br />

4. CONCLUSÃO<br />

Os resultados obtidos permitem concluir que<br />

ocorre superestimação do teor de caseína em leite<br />

tratado termicamente, analisado pelo método de formol.<br />

Este comportamento acontece também em outros<br />

métodos analíticos, inclusive Kj eldahl. Foi observada<br />

uma maior influência da temperatura aplicada do que do<br />

tempo de exposição na desnaturação das soro-proteínas.<br />

Entretanto é possível estimar o valor exato destas frações<br />

protéicas fazendo uma prévia separação química. Assim,<br />

a determinação do teor de proteínas do leite deve levar<br />

em consideração o tratamento térmico a que este<br />

foi submetido (pasteurizado, esterilizado, fervura,<br />

etc.), especialmente quando deseja-se determinar<br />

as diversas frações protéicas com exatidão.<br />

5. AGRADECIMENTOS<br />

Aos Engenheiros Agrônomos José Luiz<br />

Tomaz de Carvalho e Antônio Alberto Fonseca<br />

Filho, colegas da pós-graduação, pelo apoio na parte<br />

experimental e editoração, respectivamente.<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

CARVALHO, I. C. Fatores que afetam a<br />

estabilidade térmica do leite. 1 a parte. Revista<br />

do Instituto de laticínios Cândido Tostes.<br />

32:7-14, 1977.<br />

DE PETERS, E. J. & CANT, J. P. Nutritional factors<br />

influencing the nitrogen composition of bovine<br />

milk: a review. Journal of Dairy Science,<br />

75:2043-70, 1992.<br />

FURTADO, M. A. M. Desenvolvimento de um<br />

novo método analítico para a determinação<br />

de soro adicionado ao leite pasteu<br />

rizado. Lavras, ESAL, 1989. 98p. (Tese M.S.).<br />

LOURENÇO, J. P. M. & WOLFSCHOON­<br />

POMBO, A. F. Exatidão da determinação<br />

volumétrica de caseína no leite. Revista do<br />

Instituto de Laticínios Cândido Tostes,<br />

37:8-12, 1982.<br />

SILVA, P. H. F. Desenvolvimento de metodologia<br />

analítica para determinação do<br />

teor de caseÍna em leite e para avaliação<br />

da proteólise em queijos. Viçosa, UFV,<br />

1995. 64p. (Tese M.S.).<br />

SILVA , P. H. F. & CARVALHO, M. C. L.<br />

Determinação de nitrogênio em leite pelo<br />

método de Kj eldahl. Revista do Instituto de<br />

Laticínios Cândido Tostes, 48:30-6, 1993.<br />

WA LSTRA, P. & JENNESS, R. Dairy chemistry<br />

and phisics. New York, John Wiley & Sons,<br />

1984. 423p.<br />

WOLSCHOON-POMBO, A. E & VARGAS, O. L.<br />

Aplicação do método de formol para determinação<br />

do conteúdo de proteína no leite cru e pasteurizado.<br />

Revista do Instituto de Laticínios Cândido<br />

Tostes, 32:3- 13, 1977.<br />

WOLFSCHOON-POMBO, A. E; FERNANDES,<br />

R. M. & GRANZINOLLI, G. G. M. Efeitos da<br />

pasteurização-HTST e da fervura doméstica<br />

sobre a proteína do leite. Revista do Instituto<br />

de Laticínios Cândido Tostes, 37:3-7, 1982<br />

WOLFSCHOON-POMBO, A.E BiossÍntese e<br />

composição do leite. I - Lactoproteínas.<br />

Seminário de pós-graduação, DCA/ESAL,<br />

12/09/84 - Palestra.<br />

WOLFSCHOO-POMBO, A. E Considerações à<br />

respeito da fervura doméstica do leite.<br />

Informe Agropecuário, 10:48-52, 1984.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999<br />

Pág. 13<br />

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA pA EFICIÊNCIA DE UM "<br />

PROCESSO DE SANITIZAÇÃO DE LATOES DE LEITE COM OZONIO<br />

Microbiological evaluation of a milk container sanitizing processing with ozone<br />

RESUMO<br />

Claudia Catelani Cardoso 1<br />

João Evangelista Fiorini 2<br />

José Wilson Brasil Gurjão 3<br />

Luiz Carlos do Nascimento 4<br />

Luiz Augusto do Amaral 5<br />

Estudou-se a eficiência de um processo de sanitização de latões plásticos de leite com água ozonizada sob<br />

pressão, comparando-se as contagens (NMP) de coliformes totais, E. coli e mesófilos aeróbios, pé e pós-laagm do<br />

sistema proposto e do convencional. As amostras foram coletadas da parede e do fundo dos latoes, pela tecmca do<br />

"Swab". A porcentagem de redução encontrada mostrou haver diferenças significativas (p < 0,0001) ene as amostras<br />

sobre a redução do número de microrganismos nas contagens realizadas do sistema proposto e entre os SIstemas quanto<br />

ao número de microrganismos mesófilos e ao NMP de coliformes totais (ANOVA, teste de Bartlett).<br />

INTRODUÇÃO<br />

Key words: ozone, sailitization, dairy industry, milk, container.<br />

A adesão de sujidades e microrganismos às<br />

superfícies e o desenvolvimento do chamado<br />

biofilme pode ocorrer em diversos ambientes,<br />

gerando problemas econômicos e à saúde, aumentando<br />

a resistência bacteriana (Holah et a!. , 1990)<br />

ou ainda diminuindo a ação dos desinfetantes<br />

(Dunnsmore et al. , 1981, Maris, 1992, Zottola,<br />

1994; Wong & Cerf, 1995) .<br />

A sanitização consiste em um conjunto de<br />

processos empregados para diminuir a contagem<br />

microbiana de utensílios usados na indústria de<br />

alimentos a fim de eliminar microrganismos<br />

patogênicos e alteradores de alimentos (Rocha et. al<br />

1985). Pode ser realizada por meios físicos ou<br />

químicos. Na sanitização por meios físicos são<br />

empregados calor na forma de vapor; água quente<br />

e a radiação ultra-violeta. (Pinheiro et aI. , 1978).<br />

Pelo uso de agentes químicos pode ser empregada<br />

uma série de compostos dotados de poder<br />

bactericida, desde ácidos orgânicos até agentes<br />

umectantes complexos. Na prática, principalmente<br />

por razões econômicas, os compostos clorados; os<br />

iodados e os quaternários de amônia são os mais<br />

utilizados (Andrade & Martyn, 1982).<br />

Recentemente enfermidades associadas à<br />

novas cepas de microrganismos tais como a Listeria<br />

tem despertado o interesse por novos processos de<br />

1, 2, 4<br />

3<br />

5<br />

sanitização na indústria de alimentos (Graham,<br />

1997). O gás ozônio é um deles pois, segundo Torres<br />

(1996), sua ação sobre os microrganismos é tão<br />

eficaz quanto a do cloro, além de não deixar resíduos<br />

tóxicos ou carcinogênicos nos alimentos, se<br />

concentrações adequadas forem utilizadas (Bourbigot<br />

et aI, 1986). Além disso, foi reconhecido<br />

como seguro para a higienização de garrafas de<br />

água (General Recognized As Safe-GRAS) (Graham,<br />

1997) pela Federal Drug Agency americana.<br />

O ozônio exerce efeito sobre biomateriais<br />

e células bacterianas através da oxidação dos<br />

grupos sulfidrila desses, levando à destruição dos<br />

aminoácidos (Mudd et ai, 1969) e do DNA<br />

polimerase I e impedindo formação de ligações<br />

(crosslinks) entre o DNA e as proteínas (Hamelin<br />

et aI, 1977; Chen et aI 1992). Quimicamente o<br />

ozônio se constitui na forma triatômica e instável<br />

do oxigênio, formado pela excitação do oxigênio<br />

molecular à oxigênio atômico, em um ambiente<br />

energizado que permite a recombinação do<br />

oxigênio em ozônio. É um forte agente oxidante,<br />

com um potencial de oxi-redução de 2,07V(Block,<br />

1994). À temperatura ambiente é um gás de<br />

coloração azulada porém, nas concentrações<br />

utilizadas com propósitos de desinfecção, sua cor<br />

não é notada (Rice, 1986).<br />

O método de geração de ozônio por<br />

descarga corona é o mais utilizado para aplicações<br />

Depto de Biologia. Lab. de Biologia e Fisiologia de Microrganismos, Unifenas Alfenas, MG.<br />

Consultor de Processos- Rio de Janeiro-RJ.<br />

Depto de M. Veterinária Preventiva, UNESP Jaboticabal-SP.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 14 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, na 310, 54: 13-21, 1999<br />

comerciais onde o oxigênio ou o ar passa entre<br />

dois eletrodos separados por um meio de cerâmica<br />

dielétrico (Wickranayabe, 1991).<br />

Em solução aquosa o ozônio pode atuar sobre<br />

vários compostos orgânicos, como demonstrado<br />

abaixo, através de duas vias (Hoigné, 1985):<br />

- por reação direta com as moléculas de<br />

ozônio e<br />

por reação indireta com as espécies<br />

radicálicas que são formadas quando o<br />

ozônio se decompõe na água.<br />

O ozônio, como outros oxidantes, pode ter<br />

sua atividade influenciada pela presença de<br />

materiais oxidáveis presentes no meio, de<br />

microrganismos e de radiação ultra-violeta, entre<br />

outros. Trata-se de um gás potente porém instável<br />

que deve ser produzido no local a ser utilizado<br />

(Boot, 1991, Hiddink, 1995; Torres, 1996) É mais<br />

estável na sua fase gasosa do que aquosa. Sua hemivida<br />

na fase gasosa à temperatura ambiente é de 12<br />

horas enquanto que em solução aquosa é menor que<br />

trinta minutos (Torres et al., 1996). A taxa de<br />

decomposição do ozônio em soluções aquosas<br />

aumenta também com a turbulência e em presença<br />

de pH alcalino (Block, 1994).<br />

Dissolvido em água, o ozônio gera reações<br />

radicálicas e iônicas menos arriscadas que as<br />

exclusivamente radicálicas produzidas pelo gás, que<br />

podem entrar em contato diretamente com o<br />

epitélio pulmonar, se inaladas (DalI' Aglio, 1998,<br />

comunicação pessoal). O ozônio porém, é um gás<br />

parcialmente solúvel em água e sua autodecomposição<br />

produz numerosos radicais livres<br />

sendo que o radical hidroxila (OH-) é o mais<br />

proeminente. À medida que o pH de soluções<br />

contendo ozônio dissolvido aumenta, a taxa de<br />

decomposição de ozônio produzindo radicais livres<br />

hidroxilas também aumenta tanto que a um pH de<br />

10 o ozônio se decompõe instantaneamente.<br />

Embora os radicais livres hidroxilas resultantes<br />

sejam os mais fortes oxidantes estes se decompõem<br />

em frações de segundos. Portanto para a produção<br />

de água ozonizada, a presença do ozônio molecular<br />

é necessária para garantir a desinfecção. A hemivida<br />

do ozônio em solução aquosa depende também<br />

da demanda de ozônio molecular presente na mesma<br />

(Gurley, 1985; Graham, 1997).<br />

-Embora o ozônio seja doze vezes mais solúvel<br />

em água que o oxigênio, sua baixa pressão parcial faz<br />

com que se torne difícil a obtenção de muitos<br />

miligramas/litro, sob condições normais de temperatura<br />

e pressão. O ozônio deve ser adequadamente<br />

distribuído para demonstrar seu efeito esterilizante.<br />

Para tanto faz-se necessária a formação de uma fina<br />

emulsão entre ozônio e a água. Essas emulsões podem<br />

ser criadas por difusão de bolhas finas; bombas<br />

injetoras e por turbinas emulsificantes. Recentemente<br />

o melhoramento nos designs modernos dos geradores,<br />

a diminuição de custos dos mesmos e os processos de<br />

remoção do oxigênio residual tem aumentado e<br />

renovado o interesse das indústrias farmacêutica e<br />

alimentícia pelo ozônio, como esterilizante (Gurley,<br />

1985, Torres et al. , 1996).<br />

Por ser um oxidante potente, os efeitos<br />

tóxicos do ozônio em meio aquoso têm sido<br />

estudados (Bourbigot et al., 1986, Chen et<br />

al.,1992, Filippi, 1997, Menzel, 1984). Alguns<br />

estudos evidenciaram que quando doses suficientes<br />

de ozônio são utilizadas no tratamento da água,<br />

este pode eliminar e evitar o aparecimento de<br />

produtos mutagênicos e outros estudos, que o<br />

mesmo não possui potencial carcinogênico forte.<br />

O efeito desinfetante ou esterilizante do<br />

ozônio, porém, está relacionado à demanda<br />

orgânica desta água. A quantidade de ozônio<br />

aplicada à água, segundo alguns autores, deve ser<br />

suficiente para oxidar ambos, ou seja, matéria<br />

orgânica e microrganismos presentes na mesma<br />

(resposta ou efeito total ou nulo) (Gurley, 1985).<br />

Já Katzenelson et ai (1974) e Kim et ai (1980)<br />

consideram que exista uma relação dose resposta<br />

para o ozônio. Tal fato foi observado também por<br />

Akey & Walton (1985 e 1980).<br />

As concentrações do ozônio em água são<br />

reduzidas mais rapidamente em altas temperaturas<br />

porém a eficiência bactericida do ozônio dissolvido<br />

em água é maior em temperaturas acima de 25°C,<br />

possivelmente devido ao sinergismo entre a oxidação<br />

e a destruição térmica. Apesar disso a variável mais<br />

importante para se garantir a efetividade do ozônio é<br />

a quantidade de ozônio transferida à água. Na prática,<br />

o ozônio é aplicado em altas doses (0,5 - 10mg/l)<br />

por longos períodos de contato (5 - 15min)_ Para a<br />

esterilização da água na indústria farmacêutica, por<br />

exemplo, utiliza-se de 2 - 5mg/1 por um período de<br />

no máximo 5 minutos (Gurley, 1985).<br />

Tendo em vista a importância da sanitização<br />

para a qualidade do leite e as vantagens que<br />

as propriedades desinfetantes do ozônio poderiam<br />

trazer para a indústria de laticínios, o presente<br />

trabalho teve como objetivo primordial avaliar<br />

microbiologicamente a eficiência do processo<br />

proposto.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

A pesquisa foi realizada nas dependências<br />

de uma estação de lavagem de latões de leite,<br />

implantada provisoriamente na Horta Comunitária<br />

do município de Divisa Nova - MG, onde<br />

foi instalado um protótipo para este fi m, e no<br />

laboratório de Pesquisas de Biologia e Fisiologia<br />

de Microrganismos da Universidade de Alfenas­<br />

M;G, onde as amostras foram processadas.<br />

O protótipo foi projet.ado pelo engenheiro<br />

químico José Wilson Brasil Gurjão, com tecnologia<br />

e equipamentos da empresa White Martins Gases<br />

Industriais S/A.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, na 310, 54: 13-21, 1999<br />

