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No. 4/1975

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suas vantagens relativas em inevitável contraste<br />

com as perspectivas menos favoráveis em outras<br />

partes do mundo, desenvolvido e em desenvolvi-<br />

mento. Colocará também em realce uma economia<br />

conscientemente orientada para a cooperaçáo in-<br />

ternaciorial e experiente no convívio mutuamente<br />

vantajoso com o investimento estrangeiro. O II<br />

Plano Nacional de Desenvolvimento define com<br />

acuidade a posiçãu "madura, pragmitica e rea-<br />

lista" do Governo brasileiro no tratamento do<br />

capital externo. Sem prejuízo de seu perseverante<br />

esforço em prol do fortalecimento da empresa pri-<br />

vada nacional, à luz, sempre, dos interesses su-<br />

periores e soberanos do País e a eles por direito<br />

subordinada, acolhe o Governo a empresa estran-<br />

geira e nela reconhece fator peculiarmente im-<br />

portante de transferência de poupança, tecnologia,<br />

capacidade gerencial, abertura de novos mercados<br />

e diversificaçúo qualitativa das exportações e<br />

aceleração do indispensável incremrjnto da pes-<br />

quisa tecnológica no próprio Brasil.<br />

Da mesma forma que o comércio de bens e ser-<br />

viços, os investimentos podem ainda rrianifestar-se<br />

nas relações exteriores como meio eficaz de pro-<br />

veitoso cooperaçáo entre os povos - vetor ecumê-<br />

nico de prosperidade coletiva, continuada e har-<br />

mônica. Com efeito, todo fluxo de interesses entre<br />

países, seus Governos ou nacionais - empresas<br />

ou indivíduos - pressupõe vantagens recíprocas.<br />

Os ganhos unilaterais ou descompassados não po-<br />

dem prevalecei' numa comunidade interdependente<br />

como é hoje a da economia mundial: e interde-<br />

pendência não comporta a institucionelização de<br />

desigualdades air áubordinaç9es; implica, sim, a<br />

coordenaçãa de esforços na consecução de ob*<br />

tives solidoírios e determinados com igualdade.<br />

Para o Brasil, que sempre repeliu isalacionismos<br />

estéreis e concebe sua política externa e econô-<br />

mica no quadro de uma cooperaçáo internacional<br />

fundada no respeito mútuo e nos benefícios co-<br />

muns, a interdependência é conceito de há mui-<br />

to operacional. Dramaticamente avivada, contudo,<br />

pelas recentes perturbações na economia niundial,<br />

e vista tão-somente como expressão de fenômenos<br />

econôinicos inesperados e dolorosos, a interdepen-<br />

dência corre o risco de assumir conotuções nega-<br />

tivos e provocar atitudes predominantemente de-<br />

fensivas.<br />

A interdependéncia, reforçada em momentos de<br />

crise, não deve anular-se em ressentimentos vãos;<br />

há que buscar explorar, ao contrário, sua forga<br />

criadora pelo incentivo à esperança de cada pais<br />

na colaboração que pode receber da comunidade<br />

das nações, bem como à generosa confiança na<br />

contribuição que pode prestar, individualmente,<br />

para o bem final de todos. Ao invés de imobilizar-<br />

se em esforços isolados ou perdurar na ignorbn-<br />

cia egoísta de desigualdades conrpicvas, a nova<br />

interdependencia deve gerar em si instrumentos<br />

poderosos de transformação da estrutura econô-<br />

mica internacional, capazes de assegurar a trae-<br />

quilidade que tanto merece este nosso mundo per-<br />

plexo e no qual mesmo os países desenvolvidos<br />

i& partilham algumas das aflições até há pouc~<br />

amargo privilégio dos paises em desenvolvimento.<br />

<strong>No</strong> marco de uma profícua e dinâmica interdepen-<br />

dência é que caberia colocar, no plano das nações,<br />

as transferências de recursos de capital e tecno-<br />

logia. Os investimentos privados, agentes dessas<br />

transferências, para serem veículos ativos de coe<br />

peração exigem entendimento cloro, constante e<br />

construtivo entre o aplicador do recurso e o país<br />

que o recebe, para a eficiente busca de objetivos<br />

que, em última ailálise, devem ser, necessariamen-<br />

te, comuns ao investidor e à economia recipiente.<br />

Esse é o enfoque que logrou criar, e decerto pre-<br />

servará, no Brasil, um clima favorável à implaii-<br />

tação de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo<br />

que é o adequado à fecunda incorporação na eco-<br />

nomia dos benefícios de sua operação no País.<br />

O Seminário de Salzburg terá, aliás, dentre seus<br />

muitos méritos, a virtude de su.blinhar a capaci-<br />

dade de os investimentos externos se ajustarem<br />

a economia e aos objetivos nacionais brasileiros<br />

e de salientar a singular harmonia e o recíproco<br />

aval dos interesses do Governo e de particulares,<br />

ligados 6 presença de capitais externos no Brasil.<br />

Em Salzburg estarão alguns dos mais importantes<br />

investidores estrangeiros, o que constitui testemu-<br />

nho de que o Brasil é mercado de fato propício<br />

para investimentos. A Salzburg, irão também Mi-<br />

nistros de Estado e outras altas autoridades da<br />

área econômico-financeira - o que dá a medida<br />

da importância e da boa acolhida que reserva o<br />

Governo àqueles recursos. Por outro lado, o Se-<br />

minário contará com a presença de grande nú-<br />

mero de empresários brasileiros, com razão inte-<br />

ressados em explorar as oportunidades que se<br />

oferecerão para seu mais fecundo relacionamento<br />

com a comunidade de negócios de diversos países<br />

economicamente mais avançados - inclusive pa-<br />

ra estabelecer ou consolidar contatos com vistas<br />

a empreendimentos ou operações conjuntas com<br />

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).

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