Livro de Estudo - Volume 2 - Portal do Professor - Ministério da ...
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Qual a diferença entre esses <strong>do</strong>is bilhetes?<br />
Eles foram escritos pela mesma autora (Maria), com o mesmo objetivo (<strong>da</strong>r<br />
informações sobre uma reunião), mas para pessoas diferentes. Po<strong>de</strong>mos supor<br />
que a primeira (Ana) era alguém que já tinha informações sobre o objetivo, o<br />
dia, o horário e sobre a importância <strong>de</strong> sua presença na reunião. Tinha informações,<br />
também, sobre o possível local on<strong>de</strong> aconteceria a reunião, precisan<strong>do</strong><br />
apenas <strong>de</strong> uma confirmação sobre o encontro. A linguagem bastante informal<br />
<strong>do</strong> bilhete mostra que havia intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a autora e a leitora.<br />
Já o segun<strong>do</strong> bilhete nos permite supor que não havia essa intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />
interlocutores, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma linguagem mais formal, além <strong>da</strong> explicitação<br />
no texto sobre o objetivo, dia, local, horário <strong>da</strong> reunião e <strong>da</strong> ênfase sobre a importância<br />
<strong>da</strong> participação <strong>do</strong> Sr. João. Parece-nos, no entanto, que a autora sabia<br />
que o leitor tinha conhecimentos sobre o PROINFANTIL, pois ela não precisou <strong>da</strong>r<br />
explicações sobre isso, e também sabia que essa reunião aconteceria em algum<br />
momento, já que ela escreveu sobre “a” reunião e não sobre “uma” reunião.<br />
Pois bem, esse exemplo <strong>de</strong>ve ter facilita<strong>do</strong> a sua compreensão sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se pensar nos interlocutores e no contexto <strong>da</strong> enunciação quan<strong>do</strong> se lê<br />
ou se escreve. Entretanto, você <strong>de</strong>ve estar pensan<strong>do</strong>: Mas, muitas vezes, o autor<br />
escreve para um público muito amplo! Como ele po<strong>de</strong> pensar nos seus interlocutores<br />
nesses casos? No caso, por exemplo, <strong>de</strong> um escritor <strong>de</strong> textos literários<br />
que alcançam um gran<strong>de</strong> público, como ele po<strong>de</strong> pensar no seu interlocutor? Ou<br />
no caso <strong>de</strong> um jornal que tem distribuição em âmbito nacional, os autores têm<br />
condições <strong>de</strong> pensar nos seus leitores?<br />
É ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Seu questionamento é pertinente. Entretanto, apesar <strong>de</strong> ser um público<br />
mais amplo, os autores <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> texto pensam também no seu público,<br />
saben<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma mais geral, <strong>do</strong> que os seus prováveis leitores mais gostam ou<br />
o que mais lhes interessa. Sabemos que os autores <strong>de</strong> livros literários se <strong>de</strong>dicam<br />
mais a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> público (infantil, juvenil ou adulto) ou a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />
gênero literário (suspense, drama etc.). Por outro la<strong>do</strong>,<br />
os leitores já criam uma expectativa quanto ao estilo<br />
<strong>da</strong>quele <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> autor. Por exemplo,<br />
esperamos <strong>de</strong> Jorge Ama<strong>do</strong> (escritor <strong>do</strong> livro<br />
“Tieta <strong>do</strong> Agreste” e “Gabriela Cravo e Canela”)<br />
um romance cheio <strong>de</strong> sensuali<strong>da</strong><strong>de</strong>; já <strong>de</strong><br />
Monteiro Lobato (escritor <strong>de</strong> tantos livros como<br />
o Sítio <strong>do</strong> Pica-pau Amarelo), histórias fantásticas<br />
que misturam ficção e reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. E, assim, vai<br />
se crian<strong>do</strong> uma sintonia entre autor e leitor.<br />
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