No Laboratório de Pesquisas foram analisadas<br />

112 amostras de latões de leite de plástico coletadas<br />

através de swabs, correspondentes a amostragem<br />

de 28 latões (2 amostra antes da sanitização e 2<br />

após) oriundos das fazendas da região de Divisa<br />

Nova -MG, escolhidos aleatoriamente. Usando a<br />

mesma metodologia foram analisados 11 latões<br />

submetidos a lavagem convencional no laticínio<br />

que recebe latões de leite da região.<br />

Sistema de higienização de latões de<br />

leite por meio de equipamentos com spray<br />

com ozônio dissolvido em água<br />

O sistema empregado era composto de um<br />

reservatório de PVC, um sistema de dissolução de<br />

ozônio, 2 bombas sendo 1 monofásica e uma<br />

bomba multi-estágio de alta pressão, um gerador<br />

de ozônio, um bico de pulverização de aço inox,<br />

além de uma fo nte de oxigênio puro (White<br />

Martins Gases Inds. S/A), de tubos e conexões.<br />

A água ozonizada utilizada na lavagem por<br />

pulverização era proveniente de um reservatório<br />

onde o ozônio havia sido introduzido e a<br />

concentração de ozônio dissolvido na mesma era<br />

mensurada no momento da desinfecção através<br />

de monitores do tipo residual ozone system (ROS)<br />

com instrumento indicador mo dei 26506 e sensor<br />

31.331.15 (Orbisphere Laboratories®). O sensor<br />

deste instrumento é composto por uma célula<br />

eletroquímica do tipo Clark onde o catodo de ouro, o<br />

anodo de prata e o eletrólito de brometo de potássio<br />

aquoso são isolados da amostra a ser medida por<br />

uma membrana impermeável à água porém permeável<br />

ao gás, que mede o resíduo de ozônio por<br />

diferença de condutividade.<br />

O sistema era acionado 20 minutos antes do<br />

início da lavagem dos latões a fim de se obter a<br />

saturação de ozônio dissolvido na água do reservatório<br />

e oscilou entre 3,0 e 4,0 mg/l, em função das<br />

características da água e da temperatura ambiente.<br />

Manipulação dos latões durante a<br />

experimentação e processo de lavagem.<br />

Antes da coleta das amostras, o latão era<br />

mantido na posição invertida durante dois minutos<br />

Pág. 15<br />

em um suporte (pingadeira) para a drenagem do<br />

excesso de líquido e, então, colocado em suporte<br />

adaptado para a coleta das amostras. Após a coleta<br />

da amostra este era transferido para o suporte<br />

para a lavagem por meio de equipamentos com<br />

"spray", também em posição invertida.<br />

O processo de lavagem era composto de<br />

duas fases. Durante a primeira, um jato de "spray"<br />

contendo uma solução de água e tensoativo nãoiônico<br />

(Liquid Force-Ecolab®) (0,2 ml/litro),<br />

trocada a cada de 3 lavagens, e que durava 2<br />

minutos, promovia-se a limpeza do latão. Durante<br />

a segunda fase, um jato de água com ozônio<br />

dissolvido, que durava 2 minutos também,<br />

promovia a o enxágue e a desinfecção.<br />

Procedimento de coleta das amostras<br />

dos latões<br />

As referidas amostras eram coletadas<br />

através de "swabs" de algodão esterilizados (APHA,<br />

1978) e a área testada era delimitada por um<br />

gabarito de aço inoxidável de 20 x 2,5 cm. Duas<br />

amostras eram coletadas antes da sanitização e<br />

duas após sendo uma composta de cinco pontos<br />

das paredes e a outra do hemi-círculo do ângulo<br />

("quina") do fundo do latão, de forma que de ambos<br />

os pontos fosse amostrada uma área de 250 cm2,<br />

como o preconizado pelo "Standard Methods for<br />

Examination of Dairy Products (1978).<br />

Análises microbiológicas<br />

As amostras foram avaliadas quanto ao<br />

número mais provável (N.M.P.) de coliformes<br />

totais e E. coli e microrganismos mesófilos segundo<br />

a metodologia do substrato cromatogênico definido,<br />

descrita no "Standard Methods for Examination<br />

of Water and Wastewater" (EATON et ai.,<br />

1995) e registrada no DOIlDIPOA no 013/97,<br />

através do teste comercial Colilert® e Simplate®<br />

(ldexx Laboratories Inc.).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As tabelas a seguir expressam os números<br />

de microrganismos por cm2•<br />

Tabela 4 - NMP de E. coli / cm2 da parede e do fundo de latões de leite, pré e pós-lavagem com ozônio.<br />

PAREDE<br />

FUNDO<br />

Pré-lavagem<br />

0,3 ± 0,1<br />

0,9xl 0-1 ± 0,3xl 0-1<br />

NMP de E.coli/cm2<br />

Pós-lavagem<br />

Os números expressos significam a média ± EPM de n=26 amostras.<br />

*p


Pág. 16 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-2 1, 1999<br />

Tabela 5 - NMP de coliformes totais / cm2 da parede e do fundo de latões de leite, pré e pós lavagem com ozônio.<br />

PAREDE<br />

FUNDO<br />

NMP de coliformes totais/cm2 Porcentagem de Redução<br />

Pré-lavagem Pós-lavagem<br />

19,9± 4,3 1<br />

24,03 ± 6,00<br />

0,83 ± 0,52'<br />

0,04 ±0,02"<br />

Os números expressos significam a média ± EPM de n=26 amostras.<br />

*p


Pág. 18 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999<br />

o sistema proposto pode substituir o<br />

sistema de lavagem convencional, tipo túnel que o<br />

utiliza o vapor como sanitizante, e consequentemente<br />

as caldeiras, movidas a gás ou carvão o que<br />

promoverá um impacto ambiental menor. Soma-se<br />

a isso que a poluição decorrente deste processo<br />

convencional, causada pela utilização de detergentes<br />

fortes, também será diminuída.<br />

EIROA (1998) acredita que o vapor é um<br />

excelente agente para a indústria de alimentos<br />

porém, quando utilizado sobre superfícies altamente<br />

contaminadas , pode coagular os resíduos<br />

orgân icos formando uma crosta que impede a<br />

penetração do calor e adverte que quando utilizado<br />

para sanificar equipamentos, a temperatura<br />

deve ser mantida a 93,3° C durante pelo<br />

menos 5 minutos.<br />

Baseado no exposto e conhecendo os dados<br />

operacionais do sistema de lavagens convencional<br />

(onde a duração da desinfecção com o vapor é de<br />

alguns segundos) acreditamos que esse temp o<br />

provavelmente seja insuficiente para promover<br />

uma desinfecção eficiente uma vez que os valores<br />

encontrados na avaliação do sistema convencional<br />

são ainda relativamente elevados, mesmo tendo<br />

promovido reduções . significativas.<br />

Ressalta-se ainda que o sistema proposto<br />

promoveu um tempo de contato de contato de 2<br />

minutos da água ozonizada a uma concentração<br />

de aproximadamente 4 mg/l. Segundo Restaino et<br />

ai (1995) a utilização de água ozonizada a uma<br />

concentração de 0,1 9mg/l promoveu a inativação<br />

instantânea de mais de 5 logs do número de UFC<br />

de E.coli de. Depreende-se portanto que existe a<br />

possibilidade da redução do tempo de contato e da<br />

concentração utilizados neste trabalho, o que<br />

tornará o sistema mais rápido e vantajoso.<br />

Outro aspecto importante a ser observado<br />

é que segundo Greene (1993) o sistema de<br />

sanitização com ozônio reduz custos, pois após a<br />

sua instalação a manutenção têm custos menores<br />

que os sistemas que utilizam compostos clorados<br />

e, como não necessita da desinfecção térmica, o<br />

consumo de energia também é reduzido.<br />

Considerando que um latão mal higienizado<br />

segundo PINHEIRO et ai (1978) pode adicionar<br />

até 8x 106 UFC/ml ao leite e a redução média de<br />

microrganismos mesófilos obtidas pelo processo<br />

proposto foi de 99,04%, esse número poderia ser<br />

reduzido para 7,6 x 104 o que com certeza já<br />

contribuiria muito para a qualidade final do produto.<br />

A redução do NMP de coliformes totais<br />

promovida pelo processo convencional foi de<br />

74, 12%. Segundo Speers and Gilmour (1985),<br />

as bactérias gram negativas, como é o caso dos<br />

coliformes, tem maior facilidade de adesão às<br />

superfícies e consequentemente maior chance<br />

dar início a formação do biofilme. Depreende-<br />

se disso que os latões lavados pelo sistema<br />

convencional têm maior probabilidade de<br />

desenvolver o biofilme nos latões.<br />

CONCLUSÃO<br />

Segundo análises estatísticas utilizando-se<br />

os testes t-Student, os resultados de redução dos<br />

microrganismos pesquisados promovidos pelo<br />

processo, proposto mostraram-se estatisticamente<br />

significantes.<br />

Testes, em uso, da eficiêcia microbiológica<br />

do processo convencional de sanitização de<br />

latões de leite devem ser realizados periodicamente<br />

uma vez que os resultados obtidos nesse<br />

trabalho indicaram que o processo convencional<br />

não reduziu significativamente o NMP de mesófilos<br />

aeróbios. Tal fato pode comprometer a<br />

qualidade do leite.<br />

O período de permanência menor do leite,<br />

nos latões submetidos à lavagem com ozônio,<br />

promoveu diferenças significativamente menores<br />

nas cargas microbianas iniciais, quando comparado<br />

aos submetidos à lavagem convencional.<br />

O processo proposto pode ser uma alternativa<br />

viável durante o período de transição entre<br />

o latão e os tanques de refrigeração (tanques de<br />

espansão), principalmente por seus aspectos<br />

econômicos e ecológicos.<br />

SUMMARY<br />

Food processing requires good hygienic<br />

procedures that guarantee the final quality of<br />

products, avoid early deterioration and respect<br />

consumers health. These procedures are called<br />

sanitization and are composed of two phases:<br />

cleaning and disinfection. During this process<br />

applied to food recipients, the chemical products<br />

used as sanitizers can accumulate in the product or<br />

can be ineffective due to the presence of organic<br />

material . Ozone has some characteristics that<br />

make it attractive for use as san itizer in food<br />

processing. It's higher oxidant potential, FDA's<br />

recognization as safe (GRAS) for bottled<br />

disinfection and production of normal oxidation<br />

products with less deleteriuous effects than the<br />

by-products of chlorine treatment are some<br />

examples of ozone's advantures. Therefore the<br />

efficiency of a sanitizing processing of milk plastic<br />

containers with ozonized water was studied. This<br />

was accomplished by comparing the average<br />

number of aerobic mesophils, E. coli and total<br />

coliform counts before and after washing and also<br />

with the conventional processing method. The<br />

samples were collected from the inner side walls<br />

and the inside bottom of the containers using the<br />

'Swab" technique. A significant reduction ("t" -<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 13-21, 1999 Pág. 19<br />

Student test) of the investigated microorganisms<br />

was found in the post-wash samples as compared<br />

to the pre-wash counts. A significant reduction<br />

was also found when compared to the average<br />

number of aerobic mesophils and total coliforms<br />

of the walls with the conventional method<br />

(ANOVA- Bartlett test)o<br />

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Pág. 22 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />

QUANTIFICAÇÃO DE TRIHALOMETANOS (THM) EM AMOSTRAS<br />

DE ÁGUA PRÉ E PÓS-CLORADAS COM HIPOCLORITO DE SÓDIO<br />

(HPCS) POR CROMATOGRAFIA DE FASE GASOSA UTILIZANDO-SE<br />

MICROEXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA (MEFS)<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Trihalometanos (THM) são compostos<br />

organoclorados formados durante o processo de<br />

cloração nas águas utilizadas em abastecimento<br />

público. ° cloro residual livre e as substâncias<br />

resultantes da degradação de vegetais, denominadas<br />

substâncias húmicas (precursores), reagem e<br />

originam os THM. A formação é representada<br />

esquematicamente pela equação 1 (CARSWELL<br />

et aI ., 1977; PERRY, 1982).<br />

Cloro residual livre + Precursores (Substâncias húmicas)<br />

Trihalometanos + Outros subprodutos (1)<br />

Os principais THM's encontrados em águas<br />

de abastecimento público são: o triclorometano,<br />

bromodiclorometano, dibromoclorometano e<br />

tribr'ometano, cuj as fórmulas químicas estão<br />

representadas na figura 1.<br />

A importância dos THM's em nível mundial<br />

prende-se ao fato de que, além de serem<br />

considerados carcinogênicos, são também indicadores<br />

da possível presença de outros compostos<br />

organoclorados (ácido acético clorado, haloacetonitrilos,<br />

cloropicrin, clorofenóis, cloropropanonas),<br />

também resultantes do processo de<br />

cloração das águas e mais perigosos que os próprios<br />

THM's. Em função dos riscos, a EPA estabeleceu<br />

em dezembro de 1993 que 30 substâncias químicas<br />

são consideradas nocivas à saúde, dentre essas<br />

destacaram-se os THM' s, cuja tolerância é zero<br />

(MACÊDO, 1997).<br />

CI<br />

I<br />

Jorge Antônio Barros de Macêdo1<br />

Nélio José de Andrade2<br />

Júlio Maria Andrade de Araújo3<br />

José Benício Paes Chaves4<br />

Marco Túlio Coelho Silvas<br />

Claúdio Pereira Jordão6<br />

H - C - CI H - C - CI<br />

Br<br />

CI CI<br />

Triclorometano (CHCI3) Bromodiclorometano (CHBrCl)<br />

Br Br<br />

I<br />

H - C - Cl H - C - Br<br />

Br<br />

Dibromoclorometano (CHBrp) Tribromometano (CHBr3)<br />

Figura 1 . Trihalometanos que ocorrem de modo<br />

mais freqüente em águas de abastecimento público.<br />

A microextração por fase sólida (MEFS)<br />

tem sido indicada como o processo que reduz o<br />

tempo de preparo da amostra, elimina os erros da<br />

extração líquido-líquido e os erros provenientes<br />

de injeção, já que este processo não utiliza solvente.<br />

A agulha é levada diretamente ao septo de injeção<br />

do cromatógrafo. Além destas vantagens, apresenta<br />

limite de detecção na ordem de 15 ppt (parte<br />

por trilhão) (ARTHUR et aI., 1992; SUPELCO,<br />

1995a; SUPELCO, 1991).<br />

D.Sc., Departamento de Alimentos e Toxicologia. Universidade Federal de Juiz de Fora.<br />

