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fomos novamente despachadas para os braços de Ferramenta... Aquela noite não fomos à<br />
Faculdade.<br />
ROUPA SUJA - As viaturas amarelinhas da Folha (orgulho do seu Frias) tinham dupla<br />
finalidade: distribuição de jornais de madrugada e transporte de repórteres no horário<br />
(digamos) comercial. O problema é que não havia tempo para faxina e o pessoal da<br />
reportagem entrava assim que os encalhes eram retirados. Evidente, havia muitas<br />
reclamações para as chefias, mas infelizmente não havia tempo para limpeza. Uma tarde o<br />
GAZETINHA mandou cobrir uma cerimônia na Base Aérea de Guarujá onde estariam<br />
autoridades civis e militares de toda a Baixada. A viatura era a F-100, onde motorista,<br />
fotógrafo e repórter dividiam o único banco. Assisti à solenidade e entrevistei várias<br />
pessoas durante o coquetel. Quando já estava entrando na caminhonete descobri que as<br />
minhas calças estavam pretas com a tinta dos jornais transportados pela manhã. Fiquei<br />
arrasada imaginando o que não haviam dito pelas minhas costas no evento. Mas ainda bem<br />
que eu só vi na volta. Claro que fui reclamar com o GAZETINHA...<br />
PASEP - Alguém me mandou cobrir uma festa do dia da Marinha ou da batalha naval do<br />
Riachuelo, não lembro. Belas imagens da Banda dos Fuzileiros Navais, mas nada de relevante<br />
para escrever (a história do evento já estava na edição do dia). Entretanto, vi algo<br />
diferente: a mascote dos militares era um cãozinho simpático que atraiu não só a minha<br />
atenção, mas a do público. Além do mais o bicho chamava-se PASEP – o que o incluía no rol<br />
dos funcionários públicos, já que comia, dormia e viajava por conta da Viúva. LEOMIL, tão<br />
mal humorado quanto a HILDA, era o copy do Porto e do Sindicalismo. Fez um carnaval<br />
contra a inclusão do cachorro na matéria. Em resposta, ganhou o Bico nº 1. Ele e SHEIK,<br />
quando queriam me atormentar, começavam a falar do PASEP: “–-Vai ver o PASEP?<br />
Encontrou outro PASEP?“ A história continuou até o dia em que percebi que eles queriam<br />
me ver bicuda.<br />
MENUDOS - Rick Martin era adolescente (faz tempo, não?) e os Menudos faziam um<br />
sucesso estrondoso mundo afora. Quando fizeram uma excursão ao Brasil, incluíram Santos<br />
no roteiro. SAMPAIO era fã do grupo e editor do jornal. Combinação letal. Principalmente<br />
para mim, escalada para fazer as matérias sobre preparativos e sobre o show no estádio do<br />
Santos. SAMPAIO, naturalmente, como grande fã e editor, se escalou para cobrir os<br />
bastidores. Eu fiquei com o “clima” – ou seja, junto do povo, vendo tudo que pudesse<br />
interessar ao público leitor. O problema é que choveu durante todo o dia e o campo virou<br />
um mar de lama, com toda a multidão que foi colocada ali para ver e ouvir de perto aquela<br />
molecada! Adivinhem? Lá se foi outro par de calçados. Acho que dessa vez foram tênis,<br />
mas não lembro... Só sei que ficaram imprestáveis. (HILDA) /// Pô, HILDA, Hildinha, de<br />
novo?! Agora é tarde demais para pedir reparação de perdas e danos!...<br />
MANEQUIM – A história do manequim ficou famosa. Quando SHEIK soube, me<br />
apresentava para todo mundo como aquela pessoa que cumprimentou o manequim até que o<br />
meu Bico nº 1 o fez parar com a gracinha. A história foi a seguinte: na hora do almoço fui à<br />
SEARS (lembram?) comprar alguma coisa para minhas primas. A loja estava cheia e fui<br />
empurrada. A minha roupa se prendeu na de alguém e, educadamente, pedi desculpas. Mas<br />
como percebi que ela não respondeu nem se mexeu, me virei para ver quem era o mal criado,<br />
dando de cara com um sujeito impassível – o simpático manequim. Meu pecado foi contar a<br />
história, que divertiu meio mundo, correu a cidade e me seguiu até São Paulo. Até hoje,<br />
quando entro em lojas, olho muito bem em torno para evitar constrangimento para algum<br />
manequim distraído.<br />
PROF. BESNARD - Não foi só o SHEIK que teve experiências inesquecíveis no navio da<br />
USP, o Prof. Bernard. Eu cobria Porto e descobri que podia fazer uma matéria diferente: o<br />
Instituto Oceanográfico ia selecionar pesquisadores a bordo do Besnard. O navio ancorou<br />
em frente à Alfândega no meio do canal. Expliquei para o comandante Waldir que eu<br />
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