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No. 4/1975

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trigo uruguaio para<br />

Discurso do Ministro de Estado das<br />

Relações Exteriores, Azeredo do Silveira, quando<br />

da assinaturo de acordo sobre trigo com mercado brasileiro<br />

o Uruguai, no Palácio itamaraty, em Brasília, em 7 de março de <strong>1975</strong><br />

Senhor Embaixador,<br />

Ao celebrarmos esta troca de <strong>No</strong>tas, pela qual o<br />

Brasil vem de adquirir 50 mil toneladas de trigo<br />

uruguaio, manifesto a Vossa Excelência minha<br />

especial satisfação em realizar esse ato, pela im-<br />

portâncio de que o mesmo se reveste para o in-<br />

cremento das relações comerciais entre nossos<br />

dois países.<br />

Trata-se na verdade de uma operação comercial<br />

que não deve ser considerada mais um fato corri-<br />

queiro nas relaç6es entre os dois paises, uma vez<br />

que indica amplas e fecundas possibilidades de<br />

cooperação bilateral no setor agrícola, caso ambos<br />

os Governos passem a acionar as condições de<br />

complementaridade de suas economias. Nesse<br />

contexto, o desenvolvimento da triticultura orien-<br />

tal trariú conseqüências auspiciosas para o inter-<br />

câmbio comercial brasileiro-uruguaio, elevando-o<br />

a níveis excepcionais, ao mesmo tempo em que<br />

diminuiria as possibilidades de desequilíbrio nas<br />

relações de troca reciprocas.<br />

t desejo do Governo brasileiro estreitar os tradi-<br />

cionais laços de amizade e cooperação que, desde<br />

a criação do Estado Oriental, há 150 anos, têm<br />

irmanado os dois Povos, identificando-os em uma<br />

luta comum pelo seu desenvolvimento. Tal de-<br />

siderato, que corresponde a um ditame da His-<br />

tória e une as duas nacionalidades em um mesmo<br />

sentido de crescimento solidário, hoje, mais do<br />

que nunca, representa um imperativo.<br />

Ante as modificações ocorridas no recente pano-<br />

rama mundial, nenhum país pode pennitiicse o<br />

luxo de afastar-se des demais, por mais rico que<br />

seja, por mais independente em recursos naturais<br />

e desenvolvimento industrial que @parente. <strong>No</strong><br />

mundo interdependente de hoje, nenhuma Nação,<br />

por mais próspera que seja, est6 imune i ação<br />

desagregadera das crises econômicas internacio-<br />

nais. Nenhuma poderá seguir comodamente a via<br />

egoísta do crescimento isolado, indiferente ao<br />

que se passa na comunidade internacional e, em<br />

especial, ao que ocorre com aqueles países com<br />

quem mantém laços históricos comuns.<br />

A política externa brasileira busca praticar com<br />

as nações amigas - e entre elos sobressai o Uru-<br />

guai, conosco identificado por iniludíveis vínculos<br />

de amizade ao longo de seus quase cento e cin-<br />

qüenta anos de vida soberana - uma política de<br />

interdependência real e dinâmica. Essa linha de<br />

ação, ecumênica e pragmática, objetiva promover<br />

o desenvolvimento de nossas respectivas econo-<br />

mias em um plano de coordenação harmônica e<br />

imaginativa, respeitando as características e<br />

peculiaridades de cada país.<br />

O Brasil, Senhor Embaixador, está disposto a ex-<br />

plorar todas as vias de entendimento e colabora-<br />

ção com o Uruguai para o fortalecimento das re-<br />

lações mútuas e a promoção do bem-estar de seus<br />

povos. Assim agindo, estamos convictos de inter-<br />

pretar os mais profundos sentimentos da Nação<br />

brasileira, que sempre soube devotar a nobre<br />

Nação uruguaia sua mais incondicional amizade.<br />

Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).

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