Centro Tecnológico / Instituto de Laticínios Cândido Tostes / EPAMIG.<br />

2 D.Sc., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />

3 Ph.D., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />

4 Ph.D., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />

5 D.Sc., Departamento de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Viçosa.<br />

6 Ph.D., Departamento de Química. Universidade Federal de Viçosa.<br />

Br<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />

° MEFS é um sistema constituído por uma<br />

haste de aço inoxidável com a ponta recoberta por<br />

uma fibra (fase sólida) protegida por uma capa de<br />

aço (agulha) inoxidável que permite a exposição da<br />

fibra, de maneira manual utilizando-se um suporte<br />

metálico denominado "holder" ou de maneira<br />

automática, Figura 2 (ARTHUR et aI., 1992). '<br />

Haste de aço inoxidável<br />

1' ,J, t $11<br />

Ir,-a<br />

Fibra Agulha Embolo<br />

Fonte: ARTHUR et aI., 1992.<br />

Figura 2 • Partes que constituem o sistema de<br />

microextração por fase sólida.<br />

° tipo de fibra a ser utilizado depende do<br />

peso molecular e da polaridade dos compostos a<br />

serem extraídos. Compostos de baixo peso molecular<br />

ou compostos voláteis, como os THM, são extraídos<br />

pela fibra 100 Ilm polidimetilsiloxano (PDMS)<br />

(SUPELCO,1994a; SUPELCO, 1994b).<br />

Para análise de compostos clorados que<br />

contaminam amostras de água, a U.S. Environmental<br />

Protection Agency (EPA) indica o<br />

processo de imersão da agulha na amostra a ser<br />

analisada, Figura 3 (SUPELCO, 1995c; SUPELCO,<br />

1995b; SUPELCO, 1991).<br />

Holder<br />

Fonte: SUPELCO, 1995e.<br />

Figura 3 • Processo de imersão da fibra.<br />

A exposição da fibra dentro da amostra de<br />

água permite a adsorção dos compostos organoclorados<br />

pelo polidimetilsiloxano. ° tempo de<br />

adsorção é definido em função de referências<br />

bibliográficas e da realização de experimento<br />

preliminar. Este tempo, em geral, varia de dois a<br />

vinte minutos (ARTHUR et aI., 1992; SUPELCO,<br />

1994b). Já o processo de dessorção ocorre após a<br />

exposição da fibra dentro do septo de injeção.<br />

Este tempo também é definido com base em<br />

referências bibliográficas e em experimento<br />

preliminar. ° tempo de extração para organo-<br />

Pág. 23<br />

dorados, segundo referências bibliográficas, varia<br />

de um a cinco minutos (SUPELCO, 1995c;<br />

SUPELCO, 1994a; SUPELCO, 1995b).<br />

Existem vários métodos para a avaliação<br />

quantitativa na cromatografia de fase gasosa, dentre<br />

esses destaca-se o método de padrão interno, que<br />

corrige variações da quantidade adsorvida pela fibra<br />

de polidimetilsiloxano, pois tanto o padrão interno<br />

como os THM serão igualmente afetados pela<br />

variação da área (ARA Ú JO, 1995).<br />

Na utilização deste método, torna-se necessária<br />

a escolha de uma substância cujas características<br />

químicas sejam semelhantes às dos<br />

componentes a serem analisados. Seu tempo de<br />

retenção deverá estar situado em uma faixa diferente<br />

daquela dos compostos a serem analisados.<br />

2. MATERIAL E MÉTODOS<br />

2.1. Amostras de água<br />

2. 1.1. Amostras da estação de tratamento (ETA)<br />

Amostras de água foram coletadas na ETA,<br />

situada no bairro Poço D' AntaS, em Juiz de Fora­<br />

MG, que utiliza como manancial duas represas<br />

intercomunicantes e em níveis diferentes.<br />

A ETA de Poço D' Antas apresenta flexibilidade<br />

opracional, podendo utilizar o HPCS<br />

(hipoclorito de sódio) na pré (Figura 17) ou póscloração<br />

(Figura 18).<br />

A coleta da amostra na ETA foi realizada<br />

no reservatório de partida (Figuras 4 e 5).<br />

Essas amostras foram transportadas aos<br />

laboratórios em frascos mantidos em caixa de<br />

isopor até o momento de se efetuarem as análises<br />

físico-químicas.<br />

1--- -- -., RassJVatório da Água Bruta<br />

FLOCO-DECANTADOR<br />

FILTRO SOB PRESSÃO<br />

Figura 4 • Esquema da pré-cloração.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 24 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />

1--- -- --+1 Reservatório de Água Bruta<br />

FLOCO·DECANTADOR<br />

FILTRO SOB PRESSÃO<br />

Figura 5 - Esquema da pós-cloração.<br />

2.1.2. Amostras da indústria de alimentos (IA)<br />

Amostras de água foram coletadas na<br />

Padaria Estrela Dalva, situada à Rua Francisco<br />

Pereira, 207, bairro Santo Antônio, em Juiz de<br />

Fora-MG. Esta panificadora possui reservatório<br />

com capacidade de 5.000 L. Sua produção diária<br />

de pães, bolos e doces abastece 200 a 300 pessoas.<br />

As amostras foram coletadas em torneira<br />

ligada diretamente à rede de distribuição, sendo<br />

transportadas para os laboratórios em caixa de<br />

isopor.<br />

2.2.2. Análise quantitativa e qualitativa<br />

dos trihalometanos (THM)<br />

Para quantificar as concentrações de THM<br />

nas amostras utilizou-se a cromatografia de fase<br />

gasosa, com o método da adição do padrão interno<br />

(PI) (ARAÚ JO, 1995).<br />

Foi preparada uma solução do PI (diclorometano<br />

- DCM) grau cromatográfico MERCK,<br />

com pureza mínima de 99,5%. Para isso,<br />

Quadro 1 - Características dos padrões de trihalometanos - SUPELCO.<br />

Trihalometanos<br />

Bromodiclorometano<br />

Dibromoclorometano<br />

Tribromometano<br />

Triclorometano<br />

Fonte: SUPELCO, 1995d.<br />

Percentagem de pureza<br />

96,7<br />

97,9<br />

99,0<br />

98,8<br />

adicionaram-se 10 IlL do PI em balão volumétrico<br />

de 25 mL, completando o volume com metanol<br />

grau cromatográfico Merck, com pureza mínima<br />

de 99,8%. Esta solução contém 0,398 Ilg de<br />

DCM.IlL·1 de metanol.<br />

A solução-padrão de THM foi preparada a<br />

partir de uma mistura de padrões que continha<br />

bromodiclorometano (BDCM), dibromoclorometano<br />

(DBCM), tribrometano (TBM) e triclorometano<br />

(TCM) (SUPELCO, 1995d). A concentração<br />

de cada padrão na mistura foi de aproximadamente<br />

200 Ilg/mL (Quadro 1). Assim, adicionaram-se<br />

4 IlL da mistura de padrões e 4 IlL do PI<br />

em balão volumétrico de 25 mL e completou-se o<br />

volume com a água da ETA sem cloro residual<br />

total (CRT).<br />

As amostras de água da ETA-Poços D' Antas<br />

e da panificadora foram adicionadas em balão<br />

volumétrico de 25 mL que já continha 4 IlL do PI e<br />

completou-se o volume com a água a ser analisada.<br />

Para extração dos THM e do PI das<br />

amostras foi utilizado o procedimento de microextração<br />

em fase sólida (MEFS) com fase estacionária<br />

polydimethylsiloxane (100 Ilm). Condicionou-se<br />

a MEFS à temperatura de 230°C por<br />

uma hora e utilizou-se o tempo de cinco minutos<br />

para extração (SUPELCO, 1995a; SUPELCO,<br />

1995b; SUPELCO, 1995c; SUPELCO, 1995e;<br />

SUPELCO, 1991; HUANG, et al., 1997; PAGE e<br />

LACROIX, 1997).<br />

A desorção dos THM e PI baseou-se em<br />

referências bibliográficas (SUPELCO, 1995e;<br />

SUPELCO, 1991; PAGE e LACROIX, 1993; PAGE<br />

e LACROIX, 1997) e em experimentação inicial, e<br />

concluiu-se que o tempo de seis minutos foi suficiente<br />

para a completa dessorção dos THM e PI.<br />

O cromatógrafo utilizado foi o da marca<br />

Hewlett Packard, modelo 5080A, sob as seguintes<br />

condições cromatográficas:<br />

- Coluna capilar: Vocol - 60 m x 0,53 mm<br />

DI, filme de 3,0 Ilm.<br />

- Temperatura da coluna: Isoterma de 50°C.<br />

- Gás de arraste: H 2 , 4,2 mL/min.<br />

- Pressão na cabeça da coluna: 10,5 psi.<br />

- Detector: FID, 250°C.<br />

Concentraçãoanalitica<br />

(llg.mL-1)<br />

195,0<br />

196,8<br />

201,0<br />

195,3<br />

Desvio-padrão<br />

(±)<br />

5,9<br />

5,3<br />

2,3<br />

Rev: Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 22-27, 1999 Pág. 25<br />

- Injetor: 220°C, "Splitess".<br />

- Aquisição de dados: ChemStation-HP, com<br />

software HP-3365 series 11 - versão<br />

A.03.21.<br />

3. RESULTADOS<br />

Pelos resultados apresentados na Figura 6,<br />

constatou-se a ocorrência do triclorometano (TCM)<br />

e do bromodiclorometano (BDCM) nas amostras de<br />

águas coletadas na caixa de partida da ETA, na pré e<br />

na pós-cloração com hipoclorito de sódio (HPCS),<br />

quando se superpõem os cromatogramas dessas<br />

amostras e o cromatograma dos padrões.<br />

O Quadro 2 apresenta as concentrações<br />

médias de THM's nas amostras analisadas.<br />

l-Metanol<br />

2 -Diclorometano<br />

3 -T ridorometano<br />

4 -Bromodiclorometano<br />

5 -Dibromoclorometano<br />

6-Tribromometano<br />

&perior -Cromatograma de pré-cIoração com HPCS<br />

Médio - Cromatogramadepós-clolaçãocomHPCS<br />

Inferior - CromatogramadospadlÕeS<br />

Tempo (Min)<br />

HPCS = Hipoclorito de sódio<br />

Figura 6 - Superposição de cromatogramas dos<br />

padrões e os cromatogramas de amostras de água<br />

pré-clorada ou pós-clorada com HPCS, coletadas<br />

na caixa de partida da ET A.<br />

Verifica-se, portanto, que as concentrações<br />

mais elevadas foram detectadas quando<br />

o processo de desinfecção utilizado foi o da précloração.<br />

A concentração total de trihalometano<br />

(TTHM) atingiu 117 ,52 Ilg.L-1, acima do valor<br />

r e comendado pela legislação vigente, 100 Ilg.L-1<br />

(BRASIL, 1990). Este resultado pode ser considerado<br />

previsível, já que a pré-cloração é efetuada<br />

antes da decantação e da filtração, etapas do<br />

tratamento convencional da água. Nestas condições<br />

a água pode apresentar elevado conteúdo de substâncias<br />

húmicas.<br />

Por outro lado, coincidentemente, o<br />

experimento usando-se pré-cloração foi conduzido,<br />

após ocorrerem chuvas na região, dois dias<br />

antes da amostragem, conforme informações do<br />

Departamento de Geociências da Universidade<br />

Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os níveis de<br />

precipitação pluviométrica passam do valor O mm<br />

no fi nal do mês de fevereiro para 129,6 mm<br />

nos dias iniciais do mês de março. As chuvas<br />

provocam maior arraste de substâncias húmicas<br />

para dentro do manancial, aumentando a possibilidade<br />

do contato do hipoclorito de sódio<br />

(HPCS) com os precursores dos trihalometanos<br />

(SANTOS, 1988).<br />

As Figuras 7 e 8 apresentam os gráficos<br />

representativos das concentrações médias de<br />

TCM e BDCM na ETA e IA, quando na ETA<br />

realizou-se o processo de pré e pós-cloração<br />

com HPCS.<br />

As Figuras 7 e 8 mostram que as concentrações<br />

médias de TCM e de B nCM são mais<br />

elevadas nas amostras de água da panificadora,<br />

independentemente do processo de desinfecção,<br />

pré ou pós-cloração.<br />

Constata-se, portanto, que pontos da<br />

rede de distribuição apresentarão níveis maiores<br />

de THM para ambos os processos de desinfecção,<br />

pré ou pós-cloração com HPCS. Pesquisas<br />

têm demonstrado resultados semelhantes<br />

(SANTOS, 1988).<br />

Quadro 2 - Concentrações médias de TCM e BDCM em águas coletadas na ETA ou na IA, após<br />

desinfecção da água ETA com HPCS na pré e pós-cloração e TTHM.<br />

Pré-cloração<br />

TCM BDCM<br />

(llg.L-1) (llg.L-1)<br />

ETA 107,93 9,59<br />

IA 209,55 11,39<br />

TCM = Triclorometano.<br />

ET A = Estação de tratamento de água.<br />

IA = Indústria de alimentos - Panificadora.<br />

TTHM = Total de trihalometano.<br />

digitalizado por<br />

Pós-cloração<br />

TTHM TCM BDCM TTHM<br />

(llg.L-1) (llg·L"I) (llg.L-1) (llg.L-1)<br />

117 ,52 48,97 7,70 56,67<br />

220,94 65,32 8,69 74,01<br />

BDCM = Bromodiclorometano.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 26 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999<br />

4. CONCLUSÕES<br />

A microextração em fase sólida (MEFS) se mostrou muito eficiente na análise de THM. Permitindo<br />

uma redução significativa no tempo de análise, se comparada com o processo tradicional de extração<br />

líquido-líquido, reduzindo ainda em níveis consideráveis o erro de injeção.<br />

o:nc.<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

o<br />

!f-<br />

<br />

TCM BCXJvI<br />

ETA<br />

- -<br />

TCM<br />

TCM = triclorometano.<br />

BDCM = bromodic1orometano.<br />

ET A = estação de tratamento de água.<br />

IA = indústria de alimentos.<br />

Conc. = concentração (llg.L-').<br />

<br />

IA<br />

BCXJvI<br />

Figura 7 - Concentrações médias de TCM e BDCM<br />

em águas coletadas na ETA e IA, após desinfecção<br />

da água na ETA com HPCS na pré-cloração.<br />

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70<br />

60<br />

50<br />

Cone. 40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

TCM BDCM<br />

ETA<br />

TCM BDCM<br />

TCM = triclorometano.<br />

BDCM = bromodiclorometano.<br />

ETA = estação de tratamento de água.<br />

IA = indústria de alimentos.<br />

Conc. = concentração (llg.L-').<br />

Figura 8 - Concentrações médias de TCM e BDCM<br />

em águas coletadas na ETA e IA, após desinfecção<br />

da água na ETA com HPCS na pós-cloração.<br />

humano. Diário Oficial [da República<br />

Federativa do Brasil], Brasilia, v. 128, n.16,<br />

p.1651-1654, 23 jan. 1990. Secção 1.<br />

CARSWELL, J. K., CLARK, M. R., DORSEY, P.<br />

et aI. Ozone, chlorine dioxide and chloramines<br />

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drinking water. In: CONFERENCE ON W ATER<br />

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Health Effects, 2, 1977, Gatlinburg. Anais ... .<br />

Gatlinburg: Office of Research and Development<br />

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Agency - EPA, 1977. p.I -84.<br />

HUANG, S., TING, C. Y., UN, C. Determination of<br />

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Journal of Chromatography A,<br />

v.769, p-239-246, 1997.<br />

MACÊDO, J. A. B. Determinação de trihalometanos<br />

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público e de indústria de alimentos. Viçosa,<br />

MG, 90p. Dissertação (Doutorado em<br />

IA<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 22-27, 1999 Pág. 27<br />

Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade<br />

Federal de Viçosa, 1997.<br />

PAGE, B. D., LACROIX, G. Application of solidphase<br />

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chromatographic analysis of halogenated<br />

volatiles in selected fo ods. J ournal of<br />

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PAGE, B. D., LACRO IX, G. Application of solidphase<br />

microextraction to the headspace gas<br />

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organ ochlorine contaminants in aqueous<br />

matrices. Journal of Chromatography A,<br />

v.757, p-173-182, 1997.<br />

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São Paulo: USP, 1988. 217p. Dissertação<br />

(Mestrado em Saúde Pública) . Universidade<br />

de São Paulo, 1988.<br />

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SUPELCO. Solid phase microextraction fiber<br />

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SUPELCO. Solid phase microextraction of<br />

volatile compounds in US EPA Method 524.2.<br />

Bellefonte: 1995b. (Application note, 11)<br />

SUPELCO. Fast analysis of volatile organic<br />

compounds by solid phase microextraction/capillary<br />

GC. Bellefonte: 1995c.<br />

(Application note, 56)<br />

SUPELCO. Certificate of analysis. Bellefonte:<br />

1995d. (Folder)<br />

SUPELCO. Solid phase microextraction:<br />

solventless sample preparation for monitoring<br />

flavor and fragrance compounds<br />

by capillary gas chromatography, Bellefonte:-<br />

1995e. (Bulletin, 869)<br />

SUPELCO. Fast screening for chlorinated<br />

pesticides by solid phase mictoextractionl<br />

capillary GC, Bellefonte, 1994a.<br />

SUPELCO. Polyacrilate film fiber for solid<br />

phase microextraction of polar semivolatiles<br />

from water , Bellefonte, 1994b.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 28 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

CARACTERISTICAS Y COMPOSICION DE STARTER CSL:<br />

STARTER PARA YOGURT Y LECHES FERMENTADAS<br />

CON PROBIOTICOSt<br />

II CSL ya desde 1950 ha estudiado,<br />

seleccionado y producido starter para la<br />

produccibn de diferentes tipologias de leches<br />

fermentadas, hoy disponibles en forma liofilizada<br />

concentrada para inoculo directo.<br />

Antes de introducir la ilustracibn de las<br />

diferentes tipologias de starter empleados en la<br />

preparacibn de leche fermentada, es necesario<br />

definir dichos productos.<br />

DEFINICION DE LECHES FERMENTADAS<br />

Se definen leches fermentadas como el<br />

producto obtenido de la coagulacibn de la leche,<br />

sin substraccibn de suero sucesiva a la fermentacibn,<br />

por accibn exclusiva de microrganismos<br />

especificos, che deben mantenerse vivos y vitales<br />

hasta el momento deI consumo. Citamos el texto<br />

de la definicion de leches fermentadas segun la<br />

normativa FIL-IDF n. 163:1992 "General Standard<br />

of Identity for Fermented Milks":<br />

FERMENTED MILKS<br />

Definition<br />

Fermented milks are prepared from milk<br />

and/or milk products by the action of specific<br />

microorganisms, which results in a reduction of<br />

pH and coagulation. These specific microorganisms<br />

shall be viable, active and abundant in<br />

the fi nish product at the time of sale for<br />

consumption.<br />

The milk and milk products may be<br />

homogenized or not and must be at least<br />

pasteurized. Fermented milks may contain<br />

optional additions added either before or after<br />

fermentation. As fresh products, they have a<br />

limited shelf live (typically up to 30 days) and<br />

should be kept refrigerated (+4 + 7°C) throughout<br />

distribution.<br />

After fermentation, heat - treatment shall<br />

not be allowed.<br />

Paolo Guerriero<br />

Disertante: Roberto Braun<br />

Whey removal shall not be allowed after<br />

fermentation with the exception of traditional,<br />

concentrated fermented milks: Stragisto (strained)<br />

yaourti and Labneh.<br />

YOGURT<br />

El yogurt es el producto de la coagulacibn de<br />

la leche obtenido por la fermentacibn conducida<br />

exclusivamente por microrganismos caracteristicos,<br />

S.thermophilus y L.delbrueckii subsp. Bulgaricus que<br />

deben mantenerse vivos y vitaIes hasta el momento<br />

deI consumo (G.U. CEE 91/C 270/02-15-10-1991).<br />

Leches fermentadas especiales<br />

Son leches fermentadas que vienen preparadas<br />

con bacterias de origen intestinal, empleadas por sus<br />

propiedades probioticas, pero con debiles caracteristicas<br />

lacto-casearias. Estas bacterias pueden o no,<br />

pertenecer aI grupo de bacterias lacto-casearias. Por<br />

ejemplo Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus<br />

casei y Bifidobacterium .<br />

STARTER<br />

El Centro Sperimentale deI Latte, gracias<br />

aI trabajo continuado de anos de estudio y seleccibn<br />

de cepas, ha logrado realizar una diferenciada serie<br />

de starter en forma lioflizada concentrada para<br />

inoculo directo en el tanque de fermentacibn.<br />

Modelo de la experimentacion CSL:<br />

Las tipologias de starter tomadas en consideracibn<br />

en esta experimentacibn (n° 5 cultivos<br />

liofilizados a inoculo directo, individuables con la<br />

sigla: (CSL 1,2,3,4,5). Estos cultivos preparados<br />

partiendo de diferentes cepas de S. thermophilus<br />

y L. delbrueckii subsp. Bulgaricus, en diferentes<br />

proporciones de cocos / bastoncitos, con curvas<br />

de acidificacibn diferentes, han sido sometidos a<br />

un test comparativo con un cultivo tradicional,<br />

de buena aptitud tecnologica, preparado en forma<br />

llquida y repicado (sigla V).<br />

Parte deI trabajo presentato por Dr. Guerriero aI "3er Seminario de Microbiologia Moderna<br />

Aplicada a la Industria de Alimentos", organizada por Lacti-Lab de Mexico S.A. de C.V. a<br />

Guadalajara, Jalisco Mexico el 4-6 de marzo de 1999. Centro Sperimentale deI Latte - Italia.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

Los cultivos han sido sometidos a una<br />

fermentacibn simultànea en seis diferentes<br />

fermentadores, utilizando la misma mas a de leche<br />

(leche desnatada con 0.75 gr./ 100 ml de grasa,<br />

3.83 gr./ 100ml. de proteina con residuo seco total<br />

de 11.75 gr. / 100 ml), previamente pastorizado<br />

en batch a la temperatura de 85°C por 30 mino<br />

La leche desnatada asi pasteurizada, ha sido<br />

sucesivamente enfriada alla temperatura de 40°C<br />

y, a dicha temperatura se han inoculado los seis<br />

diferentes starter (Fig. 1)<br />

Durante la fermentacibn han sido determinadas<br />

las curvas de acidificacibn hasta el<br />

momento de rompimiento deI coagulo làctico; aI<br />

momento de envasado tO (efectuado despues de<br />

30 min.) y aI tI (dos horas despues deI momento<br />

deI rompimiento deI coagulo, dato util para<br />

verificar los efectos de diferentes tiempos de<br />

envasado.)<br />

En cada yogurt obtenido con los diferentes<br />

cultivos, se han luego analizado las siguientes<br />

determinaciones y evidenciadas en las respectivas<br />

transparencias:<br />

· Evolucibn deI pH deI yogurt durante la<br />

fabricacibn y durante la conservacibn hasta<br />

los 30 dias.<br />

· Viscosidad en cps / 30" con viscoslmetro<br />

a rotacibn Brockfield, a 24 horas de<br />

produccibn (t2);<br />

· Valuacibn de la consistencia a 24 horas<br />

(t2), utilizando un dinamometro Instron<br />

Universal Testin Machine.<br />

· Valuacibn deI perfil aromatico (metodo<br />

HPLC)<br />

Pág. 29<br />

. Valuacibn de los principales atributos<br />

sensoriales (Panel tecnico instruido: 10<br />

personas).<br />

. Valuacibn de la carga microbiana, a las 24<br />

horas (t2) y a los 30 dias de produccibn<br />

(t3), de S. thermophilus y L. delbrueckii<br />

subsp. bulgaricus.<br />

Las curvas de acidificacibn, reportadas en<br />

Fig. 2 y Tab. l, evidencian un desarrollo un poco<br />

diferente, con velocidad de crecimiento dentro<br />

de las 5 horas (starter liquido) y 8 - 9 horas<br />

(starter a inoculo directo). Estas fermentaciones<br />

estan comprendidas en tiempos tecnologicos<br />

idbneos para la produccibn de un yogurt de optima<br />

consistencia y reducida pos-acidificacibn, tal<br />

como puede observarse en la comparacibn de pH<br />

de los diferentes yoghurt obtenidos a las 24 horas<br />

y 30 dias de conservacibn (Tab. 1).<br />

El yoghurt producido con el starter nquido,<br />

con curva de acidificacibn màs veloz, alcanza<br />

valores de pH inferiores sea en la muestra a las 24<br />

horas (4.01) que a los 30 dias (3.92). Este<br />

comportamiento menos favorable esta determinado,<br />

sea por su composicibn que por su<br />

composicibn fisica (forma nquida).<br />

Ademàs es importante subrayar que una<br />

rapida fermentacibn inicial puede conducir<br />

tambien a la precipitacibn de la caseina y a la<br />

deshidratacibn de las micelas con formacibn de<br />

grumos. Estos dificilmente pueden resorberse<br />

en las horas sucesivas de incubacibn, mientras<br />

una acidificacibn demasiado lenta, en las<br />

primeras horas comporta la aparicibn de un<br />

aspecto arenoso.<br />

ESQUEMA TECNOlOGICO DE PREPARACCION DE 6 YOGHURT DESCREMAOOS NATURAlES<br />

90.--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -,<br />

:n<br />

ffi 60<br />

U<br />

15<br />

50<br />

(!l<br />

40 l--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- - <br />

<br />

30<br />

UJ<br />

a.<br />

::E 20<br />

I:!<br />

10<br />

100 200 300 400 500<br />

__ VARIAZlONE DElLA TEMPERATURA<br />

T1EMPO EN MINUTOS<br />

---- -<br />

600 700 Boo<br />

Fig. 1 - Produccion de Yogurt de 6 diferentes starter. Yogurt descremado natural (Proteinas 3.83, Grasa<br />

0,75%, extracto seco total 11.75%).<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 30 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

A B C D E Y<br />

O 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6<br />

3 5,54 5,34 5,99 5,95 5,71 4,88<br />

4 5,01 4,97 5,18 5,57 5,17 4,51<br />

5 4,7 4,63 4,74 5,22 4,87 4,2 1<br />

6 4,49 4,45 4,48 4,96 4,73<br />

7 4,32 4,34 4,26 4,79 4,63<br />

8 4,22 4,28 4,62 4,59<br />

9 4,4 4,51<br />

7.--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --<br />

6,5<br />

6<br />

i 5,5<br />

5<br />

4,5<br />

2 4 6 8 1 0<br />

__ CSL1 CSL2 -.e.-CSL3<br />

Tempo (ore)<br />

Fig. 2 - Curvas de acidificacion durante la fabricacion de yoghurt descremado natural.<br />

Tabla 1 - Evolucion dei pH dei yoghurt<br />

descremado natural, durante la fabricacion y<br />

consevacion hasta los 30 dias.<br />

Tempo (h) CSLl CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />

o 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6 6,6<br />

3 5,54 5,34 5,99 5,95 5,71 4,88<br />

4 5,01 4,97 5,18 5,57 5,17 4,51<br />

5 4,7 4,63 4,74 5,22 4,87 R4,21<br />

6 4,49 4,45 4,48 4,96 4,73<br />

7 4,32 4,34 4,26 4,79 4,63<br />

7,25 R 4.22<br />

8 R4,22 4,28 4,62 4,59<br />

8,25 R4.24<br />

9 R4,4 R4,51<br />

tO 4,17 4,19 4,15 4,34 4,46 4,18<br />

tI 4,15 4,18 4,13 4,31 4,34 4,09<br />

t2 4,15 4,26 4,06 4,18 4,41 4,01<br />

t3 3,93 4,26 3,98 4,06 4,31 3,92<br />

tO = confeccionamiento despues de una pausa de<br />

30' dei rompimiento a la temperatura de 35°C y<br />

bajo blanda agitacion<br />

tI = como tO, con pausa de 2 horas<br />

t2 = como tI despues de 24 horas<br />

t3 = como tI despues de 30 dias<br />

R = rompimiento dei coagulo<br />

Por lo que respecta la viscosidad y la<br />

consistencia (Tab. 2-3) los valores obtenidos<br />

aparecen buenos para todos los productos dei test,<br />

y especialmente para los productos preparados con<br />

starter CSL3, CSL4 y CSL5, como tambien confirmado<br />

por la evaluacibn sensorial (Tab.4) .<br />

Tabla 2 - Viscosità (cps/30"). Viscosidad (cps/<br />

30"). Yoghurt descremado natural preparado con<br />

starter CSLl, 2, 3, 4, 5 e Y.<br />

Tipologia<br />

CSLl<br />

CSL2<br />

CSL3<br />

CSL4<br />

CSL5<br />

Y<br />

Viscosidad a 24 horas<br />

de la produccibn<br />

tO tI<br />

4.280 4.190<br />

4.480 3.770<br />

6.360 6.580<br />

7.410 5.900<br />

5.740 6.260<br />

5.090 3.970<br />

tO = confeccionamento despues de una pausa de<br />

30' desde el rompimiento con enfriamiento a la<br />

temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />

tI= como tO, con pausa de 2 horas<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

Desde el punto de vista aromatico, se se<br />

notan valores de acetaldheido y aceto in o bastante<br />

elevados, directamente correlados, por un lado, a<br />

un elevado contenido de carga microbiana total<br />

(en todas las muestras de cada yoghurt deI test) y,<br />

por otro lado debido a la mayor presencia de<br />

lactobacilos (Yoghurt producidos con CSL3,<br />

CSL6) - (Tab.5). Estos ultimos microrganismos<br />

son en efecto notos por la capacidad de aportar<br />

aroma ai yoghurt.<br />

Los anàlisis microbiolbgicos evidencian un<br />

alto contenido de celulas en todos los productos,<br />

sea a las 24 horas que despues de 30 dias de<br />

produccibn, valores que van desde 585 millones<br />

hasta 2.000 millones de celulas (Tab.6).<br />

Es importante subrayar que ai vencimiento<br />

todos los productos estaban en grado de mantener<br />

Pág. 31<br />

Tabla 3 - Consistencia (dinamometro lnstron).<br />

Tipologia Modulo (g/cm2) Fuerza g (8 mm comp.)<br />

(a 24 horas de la produccion)<br />

tO tI tO tI<br />

CSLl 17.8 17.2 22.6 21.9<br />

CSL2 18 16.3 23.5 22.9<br />

CSL3 16.3 14.5 22.5 20.7<br />

CSL4 20.2 18.5 25.7 23.2<br />

CSL5 15.7 18.4 20.8 22.6<br />

Y 17.4 17.5 21.1 21.2<br />

tO = confeccionamiento despues de 30' deI<br />

rompimiento con enfriamiento a la temperatura<br />

de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />

tI = como tO, con pausa de 2 horas<br />

Tabla 4 - Valuacibn sensorial dei yoghurt descremado natural producido con starter CSL 1,2,3,4,5, e Y.<br />

Attributi Importanza CSLI CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />

at=l (%) Votazione Valore% Votazione Valore % Votazione Valore% Votazione VaJore% Votazione Valore% Votazione Valore %<br />

Aspecto 10 10 10 10 10 7 7 10 10 9 9 10 10<br />

Consistencia 45 7 31,5 6 27 8 36 9 40,5 10 45 8 36<br />

Textura 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5<br />

Salxr 30 7 21 5 15 4 12 9 27 7 21 8 24<br />

Acidez 10 8 8 6 6 5 5 8 8 6 6 7 7<br />

Total % 100 75,5 63 65 90,5 86 82<br />

Tabla 5 • Perfil aromatico deI yoghurt descremado natural producido con starter CSL 1,2,3,4,5, Y.<br />

Componente CSLl CSL2 CSL3 CSL4 CSL5 Y<br />

(mg/kg) tO tI tO tI tO tI tO ti tO tI tO ti<br />

acetaldeide 2,8 31 19 19 31 33 27 27 23 23 37 46<br />

acetone 0,8 0,9 1,3 1,3 8 1 1 1,5 1,5 1 0,8 0,9<br />

etanolo 31 33 28 28 10 11 10 9 36 37 13 21<br />

diacetile 0,4 0,5 0,6 0,5 0,7 1 0,9 0,6 0,6 0,6 0,7 0,8<br />

acetoino 36 36 45 40 75 75 48 39 67 52 36 36<br />

tO = confeccionamiento despues de una pausa de 30' despues deI rompimiento con enfriamiento a la<br />

temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />

tI = como tO,con una pausa de 2 horas<br />

Tabla 6 - Carga microbiana (a 24 horas y a 30 dias) de la produccibn de yoghurt descremado natural<br />

producido con starter CSL 1,2,3,4,5, Y.<br />

DetermÍnazioni CSLl CSL2 SL3 CSL4 CSL5 Y<br />

t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3 t2 t3<br />

pH 4,15 3,93 4,26 4,26 4,06 3,98 4, 18 4,06 4,41 4,31 4,01 3,92<br />

S. thermophilus 1.180 1.340 1.93,0 1.715 560 570 470 410 950 1.130 645 710<br />

(ufc 106)<br />

L. bulgaricus 80 45 10 10 200 124 115 75 10 10 270 200<br />

(ufc 106)<br />

t2 = confeccionamiento despues de una pausa de 30' con enfriamieto a ala de una pausa de 30' deI<br />

rompimiento a la temperatura de 35°C y bajo blanda agitacibn<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 32 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

cargas microbianas muy elevadas, factor probblemente<br />

correlado a la reducida pos-acidificaciõn y a la<br />

acido resistencia de las especies seleccionadas.<br />

El test organoleptico (Tab.4) desarrollado<br />

con el panel de expertos, ha dado en conjunto<br />

una buena valuaciõn, alineada con la expectativa,con<br />

valores verdaderamente õptimos para los<br />

productos CSL4 y CSL5 (respectivamente de 90.5<br />

y 86 sobre un màximo de 100).<br />

Es posible entonces demostrar, corno a<br />

travez de la evaluaciõn de diferentes atributos de<br />

los starter citados, cuales aspecto, consistencia,<br />

textura, sabor, acidez, sea posible operar una<br />

selecciõn deI starter màs apropiado.<br />

De esta manera es posible mej orar el<br />

empleo de los cultivos para Yoghurt hacia la<br />

tipologia de producto deseado, garantizando la<br />

similitud deI producto a los estàndares de calidad<br />

fij ados en el ambiente comercial (màs o menos<br />

aromatico y / o de mayor o menor consistencia.<br />

EI resultado de anos de investigaciõn,<br />

selecciõn y desarrollo de cultivos apropiados a<br />

las variables exigencias deI mercado dei Yoghurt,<br />

ha llevado el CSL a la presentaciõn de las<br />

siguientes formulaciones de starter (Tab. 7).<br />

BACTERIAS PROBIOTICAS EMPELADAS<br />

EN LA PREPARACION DE LECHES<br />

FERMENTADAS<br />

Las bacterias probiõticas estan representadas<br />

por cultivos simples o mezclados de<br />

microrganismos vivos, los cuales aI ser aplicados en<br />

los animales o en el hombre, afectan beneficamente<br />

aI huesped aI mej orar las propiedades de los<br />

microorganismos indlgenos gastrointestinales, pero<br />

se restringen a productos que;<br />

Tabla 7 - CSL Gamma Jointec Yoghurt.<br />

Pro ducto<br />

JOINTEC Y<br />

JOINTEC YS<br />

JOINTEC M<br />

JOINTEC D<br />

Composicion<br />

S.therm.-L.bulg.<br />

CSL<br />

GAMMA JOINTEC YOGHURT<br />

Relacion<br />

St:Lb<br />

60%-40%<br />

St.therm.-L.bulg. 80%-20%<br />

St.therm.-L.bulg. 60%-40%<br />

S t.therm.-L. bulg. 95%-5%<br />

a) contengan microrganismos vivos;<br />

b) mejoren la salud y el buen estado deI<br />

hombre o animales; y<br />

c) puedan tener sus efectos en todas las<br />

superficies mucosas deI huesped.<br />

Generalmente se incluyen algunas especies<br />

de bacterias acidolàcticas y bifidobacterias.<br />

En la actualidad, los productos a la venta,<br />

que han sido estudiados con mayor consideraciõn<br />

por sus propiedades probiõticas, son:<br />

Grupo A<br />

Yoghurt y leches fermentadas con mesõfilos<br />

preparados con bacterias làcticas especificas<br />

"lacto-casearias" que contienen propiedades<br />

probiõticas: (Bacterias probiõticas externas)<br />

Streptococcus thermophilus, Lactobacillus<br />

delbrueckii subsp . bulgaricus y lactococcus;<br />

Grupo B<br />

Leches fermentadas preparadas con bacterias<br />

làcticas "intestinales" con propiedades<br />

probiõticas y adecuadas para preparaciones<br />

làcteas: (Bacterias probiõticas autõctonas)<br />

Lactobacilus casei y Lactobacillus<br />

acidop hilus;<br />

Grupo C<br />

Bacterias exclusivamente de odgen<br />

intestinal con propiedades probiõticas altamente<br />

aclamadas, pero con poca adaptabilidad a preparaciones<br />

làcteas: bifidobacterias (Bacteras probiõticas<br />

autõctonas):<br />

(Bifi dobacterium bifi dum, Bifi dobacterium<br />

breve, Bifidobacterium longum, Bifi dobacterium<br />

infantis.<br />

Incubacion Consistencia Vi scosidad<br />

"tipo"<br />

Rapido-media Buena Elevada<br />

+++ ++++<br />

Medio-larga Buena Elevada<br />

+++ ++++<br />

Medio-larga Elevada Buena<br />

++++ +++<br />

Medio-larga Elevada Buena<br />

++++ +++<br />

Aroma<br />

Aromatico acido<br />

"tipico"<br />

Dulce<br />

Ligeram.-acido<br />

Aromatico-dulce<br />

Dulce<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlOut, n° 310, 54: 28-33, 1999<br />

Grupo D<br />

Bacterias probiõticas usadas en: "especialidades<br />

medicas" corno terapia de una enfermedad<br />

particular, existentes en el mercado en<br />

presentacion liofilizada: bacterias acidolàcticas y<br />

bifidobacterias.<br />

Seleccion de cepas CSL:<br />

EI CSL està ya produciendo estas bacterias<br />

probiõticas, preparadas en la forma liofilizada con<br />

una alta concentraciõn de celulas, a niveles de<br />

100-200 billones / gramo de celulas.<br />

Estos cultivos pueden ser inoculados tanto<br />

en leche corno cultivos iniciadores para la<br />

produccion de leches fermentadas o adicionados<br />

a leches fermentadas despues de la fermentaciõn,<br />

o incluso usados en forma de polvo para consumo<br />

directo como una especialidad medica adaptada<br />

para formas diarreicas intestinales (Cultivo con<br />

Patente CSL).<br />

Empleo de utilizaciõn de leche fermentada<br />

especial: base Yoghurt (Fig. 3).<br />

CONCLUSION<br />

El yoghurt y las leches fermentadas<br />

introducen en la dieta alimentaria una accion de<br />

equilibrio en el complejo ecosistema gastroenterico<br />

que representa en conjunto "un organo"<br />

indispensable para el estado de "buena salud" de<br />

cada individuo.<br />

Las bacterias làcticas, integradas con la<br />

flora indlgena intestinal, constituyen un medio<br />

eficàz para mantener o restablecer las funciones<br />

biolõgicas , e incrementar las defensas naturales<br />

deI organismo.<br />

digitalizado por<br />

LECHE ENTERA<br />

ESTANDARDIZACION GRASA<br />

HOMOGEINIZACION<br />

CONCENTRACION<br />

PASTEURIZACION<br />

Pág. 33<br />

COLTURA PER YOGURT COLTURA PER YOGURT<br />

(Bifidobacteria-Lacidophilus) -7 f- (L.bulgaricus-S.thermophilus)<br />

BIFID/LACID JOINTEC B-D-M-Y-YS<br />

INCUBACION<br />

ROMPIMIENTO DEL COAGULO<br />

ENFRIAMIENTO<br />

ENVASADO<br />

CADENA DEL FRIO<br />

Fig. 3 - Leche Fermentada Especial a base de<br />

yoghurt.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 34 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />

ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS NATURAIS PRODUTORAS DE GÁS<br />

EM REGIÕES DE MINAS GERAIS<br />

RESUMO<br />

Ana Cláudia Mochel de Souza Netto]<br />

Daise Ap arecida Rossi<br />

Múcio Mansur Furtado 3<br />

Celso José de Moura<br />

Com a finalidade de isolar bactérias produtoras de CO2, naturalmente presentes em leites da região do Sul de<br />

.<br />

Mmas, Campo das Vertentes e Zona da Mata, coletou-se queijos em fábricas onde ocorrem naturalmente a presença de<br />

olhaduras mesmo sem adição de culturas láticas. No isolamento dessas bactérias, empregou-se o meio agar lactato<br />

suple . me . ntado om c10xacilina o mei ? Pal- ropiobac. Apenas 6 cepas apresentaram comportamento típico de<br />

Prop/OmbacteT/llm. Todos os nucrorgamsmos Isolados e caracterizados como típicos da espécie Propionibacterillm<br />

foram capazes de produzir gás quando utilizados na fabricação de queijos.<br />

1. INTRODUÇ Ã O<br />

o queijo é um produto fresco ou maturado<br />

em diversos graus, preparado a partir da coagulação<br />

enzimática da caseína do leite. A preparação dos<br />

diferentes tipos é muito variada, havendo etapas<br />

comuns e procedimentos especiais (tempo de<br />

maturação e microrganismos inoculados), que<br />

dependem do tipo de queijo que se quer produzir.<br />

Os queijos finos, como Gorgonzola, Suíço,<br />

do Reino e Provolone representavam uma menor<br />

fatia no mercado brasileiro, entretanto, quase todas<br />

estas variedades têm tido sua produção aumentada<br />

a cada ano. Sob a denominação Suíço, incluem-se<br />

principalmente as variedades Emmenthal e<br />

Gruyere, fabricadas predominantemente na região<br />

do Sul de Minas Gerais (Furtado, 1991).<br />

No Brasil, conhecidos genericamente como<br />

queijos tipo Suiço, fabrica-se um queijo duro ou<br />

semi duro com olhaduras de número e tamanho<br />

variados. Não há ainda padronização dos queijos<br />

que se abrigam sob esta denominação e que são<br />

muitas vezes fabricados sem adição de culturas<br />

propiônicas, em regiões favorecidas por sua presença<br />

natural no ambiente e no leite. Há ainda<br />

variações na tecnologia de fabricação, utilizando-se<br />

desde temperaturas de aquecimento da massa de<br />

42-44°C a 5Ü"C, o que leva a produtos com textura,<br />

composição e consistência variadas. No mercado<br />

encontram-se queijos que apresentam como<br />

característica uma mistura de Gruyere (queijo de<br />

aproximadamente 45kg, com olhaduras menores<br />

e menos numerosas, sabor mais forte e casca mais<br />

escura e enrugada) com o Emmenthal (queijo de<br />

mais de 80kg, com olhaduras maiores e numerosas,<br />

casca amarelada e sabor mais suave, adocicado).<br />

Segundo Lourenço Neto (1984) as estirpes<br />

de maior importância industrial da flora propiônica<br />

e relacionadas com a fabricação dos queijos<br />

tipo Suíço pertencem à espécie Propionibacterium<br />

freull dell reichii (subespécies shermanii e freulldellreichii).<br />

As bactérias propiônicas transformam<br />

o lactato produzido pelas bactérias do ácido láctico<br />

envolvidas no processo de produção dos queijos<br />

(Lactobacillus sp, Lactococcus sp e Streptococcus<br />

sp) principalmente em propionato, acetato e CO,.<br />

Estes produtos metabólicos, aliados a outro - s<br />

resultantes de sua atividade proteolítica e biossintética,<br />

como por exemplo a prolina, são responsáveis<br />

pelas modificações físico-químicas e pelo<br />

"flavor" característico apresentado pelos queijos<br />

que envolvem esse tipo de fermentação (Ferreira,<br />

1987; Furtado, 199 1).<br />

Além disso, a capacidade de bactérias<br />

propiônicas sintetizarem vitamina B 12 a partir<br />

de C02 constitui um meio de enriquecimento<br />

biológico de produtos lácteos fermentados e<br />

outros alimentos (de Carvalho, 1994).<br />

No Brasil não há produção industrial de<br />

culturas propiônicas, sendo que as importadas<br />

muitas vezes não apresentam boa adaptação aos<br />

queijos resultando em defeitos como queijo "cego"<br />

ou sem sabor. As causas desses problemas não estão<br />

completamente elucidadas, podendo estar relacio-<br />

1 Mestre em Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras.<br />

2 Doutorandos em Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras.<br />

3 Diretor de Pesquisa Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, .n° 310, 54: 34-38, 1999 Pág. 35<br />

nadas ao processo de fabricação dos queijos, sua<br />

composição e talvez à própria cultura. Entretanto,<br />

em certas regiões de Minas Gerais (Barbacena,<br />

Carrancas, Caxambu, Lima Duarte, São Vicente,<br />

etc.) os queijos apresentam olhaduras mesmo sem<br />

adição de fermentos produtores de gás ; estas<br />

características nos queijos podem ser conseqüência<br />

da presença de culturas naturais encontradas no<br />

solo, pastagens, silagens, saliva e pele dos animais,<br />

que por diversas vias são incorporadas ao leite.<br />

Segundo Furtado (1993) alguns destes microrganismos<br />

sobrevivem à pasteurização do leite nas<br />

usinas e encontram ambiente favorável ao seu<br />

crescimento. O melhor desempenho dos microrganismos<br />

naturais em relação às culturas importadas<br />

é provavelmente, devido a estarem adaptadas ao<br />

leite e ao ambiente dessas regiões.<br />

O isolamento dessas culturas naturais para . a<br />

indústria, proporcionaria um grande beneficio<br />

econômico, podendo assim, evitar a importação ou<br />

mesmo uma opção que melhor se adapte às nossas<br />

condições. Assim sendo, esse trabalho tem como<br />

objetivo isolar bactérias produtoras de gás naturais<br />

para sua utilização na fabricação de queijos.<br />

2. MATERIAL E M É TODOS<br />

2.1. Obtenção das amostras<br />

Foram coletados queijos produzidos nas<br />

cidades de Lavras, Curral Novo, São Sebastião da<br />

Vitória, Lima Duarte, Juiz de Fora e Barbacena.<br />

Precauções foram tomadas para que os queijos<br />

selecionados tivessem sido fabricados com fermentos<br />

não produtores de gás (tipo "O") e sem<br />

nenhuma contaminação por fermentos produtores<br />

de gás utilizados para fabricação de outros tipos de<br />

queijos no mesmo local de trabalho. As variedades<br />

coletadas foram Prato, Reino e Parmesão.<br />

Como parâmetro de comparação para os<br />

isolados naturais, foi utilizada a cultura comercial<br />

liofilizada PSI da Chr. Hansen Ind. Com. Ltda.<br />

2.2. Reativação da cultura comercial<br />

O conteúdo de uma alça de platina da cultura<br />

comercial liofilizada foi adicionada a caldo lactato<br />

0,1% (extrato de levedura 5gll ; extrato de carne<br />

3,Og/l; peptona de caseÍna 5,0 g/l; lactato de sódio<br />

50% 16,8 mIlI; agar 1,5g/l; água mineral magnesiana<br />

gaseificada naturalmente 1000ml). O caldo<br />

fo i incubado a 30°C/3dias e após crescimento<br />

foram realizadas diluições seriadas (duplicata) e<br />

plaqueamento em superfície no meio agar lactato<br />

(mesma composição do caldo lactato 0,1% com<br />

15g/1 de agar). A incubação foi sempre realizada a<br />

30°C, sendo que, o período foi de 6 dias em anaerobiose<br />

seguido de 48 horas em aerobiose.<br />

digitalizado por<br />

2.3.Preparo da amostra de queijo e<br />

inoculação<br />

Amostras de queijos (50g) foram adicionadas<br />

a 450 ml de citrato de sódio a 2% e homogeneizadas<br />

em liquidificador estéril. As amostras<br />

foram então diluidas (102) em água peptonada a<br />

1 %; desta diluição, 0, 1 ml foram inoculadas em<br />

Lithium Glicerol Agar (LGA) suplementado com<br />

cloxacilina (peptona pancreática de caseína- 1 0g/L,<br />

extrato de levedura-l Og/L, lactato de lítio-l Og/L,<br />

leite em pó 19/L, monoidrogenofosfato de potássio<br />

triidratado a 328g/L- l mIlL, sulfato de manganês<br />

monoidratado a 56 g/L- l mI/L, glicerol-6mI/L,<br />

solução de púrpura de bromocresol 0,5 g/L-lOml,<br />

agar- 14g e água destilada-900ml, com pH aj ustado<br />

para 7,0 +/-0,2). As placas foram incubadas<br />

a 30°C/6 dias em anaerobiose (Madec et aI, 1994).<br />

As colônias que apresentaram características<br />

típicas foram inoculadas em agar lactato inclinado<br />

(sem suplementação) por 6 dias em anaerobiose e<br />

2 dias em aerobiose para purificação e realizados<br />

testes de de catalase e Gram.<br />

2.4. Caracterização dos isolados<br />

Foram selecionados bacilos ou cocos Gram<br />

e catalase positivos. A identificação foi realizada<br />

de acordo com a 9° edição do Bergey's Manual of<br />

Determinative Bacteriology (Holt et aI., 1994).<br />

As provas realizadas para caracterização foram<br />

sacarose, glicose, mal tose, hemólise, celobiose,<br />

gelatinase, redução de nitrato e indol.<br />

2.5. Fabricação dos queij os<br />

Os isolados que apresentaram características<br />

típicas foram utilizados para fabricação com o<br />

intuito de verificar seu comportamento em condições<br />

industriais. A técnica de fabricação utilizada<br />

foi a descrita por Furtado (1993) e Lourenço Neto<br />

(1984). Na fabricação foi utilizado 1,0% de<br />

fermento termofílico (Lactobacillus bulgaricus<br />

e Streptococcus thermophilus) e as culturas de<br />

microrganismos padronizados para concentração<br />

final no leite de 104 UFC/ml.<br />

Os queijos foram avaliados quanto a textura,<br />

"flavor" e presença de olhaduras típicas por<br />

professores da UFLA com experiência na área.<br />

3. RESULTADOS E DISCUSS Ã O<br />

3.1. Isolamento de bactérias do gênero<br />

Propionibacterium<br />

Das oito cidades selecionadas para coleta dos<br />

queijos, sete apresentaram amostras com crescimento<br />

de microrganismos com características de<br />

arvoredoleite.org


Pág. 36 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />

Propionibacterium. A tabela 1 apresenta o número<br />

de microrganismos com estas características<br />

isolados, assim como, dos queijos de que foram<br />

obtidos e as cidades onde foram fabricados.<br />

Feita a inoculação dos oito queijos no meio<br />

agar lactato suplementado com antibiótico<br />

cloxacilina, retirou-se colônias típicas de Propionibacterium<br />

clássicas, ou seja, grandes colônias<br />

beges lenticulares, apresentando sempre um<br />

diâmetro maior que 1 mm. A coloração bege<br />

assemelha-se à cor amarelada da lã natural.<br />

Algumas colônias apresentaram coloração laranjavermelho.<br />

Na superfície de algumas colônias<br />

pôde-se observar uma cor mais clara, brilhante,<br />

abaulada e com bordas lisas . Foram isoladas 145<br />

colônias com estas três características (tabela 1).<br />

O comportamento de crescimento das<br />

colônias nas placas utilizadas para isolamento foi<br />

semelhante àquele observado na cultura comercial.<br />

Das 145 colônias típicas isoladas de 8<br />

queijos utilizados no experimento somente 123<br />

resistiram à purificação mantendo as características<br />

típicas. O queijo tipo Reino proveniente de Santos<br />

Dumont, não obteve crescimento no meio, sendo<br />

descartado do experimento. (tabela 1).<br />

Os isolados característicos de Propionibacterium<br />

indicam que existe a possibilidade da<br />

presença de diferentes microrganismos produtores<br />

de gás, podendo inclusive, em um único queijo,<br />

haver a contaminação por mais de uma espécie<br />

ou subespécie.<br />

Vários trabalhos objetivando o isolamento<br />

de bactérias naturais, vêm confirmar a dificuldade<br />

de se isolar estes microrganismos, principalmente<br />

devido ao fato de as exigências nutricionais dessas<br />

bactérias não serem ainda estabelecidas (Furtado,<br />

1990). No caso particular de bactérias produtoras<br />

de CO 2 , isso fica ainda mais evidente, pois é sabido<br />

que essas são muito exigentes quanto ao meio<br />

utilizado para seu isolamento quer sejam nutricionais<br />

ou de ordem física (Cummins e Johnson, 1986).<br />

Após crescimento em agar inclinado sem<br />

antibiótico seletivo, foram realizadas coloração de<br />

Gram e teste de catalase em todos os 123 isolados.<br />

Os que apresentaram características típicas do<br />

gênero (Gram e catalase positivos) foram submetidos<br />

a um estriamento na placa com o meio agar<br />

lactato suplementado com antibiótico seletivo,<br />

sendo desprezados aqueles que não apresentaram<br />

crescimento durante esta purificação.<br />

Somente 56 isolados apresentaram crescimento<br />

durante a purificação e foram então, novamente<br />

submetidos à coloração de Gram e ao teste de<br />

catalase (tabela 2). Todos os isolados já purificados<br />

foram guardados em agar lactato inclinado com óleo<br />

mineral, para posterior identificação bioquímica.<br />

3.3. Caracterização e identificação<br />

dos isolados<br />

3.3.1. Inoculação no meio de cultura LGA<br />

Dos 56 microrganismos isolados na purificação<br />

anterior e inoculadas no meio LGA, apenas<br />

6 (10,7%) apresentaram comportamento típico<br />

de Propionibacterium (tabela 3), desta forma os<br />

isolados restantes foram descartados.<br />

Tabela 1 - Número de colônias com características de Propionibacterium, variedade de queijo e cidades<br />

onde foram isoladas.<br />

Região Tipo de queijo Isolados* N2 de Colônias Características<br />

de Propionibacterium**<br />

N2 % Número %<br />

Lavras Parmesão 21 14.5 19 15.5<br />

Curral Novo Prato 42 29.0 25 20.3<br />

Juiz de Fora Parmesão 46 31. 7 31 25.2<br />

S.Sebastião da Vitória Prato 5 3.4 3 2.4<br />

Lima Duarte Reino 12 8.3 15 12.2<br />

Lavras Prato 11 7.6 16 13.0<br />

Santos Dumont Reino - - - -<br />

Barbacena Reino 8 5.5 14 11. 4<br />

Total 145 100 123 100<br />

* Inoculação em placa, com antibiótico seletivo<br />

* * Inoculação em agar inclinado, das colônias típicas do 12 isolamento.<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />

Pág. 37<br />

Tabela 2 • Crescimento com meio suplementado com coxaclina, Gram e catalase dos microrganismos<br />

isolados.<br />

Região Tipo de queijo<br />

Gram<br />

Aeróbicos Anaeróbicos<br />

Catalase Crescimento cf<br />

+ antibiótico<br />

+ . + . Aeróbicos Anaeróbicos N° %<br />

Lavras Parmesão 12 O 7 O 12 00 08 14.3<br />

Curral Novo Prato 20 O 5 O 20 00 17 30.3<br />

Juiz de Fora Parmesão 24 O 7 O 22 02 22 39.3<br />

S.Sebastião da Vitória Prato 01 O 2 O 01 00 01 1.8<br />

Lima Duarte Reino 13 O 2 O 13 00 04 7.1<br />

Lavras Prato 15 O 1 O 15 00 01 1.8<br />

Barbacena Reino 10 O 3 O 10 00 03 5.4<br />

Total 95 O 27 O 93 02 56 100<br />

Tabela 3 • Características das colônias inoculadas no meio de cultura Pai Propiobac.<br />

Região Tipo de queijo<br />

Lavras Parmesão<br />

Curral Novo Prato<br />

Juiz de Fora Parmesão<br />

São Sebastião da Vitória Prato<br />

Lima Duarte Reino<br />

Lavras Prato<br />

Barbacena Reino<br />

Cepa comercial -<br />

Total<br />

A mudança de coloração do meio de cultura<br />

LGA, de violeta para amarelo (redução do pH),<br />

forneceu uma resposta importante, sendo que<br />

apenas a cepa proveniente do queijo Prato de<br />

Lavras mudou a coloração deste meio com 24<br />

horas de incubação, apresentando o mesmo<br />

comportamento da cepa comercial PS 1 utilizada<br />

como parâmetro comparativo. A cepa proveniente<br />

do queijo tipo Reino de Barbacena, mudou<br />

a coloração do meio com 6 dias de incubação e<br />

as outras 4 cepas mostraram uma ligeira redução<br />

do pH, sendo mesmo assim consideradas como<br />

típicas de Propionibacterium. Estes resultados<br />

apontam para a existência de diferenças entre as<br />

digitalizado por<br />

Redução do pH<br />

Sim Não Dias gastos para reduzir<br />

- 08 -<br />

- 17 -<br />

04 18 8<br />

- 01 -<br />

- 04 -<br />

01 00 1<br />

01 00 6<br />

- - 1<br />

06 50<br />

cepas em relação a seu desenvolvimento neste<br />

meio que poderiam estar relacionados a<br />

características regionais (pastagens, microclima,<br />

altitude, etc.).<br />

3.3.2. Caracterização bioquímica<br />

Os seis isolados mantiveram as características<br />

de Propionibacterium nas provas bioquímicas<br />

conduzidas (tabela 4). Através das características<br />

bioquímicas e das colônias, parece que<br />

os microrganismos isolados podem ser diferentes<br />

e representarem inclusive, diferentes espécies,<br />

porém, a metodologia adotada não permite esta<br />

afirmação de forma conclusiva.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 38 Rev. Jnst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 34-38, 1999<br />

3.4. Fabricação dos queijos<br />

Os seis microrganismos que apresentaram<br />

características típicas de Propionibacterium<br />

foram utilizadas individualmente para fabricação<br />

de queijos. Todos os queijos apresentaram<br />

olhaduras características de fermentação propiônica,<br />

e características sensoriais de aroma<br />

e sabor típicas de queijos elaborados com<br />

Propionibacterium.<br />

A produção de olhaduras foi mais rápida e<br />

intensa em todos os queijos em comparação com<br />

o que se observa normalmente com o uso de<br />

culturas propiônicas comerciais. Provavelmente,<br />

esses microrganismos iniciam o desenvolvimento<br />

mais cedo, em função de já estarem adaptadas ao<br />

leite da região.<br />

4. CONCLUS Õ ES<br />

Através dos resultados obtidos e nas condições<br />

experimentais utilizadas no presente trabalho,<br />

conclui-se que:<br />

1. Existe nas regiões pesquisadas presença<br />

de bactérias propiônicas, as quais contaminam<br />

o leite e, consequentemente permanecem<br />

na massa dos queijos.<br />

2. Em um mesmo queijo, é possível isolar<br />

microrganismos com características<br />

morfológicas e bioquímicas diferentes.<br />

3. Todos os microrganismos isoladas após<br />

o processo de purificação foram capazes<br />

de produzir gás, quando utilizados na<br />

fabricação de queijos.<br />

5. REFER Ê NCIAS BIBLIOGR Á FICAS<br />

CARVALHO, A. F. de. Systematique des<br />

bactérias propioniques laitiéres : classification,<br />

nomeclature et identification. Rennes:<br />

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CUMMINS; C.S.; JOHNSON, J.L. Genus I.<br />

Propionibacterium Orla-Jensen 1909. In:<br />

SNEATH, P. H.A.; MAIR, N.S.; SHARPE,<br />

M.E.; HOLT, J.G. Bergey's manual of<br />

determinative bacteriology. Baltimore:<br />

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- aspectos bioquímicos e tecnológicos.<br />

Viçosa: UFV, 1987. p.20-22.<br />

FURTADO, M.M. Queijo tipo suíço. Valinhos: Chr.<br />

Hansen, 1990. (Programa Ha-La Biotec-6).<br />

FURTADO, M.M. A arte e a ciência do queijo.<br />

São Paulo: Globo, 1991. 297p.<br />

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n.38, p.24-28, abro 1992.<br />

FURTADO, M.M. Fermentação proplOlllca em<br />

queijo suíço. Informativo Ha-Ia Biotec,<br />

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HOLT, J.G.; KRIEG, N.R.; SNEATH, P. H.A.;<br />

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1993. Institut National de La Recherche Agronomique.<br />

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Tabela 4 - Provas bioquímicas realizadas para caracterização dos microrganismos isolados após purificação<br />

e crescimento em agar lactato.<br />

Local<br />

G.<br />

Juiz de Fora +<br />

Juiz de Fora +<br />

Juiz de Fora +<br />

Lavras +<br />

Barbacena +<br />

G - Gram<br />

C - Catalase<br />

S - Sacarose<br />

C. M<br />

+ +<br />

+ -<br />

+ -<br />

+ -<br />

+ -<br />

Provas Bioquímicas<br />

S Ce<br />

+ +<br />

+ +<br />

+ +<br />

+ +<br />

+ +<br />

Gli - Glicose<br />

M - Maltose<br />

f3-H - Hemólise<br />

GI<br />

w+<br />

w+<br />

w+<br />

w+<br />

w+<br />

N. Id f3-H<br />

- - a<br />

- - a<br />

- - a<br />

- - a<br />

- - a<br />

Cel - Celobiose<br />

GI - Gelatina<br />

Mot - Motilidade<br />

GIL Mot<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

Cor<br />

- cinza<br />

- cinza<br />

- cinza<br />

- branca<br />

- parda-cinza<br />

N - Redução de nitrato<br />

Id - Indol<br />

w+= positivo fraco<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />

15a FISPAL<br />

FEIRA INTERNACIONAL DA ALIMENTAÇÃO - 15 ANOS<br />

Pavilhão de Exposições · do Anhembi - São Paulo<br />

Um grupo de técnicos e pesquisadores do<br />

Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios<br />

Cândido Tostes da Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

de Minas Gerais, esteve prestigiando este<br />

evento que é um dos maiores na sua área em toda<br />

a América.<br />

Num total de 2.250 expositores, sendo<br />

1.428 nacionais e 822 internacionais, encontramos<br />

os seguintes países participantes: Argentina,<br />

México, Itália, Estados Unidos, Canadá,<br />

Holanda, Suíça, Coréia, Alemanha, Dinamarca,<br />

Bélgica, Inglaterra, Uruguai, Portugal, África do<br />

Sul, Escócia, Espanha, França, Japão, Tailândia,<br />

Turquia, Israel, Malásia e Guatemala.<br />

A indústria brasileira tem na FISPAL um<br />

retrato fiel de seu grau de desenvolvimento e<br />

importância no contexto econômico nacional.<br />

Há 15 anos, este evento apresenta as últimas<br />

novidades e tendências dos segmentos de alimentos,<br />

bebidas, matérias-primas, embalagens,<br />

equipamentos e serviços para a indústria de<br />

alimentação .<br />

Este ano a FISPAL vem com grandes<br />

novidades: o Gourmet Show, concursos como o<br />

"O Melhor da Cozinha do SENAC do Brasil",<br />

Concurso de Confeitaria - Troféu Jovens Talentos<br />

99 - Cozinha Regional Brasileira e Americas<br />

Chef's Cup.<br />

Na FISPAL - Feira Internacional da Alimentação,<br />

que aconteceu de 8 a 11 de junho de<br />

1999, no Anhembi-SP, profissionais do setor de<br />

alimentos conheceram as mais avançadas tecnologias<br />

em equipamentos e embalagens. Nesta 15°<br />

edição do evento, que contou com 2.250 expositores,<br />

70% correspondem às indústrias fornecedoras<br />

de tecnologia para o setor.<br />

"Durante os últimos sete anos a Fispal deu<br />

prioridade à tecnologia, visando modernizar o<br />

parque industrial do País", e ela já simboliza o<br />

International Food Fair - 15 Years<br />

Pág. 39<br />

Luiza Carvalhaes AlbuquerqueJ<br />

SUmat Carla da Silva2<br />

início de uma nova era, pois ao longo desses anos<br />

todos, tem registrado um á evolução contínua,<br />

tendo hoje uma dimensão internacional, consagrada<br />

como o maior e mais importante evento do<br />

mercado alimentício na América Latina, afirma<br />

Ricardo Santos Neto, presidente do Grupo Brasil<br />

Rio, promotor da Feira.<br />

Para Gilberto Cardoso de Souza, presidente<br />

da Câmara Setorial de Máquinas para Indústria<br />

Alimentícia e Farmacêutica da Abimaq - Associação<br />

Brasileira da Indústria de Máquinas e<br />

Equipamentos, a Fispal é um grande palco para<br />

a apresentação dos avanços alcançados pelos<br />

fabricantes de equipamentos para a indústria<br />

alimentícia. "Esses avanços acontecem cada<br />

vez mais em direção à informatização, alta<br />

produção, versatilidade e rápido set up",<br />

afirma. As empresas de embalagens e de equipamentos<br />

para embalar correspondem a 37%<br />

do total de expositores presentes na Fispal 99,<br />

onde lançam produtos e novas tecnologias . "O<br />

segmento de embalagens para alimentos tem<br />

na Fispal uma grande oportunidade para<br />

estimular o seu crescimento, inteirando-se das<br />

inovações tecnológicas e atingindo um público<br />

formadó por empresários, técnicos e especialistas<br />

de vários países", constata Sérgio Haberfeld,<br />

presidente da Abre - Associação Brasileira<br />

de Embalagens.<br />

Selecionamos alguns destaques e novidades<br />

apresentados durante a FISPAL que são de interesse<br />

principalmente para o setor laticinista:<br />

Mec Brasil<br />

A Mec Brasil, fabricante de equipamentos<br />

para produção de alimentos, trouxe sua linha para<br />

leite Mec Milk e para Cervejaria. Há 16 anos no<br />

mercado, a empresa possui cinco Cervejarias<br />

Regionais Mec Bier com uma produção média de<br />

Técnica em Laticínios, especialista em Marketing e Qualidade Total e Responsável pela Área<br />

de Difusão de Tecnologia do CT/ILCT<br />

2 Agente Administrativo, Secretaria Executiva Programa Processamento Agroindustrial -<br />

CT/ILCT<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 40 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />

20 mil litros por cada mês, além de Micro (500 a<br />

15 mil l/m) e Mini Cervejarias (15 mil a 100 mil<br />

l/m). Entre os equip amentos da Linha de Leite<br />

Mec Milk destacam-se: pasteurizadores rápidos e<br />

placas, iogurteiras, despolpadeiras de frutas,<br />

envase de líquidos em copos e garrafas plásticas,<br />

homogeneizadores, banco de fri o, tanque de<br />

expansão, tanque isotérmic, entre outros.<br />

Danfoss do Brasil<br />

A Danfoss do Brasil participou da Fispal<br />

99 apresentando seu recente lançamento. Tratase<br />

do AKC 72, um controle completo para<br />

câmaras frias com diversas fu nções: injeção<br />

eletronica, controle para válvula de expansão<br />

termostática, aj uste de temperatura modular,<br />

degelo por demanda e histórico das temperaturas<br />

para manter o nível odeal de refrigeração, essencial<br />

para a qualidade dos alimentos. A Danfoss expôs,<br />

ainda, a sua linha de equipamentos industriais,<br />

sistema de partidor suave soft starter, conversores<br />

de freqüência, linha de Maneurop, linha de<br />

compressores e unidade condensadoras domésticas<br />

e linha Danvale com válvulas de passagem e<br />

válvulas de segurança.<br />

Dmom<br />

A Dmom apresentou a máquina DMS-2000.<br />

Construída em aço inox 304, a DMS-2000 é uma<br />

envasadora, seladora e datadora automática para<br />

copos de 200 e 300 ml e potes em geral.<br />

Totalmente automática, é ideal para o<br />

envase de água mineral, sucos, chás, iogurtes e<br />

produtos pastosos, com uma produção de até 2<br />

mil potes/hora.<br />

Compressores de PET<br />

A Belliss & Morcom, tradicional fabricante<br />

de compressores isentos de óleo, apresentou sua<br />

linha de compressores, com capacidades que<br />

variam de 2 m3 até 70m3/minuto, projetados especificamente<br />

para sopro de embalagens PET.<br />

Lançamento Castinox<br />

A Castinox possui uma completa linha de<br />

válvulas, conexões, filtros e bombas em aço inox<br />

sanitário para a indústria alimentícia. A empresa<br />

fabrica conexões, terminais, visores, aspersores,<br />

válvulas borboleta, de retenção, quebra de vácuo,<br />

fundo de tanque, micro métrica, de segurança, de<br />

desvio de fluxo, de controle, de pressão, de controle<br />

de gás, de tiragem de amostra, de enchimento,<br />

eliminadora de ar e outras nas versões<br />

pneumática ou manual .<br />

Tradição em balanças<br />

Na Fispal 99, a Filizola destacou para o<br />

comércio as balanças digitais pesadoras para check<br />

out linha MF (para embutir) e a linha BP (forma<br />

não embutida). Para a indústria lançou a balança<br />

de bancada e piso em aço inox para uso geral,<br />

sistemas de pesagem automático para veículos<br />

rodoviários e os dosadores gravimétricos e<br />

volumétricos de K-Tron.<br />

Rotuladora e paletizadora<br />

A Pavax Comércio e Representação apresentou<br />

na Fispal 99 a Rotuladora Trine 4500, que<br />

rotula frascos quadrados e as paletizadoras robotizadas<br />

(tipo cartesiano) e paletizadoras para<br />

garrafas e latas com entrada baixa.<br />

Nova embaladora<br />

A FME - Futura Máquina de Embalagens<br />

apresentou na Fispal 99 a embaladora horizontal<br />

sistema Flow -Pack. É uma máquina com<br />

regulagem via potenciômetro que permite aj uste<br />

fácil e rápido de comprimento para as mais diferentes<br />

embalagens.<br />

Verificação de Peso<br />

A GTA Eletroeletrônica, líder na fabricação<br />

de controles eletrônicos personalizados<br />

para automação de máquinas e equipamentos<br />

da indústria aliemtnatícia e de embalagem,<br />

apresentou na Fispal 99 seus novos verificadores<br />

de peso (checkweigher) e sua tradicional<br />

linha de balanças dosadoras. Os verificadores<br />

de peso selecionam automaticamente<br />

e com rapidez produtos dentro de uma fai;x.a<br />

predeterminada de peso.<br />

Máquinas para envas ar líquidos<br />

Com vasta experiência na construção de<br />

máquinas para o setor de envase de líquidos, a<br />

Corniani, empresa do grupo GD, participou da<br />

Fispal 99 apresentando seus sistema de envase a<br />

peso que garante extrema confiabilidade durante<br />

todo o ciclo de produção e indica a real quantidade<br />

de produto envasado.<br />

Bombas, válvulas e conexões sanitárias<br />

A Techno Pump, empresa que atua no<br />

segmento de bombas, válvulas e conexões sanitárias<br />

apresentou: bombas de lóbulos, misturadores<br />

água/vapor, bombas pneumáticas de prisão e<br />

diafragma e conexões sanitárias.<br />

Equipam entos para laboratório<br />

A Marte Balanças e Aparelhos de Precisão<br />

destaca-se na área de balanças com assistência<br />

técnica especializada. Entre os produtos apresentados<br />

destacam-se: estufa com circulação de<br />

ar e microprocessada, estufa a vácuo e lavadora<br />

de frascaria (Renggli); banho com aquecimento<br />

até 300°C e de -120°C<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />

de bancada e portátil modelo MB 10; balança<br />

analítica com certificado de aferição pelo<br />

Inmetro, modelo AS 200; balança semi-analítica<br />

(modelos ALIAS) com kit para diversas funções<br />

como: estatísticas, percentagem e formulação.<br />

Produtos e sistemas para fechamento de<br />

embalagens<br />

A Strapack fundada em 1974 em São Paulo,<br />

destaca os seguintes produtos na Fispal: Máquinas<br />

Aplicadoras para fechamento com fitas adesivas.<br />

Arqueador P-320 para arqueação com cintas<br />

plásticas PP/PET, Robot 2001 para envolvimento<br />

com filme strech, Soco-System - sistemas automáticos<br />

e projetos de automação.<br />

Câmaras frigoríficas<br />

Na Fispal 99, a São Rafael, empresa fornecedora<br />

de sistemas de refrigeração destinados,<br />

principalmente, à estocagem de alimentos, expões<br />

suas câmaras frigoríficas modulares. A empresa<br />

está destacando no evento o Bast Chiller, equipamento<br />

destinado ao resfriamento rápido de<br />

alimentos preparados, recém retirados da cocção<br />

e que serão consumidos em seguida.<br />

Novas impressoras<br />

A Imaje participou pela 6a vez consecutiva<br />

na Fispal com produtos para o mercado de<br />

codificação industrial. A empresa fornece impressoras<br />

a jato de tinta para pequenos caracteres,<br />

codificadores de contato e impressoras com<br />

tecnologia DOD, para impressão de grandes .<br />

caracteres e códigos de barras em caixas de papelão.<br />

Sabroe<br />

A Sabroe do Brasil faz parte de um grupo<br />

internacional com sede na Dinamarca que conta<br />

com mais de um século de experiência no setor de<br />

refrigeração, presente em mais de 40 países. No<br />

País desde 1960, a Sabroe é constituída por sua<br />

matriz, em São Paulo, onde está sua unidade<br />

industrial, e por filiais em todo o território nacional.<br />

A empresa está presente nos mais variados<br />

segmentos de mercado: na conservação de alimentos<br />

em câmaras frigoríficas, na produção<br />

industrial de bebidas e laticínios, na indústria química<br />

e petroquímica, em sistemas de ar condicionado e<br />

nas gôndolas refrigeradas de supermercados, entre<br />

outros. Durante a Fispal 99, a Sabroe destacou: o<br />

Ó leo Sintético Sabroe, o Compressor de Parafuso<br />

S80 e o Chiller a placas Sabroe.<br />

Seladoras e embaladoras<br />

A R. Baião, fundada em Ubá, Minas Gerais,<br />

trouxe suas máquinas para 15° Fispal. A empresa<br />

fabrica máquinas para embalagens, seladoras e<br />

embaladoras<br />

Pág. 41<br />

Brock exibe máquinas para vácuo Orved<br />

A Brock apresentou as máquinas para vácuo<br />

da marca italiana Orved. Construídas de acordo<br />

com as normas da Comunidade Européia, as<br />

máquinas Orved possuem estrutura em aço inox,<br />

que, além de contribuir com a manutenção da<br />

higiene, evitam que os produtos embalados sejam<br />

contaminados por metais. Carnes, queijos, frios,<br />

frutas, verduras, pães, massas e pizzas têm sua<br />

validade aumentada de duas a dez vezes.<br />

Codificação e rotulagem com a qualidade<br />

Willett<br />

Codificação e rotulagem são os principais<br />

negócios da Willett. A empresa apresentou no<br />

Brasil os produtos recém lançados no mercado<br />

internacional. São eles: Impressora Ink let modelo<br />

470Si, Impressora de Grandes Caracteres 370,<br />

Codificador Laser com tecnologia IAG, Sistemas<br />

de rotulagem automáticos e softwares para automação<br />

e controle.<br />

Equipamentos industriais<br />

A Brasholanda, indústria paraense fundáda<br />

em 62, é uma das mais tradicionais indústrias de<br />

embalagens plásticas rígidas da América Latina.<br />

Foi pioneira na produção de Queijomat,<br />

máquina para produzir queijo no Brasil, e na<br />

FISPAL enfocou sua tecnologia na fabricação de<br />

máquinas de envase.<br />

Fatiadores de Zim<br />

A Zim Internacional apresentou na 15a edição<br />

da Fispal equipamentos fatiadores. A empresa<br />

fabrica, importa e comercializa vários modelos de<br />

fatiadores de carnes, frios, queijos e vegetais.<br />

Sistemas de embalagem<br />

A Weldotron apresentou seus sistemas de<br />

embalagem com filme termo-encolhível, seladoras<br />

em "L" semi-automáticas, seladoras Flow-Pack e<br />

túneis de encolhimento. A empresa trouxe também<br />

um linha completa de acessórios (transpotadores<br />

de lona, tela, roletes, etc.) que facilitam a<br />

movimentação do produto a ser embalado.<br />

Embalagens e equipamentos Tetra Pak<br />

A Tetra Pak, empresa que revolucionou a<br />

indústria de alimentos ao criar o conceito de<br />

embalagem longa vida, mostra os produtos da sua<br />

Divisão de Plásticos, desenvolvida para atender o<br />

mercado de alimentos líquidos, principalmente<br />

iogurtes, leite fermentado, leites e sucos. O<br />

objetivo é oferecer embalagens plásticas em polietileno<br />

de alta densidade, utilizando uma tecnologia<br />

avançada de sopro, com opções desde garrafas<br />

com gargalos descentralizados e garrafas sem<br />

barreiras com uma única camada de<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 42 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />

plástico) ou com barreiras especiais, que podem<br />

combinar até sete camadas de diferentes tipos de<br />

materias .<br />

Embalagens cartonadas<br />

A Internacional Pager é uma das maiores<br />

empresas do mundo na área de produtos florestaise<br />

e uma das empresas líderes no segmento<br />

cartonadas. A empresa participou da Fispal 99<br />

oferecendo seus produtos para o segmento de<br />

alimentos líquidos, como leites aromatizados, bebidas<br />

lácteas, iogurtes, creme de leite e sucos de frutas<br />

entre outros, com as embalagens Gable Top, para<br />

produtos refrigerados, e Longa Vida, para os não<br />

refrigerados e produtos com alta ou baixa acidez,<br />

em diversos tamanhos, com ou sem a tampinha<br />

rosqueada Spout-Pak, já produzidas no Brasil.<br />

Novidades em resinas e filmes<br />

O departamento de fi lmes e resinas para<br />

embalagens da DuPont participa da Fispal 99<br />

apresentando sua variada linha de produtos. Para<br />

embalagens e alimentos, a empresa ofereceu uma<br />

ampla gama de resinas e filmes de alta tecnologia<br />

e qualidade.<br />

Embalagens de Arcoplas t<br />

A Arcoplast apresentou na Fispal seus<br />

produtos do segmento de embalagens para<br />

produtos alimentícios. São potes e baldes injetados<br />

para armazenamento de produtos pastosos,<br />

requeijão, conservas em geral e temperos.<br />

Outro destaque da Feira foi a V Mostra de<br />

Queij os do Brasil.<br />

Coordenada pela ABIQ - Associação Brasileira<br />

das Indústrias de Queijo, a mostra reuniu 14<br />

indústrias de laticínios e colocou em exposição<br />

queijos produzidos no País. Segundo dados da<br />

ABIQ, após a implantação do Plano Real, esse<br />

mercado teve crescimento de 90%. Isso significa<br />

que grande parte da população passou a consumir<br />

o produto com frequencia, incorporando o queijo<br />

em seu hábito alimentar. O consumo per capita<br />

passou a ser de 3 kg/ano por habitante.<br />

Entre os queijos apresentados pela ABIQ<br />

estão queijos com mofo branco (Camembert e<br />

Brie), com mofo azul (Gorgonzola), e outros como<br />

Gouda, Estepe, Prato, Edam, Parmesão, Reino,<br />

Minas Frescal, Ricota, Cottage, Gruyere, Emental,<br />

Mussarela, Provolone e Provola, entre outros.<br />

Todos esses tipos de queijos foram apresentados<br />

pelas 14 mais importantes marcas do<br />

País que oferecem seus produtos no estande para<br />

degustação: Búfalo, Búfalo Dourado, Caxambu,<br />

Cedrense, Heloísa, Italac, Piracanjuba, Polenghi,<br />

Quatá, Santa Rosa, Scala, Teixeira,<br />

Tirolez e Yema.<br />

Outro destaque foram os queijos e leite de<br />

cabra. A Capricoop trouxe para a FISPAL sua<br />

linha de produtos derivados de leite de cabra da<br />

marca PauloCapri, como leite de cabra pasteurizado<br />

congelado, iogurte de leite de cabra e uma<br />

linha completa de queijos de cabra como Frescal,<br />

Crottin, Tomme aux Fines Herbes, Poivre D' Ane,<br />

Boursin, Camembert, Chevrotin e Chevre à<br />

l ' huile. Métodos artesanais usados na elaboração<br />

dos produtos garantem a autenticidade e qualidade<br />

exigidas pelos consumidores. A empresa distribui<br />

leite e queijo de cabra em todo o País, oferecendo<br />

também os produtos em embalagens especiais para<br />

restaurantes e hotéis.<br />

A FISPAL 99 contou ainda com uma programação<br />

de congressos e seminários dirigidos aos<br />

profissionais da indústria alimentícia.<br />

Seminário Internacional de Embalagens<br />

Brasil/EUA<br />

A Fispal 99 promoveu uma série de<br />

congressos e seminários dirigidos aos diversos<br />

segmentos da indústria alimentícia. Entre eles<br />

destacaram-se o "Seminário Internacional de<br />

Embalagem BrasilIEUA", organizado pelo PMMI -<br />

Packaging Machinery Manufacturers Institute em<br />

parceria com o CETEA - Centro de Tecnologia<br />

de Embalagem. O seminário aconteceu no Auditório<br />

Elis Regina do Parque Anhembi nos dias 9 a<br />

10 de junho das 9 às 18 horas.<br />

N a pauta dos debates foram levados temas<br />

como: "O futuro das indústrias de equipamentos<br />

para o setor de embalagem", "O novo cenário da<br />

indústria de embalagem no Brasil", "Legislação<br />

de Embalagem", "A importância estratégica da<br />

embalagem de transporte na competitividade das<br />

empresas", "Embalagem & Meio Ambiente" e as<br />

"Perspectivas de investimentos no setor de<br />

embalagem no Brasil".<br />

Cursos de atualização profissional para<br />

nutricionistas<br />

Dois cursos de atualização profissional para<br />

nutricionistas, promovidos pelo SINESP - Sindicato<br />

dos Nutricionistas do Estado de São Paulo,<br />

foram realizados nos dias 10 e 11 de junho, das 14<br />

às 17 horas. No dia 1 ° o tema "Marketing de<br />

Alimentos" tem como palestrante a Dra. Sílvia<br />

Martinez Bernardes, nutricionista mestrada em<br />

administração pela UMESP; professora de Marketing<br />

Nutricional e Técnica Dietética do curso de<br />

nutrição das faculdades São Camilo; professora<br />

do SENAC e autora do livro "Redes cobrindo os<br />

Alimentos" .<br />

No dia 11, das 14 às 17 horas, aconteceu a<br />

palestra sobre "Atualização CVS 6/99 - Critérios<br />

e Parâmetros para o Controle Higiênico Sanitário<br />

dos Alimentos". O assunto fo i tratado pelo<br />

Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Out, n° 310, 54: 39-43, 1999<br />

Microbiologista Consultor na área de Microbiologia<br />

de Alimentos, Dr. Eneo A. da Silva. O palestrante<br />

é também diretor da CDL e coordenador do grupo<br />

técnico da ABERC - Associação Brasileira das<br />

Empresas de Refeições Coletivas.<br />

Seminário Internacional "Visão Estratégica<br />

e Tendências na Garantia da Qualidade de<br />

Alimentos"<br />

A qualidade e a segurança nos processos de<br />

industrialização, armazenagem e distribuição dos<br />

alimentos é uma das preocupações e objeto de<br />

freqüentes pesquisas das empresas que atuam neste<br />

mercado. Esse tema foi apresentado no seminário<br />

internacional "Visão Estratégica e Tendências<br />

Visita ao stand da Christian Hansen.<br />

Pág. 43<br />

na Garantia da Qualidade de Alimentos", no dia<br />

1 0, das 14 às 18 horas, e dia 11, das 9 às 17 horas.<br />

O seminário foi promovido pela SETEC Consultoria<br />

da Interface, empresa que atua junto à<br />

indústria alimentícia fornecendo suporte técnico<br />

de desenvolvimento de projetos relacionados às<br />

filosofias e técnicas de segurança, qualidade,<br />

produtividade e redução de custos.<br />

Para o setor alimentício, a SETEC desenvolveu<br />

um projeto de gestão integrada de qualidade<br />

e segurança que inclui GMP, PRP, SSOP, HACCP<br />

e ISO 9000. Após diagnóstico, foram delineadas<br />

as necessidades de cada empresa para implementação<br />

progressiva destes sistemas. com ênfase<br />

em treinamentos aplicados.<br />

Equipe Técnica do CT/IL CT em frente ao pavilhão da FISPAL.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org

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